O documento discute a importância da avaliação no processo de ensino e aprendizagem, argumentando que a avaliação deve fazer parte de todo o processo educativo e ser concebida como um instrumento para contribuir para a construção do conhecimento dos estudantes. A avaliação deve considerar tanto aspectos quantitativos quanto qualitativos e auxiliar tanto os alunos em seu desenvolvimento quanto os professores em melhorar suas práticas pedagógicas.
O documento discute a importância da avaliação no processo de ensino e aprendizagem, argumentando que a avaliação deve fazer parte de todo o processo educativo e ser concebida como um instrumento para contribuir para a construção do conhecimento dos estudantes. A avaliação deve considerar tanto aspectos quantitativos quanto qualitativos e auxiliar tanto os alunos em seu desenvolvimento quanto os professores em melhorar suas práticas pedagógicas.
O documento discute a importância da avaliação no processo de ensino e aprendizagem, argumentando que a avaliação deve fazer parte de todo o processo educativo e ser concebida como um instrumento para contribuir para a construção do conhecimento dos estudantes. A avaliação deve considerar tanto aspectos quantitativos quanto qualitativos e auxiliar tanto os alunos em seu desenvolvimento quanto os professores em melhorar suas práticas pedagógicas.
AVALIAO: Uma prtica constante no processo de ensino e aprendizagem
Maria Rita Leal da Silveira Barbosa*
Anglica Pinho Rocha Martins** Resumo sabido que a prtica de avaliao uma interveno que est presente nas aes de qualquer educador. Nesse sentido, faz-se necessrio que esse assunto avaliao seja amplamente discutido, para que se possa aprofundar cada vez mais nessa temtica. A avaliao que se realiza no mbito Escolar deve ser concebida como um instrumento que, realmente possa contribuir para a construo do conhecimento. Dessa forma, possvel que a avaliao desenvolvida pelos docentes possa cumprir o seu papel fundamental, que o de auxiliar no desenvolvimento da aprendizagem. Palavras-chave: Avaliao. Ensino e aprendizagem. Docente. Prtica pedaggica INTRODUO A reflexo apresentada pelo texto em torno da temtica aqui discutida prope que a prtica de avaliao est relacionada com a concepo de educao que o docente possui. Dessa forma, a avaliao no deve ser vista como um ato isolado, mas sim integrada a um aspecto mais amplo que influencia de uma forma ou de outra na ao educativa. A finalidade desse estudo desencadear uma breve discusso sobre a avaliao no processo ensino e aprendizagem. A idia relevante presente no decorrer do texto que a avaliao desenvolvida pelo docente dever possibilitar a aprendizagem significativa e a prpria formao do educando. A importncia dessa discusso est em provocar uma reflexo em torno dos dois aspectos que envolvem a prtica de avaliao. Assim, preciso considerar na prtica avaliativa a existncia desses dois fatores, que so por sua vez, respaldados pela prpria legislao: um no que tange ao aspecto quantitativo e outro que considera o qualitativo. Nesse artigo, defende-se a premissa de que ambos os aspectos podem se complementar no decorrer do processo ensino-aprendizagem, desencadeando a construo do conhecimento dos discentes.
Faculdade Catlica de Uberlndia e PMU/SME. E-mail: mrlsilveira@yahoo.com.br.
Universidade Federal de Uberlndia e PMU/SME
**
Para discutir e aprofundar nessa temtica privilegiou-se a fundamentao
bibliogrfica no sentido de nortear e embasar este estudo. A avaliao aqui abordada deve tambm, ser considerada como instrumento que subsidiar tanto o aluno no seu desenvolvimento cognitivo, quanto ao professor no redimensionamento de sua prtica pedaggica. Por ltimo, ser ressaltado que o comprometimento e responsabilidades do docente com a aprendizagem dos discentes so fatores essenciais que promovero a formao do educando numa perspectiva emancipatria. AVALIAO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
Falar de avaliao nos remete ao entendimento e reflexo da amplitude da
educao. Nesse sentido, a idia que cada um traz sobre a avaliao est diretamente relacionada sua prpria concepo de educao. Nessa perspectiva, faz-se necessrio primeiramente apresentar alguns conceitos de avaliao, para melhor compreenso de sua dimenso e suas implicaes na prtica educativa. A avaliao uma tarefa didtica necessria e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem. Atravs dela os resultados que vo sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos so comparados com os objetivos propostos a fim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar o trabalho para as correes necessrias (LIBANEO, 1994, p.195).
Conceber que a avaliao deve fazer parte de todo o processo educativo
significa
compreende-la
como
elemento
de
fundamental
importncia
no
desenvolvimento da aprendizagem do educando.
Mesmo que se diferenciem as intenes e as palavras, por um lado na observao, no feedback, na regulao e, por outro, na medida imparcial dos conhecimentos e das competncias adquiridas, no se impedir essas duas lgicas de coexistirem, praticamente, na escola e na aula, as vezes em harmonia, com mais freqncia se opondo mutuamente (PERRENOUD, 1999, p. 23).
Nessa concepo, percebe-se que no possvel dissociar o ato de acompanhar
e retomar o processo de construo dos saberes com a inteno de constatar o nvel de conhecimento que o educando adquire. Tendo em vista que ambos esto interligados, a prtica avaliativa e educativa vo se constituir em um conjunto de aes que se completam ao final do processo ensino-aprendizagem. Dessa forma, o autor admite que o aspecto da observao, do feedback no exclui o de medir parcialmente os conhecimentos adquiridos, embora reconhea tambm, que no processo avaliativo muito mais freqente o distanciamento que a aproximao entre as duas lgicas explicitadas. Essa idia nos remete a compreender que a avaliao escolar, assume dois objetivos fundamentais: Um que atende a exigncia da prpria formao do educando no seu sentido mais amplo, comprometido ai com a uma educao emancipatria e cidad. Assim LUCKESI (1997) admite que: A avaliao, aqui, apresenta-se como meio constante de fornecer suporte ao educando no seu processo de assimilao dos contedos e no seu processo de constituio de si mesma como sujeito existencial e como cidado (LUCKESI, 1997, p.174 )
A avaliao na mira desse objetivo se constitui enquanto aspecto qualitativo e
se desenvolve no decorrer de todo o processo ensino-aprendizagem. Nessa dimenso ela exige um maior comprometimento por parte do professor e maior envolvimento por parte do educando, consequentemente contribui para a construo e maior compreenso do conhecimento proposto. Ainda dentro desse aspecto LUCKESI (1997) considera: A avaliao da aprendizagem nesse contexto um ato amoroso, na medida em que inclui o educando no seu curso de aprendizagem, cada vez com qualidade mais satisfatria, assim como na medida em que o inclui entre os bemsucedidos, devido ao fato de que esse sucesso foi construdo ao longo do processo de ensinoaprendizagem (o sucesso no vem de graa). A construo, para efetivamente ser construo, necessita incluir, seja do ponto de vista individual, integrando a aprendizagem e o desenvolvimento do educando, seja do ponto de
vista coletivo, integrando o educando num grupo
de iguais, o todo da sociedade (LUCKESI. 1997, p.175).
Percebe-se ai que a avaliao assume um carter que vai alm do simples
dever de avaliar no que tange as funes do professor. Nesse sentido, o compromisso do educador envolve tanto a questo do respeito, quanto ao querer bem ao educando. Com essa postura o profissional possibilitar ao aluno a apreenso e a construo de saberes necessrios para a formao humana. Por outro lado, a avaliao presente no espao escolar tambm assume outra finalidade que vai ao encontro das exigncias burocrtica sociais. No mbito da educao formal exigida do professor a verificao e mensurao do aprendizado do aluno, apresentando quantitativamente os resultados da aprendizagem. E esses, por sua vez, so obtidos atravs de provas e testes, que na maioria das vezes no contribui para a construo do conhecimento do aluno. Desse modo, o aluno acaba memorizando o contedo a ser avaliado, deixando de desenvolver a aprendizagem que fundamental em seu processo de formao. Avaliar a aprendizagem tem um sentido amplo. A avaliao feita de formas diversas, com instrumentos variados, sendo o mais comum deles, em nossa cultura, a prova escrita. Por esse motivo, em lugar de apregoarmos os malefcios da prova e levantarmos a bandeira de uma avaliao sem provas, procuramos seguir o princpio: se tivermos que elaborar provas que sejam bem feitas, atingindo seu real objetivo, que verificar se houve aprendizagem significativa de contedos relevantes. (grifo do autor) (MORETTO, 2005, p.95-96).
MORETTO, (2003) elucida ainda, a questo da memorizao presente nos
requisitos que o aluno precisa saber para fazer a prova e para isso ele recorre muitas vezes a famosa cola. Isso comprova que o professor ao elaborar as provas, preocupa-se mais em formular questes que exigem a memorizao em detrimento das habilidades que necessitam de raciocnio e reflexo. Dessa forma a avaliao no prope uma aprendizagem significativa para o estudante, uma vez que o aluno apenas se preocupa em decorar ou colar para responder as questes da prova. Acabamos concluindo que a cola uma das conseqncias do processo de ensino inspirado na viso tradicional da relao professor, aluno e
conhecimento, em que ela era o momento
destinado a verificar se o que havia sido transmitido l estava, gravado de cor. Por isso era proibida qualquer consulta na hora da avaliao. Ao aluno cabia o nus de provar que sabia (entenda-se havia memorizado) os dados e informaes transmitidos pelo professor (MORETTO, 2003, p.101).
Percebe-se que os educadores, normalmente tendem a direcionar seus esforos
ao aspecto quantitativo da avaliao, valorizando e investindo menos no aspecto qualitativo, diagnstico do desenvolvimento dos alunos. Isso ocorre, talvez porque a tarefa de avaliar qualitativamente exige muito mais tempo do educador, o que desencadeia maior dedicao por parte dos mesmos. No entanto, a realidade vivenciada por esse profissional o impossibilita de fundamentar, organizar e planejar melhor a sua ao educativa. Isso normalmente ocorre, em detrimento da remunerao baixa desse profissional, levando-o a assumir jornada dupla ou at tripla. Essa questo tambm influenciada pela exigncia da direo da escola no cumprimento do contedo programtico em tempo hbil, limitando o docente em sua autonomia de desenvolver a ao pedaggica na perspectiva da avaliao qualitativa. Enquanto objeto com possibilidades diagnsticas, vinculada ao processo de ensino e de aprendizagem precisamos elaborar um projeto de avaliao que em primeira instancia, e atravs dos instrumentos nele institudo, possa servir a todo instante como feedback para avaliar no s o aluno, seu conhecimento, mas tambm toda uma proposta da escola, possibilitando, assim, validar e/ ou rever o trabalho pedaggico a cada momento em que isto se fizer necessrio (RABELO, 1999, p.12).
Nessa tica a avaliao concebida como um instrumento que vai intervir no
planejamento no s do professor, mas de toda equipe, culminando nas definies que nortearo as diretrizes do Projeto Poltico Pedaggico da Escola. Tendo em vista um Projeto Poltico Pedaggico comprometido com uma concepo emancipatria necessrio admitir que o aspecto quantitativo da avaliao deva complementar o qualitativo, entendendo que ambos so necessrios e integram o processo de escolarizao e formao do aluno. A exigncia da avaliao quantitativa visa em primeira instncia promoo do aluno para o prosseguimento de sua jornada acadmica, em consonncia com as
prescries da legislao educacional. Ento, em que sentido a avaliao quantitativa
complementa o aspecto qualitativo? A avaliao quantitativa desenvolvida pelos professores deve levar em conta que a verificao da aprendizagem atravs das provas no poder continuar sendo usada para classificar e selecionar os alunos, constatadas em muitas prticas pedaggicas. Ao contrrio disso, a avaliao quantitativa complementar o aspecto qualitativo medida que os resultados obtidos nas provas e testes realizados pelos alunos propiciar ao educador o feedback e a reflexo da sua prtica pedaggica. Assim, esse exerccio a ser praticado pelo docente subsidiar o seu planejamento para que ele possa detectar e superar as dificuldades dos alunos, recorrendo assim, s novas estratgias de ensino e possibilitando a aprendizagem dos mesmos. Lembrando ainda que, a legislao (LDB - Lei 9394/96) preconiza em seu art. 24, inciso V, alnea a: avaliao continua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalncia dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do perodo sobre os de eventuais provas finais; Percebe-se, que a lei ao assegurar a avaliao na perspectiva qualitativa, conseqentemente est prevendo a necessidade de uma ao diagnstica no processo avaliativo. Essa medida implicar em resultados positivos, considerando que durante o processo possvel identificar as dificuldades e propiciar as intervenes necessrias para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno. A prtica docente deve-se direcionar na busca constante da efetivao da aprendizagem do educando. O professor no pode ter a incumbncia simplesmente de transmitir os contedos culturalmente acumulados e sistematizados. Essa ao favorece a formao de um tipo de ser humano descontextualizado com a realidade atual. No entanto, fundamental que haja a articulao do conhecimento com a vida. O fenmeno educativo nico em cada momento histrico e para cada indivduo. Ele pluridimensional, pois assume uma dimenso para cada contexto. Por isso, preciso construir e reconstruir esse processo a todo tempo. Logo a formao acadmica do professor apesar de no ser o nico fator preponderante tem papel fundamental na atuao desse profissional, uma vez que essa formao contribui na sua fundamentao. E a partir dessa fundamentao que vai desencadear as reflexes de sua prtica pedaggica. A reflexo da prtica pedaggica provocar uma mudana na ao educativa e pode melhorar as condies do processo
ensino-aprendizagem, uma vez que o educador se comprometer com o aprendizado do
educando. Outros fatores tambm so apontados pelos professores como entraves na aprendizagem dos estudantes. Um deles, por exemplo, o acompanhamento dos pais nas atividades escolares de seus filhos. E muitos professores criam uma expectativa em relao ao acompanhamento dos responsveis pelas crianas, contando com esse empenho dos mesmos. justamente a que se encontra o ponto de estrangulamento, pois comum deparar-se com a falta de comprometimento dos pais em relao s atividades escolares dos seus filhos. Mas deve-se levar em conta que atualmente, tanto o pai quanto a me trabalham fora de casa. Alm disso, preciso levar em conta a falta de recursos materiais e financeiros, omisso de polticas pblicas dentre outros fatores que interferem no processo ensino-aprendizagem. Por outro lado, os educadores, no podem se intimidar com tudo isso, mas sim, encarar esses problemas como um desafio cada vez maior. Esse desafio significa que o professor precisa continuar reivindicando: primeiramente por uma slida formao acadmica; por melhores salrios; condies adequadas de trabalho e; sobretudo por um ensino que propicie a produo de conhecimento. Assim, preciso ter comprometimento e envolvimento com o ato de educar, para que se possa obter aprendizagem dos alunos com os recursos que se tem, e no cruzar os braos em detrimento das faltas e falhas que o educador se depara no cotidiano escolar. Ocorre que s vezes o educador fica se justificando das aes que no desenvolvem pelo fato de no se disponibilizar dos materiais que supostamente lhe auxiliaria em seu processo pedaggico. Quando se leva em conta o compromisso e responsabilidade do professor com a aprendizagem dos alunos ele normalmente trabalha com os poucos recursos que lhe so disponibilizados. Pois o mais importante que o aluno possa obter os saberes que necessitam para a sua formao humana e o exerccio de sua cidadania.
CONSIDERAES FINAIS Diante do exposto, possvel desenvolver a avaliao para propiciar a aprendizagem?
Pensar na avaliao como instrumento que propicia a aprendizagem assumir
uma concepo de que essa atividade no tem fim em si mesmo, mas que possa propiciar ao educando a possibilidade de confrontar seus conhecimentos e (re) constru-los. Sendo assim, a avaliao da aprendizagem passa a ser um instrumento que auxiliar o educador a atingir seus objetivos propostos em sua prtica educativa. A avaliao sob essa tica deve ser tomada na perspectiva diagnstica, servindo como mecanismo para detectar as dificuldades e possibilidades de desenvolvimento do educando. A avaliao precisa ser concebida como feedback para que o professor possa redimensionar sua prtica pedaggica, propiciando assim, a melhoria do processo ensino-aprendizagem. Sabe-se que no atual processo educacional a avaliao usada simplesmente para classificar os alunos, o que no tem contribudo para melhorar a aprendizagem. Portanto, ela pode possibilitar ao educador o entendimento de como o aluno est reagindo frente ao conhecimento explorado. preciso lembrar que cada aluno reage diferentemente um do outro frente construo conhecimento. Sendo assim, no se pode exigir que todo educando se desenvolva igualmente em todos os componentes curriculares. Nesse sentido, preciso diversificar mais as atividades avaliativas e explorar mais os trabalhos em grupo, em parceria, para que os alunos possam estar contribuindo uns com os outros nos conhecimentos que apreenderam. Conclui-se ento que, a reflexo da ao pedaggica assim como a busca da fundamentao terica e prtica devem ser uma constante no trabalho do educador, para que o mesmo possa redimensionar a sua atuao na mira da melhoria do processo ensino-aprendizagem. Referncias BRASIL. Ministrio da Educao. Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional n 9394/96. Braslia, DF, 1996. LIBNEO, Jos Carlos. Didtica. Cortez Editora: So Paulo, Coleo Magistrio 2 Grau Srie Formando Professor, 1994. LUCKESI, Cipriano C. Avaliao da aprendizagem Escolar, 6 ed. So Paulo: Cortez, 1997.
MORETTO, Vasco Pedro. Prova um momento privilegiado de estudos e no um
acerto de contas. DP&A Editora, RJ, 2005. ___________. Construtivismo a produo do conhecimento em aula. DP&A Editora, RJ, 2003. PERRENOUD, Philippe. Avaliao Da Excelncia Regulao das Aprendizagens. Entre Duas Lgicas. Trad. Patrcia Chittoni Ramos. Artes Mdicas Sul: Porto Alegre, 1999. RABELO, Edmar Henrique. Avaliao Novos Tempos Novas Prticas. 2 Ed. Petrpolis, RJ: Vozes, 1998.