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Aurora, 1: 2007
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singulares para a emergncia das novas revolues de linguagem, captadas e utilizadas por
um indivduo ou um coletivo na prtica poltico-esttica.
Estas duas circunstncias, aliadas a outras como, por exemplo, a arte conceitual
(dcada de 70), tornam-se fundamentais para a emergncia da arte ativista que, a partir dos
anos 80, ganha contornos bem definidos.
De imediato, o ativismo cultural tende a aproximar-se da anti-arte, ao eliminar o
objeto artstico em favor da interveno social inspirada pela esttica e ao desconsiderar a
contemplao em benefcio do envolvimento da comunidade. Neste fazer, os sujeitos
produzem conceitos ou prticas, tendo por base uma conscincia crtica aguada portada
pelo artista individual ou por um coletivo. O artivismo distingue-se pelo uso de mtodos
colaborativos de execuo do trabalho e de disseminao dos resultados obtidos. Desta
forma, caracterstico desse tipo de arte poltica a participao direta, configurando
formatos de situaes que vai do artista crtico at o engajado ou militante.
O artista ativista situa-se no interior de uma relao social, isto , engendra uma
esfera relacional fundada no desejo de luta, na responsabilidade ou na vocao social que
reconhece a existncia de conflitos a serem enfrentados de imediato. Portanto, torna-se
fundamental no artivismo o reconhecimento do outro e tambm a crtica das condies
que produzem a contemporaneidade. Neste forte envolvimento social, tem-se, assim,
reduzida a autonomia da arte e, em contrapartida, amplia-se a relao entre tica e esttica.
Por isso, pode-se dizer que o ncleo gerador da prtica a atitude frente arte e
realidade circundante. assim que atitude e interveno social realizam-se como
atividades processuais, tanto na forma, como no mtodo. Contra o objeto e seu sistema de
distribuio, o mercado, passa a valer o processo e no seu interior a ttica em busca tanto
da configurao de uma linguagem quanto do resultado positivo da ao. Percebe-se no
artivismo um realismo poltico que busca o sucesso dos objetivos seja no microcosmo
(quarteiro ou bairro), seja no macrocosmo (pblico ampliado, reas internacionais ou
Internet). Pode-se falar em realismo tambm por incorporar arte uma certa
instrumentalizao, dando a ela uma funo scio-poltica, que vai desde a formao de
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