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A ÉTICA E O USO DAS CORES

Adriana B. Ribeiro
Mestranda em design
adriana.ribeiro@iaiafilmes.com.br

Lucy Niemeyer (orientadora / Esdi)


Doutora em Comunicação e Semiótica

ESDI/ Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ


PPD/ Programa de Pós Graduação em Design
Rio de Janeiro, RJ. Brasil

RESUMO

O presente artigo objetiva discutir ética e cultura nacional brasileira no contexto


das relações humanas e da apreciação de seus territórios. Intencionamos fazê-lo a
partir de estudo de caso inserido na obra do cineasta brasileiro Glauber Rocha.
Começaremos com algumas considerações sobre o conceito de ética e de cultura
brasileira antes do estudo de caso e de como estas noções estão representadas na
manipulação do uso das cores no filme em questão.

Keywords: Cinema. Ética. Cores.

ABSTRACT

The present article has the objective of discussing ethics and Brazilian national
culture in the context of human relations and the appreciation of its territories. We
intend to do so through the case study found within the work of the Brazilian
filmmaker, Glauber Rocha. We intend to begin with some considerations about the
concepts of ethics and Brazilian culture before the case presentation on how such
notions would be represented in the manipulation of the use of the colors at the film in
question.

Keywords: Cinema. Ethics. Colors.


A Ética e o Uso das Cores

O presente artigo tem como objetivo discutir casos identificados na filmografia


do diretor de cinema brasileiro, Glauber Rocha, em que o uso das cores reflete uma
consciência estratégica em relação à construção identitária de cultura que se afirme
nacional brasileira frente ao cenário crítico internacional.

A título de uma breve introdução, podemos dizer que a relevância deste


cineasta no cenário artístico, cinematográfico e intelectual brasileiro nas últimas
décadas está amplamente comprovada por uma intelligentsia nacional e internacional
contemporânea de Glauber. Devemos acrescentar que os temas propostos por seus
filmes se perpetuam como questões de que a sociedade e a intelectualidade brasileiras
ainda não se ocuparam por completo. Temas como a construção de uma identidade
nacional, como os embates sociais frente aos desmandos do poder instituído, ainda são
discutidos e colocam Glauber Rocha sempre de volta às discussões éticas e estéticas
nos dias atuais.

A preocupação com aspectos éticos e políticos por parte do diretor Glauber


Rocha se percebe com clareza no conjunto de toda sua filmografia. Esta consciência
de Glauber em relação a seu entorno encontra ressonância no trabalho de teóricos do
campo da ética e do pensamento teórico sobre os caminhos para o estudo da cultura
nas sociedades contemporâneas.

Por meio do estudo da forma como conduzia seus filmes, vimos delinearem-se
aspectos menos evidentes em relação à produção intelectual de Glauber, pois, tanto é
notória sua trajetória como realizador cinematográfico quanto menos conhecidas suas
habilidades como pensador crítico e estratégico na cultura brasileira. Apesar de
Glauber Rocha, segundo suas palavras, ter escrito muito mais do que filmado, é na
condução estética de suas cenas que encontramos expressos com maior vivacidade os
conceitos éticos a que nos referimos.

Antes de demonstrarmos a capacidade estratégica de Glauber expressa nas


cores de seus filmes devemos situar os conceitos de ética, de territorialidade e
identidade nacional aos quais nos referimos. São necessárias algumas definições para
que possamos dar prosseguimento à análise do uso das cores na filmografia do diretor
em questão. Sobre o que entendemos ser o conceito de “pensamento ético”
observamos os estudos de Felix Gattari. Para o que entendemos por “cultura
brasileira” nos pautamos no que diz Renato Ortiz sobre o estudo das culturas.
Acreditamos ser igualmente pertinente o que observa Manuel Castells sobre política e
territorialidade.

A palavra ética designa significados de uma tal abrangência que, em face ao


sem número de interpretações que a palavra ética sugere, estabelecemos aqui o
seguinte parâmetro. Estamos nos referindo àquele âmbito da ética, que conforme nos
apresentou Félix Guattarii, envolve indissociavelmente um comprometimento integral
com as relações da subjetividade humana, sendo urgente para isso uma consciência e
maturação no trato com os territórios possíveis de individuação e de coletividade. Nós
nos alinhamos com Guattari quando entendemos que os registros ecológicos a que se
refere, especialmente quando nos fala de uma ecologia da subjetividade humana e das
relações sociais, se estende em articulações de cunho político e social e que tais
preocupações fizeram parte do discurso de Glauber durante toda sua vida estando
preservadas em seus filmes e livros.

Desta maneira quando nos referimos a um “pensamento ético” estamos


concordando com Guattari no sentido de que entendemos a ética no conjunto das
relações humanas quando ocupadas também da preservação e valoração de seu
entorno, seu ambiente e seus territórios de subjetividade.

... “Em todas as escalas individuais e coletivas, naquilo que concerne tanto à vida
cotidiana quanto à reinvenção da democracia - no registro do urbanismo, da criação artística,
do esporte etc. - trata-se, a cada vez, de se debruçar sobre o que poderiam ser os dispositivos
de produção de subjetividade, indo no sentido de uma re-singularização individual e/ou
coletiva, ao invés de ir no sentido de uma usinagem pela mídia, sinônimo de desolação e
desespero.” (GUATTARI, 1990, pág.6)

Igualmente importante quando falamos da obra de Glauber Rocha é esta noção


de ética vista através das relações políticas como chave das possibilidades de
persuasão contidas na obra cinematográfica. No caso específico do filme em questão,
O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro, o uso das cores atua como
ferramenta crucial para a afirmação de uma realidade. É inevitável uma referência ao
trabalho de Manuel Castellsii quando analisamos o jogo de forças (ver Castells, 2007)
presente não somente no cenário político brasileiro dos anos 1960 e 1970, mas
também o jogo de forças presente na inserção intelectual de Glauber Rocha em meio
ao cenário intelectual e crítico em âmbito internacional. Observamos, então, estas
áreas de passagem e as regras rígidas que as regem.

Passando à definição de “cultura brasileira” nos alinhamos com aqueles que


crêem na cultura como um sistema dinâmico e em constante mutação (ver ORTIZ,
2000), desta forma falamos não em cultura brasileira como algo planificado e
catalogável, mas sim em uma “construção dinâmica” da interpretação territorialiii.

O que seria então a construção de um ideário nacional diante deste contexto


universalizante da obra de Guattari, Ortiz e Castells? Sustentamos que a trajetória do
cineasta Glauber Rocha aponta para o fato de que, o que há de permeável em relação a
uma intelectualidade em âmbito mundial se dá a partir de um profundo entendimento
e apreciação de seu entorno de origem.

Um filme em cores

Imbuídos destas noções abrangentes no tocante à ética e cultura, nos voltamos


para as cores do filme O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (ou Antonio
das Mortes como também é conhecido) e podemos identificar uma preocupação com a
valorização de seu território objetivo, e subjetivo, de origem, em cores que o
representem. Quando falamos em cores, falamos objetivamente das cores
fotografadas, da direção de arte, mas também subjetivamente do espírito de sua terra
delineando a construção de um imaginário representativo do sertão baiano. Neste
filme as cores desempenham um papel especialmente importante na tradução do
pensamento ético de Glauber em relação à Bahia. A preocupação com as cores deste
filme aponta para o desenvolvimento de uma linguagem que se ocupasse de traduzir a
Bahia e retratasse a luz dos trópicos em seus tons fortes, afirmando a valorização
destas cores em posição diametralmente oposta ao que vinha sendo feito pelo cinema
europeu em cores suaves de filmes como O Acossado de Jean-Luc Godard (1959),
Alphaville (1965) e Os Incompreendidos (1959), Jules et Jim (1954) de François
Truffaut.

Filmado em 1968 e lançado em 1969 no Festival de Cannes, O Dragão da


Maldade Contra o Santo Guerreiro é o quarto longa-metragem do cineasta e, apesar
de Glauber ter filmado o curta-metragem Amazonas Amazonas para o Departamento
de Turismo e Promoções do Estado do Amazonas em cores no ano de 1966, este é seu
primeiro longa-metragem em cores.

O ano de 1968 foi ano de maior radicalização dos movimentos contra a ditadura
militar instalada no Brasil em 1964 e também o ano que culminou com o AI-5 em
dezembro. Glauber Rocha viaja para o município de Milagres no interior da Bahia,
acompanhado da mãe, Lucia Rocha, que faria parte do figurino, da mulher, Rosa
Maria Penna, atriz do filme, e de mais um conjunto de atores conhecidos – Odete
Lara, Hugo Carvana, Maurício do Valle, Othon Bastos, Jofre Soares – e uma equipe
técnica de renome: Affonso Beato na fotografia, Antonio Calmon na assistência de
direção, Zelito Viana na produção, Walter Goulart no som, Hélio Eichbauer, Paulo
Lima e Paulo Gil Soares na cenografia. As filmagens acontecem no inverno, no
começo do segundo semestre, e as atividades de finalização ocuparam Glauber
durante os últimos meses do ano. O filme pronto é enviado ao co-produtor francês
Claude Antoine, para legendagem e versão francesa, em meio a prisões e instabilidade
civil do país provocada pelo AI-5.

Em 1969, outros filmes importantes do Cinema Novo são lançados, como


Macunaíma de Joaquim Pedro de Andrade e Brasil Ano 2000 de Walter Lima Jr. que,
pelos valores evocados, pela coloração forte e acima de tudo pela mistura de valores
arcaicos e modernos, dialogam com o movimento tropicalista, que despontava naquele
momento nas artes plásticas e na música popular brasileira.

A atriz Odete Laraiv, protagonista do filme no papel de Lara, escreveu em seu


diário durante sua estada em Milagres no interior da Bahia suas impressões no set de
filmagem... "Mais uma cena que não havia no roteiro. Eu, de négligé roxo
esvoaçante, surgindo no meio da caatinga carregando uma braçada enorme de flores
de papel colorido... Penso que Glauber é também pintor”. (LARA, 1990, pág. 57)

Fig. 1) A atriz Odete Lara


em fotocartaz de O Dragão
da Maldade Contra o Santo
Guerreiro, acervo Tempo
Glauber.
Glauber procurou o fotógrafo Affonso Beato no Rio de Janeiro com uma
demanda bastante específica em relação a um efeito em uma determinada cena do
filme, apesar de estarem afastados ambos, diretor e fotógrafo se uniram em nome do
fazer cinematográfico... “Glauber e eu, na época, estávamos meio brigados. Nos
falávamos só socialmente. Algo estava “pegando” naquele momento”... (BEATO,
2003, pág. 18). A partir desta articulação ética entre diretor e fotógrafo surgia a
expressão do que é filmar o sertão baiano. Affonso Beato conta como eram as
condições: “Não havia recursos. E isso fazia com que a densidade das cores ficasse
muito alta e havia uma saturação, que era o que a gente queria das cores primárias. E
isso tudo era meio combinado com o desenho de arte, cores, vestidos, onde houve uma
interferência estética” (BEATO, 2003, pág. 18). A visão de Glauber quanto ao uso das
cores neste filme retrata sua percepção do seu território de origem. Glauber, em um
sentido oposto, fez com as cores baianas o que a nouvelle vague estabeleceu como
padrão cromático nos filmes do período.

... Glauber me procurou no Rio de Janeiro com o projeto do Dragão, mas pra me fazer
uma pergunta específica, ele queria fazer um efeito especial na câmera que era a explosão de
luz quando o Santo Guerreiro, São Jorge, espeta a lança. Na época eu tinha uma fama de que
conhecia bastante a tecnologia, então eu fiquei conversando com ele. Eu me lembro muito do
Amarelinho, ali na Cinelândia, a gente estava tomando um chopinho e eu disse: “pô, Glauber,
a meu ver esse é um efeito muito simples, entende? Quer dizer, o filme vai ser... é uma cena
filmada de dia com o negativo... o diafragma da câmera deve ser onze, dezesseis, bem
fechado... Eu faria uma coisa bem simples: na hora que o Santo Guerreiro espetasse eu abriria
violentamente o diafragma da câmera e isso faria a luz explodir. Eu acho que isso cumpriria a
façanha”. Ele adorou a simplicidade. (BEATO, 2008, pág. 3)

A técnica para Glauber está a serviço de uma idéia e nunca o contrário. Não
adotamos de forma alguma uma postura tecnofóbica, apenas apontamos para o que
entendemos ser prioritário para o encaminhamento das relações humanas, que os
ideais de simplicidade, preservação e humanidade se sobressaiam.

Da experiência em fotografar o “Dragão” no sertão baiano, na cidade de


Milagres nasceu a técnica conhecida como “Tropicolor” que valoriza a luz saturada no
sertão baiano. Sobre esta forma de fotografar, Affonso Beato escreveu:

...”A expressão ‘Tropicolor’ é uma invenção baiana. O que é tropicolor? Isso remete à
idéia de uma cinematografia, de uma expressão, de um conjunto de filmes como Macunaíma,
que fazem parte desse momento. Enfim, a busca de uma cor tropical em que o verde, os
amarelos, os vermelhos são tão fortes, no sentido que a nouvelle vague sempre foi assim,
aquele azulzinho, entende? A coisa das latitudes de clima temperado, entende? Tudo muito
suave e tudo. E nós fizemos uma coisa de alto contraste e alta densidade, alta saturação.
Tropicolor é o expressionismo tropical.” (BEATO, 2008, pág. 3)

Em entrevista à Maria do Rosário Caetano para a Revista de Cinema em 2003,


Affonso Beato descreve o arrojo e ineditismo do “Tropicolor”. Um mês antes do início
das filmagens, já tínhamos um arrojado projeto de cores, intenções e procedimentos
para o filme... Aumentei o contraste, o que gerou resultado gráfico que causou grande
impacto na época. (BEATO, 2003, pág. 18)
Fig. 2) Fotograma de
O Dragão da Maldade
Contra o Santo
Guerreiro.
Acervo Tempo
Glauber.

A repercussão

O filme recebeu a Palma de Ouro de Melhor Direção na edição do festival de


Cannes de 1969 concorrendo com Easy Rider, de Dennis Hopper e Z de Costa Gavras,
e sua repercussão ajudou a difundir o olhar de Glauber sobre a cultura brasileira. O
cineasta Luchino Visconti, presidente do júri, tornou-se um entusiasta do filme, e
segundo o Zelito Viana, produtor do filme, declarava abertamente sua admiração pela
obra de Glauber. Paloma Rocha, filha do cineasta conta que o romancista Guimarães
Rosa disse a Glauber que Antônio das Mortes (personagem principal que dá o
"segundo título" ao filme) ”resumia a ética sertaneja”.

Fig. 3) Glauber entre


Claudia Cardinalle,
Luccino Visconti e Ives
Montand recebendo o
prêmio em Cannes, 1969.
Acervo Tempo Glauber.

A recepção do filme foi tão calorosa que mereceu a primeira capa em cores da
revista Cahiers du Cinema tida como referência na crítica cinematográfica. Diversos
críticos internacionais teceram elogios ao filme na época de seu lançamento, como
Jean de Baroncelli, para o jornal Le Monde.
“Romanceiro, ópera barroca, poema épico atravessado de gritos de cólera e de sofrimento,
“tapeçaria” de cores fulgurantes, canto de revolta e de esperança: O Dragão da Maldade
Contra o Santo Guerreiro é tudo isso ao mesmo tempo. Mas essa obra calorosa e veemente é,
além disso, o fruto de uma reflexão pessoal, de uma análise lúcida daquilo que devem ser as
relações do cinema brasileiro com a realidade brasileira.” (BARONCELLI, 1969)

Fig. 4) Primeira capa


colorida da revista
francesa de cinema
Cahiers du Cinema.
Acervo Tempo Glauber.

No Brasil não foi diferente e o filme ficou dois meses em cartaz e sobre ele o
historiador Alex Viany escreveu:

“Ópera-Macumba, sim. A definição do próprio Glauber Rocha é bastante boa. Mas o filme é
mais, muito mais, em sua desembestada desarrumação, em sua alucinada tentativa de
descobrir nossa bárbara verdade. Desarrumar o (aparentemente) arrumado é a missão não de
Antônio das Mortes, mas de Glauber Rocha, provavelmente o mais importante e atuante de
nossos artistas: um homem que, pegando e destroçando todas as noções culturais e
subculturais que vai encontrando em sua rota, propõe, de fato, uma nova cultura para um novo
povo” (VIANY, 1969)

O Restauro

Recentemente, o filme Dragão teve sua cópia restaurada com supervisão


técnica do próprio diretor de fotografia do filme, Affonso Beato. O percurso traçado
pelo filme até seu restauro é por si só heróico e resistente.

Os negativos do filme foram destruídos em 1972 por um incêndio nas


dependências do laboratório GTC na França. Entretanto, o produtor francês Claude
Antoine guardara uma cópia em bom estado dublada em francês. Esta cópia foi cedida
em 1983 ao Museu Tempo Glauber, que abriga o acervo de Glauber no Rio de
Janeiro, uma cópia do som em versão brasileira foi conseguida em Cuba e no início
dos anos 1980 a Cinemateca Brasileira iniciou o restauro fotoquímico e gerou o
primeiro internegativo para o processo de restauro do filme. Hoje, após trinta anos,
através de um processo digital em um laboratório inglês, podemos ver este resultado
nas telas em seu relançamento.

O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro em seu relançamento nos


cinemas é hoje um documento importante a ser preservado, sendo retrato de um
momento fértil da cinematografia nacional e pedra inaugural de uma técnica
amplamente reconhecida e utilizada por filmes brasileiros do mesmo período.

À guisa de conclusão observamos como os conceitos apreendidos pelas noções


propostas por Guattari, Casttels e Ortiz se fazem presentes e entremeiam o percurso
deste filme de Glauber, ficando isto claro, primeiro no planejamento cuidadoso do uso
das cores como ferramenta de afirmação da linguagem dos trópicos por parte do
realizador Glauber Rocha através da invenção da técnica fotográfica do “Tropicolor”,
em um segundo plano vimos os resultados desta valoração do território original de
Glauber ser reconhecida com a validação e acolhimento da crítica nacional e
internacional inserindo o sertão baiano idealizado por Glauber no contexto do cinema
mundial e, por fim, o recente relançamento da cópia restaurada do filme evidenciando
o interesse do público e de vários órgãos de fomento à cultura e a importância desta
obra na construção de uma cultura que se afirme nacional brasileira.

REFERÊNCIAS

BARONCELLI, Jean de. Le Monde, Paris, França. 30 outubro 1969.

BEATO, Affonso. "Tropicolor: fotografando o sertão em cores". Jornal A Hora do


Dragão, material de distribuição para o relançamento do filme restaurado. Rio de
Janeiro, 20 de maio de 2008.

________. "Especial Glauber Rocha". Revista de Cinema, n0 5, pág. 12 . Rio de


Janeiro, 2003.

CASTELLS, Manuel. Communication, Power and Counter-power in the Network


Society. International Journal of Communication [Online] 1:1, 2007 Feb 8.
Disponível em: http://ijoc.org/ojs/index.php/ijoc/article/view/46/35. Acesso em: 12
abr 2008.

GUATTARI, Félix. As três ecologias. 17ª ed. São Paulo: Papirus, 1990.

________. Caosmose: um novo paradigma estético. 4ª ed. São Paulo: Ed. 34, 1992.

LARA, Odete. Minha jornada interior. Best Seller, 1990.

ORTIZ, Renato. Cultura Brasileira & Identidade Nacional. São Paulo: Brasiliense,
2000.

________. Estudos culturais. Tempo soc. , São Paulo, v. 16, n. 1, 2004. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
20702004000100007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 12 abr 2008. doi:
10.1590/S0103-20702004000100007.

VIANY, Alex. “Filme em Questão”, Jornal do Brasil, 13 junho 1969.


i
... “As formações políticas e as instâncias executivas parecem totalmente incapazes de apreender essa
problemática no conjunto de suas implicações. Apesar de estarem começando a tomar uma consciência
parcial dos perigos mais evidentes que ameaçam o meio ambiente natural de nossas sociedades, elas
geralmente se contentam em abordar o campo dos danos industriais e, ainda assim, unicamente numa
perspectiva tecnocrática, ao passo que só uma articulação ético-político – a que chamo ecosofia – entre os três
registros ecológicos (o do meio ambiente, o das relações sociais e o da subjetividade humana) é que poderia
esclarecer conveniente tais questões.”(GUATTARI, 1990, pág.1)

ii
... “Entendo o poder como sendo a capacidade estrutural de um ator social para impor a sua vontade sobre
outro ator (es) social. Todos os sistemas institucionais refletem relações de poder, bem como os limites dessas
relações de poder sendo negociados por um processo histórico de dominação e contra-dominação. Assim,
faço também uma análise o processo de formação do contra-poder, que entendo ser a capacidade de um ator
social de resistir e desafiar relações de poder que são institucionalizadas. De fato, as relações de poder são
conflituosas por natureza, uma vez que sociedades são diversas e contraditórias. Por isso, a relação entre
tecnologia, comunicação, e poder reflete valores e interesses opostos, e emprega uma pluralidade de atores
sociais no conflito.” (CASTELLS, 2007, pág.238)

iii
... a problemática da cultura encerra algo de qualitativamente diferente em relação às perspectivas
trabalhadas antes? Creio que sim. A tradição das ciências sociais, nos seus diversos ramos disciplinares,
confinava a esfera da cultura a certos gêneros específicos: na literatura, a discussão estética; na antropologia,
a compreensão das sociedades indígenas... (ORTIZ, 2004)

iv

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