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CÓDIGO DE ÉTICA E PADRÕES DE CONDUTA DA ANBID

PREÂMBULO

É intenção das entidades filiadas à Associação Nacional dos Bancos de Investimento -


ANBID (as “Associadas”) determinar as normas éticas e padrões de conduta básicos
que devem ser observados na condução de suas atividades profissionais e no
relacionamento com clientes e agentes do mercado.

CONSIDERANDO QUE

As Associadas entendem ser de suma importância a manutenção de elevados padrões


éticos na condução dos seus negócios;

A transparência e probidade na condução dos negócios das Associadas, especialmente


no relacionamento com clientes e demais agentes dos mercados financeiro e de capitais,
são essenciais para o desenvolvimento da economia como um todo;

O compromisso das Associadas no exercício de suas funções, que geram especialmente


atos fundados em relação de natureza fiduciária, excede o escopo das normas legais,
devendo submeter-se necessariamente a princípios éticos rígidos;

O Conselho de Normas Éticas da ANBID (o “Conselho”) institui o presente CÓDIGO


DE ÉTICA E PADRÕES DE CONDUTA DA ANBID (o “Código”), que tem caráter
vinculante e portanto deve ser observado e cumprido por todas as Associadas, na
condução de seus negócios no mercado financeiro e de capitais.

I- DOS PRINCÍPIOS ÉTICOS FUNDAMENTAIS

Artigo 1º. A atuação das Associadas e a interpretação de todas as normas a elas


aplicáveis deverão se reger pelos seguintes princípios gerais:

(a) Estrita observância do sistema de leis, normas, costumes e normas de auto-regulação


da ANBID que regem sua atividade;

(b) Observância dos princípios da probidade e da boa-fé;

(c) Observância dos interesses de investidores, emissores e demais usuários de seus


serviços;

(d) Compromisso com o aprimoramento e valorização dos mercados financeiro e de


capitais;

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(e) transparência sobre os procedimentos envolvidos em suas atividades;

(f) Preservação do dever fiduciário com relação a seus clientes;

(g) Preservação do sistema de liberdade de iniciativa e de livre concorrência;

(h) Responsabilidade social e espírito público;

(i) Manutenção do estrito sigilo sobre as informações confidenciais que lhe sejam
confiadas em razão da condição de prestador de serviços.

II - DOS PADRÕES DE CONDUTA

Artigo 2º. São responsabilidades fundamentais das Associadas, com relação à


condução de seus negócios:

(a) Conhecer e observar todas as leis e normas aplicáveis a suas atividades, inclusive os
Códigos de Auto-Regulação da ANBID, e disseminá-las internamente aos seus
funcionários;

(b) Não violar ou aconselhar a violação, e ainda opor-se à violação das leis e normas
aplicáveis a suas atividades, inclusive aquelas dispostas nos Códigos de Auto-
Regulação da ANBID;

(c) Contribuir para o aprimoramento do ordenamento jurídico aplicável aos mercados


financeiro e de capitais;

(d) Exercer a intermediação financeira e as atividades relacionadas com a negociação


de valores mobiliários nos termos das prerrogativas legais que lhes forem cometidas
pelo Poder Público.

Artigo 3º. As Associadas devem observar, em seu relacionamento com os agentes e


entidades do Mercado de Capitais, os seguintes padrões de conduta:

(a) Contribuir para a manutenção de ambiente de negociação capaz de proporcionar


formação adequada de preços, liquidez no mercado e concorrência leal;

(b) Contribuir para análise, avaliação, aprimoramento e bom encaminhamento de


sugestões ou propostas para o desenvolvimento do mercado financeiro e de
capitais;

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(c) Observar, na divulgação de sua publicidade, as leis e as normas aplicáveis e os
padrões éticos de conduta estabelecidos pela ANBID em seus Códigos de Auto-
Regulaçãocompatibilizando o direito de informação do mercado, o dever de
informar e o dever de sigilo;

(d) Não utilizar informação privilegiada na realização de seus negócios, em violação


a qualquer norma ética ou jurídica, e manter o dever de sigilo;

(e) Não realizar operações que coloquem em risco sua capacidade de liquidação
física ou financeira;

(f) Manter-se independente nos procedimentos de auditoria, análise e avaliação de


quaisquer ativos e/ou empresas.

Artigo 4º. As Associadas devem observar, no seu relacionamento com os Clientes,


os seguintes padrões de conduta:

(a) Praticar remuneração adequada na prestação dos serviços que lhes sejam
autorizados em decorrência de sua participação no mercado financeiro e de
capitais;

(b) Adotar providências no sentido de evitar a realização de operações em situação


de conflito de interesses, visando assegurar tratamento eqüitativo a seus clientes;

(c) Utilizar-se de especial cuidado na identificação e cumprimento de seus deveres


fiduciários junto a seus clientes;

(d) Zelar para que seu corpo funcional mantenha conhecimento e qualificações
técnicas necessárias ao atendimento de seu público;

(e) Manter sigilo sobre informações e dados confiados por seus clientes em razão da
relação profissional que com eles possuem;

(f) Oferecer a seus clientes todas as informações e documentação a respeito de seus


investimentos efetivos ou potenciais, de modo a permitir-lhes uma adequada
decisão de investimento.

III - DO CONSELHO DE NORMAS ÉTICAS

Artigo 5º. O Conselho é o órgão responsável pela interpretação e aplicação dos


princípios e normas éticas contidas neste Código, e será organizado e funcionará
de acordo com as regras a seguir descritas.

Artigo 6º. É Competência Privativa do Conselho:

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(a) Fazer respeitar os critérios de conduta e princípios definidos neste Código,
instaurando e conduzindo processos e aplicando as penalidades cabíveis às
Associadas quando da ocorrência de violações;

(b) Elaborar e submeter à Assembléia Geral, através da Diretoria da ANBID, emendas


ou alterações a este Código;

(c) Opinar sobre questões de interpretação deste Código, suscitadas pela Assembléia
Geral, pela Diretoria ou pelas Associadas.

Artigo 7º. O Conselho será composto por 7 (sete) membros, sendo um presidente e um
vice-presidente eleitos pela Assembléia Geral, e os demais indicados pela Diretoria da
ANBID dentre os representantes das Associadas, vedada a eleição e/ou nomeação de
mais de um representante por instituição.

Parágrafo primeiro: O mandato dos membros do Conselho será de 2 (dois) anos,


admitida a recondução, sendo que o Presidente do Conselho pode ser reconduzido
apenas uma vez.

Parágrafo segundo: Os membros do Conselho permanecerão em seus cargos até


a posse dos novos conselheiros, sendo que, no caso de vacância, a Diretoria deverá
indicar um substituto para completar o prazo do mandato, e, em se tratando do
Presidente ou Vice-Presidente, a Assembléia Geral deverá eleger novos membros para
os cargos em vacância.

Parágrafo terceiro: Os membros do Conselho não receberão qualquer


remuneração.

Artigo 8º. O Conselho se reunirá por convocação de qualquer de seus membros ou por
solicitação do Presidente da ANBID, mediante o encaminhamento da respectiva pauta
pelo Superintendente da ANBID.

Parágrafo único: As reuniões do Conselho serão realizadas nos escritórios da


ANBID, e serão presididas por seu presidente, ou, em sua ausência, por seu vice-
presidente, ou ainda por outro membro indicado pelos presentes, sendo secretariadas
pela Assessoria Jurídica da ANBID.

Artigo 9º. As reuniões do Conselho serão instaladas com a presença de, no mínimo, 5
(cinco) membros. Não atingindo esse número, deverá ser convocada nova reunião.

Artigo 10. As deliberações do Conselho serão tomadas por maioria dos votos dos
presentes, cabendo ao Presidente, o voto de desempate.

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Artigo 11. Os membros do Conselho poderão se declarar impedidos de votar nas
deliberações do Conselho.

Parágrafo Primeiro: Se, em decorrência desse impedimento, não se atingir o


quorum de 5 (cinco) membros, será convocada nova reunião para deliberar sobre a
matéria.

Parágrafo Segundo: Caso não se atinja o quorum na nova reunião, ou se o


número de membros impedidos seja tal que o quorum não possa ser atingido, a Diretoria
da ANBID deverá indicar representantes para deliberar especificamente sobre o assunto
que seria objeto de deliberação.

IV – DO PROCESSO

Artigo 12. Na hipótese de o Conselho detectar indícios suficientes de descumprimento


dos princípios e normas deste Código, instaurará processo em face da Associada, que
será regulado nos termos deste Capítulo.

Parágrafo primeiro: Caso o Conselho julgue necessário, poderá solicitar à


Associada informações sobre os fatos que levariam à instauração do processo, de modo
a formar entendimento sobre sua real necessidade. A não prestação das informações
solicitadas será considerada infração às disposições desse Código.

Parágrafo segundo: Instaurado o processo, o Conselho indicará, dentre seus


membros, o relator que conduzirá a instrução do processo e terá poderes para proferir
despachos visando seu andamento.

Parágrafo terceiro: O processo será autuado em folhas numeradas, e reunirá


todos seus atos, a começar pela ata da reunião do Conselho na qual se decidiu pela
instauração do processo.

Artigo 13. Cabe ao relator determinar a notificação da Associada interessada para


apresentação de sua defesa, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data de seu
recebimento, a qual deverá estar acompanhada de todos os documentos pertinentes,
podendo, inclusive, ser solicitada a oitiva de até 3 (três) testemunhas.

Parágrafo primeiro: A notificação de que trata o caput deste artigo relacionará os


fatos e as circunstâncias de direto que deverão ser objeto de julgamento.

Parágrafo segundo: O prazo de que trata o caput deste artigo poderá ser
prorrogado por mais 30 (trinta) dias, a critério do relator, mediante requerimento
fundamentado da Associada entregue até o último dia do mencionado prazo.

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Artigo 14. O relator promoverá a notificação dos interessados para a audiência de
oitiva da Associada e de testemunhas, se houver, a qual deverá ser realizada dentro de
30 (trinta) dias a contar do recebimento da defesa.

Parágrafo único: O relator poderá notificar até 3 (três) testemunhas, a seu


critério, para participar da audiência de que trata o caput deste artigo.

Artigo 15. Finda a audiência, tem o relator o prazo de 15 (quinze) dias para elaborar
seu relatório e enviá-lo, juntamente com cópia dos autos do processo, aos demais
membros do Conselho.

Parágrafo único: Recebida cópia dos autos do processo pelos membros do


Conselho, deverá ser o mesmo incluído em pauta para julgamento, a realizar-se no
prazo de 30 (trinta) dias.

Artigo 16. Na sessão de julgamento, após a leitura do relatório, o relator dará a palavra
para o representante da Associada, se presente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, para
que ofereça suas razões finais de defesa. Em seguida, o relator e os demais membros do
Conselho, nessa ordem, proferirão seus votos, em sessão reservada.

Parágrafo primeiro: Poderá qualquer membro do Conselho requerer a suspensão


do julgamento para análise do caso e, uma vez concedida, será marcada nova sessão de
julgamento no prazo de 30 (trinta) dias.

Parágrafo segundo: Terminado o julgamento, o processo será encaminhado ao


relator para lavratura do acórdão, o qual deverá conter ementa da qual será intimada a
Associada.

V- DAS E PENALIDADES

Artigo 17. A não observância dos princípios e normas estabelecidos neste Código
sujeita as Associadas, por decisão do Conselho, às seguintes penalidades:

(a) Recomendação à Associada em carta reservada;

(b) Advertência à Associada em carta reservada;

(c) Multa;

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(d) Suspensão da Instituição, do quadro de associados da ANBID, por prazo
determinado, ou vinculado ao término de procedimento administrativo, disciplinar,
investigativo ou judicial;

(e) Proposta de desligamento da Instituição, do quadro de associados da ANBID, à


Assembléia Geral.

Parágrafo primeiro: A multa a que se refere a alínea (d) acima pode ser aplicada
isoladamente ou combinada com quaisquer outras penalidades, sendo seu valor fixado
pelo Conselho, com base nos critérios da razoabilidade e proporcionabilidade.

Parágrafo segundo: Na aplicação das penalidades acima estipuladas, serão


considerados o grau e a potencialidade do dano ao mercado e investidores causado pela
infração, bem como atitudes concretas da Associada visando reparar, minorar ou
compensar o dano.

VI - DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Artigo 18. Quaisquer questões oriundas do teor ou aplicação deste Código serão
dirimidas pelo Conselho.

Artigo 19. Este Código entra em vigor na data de sua divulgação nos meio de
comunicação da ANBID, após devidamente aprovado pela Assembléia Geral.

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