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ALTO ARAGUAIA
2008
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ALTO ARAGUAIA
2008
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BANCA EXAMINADORA
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Prof. Me. Shirlene Rohr de Souza (Orientadora)
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Prof. Esp. Mônica de Castro Teixeira (Membro)
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Prof. Me. Wesley Barbosa Thereza (Membro)
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Agradeço
Aos meus amigos e familiares pelo incentivo e
paciência.
Aos professores e colegas pelo ensinamento, amizade
e pela sabedoria compartilhada.
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(BRAILLE, 1992)
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RESUMO
Este trabalho apresenta o papel das bibliotecas universitárias como um recurso que
auxilie o acesso à informação pelos deficientes visuais. Tem o intuito de expor as
políticas de inclusão que podem ser adotadas em bibliotecas universitárias. A pesquisa,
realizada por meio de uma revisão de literatura, procurou abordar aspectos sobre o
direito do usuário a informação e as tecnologias de informação e comunicação,
especificamente as tecnologias assistivas, utilizadas para promover a acessibilidade
das pessoas com deficiências. Faz referência ainda às iniciativas realizadas por
bibliotecas universitárias brasileiras demonstrando que o processo de integração social
dos deficientes visuais tem avançado no país.
RESUMEN
Este trabajo presenta el papel de las bibliotecas universitarias como un recurso que
auxilie el acceso a la información superior por los deficientes visuales. Tiene el intuito
de exponer las políticas de inclusão que pueden ser adoptadas en bibliotecas
universitarias. La investigación realizada por medio de una revisión de literatura buscó
abordar aspectos sobre el derecho del usuario la información y las tecnologías de
información y comunicación, específicamente las tecnologías assistivas, utilizadas para
promover la acessibilidade de las personas con deficiencias. Hace referencia aún a la
iniciativas realizadas por bibliotecas universitarias brasileñas demostrando que el
proceso de integración social de los deficientes visuales ha avanzado en el país.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 12
1 BIBLIOTECA E USUÁRIO: UM CONTEXTO DA TRAJETÓRIA 17
2 PRIMEIRAS TECNOLOGIAS DE AUXÍLIO AOS DEFICIENTES VISUAIS 22
2.1 Valentin Haüy 23
2.2 Charles Barbier de La Serre 25
2.3 Louis Braille 27
3 TECNOLOGIA ASSISTIVA 30
4 RELATOS DE EXPERIÊNCIA: O QUE AS UNIDADES DE INFORMAÇÃO TÊM
FEITO PARA ATENDER AOS DEFICIENTES VISUAIS 34
4.1 Serviço Braille da Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) 34
4.2 Sala de Acesso à Informação e Laboratório de Apoio Didático para Portadores
de Necessidades Especiais – UNICAMP 35
4.3 Biblioteca do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (BIBIFCH) - UNICAMP 35
4.4 Centro de Acessibilidade ao Aluno Deficiente Visual (CADV) da PUC-Campinas 36
4.5 Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrinas (UEL) 37
4.6 Bibliotecas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 37
4.7 Catálogo Coletivo de Livros em Braille e Livros Falados 38
CONSIDERAÇÕES FINAIS 39
REFERÊNCIAS 45
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INTRODUÇÃO
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O termo biblioteca foi definido inicialmente pelos gregos, depois foi transposta para o latim de onde chegou
até o conhecimento da civilização ocidental (BIBLIOTECA, 1990).
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feito com que a biblioteca seja inserida no grupo dos instrumentos necessários ao
desenvolvimento da sociedade.
Para que a biblioteca seja cada vez mais um centro de transmissão de
informações que permite todo e qualquer usuário o acesso imediato à informação
de seu interesse, independente de suas condições físicas, sociais, econômicas ou
psicológicas, é necessário que a sua divisão em várias categorias seja respeitada,
seja ela uma Biblioteca Nacional, Infantil, Escolar, Pública, Universitária,
Especializada, Virtual ou Especial.
Embora existam diversos tipos de biblioteca, duas questões são bastante
básicas: a primeira é que cabe a cada uma delas um público específico,
significando que, para cumprir o seu papel frente à sociedade, é preciso que ela
responda satisfatoriamente às necessidades informacionais de seus usuários,
indistintamente, favorecendo a construção da cidadania. A segunda é que,
independente do usuário para a qual se destina, sua função e objetivos são
voltados para atender suas necessidades informacionais.
No caso deste estudo, o foco de atenção diz respeito à utilização das
novas tecnologias em bibliotecas que visam atender ao público com diferentes
graus de deficiência visual. São poucas as bibliotecas preparadas para isso. A
grande maioria dentre as existentes faz parte de instituições especializadas que
atendem apenas aos deficientes visuais que utilizam o seu ambiente. As
bibliotecas que deveriam apresentar-se como um recurso imprescindível para
vencer a discriminação, visto que “[...] constituem os meios mais eficientes para a
reintegração dos cegos à vida ativa e à realização de um trabalho socialmente
útil, dentro de suas possibilidades intelectuais e psíquicas” (JAEGER; CUARTAS;
PIZZATTI, 1985, p. 9), na maioria das vezes atendem apenas a uma restrita
parcela da população, deixando a grande massa sem a oportunidade desses
serviços. Por este motivo, e devido à falta de estrutura para atendimento de um
amplo público, as bibliotecas universitárias e públicas estão procurando dispor as
informações para o deficiente visual, exercendo a função das Bibliotecas
Especiais.
Se o desenvolvimento de um país está ligado à democratização, por
conseguinte, é necessário que haja acesso igualitário a renda, saúde, educação,
lazer, segurança e também a informação. Souza, Marinho e Araújo (1993, p. 66)
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A NBR 9050 define acessível como “o espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento que
possa ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa, inclusive aquelas com mobilidade
reduzida. O termo acessível implica tanto acessibilidade física como de comunicação”. (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004).
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Barreira arquitetônica, urbanística ou ambiental é qualquer elemento natural, instalado ou edificado que
impeça a aproximação, transferência ou circulação no espaço, mobiliário ou equipamento urbano
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004).
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foram inventadas com o objetivo de atender aos deficientes visuais, bem como
fornece informações sobre Valentin Haüy, Charles Barbier de La Serre e Louis
Braille que tiveram vital participação na emancipação sócio-cultural dos DV.
Finalmente, o terceiro capítulo trata sobre as Tecnologias Assistivas e seu papel
fundamental na vida do DV. O quarto relata as principais experiências de
bibliotecas universitárias brasileiras no atendimento às pessoas com deficiência
visual.
Nas considerações finais, após o levantamento de novas tecnologias
disponíveis, há uma compilação das principais ações que podem ser adotadas em
bibliotecas para favorecer aos Deficientes Visuais.
Enfim, esta pesquisa mostra que muitas bibliotecas poderiam atender aos
deficientes visuais com novos suportes e novas tecnologias apenas com a
implantação de pequenas políticas de inclusão, o que é possível desde que haja
comprometimento e planejamento por parte das instituições, principalmente das
Universidades.
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Texto entregue pelo próprio autor e não apresentava paginação.
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Momento Fato
Histórico
El primer intento de enseñanza de lecto-escritura a personas ciegas lo
Idade Antiga encontramos en Grecia con Dirimo de Alejandría (311-358) d.c ciego
de nacimiento y diseñó un conjunto de piezas de marfil y letras en
relieve para poder elaborar la lecto-escritura (pero sólo quedó en un
intento). (GALET POSTIGO; LORENTE PARDO, 2005, p.4)
Zain-Din Al Amidi, criou um método que [...] consistia em fazer espiral
Século XIV de papel bem fino, estas eram engomadas e dobradas sobre os
caracteres, permitindo-lhe a leitura. (OLIVEIRA, 2007)
Em 1517, Girolando Cardano uso letras del alfabeto realizado en
madera para que las personas ciegas aprendieran a leer y escribir.
Século XVI (GALET POSTIGO; LORENTE PARDO, 2005, p.4)
como o latim, grego, hebreu e outras línguas vivas. Em 1771 tornou-se intérprete
real e recebeu o título “d'Interprète du Roi de l'Amirauté et de l'Hôtel de Ville”.
Dois fatos sucessivos influenciaram Haüy a iniciar os processos para a
educação de cegos. O primeiro seria uma apresentação na Feira de Santo Ovídio,
em Paris, no ano de 1771, onde presenciou cegos exibirem-se como fantoches
em cima de um estrado, o que o chocou profundamente.
[...] num café da Praça de Luís XV, mais tarde Praça da Concórdia, dez
indivíduos cegos mendigos [vestidos] como fantoches, que empunhavam
desajeitadamente um instrumento de música pela via pública, sendo
apresentados num estrado, grotescamente enfarpelados em trajes
ridículos, com compridos barretes pontiagudos nas cabeças e grandes
óculos de cartão (inclusive as lentes) nos narizes, diante de estantes
com músicas exuberantemente iluminadas, fazendo ouvir em uníssono e
à oitava uma monótona melodia, aparentemente dirigidos por um
maestro, também cego, enfeitado com o penteado de Midas e uma
cauda de pavão (GUERREIRO, 1999, p.116).
O segundo fato que o teria influenciado foi o encontro com o jovem cego
Lesueur, em 1784, que reforçou sua idéia de educar cegos.
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Arte de escrever em relevo, para uso dos cegos.
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Tese defendida pelos filósofos sofistas, “o sensismo põe uma distância apenas acidental, ou de grau de
complexificação, entre sensação e pensamento. Resultaria este último de uma transformação modalizante e
especializada da sensação”. (PAULI, 1997, p.1).
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3 TECNOLOGIA ASSISTIVA
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Instrumento de escrita manual do sistema Braille.
34
CONSIDERAÇÕES FINAIS
B) Serviços
A criação de serviços para os deficientes visuais é uma necessidade
urgente; além dos serviços comumente disponibilizados na biblioteca, é preciso
8
Neste caso essas políticas não representam as normas que ditam seu funcionamento, mas
atitudes adotadas que poderiam facilitar as atividades realizadas pela instituição.
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C) Ambiente físico
9
Desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ).
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REFERÊNCIAS
DIGITAL, 1, 2001, São Paulo. Anais eletrônicos... São Paulo, 2001. Disponível
em: <http://www.fsp.usp.br/acessibilidade >. Acesso em: 31 dez. 2004.
ESCOLAR, Hipólito. História do livro em cinco mil palavras. São Paulo: Quiron;
Brasília: Luiron, INL, 1977.
OLIVEIRA, Regina Fátima Caldeira de. Braille: vamos ressaltar estes pontos. IN:
PAES, Eduardo Fernandes. Nossa língua_nossa pátria: uma página a serviço
da língua portuguesa, da educação e da literatura brasileira. 2007. Disponível em:
http://intervox.nce.ufrj.br/~edpaes/ . Acesso em: 15 mar. 2008.
SOUZA, Vilma Carvalho et al. Biblioteca da FAFICH & deficientes visuais: uma
pesquisa. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 11,
2000, Florianópolis. Anais eletrônicos... Florianópolis, 2000. Disponível em:
<http://snbu.bvs.br/snbu2000/docs/pt/doc/poster010.doc >. Acesso em: 05 abr.
2004.
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