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CLC7
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19 de novembro de 2009
Índice
Introdução................................................................4
Juventude.................................................................5
Formação em Inglaterra...........................................7
Regresso à Índia.......................................................8
A vida na África do Sul.............................................8
De volta à Índia......................................................11
A segunda Guerra Mundial.....................................15
A Divisão da Índia...................................................16
Princípios de Gandhi...............................................18
Cronologia..............................................................19
Conclusão...............................................................21
Webgrafia...............................................................22
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Introdução
4
Biografia
Juventude
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Gandhi aos 7 anos em 1876
Aos 13 anos, e segundo o costume hindu, casaram-no com uma
rapariga da sua idade chamada Kasturbai, a quem estava prometido
desde os seis anos sem o saber. O jovem esposo enamorou-se
apaixonadamente de Kasturbai, e para fazer amor com ela,
abandonou o leito do seu pai moribundo na noite exacta em que este
acabaria por falecer. Este facto deixou uma culpa inapagável em
Gandhi, que mais tarde se declararia contra o casamento entre
crianças e a favor da castidade sexual. Deste casamento nasceram
quatro filhos, todos meninos: Harlal Gandhi (1888), Manilal Gandhi
(1892), Ramdas Gandhi (1897) e Devdas Gandhi (1900).
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Formação em Inglaterra
Viveu três anos em Londres, frequentou a faculdade de Direito de
Londres e formou-se em 1891.
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Regresso à Índia
Regressou à Índia com o seu título de advogado, mas apesar de ter
ido à procura da sabedoria ocidental, voltava com o segredo que
tinha tornado sábios os hindus.
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Após terminar o seu trabalho, Gandhi estava prestes a regressar à
Índia, quando soube da existência de um projecto lei para retirar o
direito de sufrágio aos hindus. Decidiu então adiar a partida por um
mês para organizar a resistência dos seus compatriotas, o que não
sabia é que esse mês ia-se converter em 22 anos.
Durante essa grande etapa da sua vida, a sua maior preocupação foi
a libertação da comunidade indiana, e foi assim dando forma às
armas de luta que mais tarde utilizaria no seu país. Nos primeiros
anos, convencido das boas intenções do colonialismo britânico, abriu
um escritório para defender os seus compatriotas ante os tribunais
em Joanesburgo e propôs-se criar um movimento dedicado à
manifestação por meios legais. Fundou o jornal The Indian Opinion,
para unir a comunidade indiana e, como instrumento de agitação
legal, criou o Congresso Indiano de Natal. As suas simpatias
anglófonas levaram-no, durante a guerra contra os boers, a organizar
o Corpo Indiano de Ambulâncias, acção que mereceu duras críticas
por parte dos nacionalistas indianos.
Gandhi com o "Indian Ambulance Corps" durante a "Segunda Guerra dos Boers"
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primeira vez ao opor-se à lei de registo. Esta lei obrigava todos os
indianos a inscreverem-se num registo especial com as suas
impressões digitais. Gandhi ordenou aos seus compatriotas que não
se inscrevessem, que exercessem o comércio nas ruas sem licença e,
mais tarde, que queimassem os seus cartões de registo frente à
mesquita de Joanesburgo. Tal como muitos dos seus seguidores, foi
preso por diversas vezes, mas o movimento de resistência civil
obteve vários êxitos parciais.
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De volta à Índia
Gandhi voltou à Índia em 1915 como um verdadeiro herói, mercê das
suas campanhas no estrangeiro. O povo de Bombaim prestou-lhe um
caloroso acolhimento, o governador inglês fez questão de recebê-lo e
o poeta Rabindranath Tagore deu-lhe as boas-vindas na sua
Universidade Livre de Santiniketan.
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alguns focos de violência, apesar da insistência do líder no carácter
pacífico desses actos de expressão pública. Quando chegou a Delhi
para apaziguar a população, Gandhi foi detido.
Gandhi jejuando, a criança ao lado é Indira Gandhi, filha de Nehru e futura Primeira-
ministra da India.
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anos de prisão como uma honra, pelo que a sessão terminou com
uma reverência mútua entre juiz e acusado.
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costa e pegou num punhado de sal. Desde esse momento, a
desobediência civil foi imparável: deputados e funcionários locais
demitiram-se, soldados do exército indiano recusaram-se a disparar
sobre os manifestantes, as mulheres aderiram ao movimento; tudo
isto enquanto os seguidores de Gandhi invadia pacificamente as
fábricas de sal.
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E na prisão de Yervada, onde tinha sido encarcerado novamente, fez
um jejum até à morte contra a celebração de eleições separadas
entre hindus e párias. Assim obrigou todos os líderes políticos a
acudir junto do seu leito de prisioneiro para assinar um pacto com o
consentimento inglês. A sua obra de pedagogia popular para curar a
sociedade hindu não terminou aqui. Distanciado do Congresso, face à
decepção que lhe provocava as manobras dos seus políticos, dedicou-
se a visitar povos distantes, insistindo na educação popular, na
proibição do álcool e na libertação espiritual do homem.
Gandhi em 1931.
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seguinte, a 9 de Agosto de 1942, era preso juntamente com outros
membros do Congresso, o que provocou uma sublevação popular
seguida por uma série de violentas revoltas em todo o território
indiano. Esta foi a última prisão de Mahatma e talvez a mais dolorosa,
pois foi a partir do seu presídio em Poona que soube da morte da sua
mulher, Kasturbai. Era já um ancião frágil e debilitado quando saiu
em liberdade no ano de 1944.
A Divisão da Índia
Gandhi posicionou-se veementemente contra qualquer plano que
dividisse a Índia em dois estados, o que efectivamente aconteceu,
criando a Índia - predominantemente hindu - e o Paquistão -
predominantemente muçulmano.
No entanto, a sua posição opositora face à partição do subcontinente
nada conseguiu contra a determinação do líder da Liga muçulmana,
Jinnah, defensor da separação do Paquistão.
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extremistas de ambas as facções: os hindus atentaram contra a sua
vida em Calcuta e os muçulmanos fizeram o mesmo em Noakhali.
Durante os seus últimos dias em Delhi, iniciou um jejum para
reconciliar as duas comunidades, o qual afectou gravemente a sua
saúde. Ainda assim, apareceu de novo em público alguns dias antes
da sua morte.
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Princípios de Gandhi
A filosofia de Gandhi e as suas ideias sobre o satya e o ahimsa foram
influenciadas pelo Bhagavad Gita e por crenças hindus e da religião
jainista. O conceito de 'não-violência' (ahimsa) permaneceu por muito
tempo no pensamento religioso da Índia e pode ser encontrado em
diversas passagens do textos hindus, budistas e jainistas. Gandhi
explica a sua filosofia como um modo de vida na sua autobiografia A
História dos meus Experimentos com a Verdade (As Minhas
Experiências com a Verdade, em Portugal) - (The Story of my
Experiments with Truth).
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Depois de voltar à Índia da sua bem-sucedida carreira de advogado
na África do Sul, deixou de usar as roupas que representavam riqueza
e sucesso. Passou a usar um tipo de roupa que costumava ser usada
pelos mais pobres entre os indianos. Promovia o uso de roupas feitas
em casas (khadi).
Cronologia
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• 1888 - Gandhi vai para Londres para estudar Direito.
• 1893 - Abril: Gandhi chega à África do Sul.
• 1894 - Maio: Gandhi funda o Congresso Indiano de Natal.
• 1899 - A Guerra dos Bôeres na África do Sul.
• 1907 - Julho: Acto de Registo dos Asiáticos do Transvaal torna-
se lei e Gandhi lança a campanha de Satyagraha.
• 1903 - 16 de Agosto: Gandhi lidera um comício em
Johannesburg e encoraja a queima dos certificados de registo.
• 1914 - Gandhi e Smuts negociam o Acto de Reforma da
Questão Indiana.
• 1915 - 9 de Janeiro: Gandhi volta à Índia.
• 1919 - Gandhi inicia o hartal nacional.
• 1919 - 13 de Abril: O massacre de Amritsar.
• 1920 - Gandhi reconhece o Partido do Congresso e começa a
campanha da Satyagraha.
• 1924 - Gandhi conduz um jejum pela união hindu-muçulmana.
• 1930 - A Marcha do Sal e a campanha de Satyagraha.
• 1931 - 4 de Março: Irwin e Gandhi assinam o Pacto de Delhi.
• 1931 - Setembro: Conferência da Mesa-Redonda em Londres.
• 1942 - Movimento "Deixem a Índia!".
• 1947 - 22 de Março: Lorde Mountbatten, o último vice-rei, chega
à Índia.
• 15 de Agosto: A Índia torna-se independente e Nehru é
nomeado primeiro-ministro.
• 1948 - 30 de Janeiro: Gandhi é assassinado por Nathuram
Godse.
• 1966 - Indira Gandhi torna-se primeira-ministra.
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Conclusão
Conhecer a biografia de Gandhi é, ao mesmo tempo, entender o
processo de descolonização da Índia. É uma história marcada por
lutas, religiosidade política, preconceito, intolerância e filosofia de
vida. Visto como um mito religioso, Mahatma Gandhi era acima de
tudo um homem que procurava o auto-conhecimento, o auto controle
e entendia que a sua missão era lutar por uma Índia (ou por que não
dizer um mundo) mais justo, solidário e pacífico. E para isso não
usava da força bruta, fundamentava suas acções nos princípios do
Satyagraha (firmeza na verdade) para combater o regime imperialista
britânico, de forma não violenta.
Com uma voz miúda, Gandhi conseguia mobilizar multidões pregando
a não-violência. O cenário inicial foi a África do Sul onde, como
advogado, enfrentou a arrogância racista e defendeu os interesses
dos indianos que moravam neste país. A viagem à África do Sul não
tinha grandes objectivos. Gandhi, recém-formado, foi enviado para
ajudar juristas locais a redigirem uma acção judicial, mas o
preconceito racial elevado ao extremo alimentou o seu desejo de
justiça e a gota de água ocorreu quando ele foi espancado sem
motivos.
Vejo a figura de Gandhi como algo emblemático, seus movimentos
fundiram religião e política num mesmo emaranhado. A primeira era
o meio usado para disseminar os valores normalmente pregados pela
segunda. Sempre preocupado com o amor entre as pessoas, flagelou
o seu corpo várias vezes com longos jejuns no intuito de aumentar a
sua percepção e sensibilizar o povo quando a situação era de conflito.
A prisão foi a sua morada por vários momentos, mas isso nem de
perto atingiu a sua influência, pelo contrário isso só aumentava o
amor e admiração que o povo tinha por Bapu (pai). Usava estes
momentos com muita dignidade, humildade e sabedoria. Sempre com
a sua roca de fiar, Mahatma passava horas fazendo tecido, escrevia
cartas, artigos, respondia à correspondência e meditava por longas
horas.
Gandhi foi um sábio líder pacifista, com grande amor à humanidade
que lutou contra o gigante império britânico e o falso progresso da
civilização moderna baseada no lucro. Uma luta travada com
diplomacia e não-violência da sua parte. Mas apesar de conseguir
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mobilizar multidões a resistir pacificamente, isso nem sempre era
possível.
A partir da biografia de Mahatma Gandhi, vejo-o como um grande
homem que procurou a sua evolução e da humanidade. Foi um
homem sempre consciente dos seus erros e da sua missão.
Webgrafia
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Mahatma_Gandhi
• http://www.biografiasyvidas.com
• http://www.gandhi-manibhavan.org/
• http://www.gandhiserve.org/
• http://www.gandhi.hpgvip.ig.com.br/index.html
• http://www.nossosaopaulo.com.br/Reg_SP/Politicos/Gandhi.htm
• http://www.e-biografias.net/biografias/mahatma_ghandi.php
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