Este texto faz parte de uma investigação que desenvolvemos buscando compreender as imagens construídas de gênero, masculinidades e feminilidades, bem como as formas de discursos políticos, que estão presentes nos textos de estudantes de ensino médio vencedores, na etapa nacional, de nove edições do Prêmio “Construindo a Igualdade de Gênero”, realizado pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, vinculada à Presidência da República, entre os anos de 2005 e 2013, e como estes textos podem ser representativos de uma juventude brasileira e de uma política de Estado específica.
Este texto faz parte de uma investigação que desenvolvemos buscando compreender as imagens construídas de gênero, masculinidades e feminilidades, bem como as formas de discursos políticos, que estão presentes nos textos de estudantes de ensino médio vencedores, na etapa nacional, de nove edições do Prêmio “Construindo a Igualdade de Gênero”, realizado pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, vinculada à Presidência da República, entre os anos de 2005 e 2013, e como estes textos podem ser representativos de uma juventude brasileira e de uma política de Estado específica.
Este texto faz parte de uma investigação que desenvolvemos buscando compreender as imagens construídas de gênero, masculinidades e feminilidades, bem como as formas de discursos políticos, que estão presentes nos textos de estudantes de ensino médio vencedores, na etapa nacional, de nove edições do Prêmio “Construindo a Igualdade de Gênero”, realizado pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, vinculada à Presidência da República, entre os anos de 2005 e 2013, e como estes textos podem ser representativos de uma juventude brasileira e de uma política de Estado específica.
Entre ditos: representaes de masculinidades em textos de jovens
selecionados em uma poltica pblica de construo da igualdade
de gnero. Este texto faz parte de uma investigao que desenvolvemos buscando compreender as imagens construdas de gnero, masculinidades e feminilidades, bem como as formas de discursos polticos, que esto presentes nos textos de estudantes de ensino mdio vencedores, na etapa nacional, de nove edies do Prmio Construindo a Igualdade de Gnero, realizado pela Secretaria Especial de Polticas para as Mulheres, vinculada Presidncia da Repblica, entre os anos de 2005 e 2013, e como estes textos podem ser representativos de uma juventude brasileira e de uma poltica de Estado especfica. A iniciativa institucional que parte da estrutura polticoadministrativa da Presidncia da Repblica visa a formao de espaos de discusso acerca das desigualdades de gnero nas escolas e universidades. Para tanto, promove premiaes para estudantes no Ensino Mdio, Graduao, Mestrado e Doutorado e, a partir da 5 edio em 2009, incluiuse a Categoria Escola Promotora da Igualdade de Gnero, promovendo a premiao de projetos pedaggicos e aes inovadoras nesta temtica, propostas por escolas de nvel mdio, pblicas e privadas, por unidade da federao. As premiaes desta iniciativa se constituem em equipamentos, prmios em valores monetrios e bolsas de estudo ou iniciao cientfica. O premio visa, desta forma, estimular a reflexo acadmica e a produo cientfica sobre as relaes de gnero, feminismos e as condio das mulheres e no Brasil. Partindo deste ponto, o programa se dispe a construir os caminhos para a igualdade de gnero na sociedade brasileira. De modo que as temticas privilegiadas nos textos trazem questes sobre os pensamentos feministas, movimentos de mulheres e a emancipao feminina, bem como textos produzidos com temticas ligadas construo e empoderamento das feminilidades e de relaes mais igualitrias entre homens e mulheres. Desta forma, utilizando o aparato terico produzido pelos estudos feministas, de maneira que possamos observar as relaes de gnero como um produto de uma ideologia especfica da condio ocidental e do projeto da Modernidade. Uma condio ideolgica onde o individuo interpelado e se constitui em sujeito, situando-se na estrutura ideolgica e cognitiva, de modo que para produzir o dizer e sua ao, o individuo no apenas acredita naquilo que ele produz, mas que aquilo que ele produz extremamente significativo e constitui toda sua realidade assim sua prpria subjetividade. Condio ideolgica que surge a partir dos campos epistmicos das cincias biolgicas em fins do sculo XVIII, conforme T. Laqueur (2001), pregando um sistema de dualidades contrastantes e mesmo contraditrias entre homens e mulheres, inscrito biologicamente no corpo fsico e influenciando os comportamentos e condies sociais. A cincia moderna torna mulheres e
homens biologicamente e, portanto, naturalmente opostos que nem sempre
so complementares. Delimitando, a partir da naturalizao das diferenas biolgicas, as possibilidades de acesso aos espaos e possibilidades sociais. Naturalizando a dominao masculina. Assim, gnero enquanto categoria analtica surge em um movimento de questionamento de uma ordem social baseada na hierarquizao dos indivduos de acordo com sua constituio fisiolgica sexual, de maneira a empoderar os homens e marginalizar as mulheres. Neste sentido, os primeiros estudos feministas buscaram desmontar as teorias do determinismo biolgico, demonstrando que as relaes sociais dadas entre mulheres e homens no so naturais e universais, mas sim construes culturais especficas para determinados contextos histricos e sociais. Conforme Henrietta Moore (1997) os estudos feministas distinguem ento os campos do sexo biolgico e de gnero, consolidando-os e permitindo compreender as estruturas hierrquicas historicamente, e como a distribuio diferencial de poder se d entre os indivduos nos mais diversos espaos sociais. Estabelecer gnero na esfera de representao das relaes cambiantes e interseccionadas pelas mais diversas variantes do universo social, como raa, poder econmico e campos simblicos, possibilita abordar as diferenciaes estruturadas pelo sexo, situando esta diferenciao como forma primria na significao das relaes de poder. Enquanto estrutura histrica, as relaes de gnero constituem as construes culturais que determinam as ideias sobre os papis adequados aos homens e mulheres, que para Joan W. Scott (1995) supera a definio de papis sexuais. Para a autora, o conjunto das representaes simblicas de feminilidades e masculinidades que esto presentes no universo social e as maneiras que so invocadas em seu contexto, bem como as normas de interpretao destes, atravessam as instituies sociais, como mercado de trabalho, escola, famlia e sistema poltico. Indo alm, este sistema de representaes simblicas atravessam tambm os indivduos, formando sua identidade pessoal em consonncia com as representaes e imagens generificadas e disponveis no contexto circundante. Dessa maneira as relaes de gnero nos informam no apenas o aspecto relacional entre homens e mulheres, mas tambm como o poder distribudo na sociedade tendo como principal aspecto as representaes de masculinidades e feminilidades disponveis na sociedade, bem como as negociaes possveis que os indivduos se permitem diante de outras variveis possveis. As relaes de gnero o campo onde o poder articulado ou mediado. Estabelecidos como um conjunto objetivo de referncias, os conceitos de gnero estruturam a percepo e a organizao concreta e simblica de toda a vida social. Na medida em que essas referncias estabelecem distribuies de poder (um controle ou um acesso diferencial aos recursos materiais e simblicos), o
gnero torna-se implicado na concepo e na construo do
prprio poder (BOURDIEU apud SCOTT, 1995, p. 88).
Tomando o aspecto relacional das estruturas de gnero, no
podemos nos limitar apenas nas definies binrias homem/mulher, masculino/feminino. Refletir sobre as relaes de gnero vo alm dos papis sexuais de mulheres e de homens. Isto no torna possvel a apreenso da distribuio diferencial do poder entre homens e mulheres, e da legitimidade a determinadas prticas masculinas e femininas em detrimento de outras. Vale lembrar que as categorias mulher e homem so definidas pela autora como categorias vazias e transbordantes. Vazias porque so construdas socialmente, nicas para o contexto social e histrico, no possuindo um sentido ltimo, universal ou transcendente. Transbordante, pois apesar de parecerem fixas, declaradamente visveis e aparentes, ainda assim estaro plenas de sentidos, definies alternativas e possibilidades suprimidas ou negadas. Neste sentido, nasce o conceito de masculinidade, que Robert W. Connel (1995) define como uma configurao de prtica em torno da posio dos homens na estrutura das relaes de gnero, de modo que em uma sociedade pode haver diversas configuraes, com diferentes formas de distribuio de poder para cada configurao existente. importante lembrar ainda que a prtica social generificada se dirige aos corpos, assim as masculinidades so corporificadas, mas no deixam de ser sociais. Vivenciamos e descrevemos masculinidades no apenas em atitudes e comportamentos, como tambm a partir de certas posturas, habilidades fsicas, formas de se movimentar e repousar. Dois aspectos dessa complexidade so particularmente importantes para se pensar sobre a masculinidade. Em primeiro lugar, diferentes masculinidades so produzidas no mesmo contexto social; as relaes de gnero incluem relaes entre homens, relaes de dominao, marginalizao e cumplicidade. Uma determinada forma hegemnica de masculinidade tem outras masculinidades agrupadas em torno dela. Em segundo lugar, qualquer forma particular de masculinidade , ela prpria, internamente complexa e at mesmo contraditria. Devemos essa compreenso especialmente a Freud, que enfatizava a presena da feminilidade dentro da personalidade dos homens e da masculinidade dentro da personalidade das mulheres e que analisou os processos de represso pelos quais essas contradies so tratadas. Mas ela surge igualmente em outros contextos (CONNEL, 1995, p. 189)
Dessa forma, podemos verificar que o gnero sempre uma
estrutura contraditria, com plena capacidade para a transformao. isso que torna possvel sua dinmica histrica, onde as diferentes formas de masculinidades e feminilidades se configuram e relacionam entre si, impedindo que a histria do gnero seja um eterno e repetitivo ciclo das mesmas e imutveis categorias.
Visando atingir o objetivo de compreender a construo das
representaes de masculinidades nos textos vencedores da etapa nacional nas nove edies do Prmio utilizaremos os aparatos metodolgicos da Anlise do Discurso. Em nosso dispositivo metodolgico, partimos as orientaes da linhagem francesa proposta por Eni P. Orlandi (2013), que busca compreender a interpretao em sua interface da leitura com a anlise dos dispositivos construdos socialmente e formam as concepes daquilo que chamamos de Discurso. A Anlise do Discurso visa fazer compreender como os objetos simblicos produzem sentidos, analisando assim os prprios gestos de interpretao que ela considera como atos no domnio simblico, pois eles intervm no real do sentido. A Anlise do Discurso no estaciona na interpretao, trabalha seus limites, seus mecanismos, como parte dos processos de significao. Tambm no procura um sentido verdadeiro atravs de uma chave de interpretao. No h esta chave, h mtodo, h construo de um dispositivo terico. No h uma verdade oculta atrs do texto. H gestos de interpretao que o constituem e que o analista, com seu dispositivo, deve ser capaz de compreender. (...) Em suma, a Anlise de Discurso visa a compreenso de como um objeto simblico produz sentidos, como ele est investido de significncia para e por sujeitos. Essa compreenso, por sua vez, implica em explicitar como o texto organiza os gestos de interpretao que relacionam sujeito e sentido. Produzem-se assim novas praticas de leitura. (ORLANDI, 2013, p. 26-27).
Nesta perspectiva, a Anlise de Discurso prope uma abordagem
que ultrapassa a interpretao, interligando esta com a conjuntura global dos sujeitos envolvidos no processo de construo do objeto, inserindo-os historicamente e socialmente no processo de desenvolvimento do discurso. Ao observar a conjuntura envolvida no processo de produo nos permite delimitar as possibilidades discursivas para a interpretao. Deste modo, diferentes reas do conhecimento, tais como Lingustica, Filosofia, Historia, Psicologia e Cincias Sociais, so requisitadas neste processo de compreenso da ideologia presente e construda no discurso e como o sujeito se constitui no texto. Enquanto pratica significante, a ideologia aparece como efeito da relao necessria do sujeito com a lngua e com a histria para que haja sentido. E como no h uma relao termo-a-termo entre linguagem/mundo/pensamento essa relao torna-se possvel porque a ideologia intervm com seu modo de funcionamento imaginrio. So assim as imagens que permitem que as palavras colem com as coisas. Por outro lado, como dissemos, tambm a ideologia que faz com que haja sujeitos, o efeito ideolgico elementar a constituio do sujeito. Pela interpelao ideolgica do individuo em sujeito inaugura-se a discursividade. Por outro lado, a interpelao do individuo em sujeito pela ideologia traz necessariamente o apagamento da inscrio da lngua na histria
para que ela signifique produzindo o efeito de evidncia do sentido
(o sentido-l) e a impresso do sujeito ser a origem do que diz. Efeitos que trabalham, ambos, a iluso da transparncia da linguagem. No entanto, nem a linguagem, nem os sentidos nem os sujeitos so transparentes: eles tm sua materialidade e se constituem em processos em que a lngua, a historia e a ideologia concorrem conjuntamente (ORLANDI, 2013, p. 48).
Tendo estas consideraes sobre a metodologia da
Discurso e sobre as relaes de gnero e de masculinidades, contextualizao do nosso corpus de anlise. Conforme anteriormente, nossa pesquisa tomou como amostra os estudantes do Ensino Mdio, vencedores na etapa nacional Construindo a Igualdade de Gnero, em suas nove edies entre 2005 e 2013.
Anlise do cabe-nos a explanado textos de do Prmio publicadas
Observando que o processo de anlise comea pelo prprio
estabelecimento do corpus, vale explanar que a escolha pela amostra se deu por dois motivos simples, porm significativos. O primeiro, a categoria de textos com premiaes por unidade da federao s foi instituda a partir da segunda edio do prmio. Mesmo assim nem todas as unidades federativas so contempladas em cada edio do prmio, de modo que vrias dessas no possuem vencedores, enquanto outras possuem dois ou mais. No seria possvel, portanto, ter acesso a outros textos que a banca julgadora do 1 Prmio no considerou merecedores da etapa nacional, mas poderiam ter relevncia para a conjuntura ou temtica do Prmio. Analisar os textos que as bancas julgadoras das edies posteriores estabeleceram diferenciao, e mesmo hierarquias, poderia incorrer em equvocos. O segundo motivo, os textos vencedores da etapa nacional, representam de forma clara a preferncia da banca avaliadora e da estrutura institucional do Prmio pelas ideias e construes simblicas ali presentes. Os textos vencedores da etapa nacional foram considerados os melhores do pas, preenchendo todos os requisitos de coeso e coerncia textual, domnio do assunto abordado, das estruturas textuais e discursivas pelo autor, alm de cumprir as expectativas de reflexo que a temtica do Prmio estabelece. Resumindo, estes so os textos que representam e contm os tipos ideais de juventude e reflexividade que as bancas julgadoras do Prmio e a Secretaria de Polticas para Mulheres almejam que se tornem reais.
Aparato institucional do Prmio
A Secretaria de Polticas para as Mulheres da Presidncia da Repblica (SPM-PR) nasceu em 2003, na gesto do ento Presidente Luis Incio Lula da Silva, tendo como principal objetivo promover a igualdade entre homens e mulheres e combater todas as formas de preconceito e discriminao herdadas de uma sociedade patriarcal e excludente. E desde
ento vem lutando para a construo de um Brasil mais justo, igualitrio e
democrtico, por meio da valorizao da mulher e de sua incluso no processo de desenvolvimento social, econmico, poltico e cultural do Pas. Entre as competncias da Secretaria, elencadas na lei de sua criao, cabe a ela principalmente assessorar direta e imediatamente o Presidente da Repblica na formulao, coordenao e articulao de polticas para as mulheres, bem como elaborar e implementar campanhas educativas e antidiscriminatrias de carter nacional, elaborar o planejamento de polticas de gnero que contribua na ao do governo federal e demais esferas de governo, com vistas na promoo da igualdade, articular, promover e executar programas de cooperao com organismos nacionais e internacionais, pblicos e privados, voltados implementao de polticas para as mulheres, promover o acompanhamento da implementao de legislao de ao afirmativa e definio de aes pblicas que visem ao cumprimento dos acordos, convenes e planos de ao assinados pelo Brasil, nos aspectos relativos igualdade entre mulheres e homens e de combate discriminao. Ainda, assessora diretamente a Presidenta da Repblica, em articulao com os demais Ministrios, na formulao e no desenvolvimento de polticas para as mulheres, desenvolve, paralelamente, campanhas educativas de carter nacional, assim como projetos e programas de cooperao com organizaes nacionais e internacionais, pblicas e privadas. A atuao dela respeita todas as formas de diversidade: racial, geracional e de orientao sexual; mulheres negras, indgenas, do campo, da floresta e/ou com deficincia. Tudo isso, devido a uma crescente mobilizao da sociedade civil na busca de igualdade entre homens e mulheres, em termos de direitos e obrigaes. Responder a estas mobilizaes tem sido possvel Secretaria a partir de um processo contnuo de cooperao transversal entre a SPM e os demais Ministrios, a sociedade civil e a comunidade internacional. A atuao da Secretaria desdobra-se em trs linhas principais de ao: (a) Polticas do Trabalho e da Autonomia Econmica das Mulheres; (b) Enfrentamento Violncia contra as Mulheres; e (c) Programas e Aes nas reas de Sade, Educao, Cultura, Participao Poltica, Igualdade de Gnero e Diversidade. A estrutura bsica da SPM composta pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (rgo colegiado), o Gabinete da Ministra de Estado Chefe, a Secretaria-Executiva e de trs outras Secretarias. Seguindo a terceira linha de ao da Secretaria de Polticas para Mulheres, instituiu a Secretaria de Articulao Institucional e Aes Temticas (SAIAT) para trabalhar pela autonomia crescente das mulheres, assim como pelo exerccio e a ampliao dos seus direitos, mediante a incluso da perspectiva de gnero em polticas pblicas voltadas para relaes de poder, participao poltica, educao, cultura, sade e diversidade. Nesta secretaria desenvolvem-se aes diversificadas e
busca-se atender s demandas que possam alterar estrategicamente a
vida das mulheres, particularmente quanto sua condio de subordinao e alterar as relaes desiguais de poder. Os programas e as aes da SAIAT contemplam a diversidade das pessoas e das famlias em toda a sua riqueza, abandonando ideias reducionistas e preconceituosas sobre gnero e estrutura familiar, tais como, por exemplo, a da famlia ideal. Isso significa trabalhar tanto a dimenso subjetiva quanto a objetiva junto aos/as formuladores/as de polticas pblicas. Para o desenvolvimento e a implementao dos seus programas e aes, a SAIAT mantm estreito contato e cooperao com os Organismos Governamentais de Polticas para as Mulheres OPMs e outros rgos governamentais da esfera dos Executivos federal, estaduais, municipais e do Distrito Federal, bem como com os movimentos sociais e diversas organizaes no governamentais ONGs nas suas reas de atuao. Dentre as coordenaes vinculadas a SAIAT, a Coordenao-Geral de Programas e Aes de Educao e Cultura foi criada tendo como propsito a atuao por meio da educao, especialmente, e da cultura na desconstruo das opresses das mulheres presente na sociedade brasileira. Deste modo, estimulando a produo cientifica e a reflexo acerca das relaes de gnero, mulheres e feminismos no Pas, a insero do debate sobre gnero no mbito da escola e, assim, contribuindo para mudanas de prticas pedaggicas e estimular, promover e dar visibilidade a aes culturais feitas por mulheres. Entre suas esferas de atuao, esto o Programa Mulher e Cincia, que se desdobra em diversas aes vinculadas educao e promoo da reflexo acerca das questes de gnero, mulheres e feminismos. A insero do debate de gnero no currculo escolar, atravs de cursos de extenso ou especializao universitria com objetivo de discutir questes relativas s temticas de gnero, sexualidade, orientao sexual e relaes tnico-raciais em diversas perspectivas, sendo estes cursos oferecidos em parceria com a SECADI/MEC. Dar visibilidade produo cultural das mulheres, selecionando e subsidiando projetos a serem realizados por proponentes do sexo feminino, em mbito nacional, de modo a incentivar a produo cultural, uso das linguagens artsticas, cinematogrficas e a reflexo crtica, bem como a profissionalizao dos processos de gesto cultural, em parceria com o Ministrio da Cultura. Por fim, a formao de gestores pblicos, atravs de cursos distncia voltados aos gestores pblicos, de modo a instrumentalizar servidoras e servidores pblicos no processo de concepo, implementao, avaliao de programas e aes que contemplem a transversalidade das dimenses de gnero e de raa. O Programa Mulher e Cincia foi criado em 31 de agosto de 2004, a Secretaria de Polticas para as Mulheres e o Ministrio da Cincia e Tecnologia instituram um grupo de trabalho interministerial para realizar
estudos e elaborar propostas de estruturao e definio de temticas
com vistas realizao de seminrio nacional com ncleos e grupos de pesquisa sobre a questo de gnero das universidades. O grupo, coordenado pela Secretaria de Polticas para as Mulheres, inicialmente foi constitudo por representantes do Ministrio da Cincia e Tecnologia, Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq); Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES); Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP); Associao Nacional dos Dirigentes do Ensino Superior (ANDIFES); e Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (UNESCO). No processo de trabalho foram sendo incorporados como parceiros da proposta no mbito governamental o Ministrio da Educao, atravs da Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao e Diversidade - SECAD e do Departamento de Polticas do Ensino Mdio/Secretaria de Educao Bsica, e o Departamento de Cincia e Tecnologia (DECIT), do Ministrio da Sade. No mbito das representaes internacionais, o Fundo de Desenvolvimento das Naes Unidas para a Mulher (UNIFEM). Participaram tambm da construo e como apoiadores do programa Mulher e Cincia, o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher - CNDM, e outras 23 entidades, entre associaes e sociedades cientficas, ncleos de estudos e programas de universidades e organizaes no-governamentais. O grupo foi instalado em dezembro de 2004, realizando durante o ano de 2005, 18 reunies regulares e 1 reunio ampliada. Como resultado do intenso trabalho realizado foi lanado o Programa Mulher e Cincia, pensado com o objetivo de estimular a produo cientfica e a reflexo acerca das relaes de gnero, mulheres e feminismos no Pas e promover a participao das mulheres no campo das cincias e carreiras acadmicas. O Programa Mulher e Cincia se constitui em trs tipos de incentivos: um edital de pesquisa, o Prmio Construindo a Igualdade de Gnero e o Encontro Nacional de Ncleos e Grupos de Pesquisa - Pensando Gnero e Cincias.
Prmio Construindo a Igualdade de Gnero
O Prmio Construindo a Igualdade de Gnero foi institudo em
2005 pela Secretaria de Poltica das Mulheres (SPM-PR), no mbito do Programa Mulher e Cincia, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq/MCTI); a Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao e Diversidade (SECADI/MEC); a Secretaria de Educao Bsica (SEB/MEC) e a ONU Mulheres. O prmio consiste em um concurso de redaes, artigos cientficos e projetos pedaggicos na rea das relaes de gnero, mulheres e feminismos e tem por objetivo estimular e fortalecer a reflexo crtica e a pesquisa acerca das desigualdades existentes entre homens e mulheres em
nosso pas e sensibilizar a sociedade para tais questes. Atualmente,
atribudo a cinco categorias: Estudante do Ensino Mdio redaes; Estudante de Graduao artigos cientficos; Graduada (o), Especialista e Estudante de Mestrado artigos cientficos; Mestra (e) e Estudante de Doutorado artigos cientficos; e Escola Promotora da Igualdade de Gnero projetos e aes pedaggicas desenvolvidos em escolas de nvel mdio.