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AUTO-HEMOTERAPIA, PROBIÓTICOS E OS IMUNOESTIMULADORES.

*João Veiga Filho – Médico

A auto-hemoterapia é um tratamento que já vem sendo usado por


médicos desde a década de 20. Nos anos 40 trabalhos científicos
foram publicados em revistas médicas no Brasil – Revista Brasil-
Cirúrgico em 1940 e internacional – The American Journal of Surgery
de 1936, pg.321.

Apesar do uso indiscriminado pela população, com orientação médica


ou não, nos últimos anos, não foi registrado nenhum trabalho que
comprovasse ou desautorizasse o método.

O objetivo da terapia é estimular o sistema imunológico através da


aplicação do sangue autólogo, ou seja, o sangue do próprio
indivíduo.

Não há dúvidas que o sistema imunológico pode ser estimulado por


drogas produzidas pela indústria farmacêutica, por alimentos como os
Probióticos e Glucona, endotoxinas, vacinas, etc.

A colocação de sangue retirado da veia na musculatura funciona como


um estímulo de neutrófilos, monócitos e linfócitos que se dirigem
para o local com a função de limpeza, remove coágulos, bactérias e
tecidos lesionados.

Os monócitos evoluem para macrófagos que exercem a fagocitose de


qualquer substância, bactéria ou tecido residual. Segrega uma série
de substâncias (citoquinas e fatores de crescimento) que estimulam
mais ainda os neutrófilos para produzir tecido de regeneração e
formação de novos vasos(angiogênese), como também a produção local
de óxido nítrico, substância importante bacteriana.

Além desta ação local, vamos falar assim, os macrófagos estimulam os


linfócitos, que liberam as interleucinas e interferon, que são
substancias estimuladoras dos linfócitos T e B, outras células do
nosso sistema imunológico, este que nos defende de infecções, câncer
e outras agressões ao nosso corpo.

Não muito tempo atrás o uso dos Probióticos, que são germes
patogênicos, os quais, ingeridos e transitando vivos até o tubo
digestivo, interferem favoravelmente sobre a flora intestinal e é

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também um imunoestimulador, não passava de crendices populares.

Segundo a sabedoria popular o consumo da linhaça e iogurtes, ricos


em probióticos, eram fontes de cura de muitas doenças. A comunidade
científica desautorizava o uso para para combater doenças e não
reconhecia qualquer propriedade curativa nestes alimentos.

Hoje, uma revista nacional, GED (volume 26, número 1,


janeiro/fevereiro de 2007) – da Sociedade Brasileira de Endoscopia
Digestiva; Federação Brasileira de Gastroenterologia; Sociedade
Brasileira de Hepatologia; Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva
e Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva, publica
trabalho "Probióticos em gastroenterologia e cirurgia".

No bojo do trabalho, pasmem os senhores, os probióticos, os


germisinhos da sementinha da linhaça e do iogurte, servem para:
diarréias por bactérias e vírus, incluindo C. difficite, infecção e
complicações por H.pylori, doenças inflamatórias intestinais
(moléstia de Crohn, pouchitis), câncer gastrintestinal e urinário,
constipação intestinal, melhora da imunidade intestinal e sistêmica,
combate à alergia alimentar (dermatite atônica, outros quadros
sistêmicos), prevenção da translocação bacteriana, cardiopatias
isquêmicas, infecções genitais e urinárias (cistite, vaginose,
vaginite por fungo), prevenção de morbimortalidade em recém-nascidos
e prematuros.

Esta nova atitude dos "órgãos" da ciência e conhecimento em relação


aos probióticos vem, coincidentemente quando a indústria NESTLER
coloca nos seus iogurtes e promete que em 12 dias de consumo do seu
produto qualquer pessoa fica curada de constipação intestinal, o que
é verdade.

Não bastou o fato do patriarca judeu Abraão ter sua proverbial saúde
e longevidade ao consumo de iogurtes inventado pelos Persas.

Como médico e fazendo a auto-hemoterapia em pacientes com artropatia


não tenho dúvidas da eficácia do método como coadjuvante para tratar
artropatias crônicas, estimulando o sistema imunológico dos
pacientes, podendo ser eficiente em outras doenças.

Mantenho a conduta que deve ser praticada ou orientada por médicos e


repudio a conduta desrespeitosa e desinformada de algumas
autoridades médicas que depuseram no programa Fantástico da Rede

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Globo de Televisão.

*Dr. Veiga é cirurgião, pós-graduado em cirurgia gastroenterológica,


membro da Comissão de Trauma do Conselho de Medicina de Pernambuco
(Cremepe) e Secretário da Saúde do município de Olinda - PE.

* Dr. João Veiga, médico cirurgião e secretário da Saúde de Olinda, o qual foi
veiculado no Jornal Folha de Pernambuco, edição de 27 de abril de 2007.

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