Professional Documents
Culture Documents
Apelo
Amanh faz um ms que a Senhora est longe de casa. Primeiros dias, para dizer
a verdade, no senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. No foi
ausncia por uma semana: o batom ainda no leno, o prato na mesa por engano, a
imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notcia de sua perda veio
aos poucos: a pilha de jornais ali no cho ningum os guardou debaixo da escada. Toda
a casa era um corredor deserto, e at o canrio ficou mudo. Para no dar parte de fraco,
ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam e eu ficava s, sem
o perdo de sua presena e todas as aflies do dia, como a ltima luz na varanda.
E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada o
meu jeito de querer bem. Acaso saudade, Senhora? As suas violetas, na janela, no
lhes poupei gua e elas murcham. No tenho boto na camisa, calo a meia furada. Que
fim levou o saca-rolhas? Nenhum de ns sabe, sem a Senhora, conversar com os outros:
bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
(Dalton Trevisan)
A carta constitui uma das formas de composio de um texto. Por meio dela se
estabelece uma comunicao por escrito, endereada a uma ou vrias pessoas.
Exerccio
1- A pessoa que escreve a carta chama-se remetente e a pessoa a quem se destina a
carta chama-se destinatrio.
No texto Apelo:
a) Quem o remetente? b) Quem o destinatrio?