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O poeta um fingidor.
Finge to completamente
Que chega a fingir que dor
A dor que deveras sente.
E os que lem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
No as duas que ele teve,
Mas s a que eles no tm.
E assim nas calhas da roda
Gira, gira a entreter a razo,
Esse comboio de corda
Que se chama corao.
chorar ou sorrir
sob a magia do verso
avesso do avesso
enfrentando um preo
que ningum quer
pagar:
o preo da cultura
clssica ou popular.