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Eram 19:30, incio da noite, com o sol se pondo no Rio de Janeiro, horrio de
vero. Novembro j havia comeado com todas as suas potencialidades: sol
quente pelas manhs no meu caminho dirio ao Nicolau II, incio do perodo
de provas finais na escola, frias para meu pai, e muito trabalho ainda para
minha me na fbrica.
ser pai, imagino eu, apesar de s vezes ter cime das estradas. Tenho cime
do concreto! Por qu? Como algo to parado e to sem pensamento pode
me deixar com inveja? Acho que por isso que hoje no quero nem saber de
ter carro. Pavor!
Durante esse tempo, e quase at dezembro, para aps isso eu mame nos
colocarmos a esperar novamente, sou muito feliz e tenho bastante ateno
dele. Em um esquema de dedicao quase exclusiva a mim, sinto-me algo
prximo s princesas e rainhas dos livros que leio. Apesar de odiar a
monarquia e os privilgios sustentados pelos pobres, fico feliz em ser
privilegiada pelo pobre do meu pai.
A maneira mais evidente de descobrir que ele meu pai e no meu sdito
fica para as vezes que ouo aquele NO inflexvel me proibindo de fazer
alguma coisa que eu quero por achar perigosa demais, ou imprpria demais.
Quem ele para falar de levar uma vida perigosa?! Mas, eu at relevo,
afinal, ningum perfeito. Hahaha. Ele no final das contas sempre tenta me
agradar.