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Teoria dos testes na Psicologia e na Educacao CAPITULO 2 Teoria da Medida A Psicometria assume 0 modelo quantitativista em Psicologia. Nos manuais de metodologia cientifica, particularmente nas Areas das ciéncias psicossociais, este tema vem tratado muito esporddica e superficialmente. Fala-se quase exclusivamente de um tema muito debatido, ou seja, as esca- se Sa nominal, ordinal, de intervalo e de raziio. Inclusive sem s s surgem. A problematica da medida em ciéncias isto. Para oferecer uma visio mais coerente, itica, o presente capitulo procura dar e ex- gicos de medida em ciéncias (empiricas), } psicossociais, notadamente na Psicologia, e de Psicometria similarmente ao que ocor- de sociometria, econometria, politicome- indo-se a testes psicoldgicos e escalas a Psicometria ou medida em Psicologia ifico dos fenémenos naturai: melhor, de uma interface, entre siste- is, NAO sao comensu- todologias proprias, distingao, atentando se encontra em Pas- para a tabela 2-1. Observa-se que, em nenhum momento ou sob nenhum critério, os dois sistemas se assemelham estruturalmente. A ciéncia tem como referent ou objeto os fendmenos da realidade, ao passo que a ma- tematica estuda como seu objeto o simbolo numérico (que € um conceito e nao uma realidade empirica e nem uma propriedade desta realidade ~ Fre- | ge, 1884); a metodologia da ciéncia é a observacao sistemdtica e a da ma- temitica é a dedugdo; o critério de verdade para a ciéncia € 0 teste empiri- } co, ao passo que para a matematica é a consisténcia interna do argumento. Tabela SistemaTeé- Objeto Atitu- Meto- —Ver-_- Certeza_—_ritério de i de dologia dade Verdade aatico, Ciéneia(em- Fend- Empi- Observa-. Fato —Relati-_ Teste Empirico Enfoque epistemolgico em ciéncia e matematica menos rica coe va naturais Controle Sim- Trans Dedugio + Teo- Abso- _—_Consisténcia bolo cen- rema —luta interna numé- do argumento rico _a primeira afirmagao, no contexto da teoria da medida, n dizer que o sistema cientifico do conhecimento nao tem nada matematica e vice-versa, falando-se em termos das estruturas , dos dois saberes. O mesmo tipo de argumentagiio pode é com relacao aos outros sistemas de saber (filosofia, stancia epistemoldgica entre ciéncia e matematica, vantagens considerdveis que ela pode obter ao matica para descrever 0 seu objeto préprio © modelo matematico nao dita e nem funda- fico, parece que € 0 uso deste modelo que a de progresso no conhecimento cienti- e técnicas de medida propiciam a ponte mais ttil entre os mundos do dia a dia do leigo e dos especialistas em ciéncia” (Klein, 1974: 24). O uso do ntimero na descrigao dos fenémenos naturais constitui 0 objeto da teoria da medida. Esta teoria est4 razoavelmente axiomatizada somente nas ciéncias fisicas, aparecendo ainda lacunar nas ciéncias psi- cossociais, onde, alidis, ainda se discute a viabilidade epistemoldgica da propria medida. A natureza da medida implica em alguns problemas basicos, dentre os quais trés devem ser mencionados (Luce & Suppes, 1986; Suppes & Zin- nes, 1963; Campbell, 1928, 1938): a representagao, a unicidade e 0 erro. 2.1 -O problema da representagao ou o isomorfismo O problema c da medida consiste em justificar a legitimidade le p € operagées empiricos (a observacao) para tes procedimentos. E justificével designar s naturais através de ntimeros? Sim, se to as propriedades estruturais do nt- prias dos atributos dos fendmenos empi- entacao, isto é, representar com nime- nente, vocé vé que a resposta a esta particularmente entre cientistas da sores da medida em ciéncia respon- pestanejar. Mesmo assim, alertam a melhor, apresenta niveis diferentes 0 do tipo de caracteristica dos objetos a), enquanto no caso da inteli- el ou um escore num teste entagao e de seus niveis gera 23-0 problema do erro ‘A observago dos fenémenos empiricos € sempre sujeita a erros devidos tanto ao instrumental de observacdo (os sentidos e suas extensdes através de instrumentos tecnolégicos), quanto a diferengas individuais do observador, além de erros aleatérios, sem causas. identificdveis. Assim, tipicamente toda e qualquer medida vem acompanbada de erros e, por consequéncia, o ntimero que descreve um fendmeno empirico deve vir acompanhado de algum indicador do erro provavel, 0 qual sera analisado dentro de teorias estatisticas para determinar se 0 valor encontrado e que descreve o atributo empirico esté dentro dos limites de aceitabilidade de medida. Note que o ntimero matematico € um conceito unfvoco, sem a minima variabilidade de interpretagao; os ntimeros sao conceitos pontuais, ‘um ntimero nao apresenta nenhuma interse¢4o com o préximo. As- 1 € somente 1, 2 é somente 2, etc., coisa que nao ocorre quando o o € utilizado para descrever (representar) fendmenos naturais, por- ii 0 ntimero 1 pode ser mais ou menos 1 e, assim, pode ter interse- n 0 2, etc, Acontece que, na medida dos fenémenos naturais, o mi- um pouco, perdendo sua identidade pontual e absoluta, rum intervalo em vez de ser um ponto sem dimensées. O fato medida, se tornar um intervalo diz que ele j4 tem variabi- € isto € 0 erro. Se vocé chamar o nimero da matematica matico, o ntimero da medida vocé chamaria de nimero le € um ponto, enquanto este é um intervalo. Desta forma, © nimero esta sempre solitario, inconfundivel, enquanto 1 sempre acompanhado de um “cao de guarda”, a vari- oerro. Voltaremos a este ponto mais adiante. O uso do numero na descrigéo dos fendmenos natu- somente se justifica se se puder responder afirmati- seguintes: o ntimero para descrever os fendmenos da izar o ntimero para descrever os fendme- ocura responder e fundamentar a res- 3—A base axiomitica da medida Esta parte visa fundamentar a legitimidade epistemolégica da me- dida em ciéncias, isto é, a legitimidade do uso do ntimero como descritor de fendmenos naturais. HA legitimidade no uso do ntimero na descrigao dos fenémenos naturais se, € somente se, as propriedades estruturais, tanto do ntimero quanto dos fen6menos naturais, forem salvaguardadas neste procedimento. Isto 6, deverd haver isomorfismo estrito (relago de 1 para 1) entre pro- priedades do néimero e aspectos dos atributos da realidade empirica. Sao propriedades basicas do sistema numérico: a identidade, a or- dem e a aditividade. A medida deve resguardar, pelo menos, as duas pri- meiras destas propriedades; de preferéncia, as trés. Para melhor enquadrar a Psicometria © a medida em geral em cién- s axiomatica da medida serd tratada dentro das cién- a as ressalvas e corregGes necessdrias para 0 iais e, em especial, da Psicologia. positivo inteiros {Rest Zerg _ Bes positivo algébrico transcendental acionais { ales Wariog lipos de niimeros surgiramem epuces mowsrno ttc. rentes, segundo as necessidades dos estudiosos ¢ as da vida pratica. Inici- dimente s6 havia os nimeros inteiros, que se mostravam suficientes para a contagem de objetos discretos; razao pela qual também sio chamados de nniimeros naturais (cf. Klein, 1974). Com eles se podia fazer as operages de soma e de multiplicagao. Eles no davam sempre certo, especialmente quando se queria subtrair um nimero maior de um mimero menor. Esta limitagdo do sistema de inteiros fez. com que © sistema fosse estendido para incluir ntimeros negativos e 0 zero. Com a divisdo, o sistema de intei- ros se mostrava ainda mais limitado, 0 que forgou a adogao de ntimeros fraciondrios. Este conjunto de ntimeros (inteiros positivos, negativos, zero € fragées) constitui o sistema de ntimeros racionais, dado que qualquer ntimero deste sistema pode ser expresso em termos de razao entre dois niimeros inteiros. Excetuada a divisdo por zero, todas as operagGes sao p s dentro deste sistema numérico. Contudo, certas operagdes ma- ‘nao eram vidveis dentro do sistema, como, por exemplo, a raiz e 2. Inventaram-se, entdo, os ntimeros irracionais, ¢ assim se freulo dos mimeros reais, suficientes para permitir qualquer itica, apresentadas em seu livro Principia Mathematica. s grandes conjuntos so importantes para o caso da S axiomas que definem as propriedades numéricas de itividade. geste Ppropriedade define 0 conceito de igualdade, a # b. Nuimeros sao idénticos ou sao di- 2 ie e x entao a=c. Duas coisas iguais a SL. 2) Ordem. Esta propriedade se baseia na desigualdade dos ntime- ros. Todo ntimero € diferente do outro. Essa desigualdade nao é somente de qualidade, mas ela se caracteriza em termos de magnitude, isto é, um nimero nao € somente diferente do outro, mas um € maior que 0 outro. Alids, eles so diferentes precisamente porque um € maior que 0 outro. Assim, excetuado 0 caso de igualdade, os ntimeros podem ser colocados numa sequéncia invaridvel ao longo de uma escala linear: sequéncia mo- not6nica crescente. Também apresenta trés axiomas, que expressam NAO IGUAL A ou MAIOR QUE (> ): — assimetria: se a > b, entdo b # a. A ordem dos termos nao pode ser invertida; — transitividade: se a >be b >c, entdo a>c; —conectividade: ou a> b ou b> a; — um quarto axioma € 0 de ordem-denso: ntimeros racionais sao __tais que entre dois ntimeros inteiros quaisquer ha sempre um __ ntimero racional; o intervalo entre dois inteiros nao é vazio. ec é igual aa + (b +c). A ordem de as- » dos termos nao afeta o resultado. phn i dos ntimeros (soma, subtracao, od asoma. Veja: AO i). 2 +2 (és vezes 0 2) Ya + Yo + Ya (quatro vezes 1). 3.2 Axiomas da medida Como a medida consiste na atribuigso de mimeros as Eee das coisas segundo certas regras, ela deve garantir que as. Re $s empi- ricas salvem os axiomas dos niimeros. A medida que salva todos esses axiomas € a mais sofisticada possivel e, por isso, rara (escala de azo). A maioria das medidas, a menos ¢m ciéncias psicossociais, se dio por sa- } tisfeitas se puderem salvar, pelo menos, 0S axiomas de ordem. Se somente os axiomas de identidade forem salvos (escala nominal), @ operacao pro- priamente nao chega a ser medida, mas trata-se apenas de classificagao, pois a tinica caracterfstica do nimero salva é a sua identidade; isto €, 0 rimero utilizado para uma operagdio empirica deve scr diferente do de uma outra operacao. Para tanto, alids, o ntimero € utilizado tao somente como numeral, a saber, um rabisco diferente de outro, que poderia ser substitudo por qualquer outro sinal ou rabisco (desde que diferentes entre si) sem a menor consequéncia para a medida. O ntimero neste caso serve nas de etiqueta para uma classe de coisas. A medida realmente aconte- am, pelo menos, os axiomas de ordem dos ntimeros. En- € possivel se demonstrar a existéncia de ordem de tos das coisas, isto é, as coisas tem dimensées? (en- © atributos mensurdveis, propriedades empiricas pos- ude). Como resposta a esta questao, poder- i ue sim: os atributos empiricos tém magnitude, como 0 parece dizer quotidianamente quando fala de ‘mais do e expressdes similares. Contudo, esta nao parece ser sntemente segura para fundamentar uma teoria da medida. smonstrar empiricamente que tal ocorréncia existe na las eiéncias fisicas esta questio parece resolvida, 0 merisis ainda suscita acirradas controvérsias. Antes er0s, pelo menos os complexos, diferem entre o em termos de qualidade. Assim, 0 2 nao ; ele é diferente quantitativamente. Quer esma qualidade ou natureza, isto é, ‘ou de magnitude; eles diferem em Xepare que os fendmenos naturais sm qualitativamente: a cor é uma nte da do comprimento, etc. Estas diferencas sio de qualidade, pois se trata de aspectos, qualidades, caracteristicas, atributos [...] diversos e distintos de um mesmo objeto na- tural. O isomoformismo defendido na medida é entre as propriedades do numero (sobretudo de ordem e aditividade) com estas mesmas proprieda- des de cada atributo de um objeto natural e nao com o proprio objeto natu- ral. De fato, os diferentes atributos de um mesmo objeto nao diferem em termos de quantidade e sim de qualidade. Entretanto, um mesmo atributo de um objeto natural pode variar em diferentes momentos ou situagdes ou objetos-individuos e esta variagao é que é definida em termos de magnitu- de, portanto mensurdvel (donde a medida: esta é de atributos individuais de objetos € nao dos préprios objetos). Assim, por exemplo, da rosa eu posso falar de diferentes qualidades, tais como intensidade de aroma, peso, tamanho, etc. Mas cada uma dessas qualidades pode aparecer com magnitude diferente de aroma, peso, comprimento, etc. (isto é, eu posso medir as magnitudes de cada qualidade). Em termos de seus atributos, qualitativamente diferentes, nao posso dizer que uma rosa é mais rosa que | outta; posso, porém, dizer que uma é mais aromitica, mais pesada, etc. Sas 31211 Libetmonsiragao empirica’dos’axiomas:aeurucie qrunnsenreevy Os axiomas de ordem afirmam que, na medida, a ordem dada pelos iiimeros atribuidos aos objetos (transitividade e conectividade) deve ser a mesma obtida pela ordenagao empirica destes mesmos objetos. Existe or- dem (“maior que”) nas propriedades das coisas. Exemplos: Um metal que arranha um outro e nao pode ser arranhado por este, diz-se que é mais duro. ‘Assim, uma ordem empirica de dureza pode ser estabelecida a partir da ope- ragio empfrica de arranhar. Igualmente, 0 alinhamento de linhas mostra que uma € maior que outra, donde uma ordenagao de objetos em termos de comprimento poder ser montada. Um tom que é dito mais alto que outro por uma amostra de sujeitos, diz-se que é mais agudo. Assim, uma ordem de altura tonal (pitch) pode ser estabelecida, Idem, se um sujeito resolve corre- tamente maior nimero de uma série de problemas do que outro, diz-se que € mais inteligente. Assim, pode-se estabelecer uma escala de inteligéncia. As inversdes que ocorrem sao consideradas “erros de medida” ou de observa- _ go, que devem ser tratados dentro da teoria da consisténcia, a qual visa mostrar que, apesar desses erros, hd consisténcia na medida. al, bem como no caso da probabilidade. A aditividade se de coneatenacio: a combinacao (concatenacio) de dois ” (medido em uma unidade de comprimento qualquer, 0 lo), encontrar um outro objeto com o mesmo compri- ‘concatenando) os dois objetos obtém-se um objeto lento duas vezes os comprimentos dos objetos in- de concatenagio implica que A com B (A concate- claro e amplamente demonstrado que a numero para descrever os fendmenos natu- By id 0, da discussaio anterior, vocé também Gir; OU seja, nem todas as medidas sio qualidade depende do grau ou da € entre as propriedades do numero e as propriedades dos fenémenos naturais. Isto quer dizer que ha niveis dife- rentes de correspondéncia entre o ntimero e os fendmenos naturais, 0 que implicaré diferentes niveis de medida, como veremos em seguida. Dependendo da quantidade de axiomas do ntimero que a medida salva, resultam varios niveis de medida, conhecidos como escalas de medi- da, Como vimos, sao trés os axiomas basicos do ntimero: identidade, ordem e aditividade. O Ultimo apresenta dois aspectos titeis para 0 presente pro- blema: origem e intervalo ou distancia. Quanto mais axiomas do ntimero a medida salvaguardar, maior ser 0 seu nivel, isto é, mais se aproximaré da escala numérica ou métrica e maior sera 0 isomorfismo entre o ntimero € as operagGes empiricas. Assim, podemos considerar cinco elementos numéri- cos para definir o nivel da medida: identidade, ordem, intervalo, origem, ¢ unidade de me cinco elementos, os mais discriminativos dos A dado que a ordem é uma condigao neces- ida. Se a medida somente salva a identi- de medida, mas sim de classifica- nal), os ntimeros nao sao atribuido: objeto € identificado por rétulo numé- ico dado que nao importa que com a mesma fungao de distinguir de outra classe. A tinica condic¢’io do simbolo, isto €, um mesmo tificar objetos diferentes, como em ser usados para identificar objetos ° 0 nome Boi dado que ela corres- eza “medir € atribuir nimeros as i jedade de um objeto natural q,, ean eee Vaxzerpiba aroma} QL, amizade) n&o po, eae Ea jue nfo se conhece um valor zero de ae Se See y Pe sk 0 zero na medida de tais atributos, este um de QI. Meso ee varal, Desta forma, uma escala de medida de tais at, ee rr com qualquer ntimero, inclusive 0 zero, sendo ese Eee oe esi escala e o proximo ntimero tem que ser maior (se g a i Beendenis) orque a escala precisa salvar, pelo menos, a orden en acm ae tal escala seria chamada de ordinal, onde g sch pereaet ‘a distancia entre os nimeros nao seria igual. Conse. pee as seguintes escalas so equivalentes, produzem exatamente a mesma informagao: ente a mais clegante a escala 0 1 2 3 4. Mas elegan- 'e “de gustibus non est disputandum’” (nao se briga por m erro transformar estas escalas na seguinte: it 2 4 vocé puder salvar a origem natural, isto é, © intervalo igual entre os ntimeros da escala, S a0 nivel ordinal. Por exemplo: medir 0 r uma balanga. Neste caso, vocé pode ar 0s objetos em termos de mais mMesmos pelo peso sem se poder © anterior. Peso, na verdade, é 0, mas o processo de medida, ue uM objeto ser mais pesado que 9 outro, sem se poder definir quanto mais. Se vocé pudesse ou puder definir quanto mais pesado ele é, entio vocé jéestaria medindo ao nfvel de escala de razdo que, além de ter uma origem natural 0, tem intervalos iguais entre os ntimeros da escala. Uma tal escala sempre comega com 0 e seus ntimeros esto a distancias iguais entre si. Exemplo: 1 a 3 4 0 2 4 6 0 5 10 15 20 Nesta escala o que muda é apenas a unidade de medida (o tamanho do intervalo), sendo ela sucessivamente de 1, 2 ¢ 5, no exemplo proposto. Um lo de uma escala simplesmente intervalar e suas trans- © tamanho do intervalo entre eles. , nivel da medida nao é 0 némero, ido da natureza (da realidade): se 0 (tais como peso, comprimen- 9u nao (muitos pesquisadores ivo da natureza, como todos os | (0 0), ordem e distan- as escalas sao de razio, descrever fenéme- Sticas dos ntimeros. Estatsticas “Transformaydes ae apropriadas aan Frequéncias ipo) | &%p2Mo. Gooceur qui. = Nio ppiasexeama| Soca [iterate | Monon paramétricas: cont ean. Md, 14, U, et —unidade _| Gsotonia) order igem —_| Linear de tipo Paramétricas: ~ordem — ori intervalo | -unidade | Y=a+bx M, DP, r,t, F, te —ordem —unidade | Linear de tipo M geométrica, y=bx Coef. variacao, (similaridade) Logaritmos proporcio; C = coeficiente de contingéncia; Md = mediana; DP = ‘de Spearman; U = teste de Mann-Whitney; r= correlagio produto-momento er (andlise da variaincia) ado, uma escala numérica pode ser transformada se forem respeitados os elementos da invariancia Ima escala de maior nivel pode utilizar as operagGes ala inferior sao menos eficientes, isto €, sao posso organizar o leque de idades dos su- ‘adolescéncia, jovem-adulto, adulto e ter- ‘utilizarem procedimentos estatfsticos cOS OS procedimentos estatisticos da ela possuem cardter métrico, isto é. imétricos nao so métricos, dado ntidades somaveis. 5— Formas e unidades de medida Até aqui sabemos que posso expressar legitimamente os atributos naturais com escalas de ntimeros e que estas se apresentam em diferentes niveis. Fica, entretanto, o seguinte problema: como é que vou atribuir um numero a tal e tal atributo de um fendmeno natural e por que este ntimero € nao outro? Isto nao pode se constituir em um processo aleatério, pois medir (como veremos mais adiante) visa precisamente dar maior precisio A descrigao do fenédmeno natural e nada é mais impreciso que uma descri- ¢ao aleatéria. Entao, o que fazer? Bem, se cada atributo da realidade em- pitica apresentasse uma unidade-base natural especifica de magnitude, a medida dele seria uma tarefa relativamente facil. Seria suficiente verificar quantas unidades-base ele possui e o nimero de unidades seria a medida do atributo em qu Desta forma, se eu pudesse dividir um dado atri- c deste atributo seria a soma desses pedaci- : um pedacinho qualquer aleatoria- netro para 0 comprimento, e assim ver quanto aquele... Acontece, porém, que ‘os atributos permitem uma definica’o de como por exemplo é 0 caso da velocida- ‘mais de uma forma de se proceder & me- Jue nao seja a simples enumeracao do nti- ‘medida “by fiat” por Campbell, | medida direta e medida indire- parece mais esclarecedora. tureza situagao veves evn iro objet ee LE io Rec atributos we Mribatos de massa, comprimento ¢ GACT 6 o instrumento liza item uma medida direta e fundamne™ ©” quer medir neles. Assim, ao para medi-tos possi a mesma quali que een cen i i objeto, utiliza-se um ns IPOsto se medir 0 comprimento de Um OPN Tae gerd dada pela coincidéncia de nidades de comprimento. A medida dele eae pontos entre 0 comprimento do objeto unidade de compriment ; rat no instrumento, por exemplo 0 metro. como se voce dissesse: este ODjeto tem 100 centimetros de comprimento, isto é, tem o tamanho be soma de 100 pedacinhos de comprimento, sendo estes pedacinhos os centimetros. O me- tro é um analdgico conveniente composto de 100 destes pedacinhos ou cen- timetros (veremos em seguida que hoje em dia se define 0 metro com outro o de pedacinhos de comprimento) que pode ser utilizado para facilitar a ‘comprimento das coisas. esmo p dendo ser possivel conceitualmente se proceder a uma nos casos mencionados, nem sempre isto € empiri- exemplo, como se faria uma medida fundamental de nicas ou subat6micas? Ou como se poderia medir fun- massa de uma galdxia? Nestes casos ¢ semelhantes € tras estratégias de medida, mais indiretas, como a medida s da realidade nao permitem uma medida extensiva portanto, nenhuma medida fundamental é de- o, ser medidos indiretamente através do estabe- om | medidas extensivas. Este procedimento de- bter uma medida derivada para aqueles a fungao de poténcia entre os compo- 0 € constituido. De qualquer forma, uma Ser expressa em termos de me- que a massa varia em fungao de densidade. Como a massa per- N quilos) e o volume também (0 que nao possui medida fun- damental, pode ser medida indiretamente em fungdo de massa e volume (quilos dividido por metros ctibicos = kg/m’). Deve-se notar que o fundamento da fungao existente entre os com- ponentes constitui uma lei, isto é, deve ser um dado empiricamente de- monstrado e ndo somente baseado em alguma teoria. Assim, a massa sen- do determinada pelo volume e pela densidade é uma descoberta cientifica, uma lei, nao uma hipétese. Entende-se, portanto, por medida derivada de um atributo aquela cujos componentes do atributo, estabelecidos por uma lei empirica, tenham finalmente dimens6es extensivas. Nessa discussio sobre as formas de medida estamos falando de atributos extensivos ou atributos possuidores de unidades-base como sen- do sinénimos. Na verdade, esta sinonimia s6 entrou em jogo em 1960 com a definigao do conceito de unidade-base e do estabelecimento das primei- ras unidades-base da Fisica ido Systeme International des Unités = SI ento, peso e duragdo temporal. tensivo sendo aquele para o qual Sivo jé que possui unidade-base, a = cd/m”. O mesmo vale para resistén- Mm Ser expressos em termos de , aio Permitindo, consequente- estabelecida entre a lei do reforgo is exit lacionando var ic ia: quando nem leis existem rel Varig. anette a tizam relagoes entre os atributos i le-se recorrer a teorias que hipotet A n b re permitindo assim a medida indireta de um atributo através aa fenémenos a ele relacionados via teoria. O importante neste caso € garan. tir que haja instrumentos calibrados para medir (fundamentalmente ou de outra forma valida) os fen61 tributo em questao es. menos com os quais 0 al i teja relacionado pela teoria. re, COMO E O Caso Mesmo em Fisica isto ocorm c da medida das distancias galicticas. Afirma-se, por exemplo, que medindo © movimento das linhas espectrais pari 0 vermelho estar-se-ia medindo as distancias astronémicas, dada a teoria de que existe uma relagao sistemé- tica entre a distncia de uma galaxia e a veloci dade do seu afastamento e a cor do seu espectro Juminoso. O mesmo vale para 0 efeito Doppler que 1a (teoria) que um objeto que se afa sta tende a espalhar as ondas do 0, reduzindo sua frequéncia. emplo, como funciona a teoria do efeito Doppler. Este potetizou que quanto mais as linhas do espectro lumi- > separam, mais rapidamente esta esta se afastando, e ximam, mais rapidamente a galaxia esta se apro- jilustragao da separagao das linhas espectrais: Afastamento 2s nesta hipdtese de Doppler: remamente exata das distancias entre as oricamente de simples soluciio, pois se , um problema tecnicamente 10 em qualquer medida, existe aqui ird resultar em erro gigan- s intergalacticas; 2) outra questao, e esta é a mais importante, é a seguinte: € verda- de que a distncia das linhas espectrais tem a ver com 0 movi- mento da gal4xia? Na resposta a esta questo 6 onde entra a te- oria dizendo que sim. Se isto for verdade, entdo posso deduzir dai hip6teses sobre 0 movimento das galaxias e test4-las empi- ricamente e tornar, assim, a teoria uma teoria cientifica. Foi 0 que os fisicos fizeram com sucesso, tornando a medida por teo- ria uma medida cientificamente legitima. 5.2 — Unidades de medida Normalmente existe interdependéncia entre os fendmenos, de sorte que, ao se variar um deles, 0 outro covaria com ele. Esta covaridncia pode ser expressa por alguma constante. Estas constantes podem ser universais, como o caso da gravitagdo universal que covaria com as gravitacdes locais e ou as constantes da lei do reforgo scrigao de tais constantes pode cons- ionam dois ou mais atributos, os pré- ia, assumindo diferentes magnitu- do por isso que podem variar de surdveis. Neste caso, seria extre- ibuto diferente, uma unidade ba: a magnitude do mesmo. De fato, Serve aos propésitos da medida, Mas é facil ver as vantagens de i a todos. Nas ciéncias fisicas, /comprimento na Fran- rente do tamanho do pé bik i ido desenvolvida até que bito mundial tem st e a a lemaonal des Unités eee ine aN Conference On Weights and Measures 4 ), is uni jmérias para os fendme- Sarit ened Si a gs devas destas seis primé. sia we nA Luce & Suppes, 1986). No ano seguinte, ean ceca foi definida, © mole, que representa a Br ' es : a tad sa) da molécula e € igual 4 soma dos pesos atémicos meCancel, que compéem a molécula. Lembrando que 0 peso aus PUsmtsihocs 3 mado niimero de massa) corresponde ao total de nucie! ro néutrons) do nticleo do dtomo. A tabela 2-3 sintetiza estas umida ase consensuais. tica e mais en Padrio Fisico (Definigao do SD) “O metro € 0 comprimento igual a 1,650.763,73 comprimen- tos de onda no véeuo da radiagio correspondente 2 transiglo entre os niveis 2 p'” e 5 d° do dtomo do Krypton-86", 0 quilograma (unidade de massa) é a massa de um cilindro ‘especial feito de liga de platina e de iridio, que & considerado ‘como © prot6tipo internacional do quilograma, e € conservado ‘sob 0s cuidados do Bureau International des Poids et Mesu- res num cofte forte em Sevres, Franga”, “0 segundo € a duragio de 9.192.631.770 periodos (ou ciclos) da radiagio correspondente A transig3o entre dois niveis hiperfinos do étomo de c&sio-133”. “O ampere, unidade de corrente elétrica, é a corrente constante que, se mantida em dois condutores paralelos de comprimento infinito, de uma grossura negligivel, ¢ colocados a 1 metro de distancia num vacuo, produzir4, entre estes condutores, uma forga igual a 2x10” newtons por metro de comprimento (cerca 1/273,16 da temperatura termodinémica do triplo ponto (no qual gelo, gua ¢ vapor esto em equilibrio ~ 3,16°C)”. de 1/600,000 de um metro quadrado de pura | no ponto de se solidificar. Isto corresponde a de 2.045°K”, ia que Corresponde & soma dos pesos § étomos que compdem uma molécula A maioria das outras unidades em fisica é expressa em unidades derivadas destas seis unidades-base. Por exemplo, densidade é igual a peso por volume (kg/m*), velocidade a metros por segundos (m/s), lumi- nancia a intensidade da luz por area que € expressa em termos de distancia (cd/m 7), volt & watts por ampére (V = W/A), watt € joule por segundo (W = j/s), joule € newton vezes comprimento ( =N.m), newton é peso vezes distancia por tempo (N = kgxm/s’), etc. A procura de unidades similares em ciéncias psicossociais é algo ain- da precdrio, exceto onde medidas fundamentais forem possiveis, como talvez. em psicofisica (medida dos estimulos) e na andlise experimental do compor- tamento (medidas de estimulos e frequéncia de respostas). E, por isso, nestas ciéncias, prevalece a forma de medida por teoria como a corriqueira. 6-A medida em ciéncias psicossociais Medidas fundamentais nestas ciéncias parece dificil de serem con- cebidas. Mesmo em economia, que se apresenta como a mais desenvolvi- a concep¢ao de que a escolha quantidade e prego dos bens. De determinam a escolha dos sujeitos, lidade. Também nao parece acei- ) de bens possa ser reduzida 4 soma Deste problema surgiu a teoria mo- | dos jogos. Em psicofisica também se ndo fundamental. Entretanto, para isso e medida fundamental como sendo a psicofisica o atributo de interesse é a s. Estes certamente podem permitir que constituem o interesse especi- im a resposta a eles. E desta nao ha i dado que nao é um atributo om. fungao da sua telacao com 0 apiscamente pananstraca. A s a6 atributo me- e densidade. defensaver eI ereee pocunso, ; damental nao é a edir nes Semedida oa é Resta, entdo, a possibilidade de se a i estas ciais, nem se forma, que vimos apresentando sob a égide de ciéncias por uma de medida ng te aquelas formas la nag medida por teoria, que congrega finalmente dida sfio aqui des, fedutiveis a medidas fundamentais. Duas formas de a eee js: medida por lei e medida por teorta propriamente. paces ee mn ee ies oe medida por teoria, dado que a lei consti ur ip6. ser en p tese derivavel de alguma teoria e empiricamente demonstravel. 6.1 — Medida por lei ‘A medida por lei € comum nas ciéncias psicossociais. Em ee gia, em particular, ela faz parte da historia da psicofisica e da anslise ex. perimental do comportamento. Em psicofisica, a hist6ria que vai de Weber tevens é a da medida por lei: lei da constante (Weber), lei logaritmica e lei da poténcia (Stevens). Na andlise experimental do com- 6 temos as varias leis do reforco, por exemplo. iste uma medida por lei? Mede-se por lei quando se jiricamente que dois ou mais atributos estrutural- ntém entre si relagdes sistematicas. Duas condigdes a concepedio: (1) os atributos sao de natureza diferente, vel ao outro. Por exemplo: a cor e a distancia so dois atri- fenémenos fisicos (no caso do desvio para 0 vermelho dos objetos na medida de distincias). No caso da a e da anilise experimental do comportamento, acontece € 0 estimulo, que so dois atributos diferentes; e telago sistematica entre estes atributos, que foi ente. Assim, as manipulagGes efetuadas num atri- lente no outro, donde € possivel estabelecer 0s dois, uma lei. mais, ela é cientifica se de seus ficamente testéveis. O caso da enfoques teéricos com res- USO Corrente, quais sejam: 1) Teoria dos Jogos: esta trabalha basicamente com dois parame- tros, isto €, (a) a probabilidade objetiva de ganhos e perdas as- sociada com a escolha de cada alternativa disponfvel e (b) a utilidade, que expressa a preferéncia subjetiva do sujeito por uma determinada alternativa. O conceito de utilidade foi intro- duzido pela ciéncia econdmica, diante do fato de que os sujeitos nem sempre escolhem a alternativa de maior probabilidade ob- jetiva de ganhos. De fato, as alternativas numa dada situagao podem ser ordenadas tanto pela grandeza de suas probabilida- des objetivas quanto pelo nivel de preferéncia que 0 sujeito Ihes atribui. Aliés, 0 conceito de utilidade, entendida como a forga de nosso desejo, ja foi trabalhado por Pascal em La logique, ou Vart de penser (1662, apud Bernstein, 1997), depois por Ber- noulli e redescoberta por Bentham no século XVIII; este con- ceito foi reelaborado por Von Neumann e Morgenstern na teo- colha ou decisdo final depende de is ordenagGes, decisao que a teoria s 1966; Swets et al., 1961); 51, 1959, 1960, 1971, & da Silva, 1999); (4) rentes maneiras; SurEcH wuas ae ae ae i i te distintas, quails sejam, a ia tora pom (TCT. que entende 0 ete com Som oeement0 (80) ea Teoria de Resposta ao Item (TRI), que , entende como critério 0 trago latente (latent modeling). Estas © critério € entendido de difet serio detalhadas no capitulo 4. 7-0 problema do erro | 7.1 - Conceito de erro A medida é um procedimento empirico e nao existe procedimento - empirico isento de erro. Esta nao é uma afirmagao l6gica, mas pode ser ado um postulado e pode ser empiricamente verificada através de e mensuragao. Mesmo na medida fundamental, é impossivel 9. Argumentando com Popper (1972), podemos dizer que determinagao da coincidéncia de pontos: um sinal no do e um sinal no instrumento de medida (metro, por io existe tal coincidéncia no sentido de que os dois 0 Unico, h4 apenas uma justaposi¢do dos dois pon- ita da justaposicao s6 seria finalmente efetuada se num aumento ao infinito desses dois pontos; lento deles ao infinito se verifica que os pontos imos. Assim, a coincidéncia se faz dentro de um medido cai dentro de um intervalo de pontos de condensacao”) Quanto menor este interva- Por esta raziio, é costumeiro entre os cien- da medida, o seu equivalente erro prova- stes extremos de condensagio. i mente Ja sentiu que o nimero utilizado ; nao € exatamente o niimero que os iticos € um conceito abso- d, ele € 0 objeto direto de estudo utilizado na medida ja nao ¢ Bnifica que ele pode ser mais dade, 0 que é uma manei- ra elegante de dizer que ele admite erro, Este ntimero “grosseiro” € objeto de estudo de um ramo da Matematica chamada Estatistica. Assim, en- quanto a Estatfstica estuda o ntimero como Tepresentacao de algo diferente dele, porque ele € uma descricao de fendmenos naturais e nio mais um conceito original, a Matematica estuda precisamente o nimero em sua propria identidade. 7.2 —Tipos de erro Os erros podem ser debitados ou a Prépria observacgao ou A amos- tragem de objetos ou eventos na qual a medida foi realizada. 7.2.1 — Erros de observagio j Ha quatro fontes principais de erros de observacio: (1) erros ins- trumentais devidos a inadequagées do instrumento de observacao, (2) er- s devidos as diferentes maneiras de cada pessoa teagir, (3) erros am fator sistematico no controlado, como por nivel diferente da do mar, e (4) erros hecida ou cognoscivel. Ha, inclusive, ticular, como a demissdo do seu assis- faskelyne (Inglaterra) por ter observado a S meio segundo depois do que tinha ele 1a No € tanto a existéncia desses erros, que ras suas fontes e propor meios de redu- sta problematica, mente nao pode ser feita sobre eventos ou objetos, tipicamente se ‘ou objetos. Esta escolha de indivi- ita a desvios, vieses, isto ¢, erros. O e fosse tirar conclusdes sobre a e 0 interesse do pesquisador é toda a populagio da qual a dade). Para solucionar os problemas avis e540 dade pivida a teora estatitica da amostrazeny Tabela 2-4. Erros de medida: fontes € controle Causa Controle a ee instrumental instrumento calibragao . pessoal (observador) diferencas individuais atengdo, pemmneto ; | sistematico fator espectfico experimental ou Se aleat6rio nao conhecida teorias do erro (probabili- dade) selegdo da amostra representatividade da mostra (teoria estatistica) o estd sempre presente em qualquer medida e que ameaga séria 4 tomada de decisdes cientificas, que haja meios de neutralizar ou diminuir os seus de conhecer sua grandeza, 0 mais aproximado nho de risco em que se est4 incorrendo ao to- medida. Todos os esforgos para controlar 0 erro experimentais so necessdrios, mas nem por isso © que a ocorréncia dele é imprevisivel, isto é, ninarem as causas de todos os erros possi- frentar esta situagdo foi desenvolvida a teoria probabilidade e dos eventos casualoides. | aleat6rio é definido por Popper (1974: | Sequéncia-propriedade, especialmente | “aleat6ria’ se e somente se os limi- primarias forem ‘absolutamente legao que se apoie nas proprieda- - Bm palavras mais simples, um nao pode ser predita a partir ele € totalmente indepen- es. Imagine 0 jogo de lancar d qualquer que tenha , O resultado (um entre os seis possiveis) do proximo langamento é totalmente imprevisivel; isto é fiberdade absoluta, O erro na medida € considerado um evento aleat6rio pela teoria do erro. Feita esta suposi¢ao, entao é possfvel tratar o erro dentro da teoria da probabilidade, do teorema de Bernoulli, que baseia a lei dos grandes ni- meros e da curva normal, que determina a probabilidade de ocorréncia dos yarios elementos da série, no nosso caso, da série aleatéria composta dos varios tamanhos de erros cometidos na medida. A curva normal define que uma sequéncia aleatéria de eventos empfricos se distribui normalmente em torno de um ponto modal (média) igual a 0 e uma variancia igual a 1. Este valor modal, no caso de uma dis- tribuigdo de erros, significa que estes se cancelam no final, dado que este valor (0) € 0 que possui a maior probabilidade na distribuigdo. Contudo, isto € absolutamente verdadeiro somente na distribuigao de uma série ale- ndmero infinito de eventos, segundo 0 teorema de Bernoulli. com liberdade absoluta) que se | Mesmos parametros desta série. ento, mais pr6ximo esta dos para- to maior O segmento, menor o Popper (1974: 198): “Assim, os grandes nimeros’”. ro da medida é expresso pelo dio da variancia, isto é, da meaiua eormen~ que g ‘0 valor médio das medidas mais um erro padrao ¢ io jo dada pelo erro padra i ‘puto se situa entre dele (isto & medi ee ide um atril ida ceuadascumeerene torno menos um erro padr0)- g—Importancia da medida Poder-se-ia perguntar, diante de tantas dificuldades que @ medida ili étodos de medigdes em lugar de apres vantagem em se utilizar met } Se rn ae Gualitativos ou descritivos. Parece que @ resposta deva ser positiva, porque aqueles métodos se apresentam. superiores a estes em, pelo menos, duas areas: precisao & simulagado. ‘da medida nunca ser destitufda de erro, ela € capaz de defi- ‘dos quais os reais valores dos atributos medidos se en- S pontos de condensagao ou de extremos impreci: a solugio da questo da preci jo da medida. (ponto extremo do atributo do objeto a ser me- do instrumento de medida) significa determinar dentro de um intervalo de pontos extremos do tio, reduzir-se-ia a determinar estes pontos por sua vez, também caem dentro de um inter- cisariam ser determinados e, assim, indefi- a para decidir nenhum intervalo de pontos de ontos extremos do intervalo de condensagio r real do atributo se encontra. Assim, fica Pprovavel dentro de seus pontos extre- mo tolerada ou provavel. De sorte que mar que 0 atributo € mais ou me- ' magnitude definida dentro de li- 40 ao minimo do intervalo , depende de avancos tecnolé- Ito a descri¢do do fend- smo. Fica também mais exata a definigdo das operacdes e procedimentos utilizados na observacao dos mesmos fendmenos. A medigao nao torna a observacio possivel, mas a torna mais unfvoca, isto €, menos ambigua, mais precisa. Esta vantagem da medigao se torna ainda mais crucial na observagio do muito grande (macrosc6pico) do muito pequeno (microscspico). 3.2—A simulagao A manipulagao da realidade € geralmente complexa, dificil e cus- tosa. Além disso, as vezes ela € impossivel ou eticamente condendvel. Por exemplo, nao parece aceitavel querer estudar os efeitos da bomba atémica sobre uma cidade, explodindo uma. Mas conhecendo com precisao as re- lagGes entre 0s Componentes em jogo e suas magnitudes, pode-se utilizar modelos matematicos para simular os efeitos que queremos estudar e que, de outro modo, seria impossivel ou impraticdvel pesquisar. nao pode ser considerada uma pa- conhecimento da realidade, inclu- nem o método da ciéncia. Mas, ig até irracional nao se aprovei- uu menor uso da medida, sobretudo isto é, quando ha a ex- esta axiomatizagao esta longe sobre a viabilidade da me- inécua que produtiva; uma ce mais substantiva, produtiva Bihos*

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