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ALCIR JOSE MONTICELLI Professor do Departamento de Engenharia Elérica do UNICAMP. Engenheiro de Eletranice, ITA Doutor em Engenharia Elétrica, UNICAMP FLUO DE GARGA EW REDES Ot ENERGIA ELETRIGA Oh ae votre 4 Contvais Eiricas Braieiras SA % EDITORA EDGARD BLUCHER LTDA, A publicagao deste livro se tornou possivel gragas ao apoio do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL). ‘CIP-Braclk Cetaloguodo-na-Publeagto CCAmara Brastoira do Live, SP Monticelli, Aleir Joa, 1946- Fluxo d@ carga ea redes de energia ca / Aleir J. Monticelli. -- Sto Paulo : Bdgerd Biticher , 1983. Bibliografia. 1, Energia elétrica ~ Sistemas 2. Kirchhoff - Leie 3. Redes elétricas I. Titulo. onp-621.31920212 Indices para calalogo slstemiatico: Ls Géloulos : Fluxe de carga : Red ‘Engenharia 621.31920212 2. Fluxo de carga : liedes elétricas : Leis de Kirohhoff : Engenharia 621.31920212 3. Leis de Kirchhoff : Fluxo de carga : Redes eae : Engenharia 621.31920212 elétricas : 1983 Editora Edgard Bliicher Ltda. E proibia a eprodugdo toal ou parcial (Por quasquer melas sem autorizaga eserta da eduora EDITORA EDGARD BLUCHER LTDA. (01000 Cares Postat $450 Eno, Tentonarico: Bicientsvno Sko Pauto— SP — Brast Inmpreso no Brasil Printed in Brazil Nota Introdutéria Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL) foi criado em 1974, pela Eletrobras e suas subsididrias regionais, com 0 objetivo de contribuir para o desenvolvimento tecnolégico nacional na rea de cenergia elétrica. Para tanto, o CEPEL dispde de dois laboratorios onde trabalham, atualmente, cerca de S00 pessoas: 0 Laboratorio de Siste- mas Elétricos (LSE), onde sio realizados pesquisas e projetos tecnolégi- ‘cos nas éreas de sistemas de poténcia, materiais para equipamentos elé- tricos e eletrénica aplicada; e 0 Laboratrio de Equipamentos Elétricos (LEE), dedicado a estudos, projetos e ensaios em alta poténcia e alta tensio nas dreas de linhas, substagdes e equipamentos elétricos. ‘No ambito do LSE, o CEPEL vem hé alguns anos desenvolvendo in- tensa atividade de pesquisa na area de planejamento da expansio de re~ des de transmissio. Este projeto conta com 0 apoio técnico e financeiro do Departamento de Sistemas de Transmissio (DEST) da ELETRO- BRAS e ¢ realizado em conjunto com o Departamento de Engenharia Elétrica (DEE) da UNICAMP. Dentre os resultados alcangados, pode-se mencionar 0 desenvolvimento de um sistema interativo de planejamento de redes de transmissio, de métodos para sintese automética de redes ¢ reforgos para contingéncia e de modelos para célculo de confiabilidade de sistemas de geragao/transmissao. presente livro tem como origem os relatérios de pesquisa da UNI- CAMP sobre anilise de redes. Seu autor, Prof, Alcir Monticelli, é um pesquisador de renome internacional, cuja contribuigio técnica tem sido extremamente valiosa nao s6 para o CEPEL como para varias empresas do setor elétrico. 0 CEPEL, ao co-editar o texto, visa divulgar técnicas que representam o “estado da arte nesta area e que tem amplas possibi- lidades de aplicagao no planejamento nao sé da expansio, como também da operagao e controle em tempo real de sistemas elétricos de poténcia. ‘Além de servir como referéncia abrangente, atualizada ¢ confidvel aos téenicos do setor, sua forma didatica permite sua utilizagdo em cur- sos de engenharia elétrica, tanto a nivel de graduagao como pés gradua si. JERZY LEPECKI Diretor Executivo CEPEL, Agradecimentos Este livro é em parte, uma extensio natural do trabalho desen- volvido nos ailtimos sete anos no Departamento de Engenharia Elétrica da UNICAMP, tanto no ensino como em projetos de pesquisa ¢ desen- volvimento, que contaram com 0 apoio do Centro de Pesquisas de Ener- ‘gia Elétrica (CEPEL), das Centrais Flétricas Brasileiras (ELETROBRAS) , mais recentemente, da Companhia Energética de Sio Paulo (CESP). Durante todos esses anos, foi para mim muito gratiicante ter podido trabalhar com Ariovaldo Verandio Garcia, Sigmar Maurer Deckmann, Femando Urbano, Fujio Sato, Carlos A. F. Murari, Antonio Chaves Pizzolante, André 'L. M. Franga, Vivaldo Fernando da Costa, Anésio dos Santos Jr., Orlando Luiz Semensato © Manuel Moreira Baptista, como orientador de seus trabalhos de tese de mestrado ¢/ou doutorado Uma divida adicional eu tenho com Orlando, Ariovaldo ¢ Carlos, pela Ajuda na revisio dos originais pelas sugestoes na organizagao final do livro, Entre outros, agradego a Brian Stott, Ongun Alsag, Mario V.F. Pereira, Sérgio H. Cunha, Gerson Couto e’ Frederico M. Gomes, pela ‘convivéncia no desenvolvimento de trabalhos em comum. Estendo meus agradecimentos a Edson Pedro de Lima e Luiz Cliudio Pasquini que, ‘com muita paciéncia, fizeram os desenhos que compdem este livro. Meu reconhecimento ao Dr. Jerzy Lepecki, nao s6 pelo apoio do CEPEL mas, também pelo incentivo para que cu preparasse este trabalho. Aleir José: Monticelli CONTEUDO CAPITULO 1... Fluxo de carga Aspectos gerais, 1a 12. 13, La 1s, ‘CAPITULO? Formulasto bisica do problema Modelagem de linhase transformadores 1.2.1, Linas de transmissto... 1.2.2. Transformadores em-fase 1.2.3. Transformadores defasadores... Fluxos de poténciaativae reativa 1.341. Linhas de transmissto, 13.2. Transformadores em-fase 13.3. Transformadores defasadores. 1.34, Expressdes gerais dos faxes. Formulacto matricial... ‘Impedaincia equivalente entre dois nos Flux de carga linearizado. 2a, 22, 23 24. CAPITULO 3 liminacio de Gauss... 3 32, 33. 34 a5. 36. 37. Lincarizago Formulasao matricial (@ = B° 8). Modelo CC . a [Representacdo das perdas no Modelo CC ‘Matrizes tipo admitancia nodal... Método da eliminagao de Gauss Matrizes elementare.. Decomposico LDU... Resolugdo do sistema A Eliminaglo de Gauss ¢redugao de citcuitos.. Critérios de ordenacao .. ‘pelos fatorestriangulares. CAPITULO 4.. 3 Anilise de alterages em redes de transmissio 3 4. Alteragdes na matriz admiténcia nodal. 33 4.1, AlteragBes simples 33 4.1.2, Alteragbes miltplas 56 4.2, Analise de sensibildade 38 42.1, AlteragBes simples. 39 4.2.2, Alteragdes miltiplas... 6 ‘Alteragdes na matriz impedincia nodal, a 4.3.1, Alteragdes simples... 4 4.3.2, Alteragdies miltiplas 6 ‘Teorema da Compensacdo = 4.5. Lema de inversao de matrices nm CAPITULOS.. 1 Fave ecarg ndotncar:aigoritmos bea. 1 $.1, Formulacio do problema basco ...e1. 8 5.2. Resolugdo de sistemas algbricos pelo méodo de Newion.. * 5.3, Fluxo de carga pelo método de Newton.. . 2 5.4, Métodos desacoplados . 3 5.4.1. Método de Newton desacopiado.. 9 5.4.2, Método desacoplado répido 100 CAPITULO 6 ‘luxo de carga: controle eimites. 6.1. Modos de representagao 62. Ajustes alternados 663, Controle de tensao em barras PV. 6.4, Limites de tens4o em barras PC... 655. Transformadores em-fase com controle sutomético de!) 6.6. Transformadores defasadores com controle automtico de fase. 67. Controle de intercmbio entre éreas 6.8. Controle de vensfo em barras remotas. (69. Cargas varidveis com a tensdo CAPETULOT esis UBT Equivalentes extera0s..0..0 i 127 7.1. Reagdes externas. aa 18 7.2. Equivalente Ward: modelo linea fonnnnnnenes 19 73. Obtengao de equivalents por climinacio de Gauss. CIEE aaa 7.4. Equivalente Ward: modelo nao-lineat... 136 7.5. Equivalente Ward com retengto de barras PY... 14 7.6. Equivalente Ward estendido . 43 7.7. Modelo de fuxo de carga ndo-reduzido “7 APENDICE A... Anilise de redes em centros de supervisio ec ‘ALL Introdugdo aos centros de controle Acl.l, Controle da geracio ‘AL2, Controle supervisorioe de sewuranga. ‘A.2. Operacdo em tempo real ‘2.1, Restrigdes de carga, de operasto ede seguranca. ‘A.2.2, Estados de operagdo do sistema, ‘A.23. TransigBes entre os estados do sistema... AG Sistema de andlise de redes. ‘A3.1. Configurador. A.3.2. Estimador deestade 'A.3.3. Previsto de carga por barra, ‘A.34, Modelagem da rede em tempo real (fuxo de carga)... ‘35S. Anilise de seguranga.. ‘A.3.6, Fluxo de carga de operagao . AA3.7. Anilse de sensibilidade de tens90 «.srnnveesn A.38. Controle corretivo de emergéncia, APENDICE, c 161 Anilise de sensibilidade ......0.seeen 161 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 0.00000 soe 168 Capitulo 1 FLUXO DE CARGA ASPECTOS GERAIS © cileulo de fuxo de carga (ou fluxo de poténeia) em uma rede de energia elétrica consiste essencialmente na determinagao do estado da rede, da distribuigdo dos fluxos ¢ de algumas outras grandezas de inte- resse. Nesse tipo de problema, a modelagem do sistema € estitica, sig- nificando que a rede € representada por um conjunto de equagdes € ine quagdes algébricas. Esse tipo de representagdo ¢ utilizada em situagdes nas quais as variagdes com o tempo so suficientemente lentas para que se possa ignorar os efeitos transitorios. E claro que os transitérios do sistema s6 podem ser devidamente levados em conta se for utilizada uma modelagem dindmica envolvendo equagdes diferenciais, além de equagdes algébricas. O ciloulo de fluxo de carga é, em getul, realizado utilizando-se métodos. computacionais desenvolvidos especificamente para a resolugao do sistema de equagdes € inequacdes algébricas que constituem o modelo estatico da rede. ‘Os componentes de um sistema de energia elétrica podem ser clas- sifieados em dois grupos: os que estéo ligados entre um né qualquer © 0 noeterra, como € 6 caso de geradores, cargas, reatores ¢ capacitores: € 0s que estdo ligados entre dois nds quaisquer da rede, como € 0 caso. de linhas de transmissio, transformadores ¢ defasadores. Os geradores € cargas sdo considerados como a parte externa do sistema, ¢ so mo- delados através de injegdes de poténcia nos nés da rede, A parte interna do sistema é constituida pelos demais componentes, ou seja, linhas de transmissdo, transformadores, reatores, cic. As equacdes basicas do fuxo de carga so obtidas impondo-se a conservacao das poténcias ativa © reativa em cada né da rede, isto & a poténcia liquida injetada deve ser igual 4 soma das poténcias que fluem pelos componentes internos que tém este n6 como um de seus terminais. Isso equivale a se impor @ Pri meira Lei de Kirchhoff. A Segunda Lei de Kirchhoff é utilizada para expressar os fluxos de poténcia nos componentes internos como fungdes das tenses (estados) de seus nds terminais. 2 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETAVCA 1.1. Formulagdo bésica do problema Conforme foi dito anteriormente, 0 problema do fluxo de carga pode ser formulado por um sistema de equacdes e inequacdes aleébricus nao-lineares que correspondem, respectivamente, s leis de Kirchholl ¢ -um conjunto de restrigdes operacionais da rede elétrica e de seus com- ponentes. Na formulagio mais simples do problema (formulagao bisica), a cada barra da rede slo associadas quatro variaveis, sendo que duas delas entram no problema como dados © duas como incognitas: Vi, — magnitude da tensio nodal (barra K) G, — angulo da tensio nodal P,~ geracio liquida (geragdo menos carga) de poténcia ativa injecdo liquida de poténcia reativa a Dependendo de quais variaveis nodais entram como dados ¢ quais so consideradas como incégnitas, definem-se trés tipos de barras: PQ — sto dados P, € Qj, € calculados \, ¢ Hy PV—sfo dados P, € V, ¢ calculados Q, © 0 REFERENCIA ~ sio dados V; € 04, ¢ calculados P, ¢ Q, AAs barras dos tipos PQ e PV so utilizadas para representar, respecti- vamente, barras de carga ¢ barras de gerago (incluindo-se os conden- sadores sineronos). A barra V0, ou barra de referéncia, tem uma dupla fungdo: como o proprio nome indica, fornece a referéncia angular do sistema (a referéncia de magnitude de fensdo € o proprio né terra): além disso, € utilizada para fechar o balanco de poténcia do sistema, levando em conta as perdas de transmisso ndo conhecidas antes de se ter a so- lugdo final do problema (dai a necessidade de se dispor de uma barra do sistema na qual nao € expecificada a poténcia ativa) Esses trés tipos de barras que aparecem na formulacdo bisica so (os mais freqiientes ¢ também os mais importantes. Entretanto, existem algumas situagdes particulares, como, por exemplo, o controle de inter- cambio de uma area e o controle da magnitude da tensio de uma barra Temota, nas quais aparecem outros tipos de barras (POV, Pe V), Esses tipos de barras nao sfo considerados na formulagao bisica, mas serao incluidos no processo de resolugao quando for estudada com mais de- talhes a atuagdo dos dispositivos de controle existentes no sistema (Cap. 6). Uma outra situacdo, nao representada na formulagao basica, refere-se & modelagem das cargas: foi visto que as barras de carga sio modeladas como sendo do tipo PQ, em que P, € Q, sio considerados constantes a representagao de barras de carga, nas quais as poténcias ativa ¢ reativa yariam em fungdo da magnitude da tenso nodal, sera considerada no Cap. 6 node corsa ~ asectos gris 3 © conjunto de equagdes do problema do fluxo de carga é formado por duas equacdes pura cada barra, cada uma delas representando 0 fato de as poténcias ativas ¢ reativas injetadas em uma barra serem iguais 44 soma dos Mluxos correspondentes que deixam a barra através de linhas de transmissio, transformadores, etc. Isso corresponde a imposicdo da Primeira Lei de Kirchhoff e pode ser expresso matematicamente como se segue: PLE & PamlHis Vas Oas On) (aay + OM) = E Daal Vi, Vas On, Om) oS, NB, sendo NB o nero de barras da rede conjunto das barras vizinhas da barra k ¥,, Va — magnitudes das tensdes das barras terminais do ramo k= m (4m ~ angulos das tensdes das barras terminais do ramo k—m Pom ~ fuxo de poténcia ativa no ramo k—m Qyq — fluxo de poténcia reativa no ramo k—m OF — componente da injecio de poténcia reat mento shunt da barra k (Qi) = bj* tancia shunt ligada & barra k). devida a0 ele- V2, sendo by" a suscep Como sera mostrado mais adiante, nessas equagdes os Jingulos 6, € Dy aparecem sempre na forma 0) ~ (ly, significando que uma mesma dis. Vribuigio de fluxos na rede pode ser obtida se for somada uma cons- tante arbitraria a todos os angulos nodais, ou seja, o problema do fluxo de carga é indeterminado nas variaveis 0,0 que torna necessaria a adogio de uma referéncia angular (isso pode ser feito por uma barra tipo V8, conforme foi mencionado anteriormente). As expresses (I.1) foram mon tadas considerando-se a seguinte convengdo de sinais: as injegdes liqui das de poténcia sio positivas quando entram na barra (geragio) € ne gativas quando saem da barra (carga): 05 fluxos de poténcia so posi tivos quando saem da barra ¢ negativos quando entram: para os ele- mentos shunt das barras é adotada a mesma convengio que para as injegdes. Essas convengdes de sentidos para as poténcias ativas ¢ reativas sao as mesmas utilizadas para correntes ¢ estio indicadas na Fig. 1.1 © conjunto de inequagdes, que fazem parte do problema do fuxo de carga, € formado, enire outras, pelas restrigdes nas magnitudes das tensdes nodais das barras PQ ¢ pelos limites nas injegdes de poténcia reativa das barras PV: van cy, < ve or 1, B sera indutivo (mesmo sinal que Je) enquan- to C seri do tipo capacitivo: haverd uma tendéncia a diminuir Y, ¢ au- rmentar by, Se uma das barras terminais tiver tensdo regulada (PY, HO, et.) u estiver eletricamente proxima de uma barra desse tipo, a outra barra terminal solrera os efeitos das alteragdes na relagdo Isa. Nestes casos, ‘ou seja, quando uma das tensoes terminais ¢ rigida, tudo se passa como se 0 transformador se apoiasse em um de seus terminais para clevar ou diminuir a magnitude da tensio do terminal oposto. 8 ‘FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA 1.23. Transformadores defasadores Este tipo de transformador permite que se controle 0 fluxo de po- téncia ativa do ramo no qual ele esti inserido. A situagio ¢ andloga a de um circuito (rede) em corrente continua no qual se insere uma fonte de tensio em um de seus ramos. Dependendo da polaridade da fonte, a cortente que passa no ramo poderi aumentar ou diminuir devido a introdugdo da fonte, eventualmente mudando de sinal. Em uma rede de transmissdo em corrente alternada, 0 defasador, como 0 proprio nome indica, consegue afetar o fluxo de poténcia ativa introduzindo uma de- fasagem entre os nds k e p (ver 0 modelo de defasador puro na Fig. 16). Ono) (yore (ns6n) Loe t ° le o Ym — In ae! Figura 16 ~ Delasador puro (r= 6) Considere-se, por exemplo, uma situagdo na qual, antes di duzir o defasador, 0 fluxo de poténcia ativa tem o sentido k-+m ( Seja > 0 0 ngulo introduzido pelo defasador, isto & #,—@ +9. S © ramo k—m for radial, © luxo Py» fiearé inalterado, passando a nova abertura angular do ramo k—m a ser dada por n= in + @. OW Sei a abertura angular sobre a sdmitancia Yiq flcara inalteradat (By = ly pois os nds pe m sofrerdo a mesma variagao angular (8, = Be + oe A= Um +6) Se 0 tamo k—m nao for radial, situagio que realmente tem interesse pritico, 0 restante do sistema tender a impedir que a aber- {ura angular Yq Vari livremente, € a variagio provocada pela introdug do desafador Seré tanto menor quanto mais “forte” for o sistema de transmisso (ou quanto maior fora magnitude da susceptineia equivalente total entre os nés k em, em relagdo a susceptancia do defusador). Neste aso, a abertura angular sobre a admitancia ig PaSsara 3 SET Bpy > He ‘0 que implicurd um acréscimo no fluxo de poténcia ativa no ramo k —"m. © mesmo raciocinio pode ser repetido para y negative, caso em que © fluxo de poténcia ativa no ramo km diminuira com a_ intro: dugio do defasador, Uma situagio extrema ocorre part sistemas infinitamente “fortes”, para os quais os angulos 8 € 4, sio rigidos. isto € ndo variam com 0 Angulo @ introduzido pelo defasador (obvia~ ‘mente, esta & uma situagao ideal), Neste C480, teM-S€ By = Gyn — 0 = Bh 6, OU Sea, a abertura angular sobre admitiincia Yq. apos.a introducao do delasador, & Bye @2n-+ 9. Iso significa que todo"e Angulo y do d fasador é somado 'd abertura angular existente inicialmente entre os pon- tos pe m (se @ for positivo, o fluxo de poténcia ativa aumentara, ¢ vic intro- iy Fino de carga — aspectos gris 9 versa). Existem, portanto, duas situagdes exiremas: o ramo k~m é radial, ASO EM GUE ym = pms Signiticando que © uxO Prw independe de 9: © ramo k—m nao € radial ¢ a rede é infinitamente forte entre os és k € m, caso eM QUE pm = On +g. significando maxima influéncia de @ sobre Pia. AS situagdes praticas esto entre os dois extremos, ou seja. para >0, LeM-Se Om < Opn < ow + @ (Felagio andiloga vale para y <0) Note-se que toda a’ discussdo precedente vale para sistemas de trans Imisso tipicos, nos quais os fluxos de poténcia ativa dependem basica- mente das aberturas angulares nos ramos (as reatincias série so muito maiores que as resistencias série). No caso do defasador puro (aquele que s6 afeta a relago entre as fases das tensdes Ey © E,, sem afetar a relagdo entre suas magnitudes), tem-se: (116) © que equivale a dizer 0, = +0. (47) pois as magnitudes das tensdes ¥, ¢ Va so iguais. Substituindo-se (1.16) em (1.11), obtém-se ie = phe mee (1.18) AS correntes Tim © Tu podem ser escritas em fungio das tensdes sterminais, da mesma forma que foi feito para o transformador em-ase, resultando Tam = ~1*Yaql Em — Ep) = Oia Ei + (= OV ml Ew (119) Ine = Siml Em — Eq) =(~ en) Ea + Ol Em Pode-se observar facilmente que ¢ impossivel a determinagio dos para metros 4, Be C do circuito equivalente 7 neste caso, pois nas expres- sdes (1.19) 0 eoeficiente de Ey, na equagio de Iq difere do coeficiente de Fy na equagio de Im (—T*Yim € ~ lq, Fespectivamente). Ja foram discutidos 0 transformador em-fase (1 = a) ¢ 0 defasador puro (1 =e"). O defasador com 1= ae"? afeta nio s6 0 fluxo de poténcia ativa mas também o fluxo de poténcia reativa (ou as tensdes terminais, ‘© que da no mesmo) do ramo onde esta inserido. O procedimento seguido na obiengdo das equagdes de In € Im» NESE Caso, & 0 mesmo dos casos precedentes. ¢ pode ser facilmente repetido por analogia. A inica dife renga, em relagio as expressdes (1.19), € que 0 coeficiente de E, na equa- ‘¢Ho de fag Passat & Ser d?4m €M Ver dE Yun, Uma possibilidade pratica 10 ‘RLUNO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETAICA © simples de se representar aproximadamente um defasador com a# 1 cconsiste em utilizar-se de um modelo constituido de um transformador em-fase (t= a) em série com um defasador puro (¢ =e!) 1.3. Fluxos de poténcia ativa reativa As expressdes dos fluxos de poténcia ativa Pip € poténcia reativa cm podem ser obtidas a partir dos modelos apresentados na segio pre- cedente, conforme seri mostrado a seguir. 1.3.1. Linkas de transmissio J4 foi visto anteriormente que a corrente fq em uma linha de trans missio € dada por Fam = Yam Ex — En) + JIE, (1.20) © fuxo de poténcia complexa correspondente € Stn = Pan — iQtm = Et lam = = Tim eM (H OP — Veg eo) + jit, V2 an Os flux0s Pin € Qum SiO obtidos identificando-se as partes reais e ima- ginarias dessa equaigdo complexa, resultando Pam = Vi7Gam — Vi Vnithum C05 On — Vi Vadim S60 Oy (1.22) am = — Vidhan + bit) + VaVinbim 208 Ohm — Vi Vain SEM Ohm Os fuxos Pry © Om, 80 obtidos analogamente: Pra = Vim ~ Vi¥ondum 605 tm + Vi Voi 860 Oayy (1.23) Qo = — VElPim + BIR) + ViVi CO8 Om + Vi Vindi SEP Oa As perdas de poténcia ativa e reativa na linha sio dadas, respecti- vamente, por Pam + Pat = Gin VE + V3, 2 VV 00S Oty) tom | Ex — Em? (1.24) am + On = — BEM VE? + V2) — bug VE + VB. 2V, Fn 08 Oo ave + Ve — bim| Ex Em|? ‘Puro de carga aspectos gras te Notar que |£,~Eq| € a magnitude da tensio sobre 0 elemento série do. modelo equivalente 1: im | Ex — Em|? sto as perdas Ghmicas: ~ bun | Ex — Em | S20 as perdas reativas no elemento série: e — beh V+ V3) corresponde i geragio de poténcia reativa nos elementos shut (lembrar que, em linhas reais, bq <0 © By3,> 0). 1.32. Transformadores em-fase Foi visto na seedo precedente que a corrente Iq em um transforma- dor em-fase Jim = Annu — End (1.25) © Muxo de poténcia complexa correspondente & dado por Ste = Pan HQtm = EP lin = Vee (ay Ye — Vy) (Ps) Os f1Ux0s Pim © Qi SG0 obtidos identificando-se as partes reais © imagi- hnarias dessa equagdo complexa, resultando Pan = (Gam¥a) Gam ~ (nM )Vndim C08 Ooms — (dn ¥) VnPie 86M Oa 27 Dam = — (dn Va? Ban + (ton Yi) Vim €08 Oa ~ (Cin Fe) Vain SEP Oa Estas expressdes poderiam ter sido obtidas por inspegio comparando-se (1.26) com (1.21): em (1.26) ndo aparece o termo jbj}.V? ¢, no lugar de V,, aparece din. Conseqiientemente, as expressies de Pam © Qum Para co transformador em-fase sio as mesmas deduzidas para linhas de trans- ‘missiio, bastando ignorar 0 termo que depende de if, © substituir h, POF dual 1.33. Transjormadores. defasadores Para 0 defasador puro foi visto que Tan = Yam Ey — ©! Eg) = Ya mE, Om — Eq) (1.28) © Muxo de poténcia complexa correspondente & dado por Ste = Pun — Qin = Et lin = a (129) = vam Yee IA mY, eA! Hed — Va ee) 12 FLUNO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETIICA Os Muxos Puy € Qi S40 obtidos identificando-se as partes reais ¢ ima- gindrias dessa equagao complexa, resultando Pam = Vithn ~ ViVoidam COS (Oy + Pim) — ViVedbim S80 (ame * Pa) (1.30) Qim = — Vi bam + Vi Ve Pim COS (Ose + Pr) — Vi Vinion SEM (om + umd Estas expressdes poderiam ter sido obtidas por inspecdo comparando-se (1.29) com (1.21): em (1.29) no aparece o termo jbit ¥? ¢, no lugar de 04, aparece 0, + Oin- Conseqiientemente, as expressdes de Pon © Qum Para ‘0 desafador sdo as mesmas deduzidas para linhas de transmissio, bas- tundo ignorar 0 termo que depende de Fi € SUbSLIUIE Mae POF Van + Som 1.34. Expressdes gerais dos fluxos s fluxos de poténcia ativa e reativa em linhas de transmissdo, trans- formadores em-fase, defasadores puros ¢ defasadores, obedecem is expres- ses gerais Pam = (am¥a Yam ~ (Gan) Valin £08 (i + ig) ~ (ain Vi) Vebem 82M (Bam + Pam) (131) Qn = (lam Va? (Pam + BIR) + (dam) Vain €08 in + in) + ~ (Gig ¥) Vin $29 lime + Pie No caso de linhas de transmissi0, die = 1 € Gin =O. Para trans- formadores em-lase, b= 0 € Pin = 0. Para os defasadores puros, bik = 0 € din = |. Finalmente, para os defasadores, bi = 0 No inicio deste capitulo, foi formulado 0 problema do fluxo de carga como sendo edmposto de dois sistemas algébricos: o sistema de equa- ges (1.1) € © conjunto de inequagdes (1.2), Neste ponto, ¢ interessante otar que 05 f1Ux0S Pig € Qo, que aparecem em (I.1), sio dados gene- ricamente pelas expressoes (1/31) 1.4, Formulacio matricial A injegdo liquida de corrente na barra k pode ser obtida aplicando-se a Primeira Lei de Kirchhoff a situagdo geral representada na Fig, 1.1 Lt M= Stig (k= 1,.NB) (32) Esta expressio, para k ‘Puno decargn — nspecon gers 13 A corrente fig em uma linha de trans dor em-fase (Fig. 14) ¢ defasador puro (Fig. pelas seguintes expresses: 10 (Fig. 1.2), transforma- 6) € dada, respectivamente, Jam = (am + JPRRVE, + (= Yin) Em Jagg = (GinVindE, + (= dundin) Em (133) Tam = Vind Eg + (= 61a Em, conforme ja foi demonstrado anteriormente (expresses (1.20), (1.25) € (1.28), respectivamente). As expressdes (1.33) podem ser postas na seguinte forma geral Van = (dimVion + Fim) Ex + (= Aig ©! Vem Eos (134) sendo que, para linhas de transmis, dim=1 € Gin =0: para trans- formadores em-fase, bid, = 0 © Gin = 0: €, para defasadores puros, bis € diq= I. [Lembrar que os delasadores com dyn #1 so representados fon ator pola Tf trom translormador em-fase (m= 0) Considerando-se /ue dado em (1.34), a expresso de J, (1.32) pode ser reescrita da seguinte maneira = GP +S Gi + tintin] Ex +S (~ dim Yin) Em (1-35) NB, pode ser posta na forma matricial vE, (136) em que —vetor das injegdes de corrente, cujas componentes sto 1k= 1, NB) E-~ vetor das tensoes nodais cujas, componentes sto E,= Ve" Y = G+)B— matriz admitancia nodal Os elementos da matriz. ¥ sdo Yin =~ din Vm ti (137) = jb +S bi + aba Mend Em geral, essa matriz € esparsa, ou seja, tem uma grande proporgao de elementos nulos, pois Yiq= 0 Sempre que entre 0s nds k © m nao exis- tirem linhas ou transformadores. Note-se que, se 0 elemento existente entre as barras k e m for uma linha de transmissio, Yq = — Jimi Se for tum transformador em fa8@, Yin = —dinJim € S€ for um defasador puro, 4 |RLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA Yim= —€-/*" Yq. Se a rede for formada de linhas de transmissdo © transformadores em-fase, a matriz Y sera simétrica. A presenga de de- fasadores torna a matriz assimétrica, pois neste caso, para o modelo da Fig. 1.6, Yn = Cig © Vag = —O™ Yamw A injecdo de corrente 1,, que € a k-ésima componente do vetor I, pode ser colocada na forma T= Maat Y YwEm = So Yom Eims (1.38) em que K € 0 conjunto de todas as barras m adjacentes i barra k, in- cluindo a propria barra k, ou seja, 0 conjunto K é formado pelos ele- mentos do. conjunto 0, mais a propria barra h. Considerando-se que Yin = Ginn + JBum © Em = Vue? & expresso (1.38) pode ser reescrita da seguinte maneira n= ¥ (Gim + JBim) Vm (1.39) A injegdo de poténcia complexa 5, € St =Pr—JQ.= Eth (140) Substituindo-se (1.39) em (1.40) © considerando-se que Ey obtém-se: St= Ke YL Gem + JB) Vm") al) As injegdes de poténcia ativa e reativa podem ser obtidas identificando-se fas partes real © imagindria da expresso (1.41) PL = Va LY, Val Gim 005 Om + Bi S62 Osh (14a) Q VT ValGim $m Oy — Bin 08 On) 15. Impedancia equivalente entre dois nds Nesta segdo sera descnvolvida uma expresso que da a impedincia (ou a admitancia) equivalente entre dois nos quaisquer de uma rede de impedincias: modeladas por / = YE. Este resultado & muito importante € sera utilizado varias vezes nos capitulos subsequentes Seja Z= Y-' a matriz impedancia nodal da rede (¥ € Z simétricas). A impedancia equivalente entre os mds k € m pode ser determinada como se segue’ ‘Pvo de cope aspects gees 16 1) Imagine-se que todas as fontes de corrente (L) sio desligadas da rede e que uma fonte de corrente ideal e unitaria seja ligada entre 0s nés k Rede (a) (b) Figura 17 ~ Determinagio de 22% fi) Nesta situagdo, a diferenga de tensfio entre os nds k e m sera dada por Ey Em= Zin + Zam — 2Z em 1.43) sendo Zi. Zim € Zim elementos da matriz Z, conforme € indicado a seguir. Zu Zim silk = 7 (144) nt Zoom | -1 | m 16 ‘UXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA {i) A impedineia equivalente = € dada pelo cociente da queda de tensio entre os nds k—m e a corrente aplicada. Como a corrente & unitaria tem-se Zu + Zam — 2Zim (14s) Problemas 1.1. Considerar um sistema constituido de trés barras e trés linhas de transmissdo, cujos dados, em p.u., esto tabelados a seguir (ver o ‘modelo equivalente 1 representado na Fig. 1.2): Linha r x bo 1-2 | 010 | 1,00 | 09s 1-3 | 020 0 | 0.10 0.10 | 1,00 | 0.05 a) Montar @ matriz. admitincia nodal ¥; tomando 0 né terra como, referéncia, 6) Colocar a matriz ¥ na forma Y= G+jB, em que G & a matriz condutincia nodal e B é a matriz susceptincia nodal 12. Determinar a matriz impedancia nodal (Z= Y do problema precedente. 13. Determinar a imped: do Prob. 1. 14, Considerar bis = bis ") para o sistema Sy entre os nds 2.¢ 3 da rede equivalente para a rede do Prob. 1.1 4a) Calcular as matrizes Ye Z para o novo sistema, tomando a bar Fa I como referéncia (note que no existem ligagdes para 0 nd Kerra: as matrizes Ye Z passam a ter dimensio 2 x 2) ) Determinar a impedancia equivalente 2$', entre os nds 2 ¢ 3 da nova rede; comparar com 0 resultado obtido no Prob. 1.3. Capitulo 2 FLUXO DE CARGA LINEARIZADO © fuxo de poténcia ativa em uma linha de transmissdo € aproxi- madamente proporcional & abertura angular na linha € se desloca no sentido dos angulos maiores para os Angulos menores. A relago entre 0s Mluxos de poténcia ativa eas aberturas angulares & do mesmo tipo da existente entre os fluxos de corrente e as quedas de tenso em um cir- cuito de corrente continua, para a qual é valida a Lei de Ohm. Esta pro- priedade possibilita o desenvolvimento de um modelo aproximado, cha- mado de fluxo de carga CC, que permite estimar, com baixo custo com- putacional e preciso aceitavel para muitas aplicagdes, a distribuigdo dos fluxos de poténeia ativa em uma rede de transmissdo. Este tipo de modelo linearizado tem encontrado muitas aplicagdes na andlise de sistemas eletricos de poténcia, tanto em planejamento como na operagao do sistema, © fluxo de carga CC ¢ baseado no acoplamento entre as varidveis Pe 0 (potencia ativa/angulo) e apresenta resultados tanto melhores quan- to mais elevado o nivel de tensio. Além disso, o mesmo tipo de relagao valida para linhas de transmissio pode ser estendido também para trans- formadores em fase ¢ defasadores. Este modelo linearizado, no entanto, ndo é aplicavel para sistemas de distribuigio em baixa tensio, nos quais 6s uxos de poténcia ativa dependem também, e de maneira significativa, das quedas de tensdo. Nestes sistemas & possivel a utilizagaio de modelos linearizados baseados em outras caracteristicas fisicas da rede, que nao a relagdo Pt Deve-se observar que 0 Modelo CC nio leva em conta as magni- tudes das tensdes nodais, as poténcias reativas € os taps dos transforma- dores, Por esta razio ele no pode substituir por completo os métodos nio-lineares de fluxo de carga, mas tem, todavia, grande utilidade em fases preliminares de estudos que exigem & anilise de um grande niimero de casos, © que dificilmente poderia ser feito utilizando-se os métodos convencionais. Em fases subseqiientes dos estudos, se for necessirio 0 Conhecimento de variaveis como as magnitudes das tensbes, os fluxos de poténcia reativa ¢ 0s valores dos raps de transformadores, entdo deve-se partir para uma solucio exata utilizando-se um dos métodos elissicos de fluxo de carga (Newton, desacoplado, ete.) 1 ALUXO DE CARCA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA 21, Linearizagio Considere-se 0 fluxo de poténcia ativa Py em uma linha de trans- isso, dado pela expresso (1.22) deduzida no capitulo precedente: Pan = Vigin — WV 98 am —V;VgPim 820: 1) © Muxo no extremo oposto da linha & Ps = V2him — VeVedtn COS Oy + ViVain SED Oo 22) Ji foi visto que as perdas de transmissio na linha so dadas por Pam + Pou = GinlV2 + V2 — 2¥,Vn COS Osm) 23) Se os termos correspondentes as perdas forem desprezados nas expres- 80€5 de Puy € Pou, terse Pan = — Pri = ~ViVabin SEM Oa (24) As seguintes aproximagdes podem ainda ser introduzidas em (2.4): W=Vy = 1 pu Om 25) sen Oy =1 by Xin © fluxo Py pode entdo ser aproximado por Pom 26) Esta equagdo tem a mesma forma que a Lei de Ohm aplicada a um re- sistor percorrido por corrente continua, sendo Pyq anilogo a intensidade da corrente: 6 € 0 anilogos as tensdes terminals: € X4y andlogo resis téncia. Por esta razdo, 0 modelo da rede de transmissio baseado na lagdo (2.6) & também ‘conhecido como Modelo CC. Considere-se agora 0 fluxo de poténcia ativa Py, em um transfor- mador em-fase, dado pela expressio (1.27) deduzida no capitulo precedente: Pam = (Aon Vi)? Gm — (Am Vi) Ven Bem COS Ome (Ae Va) Vo iy SO ky, (2.7) Desprezando-se os termos correspondentes as perdas ¢ introduzindo-se a8 aproximagoes (2.5), chega-se a Pano ce cng inearindo 19 Pn = dimen Ohms (28) sendo que dig pode ainda ser aproximado por din 1, caso em que a expresso do fluxo de poténcia ativa no transformador se reduz a expressdo (26) valida para linhas de transmissio. O fluxo de poténcia ativa Py, em um defasador puro & dado pela expresso (1.30): Pam = VE dam — Vi Von am 608 (Oamn + Gi) — Ve Ve Phe $60 (Osm + Pin) (2.9) Desprezando-se os termos eorrespondentes as perdas € considerando-se Ve=Vy= Iu iq = Xin) chegase a Pan = Xin! Se0(0in + Pin) 2.10) (Os angulos (x € Gum podem ter, individualmente, valores elevados. O mesmo, entretanto, nZo ocorre com a abertura angular efetiva Oym + um existente sobre a admitancia ),q, que € da mesma ordem de magnitude das aberturas angulares existentes em linhas de transmissio ¢ transfor madores em fase. Isto permite que seja feita a aproximacio Page = Xin hn + Om) uty © fuxo Pyq tem duas Componentes: uma, que depende do estado dos 16s terminais (xip!uq) € Outta, que sé depende do Angulo do defasador (az!@in). Considerando-s¢ gx como sendo constante (no caso em que in Varia automaticamente pode-se tomar © valor bisico), a expresso (Zi) pode ser representada pelo modelo linearizado da Fig. 2.1, onde 2 componente invariante do Mluxo (xiq!Pin) aparece como uma carga adicional na barra k e uma geragdo adicional na barra m (ou vice-versa, Para Pin Negativo). Pon o— © e+ we Kim Pe Xin Om Figura 21 ~ Modelo linearizado de um transformador deisador puro 20 FLUKO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA 22. Formulagdo matricial (P 0) (© modelo linearizado desenvolvido anteriormente pode ser expresso matricialmente por uma equagao do tipo 1= YE. Para maior simplici- dade de exposigio, considere-se inicialmente uma rede de (ransmissio sem transformadores em-fase Ou defasadores. Neste caso, 08 fuxos de poténcia ativa nos ramos da rede so dados por Pon = Xint Om (2.2) fem que Xin € a reatdncia de todas as linhas em paralelo que existem no. amo k—m, A injecdo de poténcia ativa na barra que saem da barra, ow seja A € igual a soma dos fuxos Pe= Y xinOim (k= 1, NB) (2.13) Esta expresso pode ser colocada na forma Pr=CX xem +S (mint nd (214) que por sua vez admite uma representagio matricial do tipo P=BO (245) em que: o P= vetor das injegdes liquidas de poténcia ativa B — matriz tipo admitincia nodal ¢ cujos elementos sio: — vetor dos dngulos das tensdes nodais Bin = —Xinl (2.16) A matriz B, que aparece em (2.15), € singular, pois, como as perdas de transmissio foram desprezadas, a soma dos componentes de P € nula, ou seja, @ injegdo de poténcia em uma barra qualquer pode ser obtida a partir da soma algébrica das demais. Para resolver este problema, elimi- ha-se uma das equagies do sistema (2.15) ¢ adota-se a barra correspon: dente como referéncia angular (), = 0). Desta forma, esse sistema pass a ser ndo-singular com dimensio NB— 1 ¢ os fngulos das NB—1 barras uno de crs tinearizaso 2 restantes podem ser determinados a partir das injegdes de poténcia es- pecificadas nessas NB—1 barras (supde-se que a rede seja conexa) Considere-se agora um sistema no qual, além de linhas de trans- missdo, existem também transformadores em-fase e defasadores. Em re- lagio ao modelo desenvolvido anteriormente (P = B'0), duas observagoes devem ser feitas: uma referente a formacio da matriz dos coeficientes B © outra quanto ao vetor independente P. Transformadores em-fase © delasadores sdo tratados da mesma forma que as linhas de transmissi0 na formagao da matriz de B, ou seja, a regra de formagdo dessa matriz € 4 mesma para os trés tipos de Componentes. No que se refere ao velor P, deve-sc levar em conta em sua formagio a existéncia das injegdes cquivalentes utilizadas nia representagio de defasadores, conforme € in- dicado na Fig. 2.1 Considere-se como exemplo o sistema representado na Fig. 22, no qual a barra 5 foi adotada como referéneia, Neste caso, 0 modelo P= BO assume a forma A ee 0 0 % Pa mxib | sibtadtead | —aad 0 O Py 0 sadtasa | ad Os Ps 0 0 ash |asttat) |[o ir Ps Kas =P,-Pe-PyePy Figura 22 — Rede-exemplo de cinco barras 22 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA A utilizagio do modelo P= B0 pode ser ilustrada pelo sistema de trés barras representado na Fig. 2.3, onde todos os dados aparecem em pu. AS matrizes Be (B)"' so dadas, respectivamente, por B 2 By" Figura 23 — Rede-sremplo de trés burrs Os Angulos nodais (em radianos) so obtidos da seguinte mancira va | is 0s =14 o=@y'e a 7 1 | sie] | -10 3/8 ou seja, 02 = —0,25 ¢ 0; = —0,375. Os Muxos nas linhas so dadas por 75 Pya= xi 02= = Xi30.3 = 075 x7} 023 = 0,25 uno oe carga resins 23 23. Modelo CC A relagio P = B@ pode ser interpretada como o modelo de uma rede de resistores alimentada por fontes de corrente continua, em que P €0 vetor das injegdes de corrente, ) € 0 vetor das tenses nodais € Bé 4 matriz admitancia (condutncia) nodal. Assim sendo, todas as propric- dades validas para circuitos em corrente continua podem ser utilizadas para facilitar 0 entendimento do modelo linearizado da rede de trans isso. No Modelo CC, a componente P, do vetor P & a intensidade de uma fonte de corrente continua ligada entre 0 né k € a barra de refe- réncia: a reatincia xy interpretada como uma resistencia: € Us, como fa tensio do n6 k. A’Fig. 24 representa 0 Modelo CC correspondente a rede-exemplo de cinco barras dada na Fig. 22. Figura 24 ~ Modelo CC pura a rede-exemplo de cinco burrs da Fig. 22 Uma caracteristica importante do modelo lincarizado € o fato de ele fornecer uma solugo mesmo para problemas que ndo poderiam ser resolvidos pelos métodos convencionais de fluxo de carga, Isso ocorre freqiientemente em estudos de planejamento quando, para uma dada rede, testam-se acréscimos de carga/geragdo, Nesses estudos observam-se pro- blemas de convergéncia nos programas de fluxo de carga causados ou por insuficiéncia de suporte de poténcia reativa ou, entdo, por falta de capacidade de transmissio para atender as novas condigdes de carga. 24 FLUNO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA Em ambos 0s casos, 0 modelo linearizado fornece uma solugdo que pode servir como indicativo do que esta ocorrendo com a rede. Meso sendo aproximada, a solugao do Modelo CC & mais itil que a informagio dada por um programa convencional de fluxo de carga que diz simplesmente que a convergéncia nao foi obtida. A nica condigao exigida para que ‘© Modelo CC fornega uma solugao € que a matriz B’ nao seja singular, © que equivale a exigir que a rede seja conexa, Figura 25 — Redeexemplo de duas burras Considere-se o sistema de duas barras representado na Fig. 2.5, no qual as magnitudes das tensdes nodais slo unitdrias © a resistencia da linha é nula, A Fig. 2.6 apresenta duas curvas P x ) para o sistema da Fig, 25. A curva I se relere a Modelo CA Pa = Nipl SED Om (2.17) | Curva 2 (modelo CC) Curva 4 (modelo CA) : ~ ° Om Figura 26 ~ Curvas Pi? para os modelos CC ¢ CA, ‘node carp ineariado 25 enquanto 4 curva 2 corresponde ao Modelo CC Pam = Xia Oam (218) Pode-se notar que, para um nivel de carga P2, ambos os modelos forne- cem uma solugao, Ja para um nivel de carga mais elevado, P', 0 modelo nao-linear nao tem solugdo. A solugdo fornecida pelo Modelo CC, apesar incorreta, pode ser iil pois di uma idéia de quanto esti sendo exce- ida a capacidade de transmissio da linha, enquanto o modelo néo- -linear simplesmente diz que no ha solugio viavel. Conforme foi apontado anteriormente, uma outra razio pela qual fs métodos convencionais de fuxo de carga apresentam dificuldades de convergéncia em alguns estudos de planejamento é a falta de conhe- cimento sobre 0 comportamento reativo do sistema (reatores, conden- sadores, raps, barras PY, etc), O modelo linearizado P= B'0 ignora a parte reativa do problema, que entdo 6 ser considerada em fases subse- alientes do estudo, quando se tiver uma idéia mais conereta sobre as condigdes futuras do. sistema. 24. Represemacao das perdas no Modelo CC Em redes de transmissio com dimensdes elevadas, [2] 0 montante das perdas de transmissio pode ser muito grande quando comparado com 0 nivel de geragdo da barra de referéncia (ou barra de folga). Por exemplo, perdas totais de S00 MW para um nivel de geragao na barra de referéneia de 1.000 MW. Em situagdes como esta, os fluxos estimados pelo Modelo CC nas linhas que esto ligadas diretamente a barra de referéncia, ow esto em suas proximidades, podem apresentar erros muito elevados (100%, por exemplo) devido a’ nao consideragao das perdas de transmissao e da conseqiiente redugio da geragio da barra de refe- réncia (por exemplo, em vez de gerar 1 000 MW, gera apenas 500). Visto de outra forma, pode-se dizer que as perdas correspondem a cargas dis- tribuidas por todo o sistema, e que sao atendidas pela barra de referén« Isto porque, na formulagio usual do fluxo de carga CA, a injegio de poténcia ativa na barra de referéncia nao é especificada, sendo dada pelas perdas de transmissio (s6 conhecidas apds a resolugao do problema) ‘mais a carga liquida de todas as demais barras do sistema (cargas menos geragioy, Nesta secdo seri apresentada uma maneira aproximada © de baixo custo computacional de ge incluir © efeito das perdas de trans- missaio. no Modelo CC. 26 ‘ALUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA Considere-se mais uma vez. a expresso da poténcia ativa P, (1.42). deduzida no capitulo precedente e reescrita a seguir: P= MD ValGim 0S Yan + Ban SD Dan 219) fem que K € 0 conjunto das barras vizinhas da barra k, incluindo-se a propria barra k. Aproximando-se as magnitudes das tensOes nodais por 1 pu, € rearranjando-se o somaterio, obtém-se Py = Guy + LY (Gam C08 Ohm + Bim SEM Oa) (2.20) em que 9, € 0 conjunto das barras vizinhas da barra k, excluindo-se a propria barra k. Considerando-se que 2) obiem-se TZ (1 = c08 Hen) din + Ti! SOM Oa Aproximando-se 605 hm = 1 = al? 2.23) Sem Om ~ Oa ae obtém-se, finalmente, Ps 12 ¥ dalle = xin!Oam (224) ‘Qual o significado de guaflim? Esta pergunta pode ser respondida anal sando-se-a expresso das perdas de transmissio na linha k—m Perdas = Pim + Pm = Geni + VE 2H, 608 Vim) (2.25) Fazendo-se ¥j=Vq= pu. € aproximando-se 08 Om por 1 ~ Oa/2. obtémse Perdas = Pam + Pra = dealin (2.26) Aunocecaryaneareato 27 Portanto, 0 lado esquerdo da Eg. (2.24) & dado pela injegio liquids de poténcia ativa na barra k menos a metade das perdas ativas de todas as inhas adjacentes a esta barra. Ou seja, 0 efeito das perdas pode ser repre- sentado aproximadamente como cargas adicionais obtidas dividindo-se as perdas de cada linha do sistema entre suas barras terminais (metade para cada lado). Desta forma, 0 Modelo CC passa a assumir a forma B+ pewtm = BO 227) ou seja, © novo modelo é obtido a partir do modelo original (P= 2), adicionando-se o vetor P™ ao vetor das injegdes nodais de poténcia ativa ‘Um procedimento que pode ser adotado na resolugio do sistema (2.27) consiste cm calcular uma solugdo temporaria 9 resolvendo-se 0 ‘BD, no qual o efeito das perdas ¢ ignorado: calcular as perdas aproximadas a partir da solucdo 0 e distribui-las como cargas adicionais por todo o sistema, conforme foi descrito anteriormente; finalmente, resolver o sistema (2.27), incluindo as perdas calculadas no passo prece- dente ¢ determinar 0 estado da rede 0, a partir do qual podem ser esti- mados os fluxos de poténcia ativa, Neste procedimento sio resolvidos dois sistemas lineares (para determinar 0 e 0, respectivamente). com ve- tores independentes distintos (P e P+ PP, respectivamente), mas com a mesma matriz dos coeficientés B. Ou seja, se a matriz inversa (B)-* for calculada para a resolueao do sistema P= BD, a mesma matriz pode ser utilizada na resolucio do sistema P + P*"* = BY (o mesmo ¢ valido se em lugar da inversa de B’ forem utilizados seus fatores triangulares LDU no processo de resolusio) Na anilise de contingéncias de linhas/transformadores € necessaria a resolugio de virios sistemas semelhantes que correspondem a uma série de configuracdes da rede obtidas a partir de uma configuragio basica (0 de uma (ou mais) inha/transformador por vez. Neste tipo de aplicagdo, pode-se considerar, sem deteriorar a qualidade dos resul- tados, que o vetor PP permanece o mesmo pata todas as contingéncias. Isto significa que busta caleular o vetor de perdas para a configuragio bisica. Problemus 2.41, Considerar uma linha de transmisso k—m cujos parametros do mo- delo equivalente 7 S80: rum 0.1 P-ly Xem= 1,0 pa. € bit= 005 pu. (wer a Fig, 1.2). AS magnitudes das tensdes das barras terminais so 1,0 pau. € Vy 098 p.u.: a abertura angular na linha é Vo_= 15". cular © ffuxo de poténcia ativa Puy 28 23, FLUXO DE CARGA EM REDES OF ENERGIA ELETAICA b) Caleular as perdas de transmissdo de poténcia ativa (poténeia ativa dissipada na fina) ¢) Calcular 0 fuxo de poténcia ativa Py, utilizando @ Eq. (2.4), que foi obtida desprezando-se as perdas ‘de transmissao. 4), Caleular o fluxo de poténcia ativa Pi, wtilizando a Eq, (2.6), que corresponde ao modelo CC. 2. Considerar novamente a rede de trés barras descrita no Prob. 1.1, do Cap. 1. As injegdes de poténcia ativa nas barras 2 ¢3sio Ps = —0.05 ¢ Py= —0015 pu. Determinar a distribuigdo dos Muxos de poténeia ativa na rede, utilizando © modelo de fu barra 1 como referéncia angular (0 de carga CC. Adotar a No sistema utilizado no problema precedente, a linha 1-2 é subs tuida por um defasador puro, cujos parimetros sio: xj2= 10 € M2= +10 a) Determinar © modelo CC do defasador (ver a Fig. 2.1) +) Determinar a distribuigio dos fuxos de poténcia ativa na rede, uiilizando © fluxo de carga CC. ©) Repetir os itens a © b considerando-se, agora, «2 10 Capitulo 3 ELIMINACAO DE GAUSS Viirios problemas de anilise de redes de energia elétrica envolvem a resolugao de sistemas algébricos lineares de grandes dimensdes com matrizes de coeficientes altamente esparsas (por exemplo, matrizes com , de elementos nulos), Além da matriz admitancia nodal ¥, pode-se como exemplos outras matrizes que aparecem em programas de fluxo de carga © que apresentam estruturas semethantes a da matriz. ¥ como € 0 caso da matriz Jacobiana do método de Newton (incluindo as verses desacopladas) e da matriz B' do Mluxo de carga CC. Os sistemas lineares meneionados anteriormente podem ser repre- sentados de uma forma geral por Gay tem que A € a mattiz dos coeficientes (n x n),x € 0 vetor dependente (nx 1) © b€0 vetor independente (n x 1), No caso de solugdes repetidas para ¢ vetores independentes com a mesma matriz 4, tanto x como 6 passam a ser matrizes (nx €) Uma mancira de se resolver 0 sistema (3.1) seria pela obtengio da matriz A explicitamente. Isto, no entanto, além de ser computacional- mente pouco eficiente, seria impraticavel para matrizes A com dimensdes elevadas. A razao € que, apesar de A ser esparsa nos problemas menciona- dos amteriormente, sua inversa A~' em geral € cheia. As técnicas de fa- toragio triangular de matrizes esparsas [3] (decomposic LDU) utilizadas na resolugdo de sistemas lineares evitam a ulilizagao da matriz 4”, operando s6 com as matrizes-latores L, D ¢ U, que sio esparsas Essas técnicas de esparsidade consistem basicamente ém armazenamento compacto dos termos ndo-nulos da matriz dos coeficientes: determinagio 6tima da ordem de pivoteamento: aplicagio do método da eliminagio de Gauss para a obtengao dos fatores triangulares da matriz dos coefi- Gientes: , finalmente, obtengdo da soluedo do sistema para um ou mais vyetores independentes utilizando-se os fatores triangulares obtidos an- teriormente, 30 FLUXO DE CARGA EM REDES OF ENERGIA ELETRICA BL. Matrices tipo admitdncia nodal ‘A matriz admitincia nodal Y é a matriz dos coeficientes do modelo linear: =YE 62) tem que J é 0 vetor de injegdes de corrente ¢ E & 0 vetor das tensies nodais (ambos complexos). No Cap. 1, onde essa expresso foi desenvolvida, foi mostrado também que a componente /, do“vetor I & dada por = YuEet YD Vian 63) em que € o conjunto das barras vizinhas & barra k. Isto significa que, na linha da matriz ¥ correspondente & barra k, s6 slo diferentes de zero (0s elementos Yq, para m=Kou me. Dito de outra forma, a razio pela qual aparecem Zeros na matriz ¥ € que o fluxo de corrente em uma li- gagio k—m s6 depende do estado dos nés ke m (lembrar que a injecio de corrente na barra k € dada pela soma dos fluxos nas ligagdes adjacentes ‘mais a corrente no elemento shunt). Um exemplo de matriz admitancia nodal € dado na Fig. 3.1. Neste caso, a existéncia de um circuito entre ‘os nés 2 € 3 implica que os elementos (2,3) ¢ (3.2) da matriz admitancia siio diferentes de zero. ® ® ® 423456 oonaN= ® © © (a) (b) Figura 31 — Estrutura da mavria admitincia nodal: (a) rede © (b) matrix ¥ (O grau de esparsidade de uma matriz ¢ definido como a porcentagem de elementos nulos dessa matriz. Em particular, a matriz admitincia nodal de um sistema de NB barras e NR ramos, com referéncia no né- terra, tem um grau de esparsidade dado por (NB + 2NR) NBP Para um sistema com 100 barras (NB = 100) ¢ 200 ramos (NR = 200), © grau de esparsidade € de 95°, Para um sistema com NB=1000 € GE + 100% G4) trina de Goes 31 NR = 2000, o grau de esparsidade € de 99.5%. Nos exemplos preceden- tes, considerou-se que uma barra tem em média quatro ramos ligados a cla (NR=2NB), Em sistemas reais, entretanto, este nimero em geral € menor que quatro (NR <2NB), significando que os graus de esparsi- dade sdo ainda maiores que os estimados anteriormente. Outra obser- vagio importante € que 0 grau de esparsidade cresce com as dimensdes da rede, Isto se deve ao fato de o nimero médio de ramos ligados a uma barra ser praticamente independente das dimensdes da rede (na expresso (3.4), para uma relagio NR/NB constante, GE € uma fungdo crescente de NB). O efeito das dimensdes da rede sobre 0 grau de esparsidade pode ser avaliado comparando-se os exemplos dados nas Figs. 3.1 ¢ 32. Note-se que a segunda rede € uma expansao da primeira ¢ que o nimero de ramos adjacentes aos nés 1,2 €3 é 0 mesmo na rede inicial e na expan- ida, 0 que implica uma maior porcentagem de zeros nas trés primeiras linhas © colunas da matriz admitancia nodal. 123456789 @_ © ® 4 2 j 3 ®, © 4 | ae | a 7 ze ® ® ah|s (a) () Faw $2 ~arutua da mais ania nodal: a) ee © () mai ¥ 3.2. Método da eliminacdo de Gaiiss © sistema algébrico linear (3.1) pode ser reeserito da seguinte forma: aa] aie | as aye | pm] fe aay | dar | daa |» aay x2] [br 4 as) ar | dna | aoa Gan xa} [oy 32 PLUNO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA ‘A solucio desse sistema pode ser obtida aplicando-se © método da eli- Imago de Gates em its eapas: na prime lo 2rudasos elements do tridngulo inferior da matriz dos coelicientes pelas combinagbes linea- rexeetuadas com ay equates que onstivem o tstema [3], ra semund Ga oe demeaier da tasprad cant sts bos pues Lie cada equagio pelo elemento correspondente da diagonal principal da matriz de coeficientes resultante do passo precedente; e, na terceira etapa, sio_zerados os elementos do tridngulo superior (pelas combinagoes li- Rata) o que Atabe por GaTllonnar-E PsiNt dos coetceates uma matriz identidade. Os sistemas resultantes em cada uma das trés etapas descritas anteriormente sio dados, respectivamente, pelas Eqs. (3.6), (3.7) © G8): Ha | ta | ais ay bi 0 | aya | ars dan by = G6) of} oo] o aay | | be i aia} ais ain x bi Of Ft | ais ain | | by : an of} ol] o Ss by 1} oo} 0 0 x by o} 1] o 0 x by (38) of} ol] o 5 by Note-se que as mesmas operagdes efetuadas com as linhas da matriz dos coelicientes so simultaneamente realizadas com o vetor independent, ninco de Gus 33 Considere-se como exemplo o seguinte sistema de terceira ordem (n= 3): 2] 4 x 1 -4|-7 | 0 x =] 1 2] 7] -9 iy 1 Apés cada uma das trés ctapas do processo de resolugio por climinagao de Gauss, 0 sistema assume, respectivamente, as formas 2 4 | -6 *y 1 0 1 x [=| 3 o | o 3 xy ~9 ' 2 x 0 1 |x f= o | 0 1 Xs 3 1 o}o Bes -5/2 ° 1 | o x. f=] -3 of} oft & 3 o.que fornece a solugao x, 3. Note-se que neste exemplo, pelo fato de a matriz ser cheia, ndo aparecem claramente as van- tagens da aplicagio do método da eliminago de Gauss a sistemas com matrizes de coeficientes esparsas, nas quais uma parte dos cocficientes jit € formada de zeros, o que reduz o trabalho de eliminacao. Existem dois esquemas basicos de se aplicar o método da eliminagao de Gauss para se zerar 0s tridngulos inferior e superior da matriz dos coeficientes, conforme esti indicado na Fig. 33. Para se zerar o trifngulo inferior pelo esquema a, as colunas so operadas uma por vez, da esquerda para a direita, sendo os elementos de cada coluna zerados de cima para 34 ‘AUUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA rere (b) Figura 33 — Faquemas de climinagio por colunas (a) © por linhas (b) baixo. No esquema h, as linhas so operadas uma por vez, de cima para baixo, sendo os clementos de cada linha zerados da esquerda para a ireita, Para se zerar 0 tridngulo superior, no esquema a as colunas so percorridas da esquerda para a dirtita e, no esquema b, as linhas sio percorridas de baixo para cima. Estes procedimentos garantem que os zer0s obtidos nos passos iniciais nao serio destruidos nos passos subse- qiientes do processo de eliminagao. 33. Matrizes elementares Foi visto anteriormente que 0 método da eliminagdo de Gauss con- siste basicamente em se obier t solugdo de um sistema do tipo Ax=b pelas combinagdes lineares efetuadas com as linhas da matriz. dos coe Gientes 4 e com os elementos do vetor independente b. Essas combinagdes lineares podem ser interpretadas como operacOes com matrizes elemen- tares do tipo i i i 39) . 1 1 Em um estagio intermediério qualquer do processo de eliminagio, para se zerar o clemento (i,j) da matriz dos coeficientes basta premulti- Plicé-la pela matriz elementar Ty, com ¢j= ~ay/ayy, €M Que ai; © dj; mina Gnuss 35 so 08 valores atuais dos elementos (i,j) ¢ (jj) da matriz, Para tomar Unitario o elemento (i, i) da matriz dos coeficientes, basta premultiplici- pela matriz elementar Ty com ¢= I/ay. Note-se que, quando essas 0 rages so feitas ordenadamente, como ocorre no método da eliminagio ‘de Gauss, uma operagdo elementar nao destr6i o efeito (zeros) produzido pela operacdes precedentes Considere-se mais uma ver 0 exemplo estudado anteriormente: a primeira operagao do processo de eliminagio, que consiste em zerar 0 clemento (2.1) da matriz dos coeficientes, pode ser expressa como uma operagio elementar com uma matriz T;,, com ¢ 3 1/4,.=2, ou seja 1/0} 0 2| 4] -6 2| 4] -6 2} 1] o]-}-4]-7] wy=] oo} 1] -2 o}of4 2|-7| -9 2 -9 De mancira aniloga, as demais combinagdes lineares efetuadas durante © processo de eliminagao podem ser representadas pelas operages com matrizes_ elementares. Premultiplicar uma matriz de coeficientes A por uma matriz cle- mentar T,, de mesma ordem (7j,) corresponde a substituir a linha i dda matriz 4 pela combinacao linear da prépria linha i com a linha j multi- licada pelo fator c,. Analogamente, premultiplicar uma matriz de coc- ficientes 4 por uma matriz elementar T,, de mesma ordem (Tj,A) corres- ponde a multiplicar a linha ida matriz A por cy. Isto significa que, quando ‘uma matriz elementar (7,, ou,,) premultiplicar uma matriz de coeficientes, cla realizara nessa matriz. as mesmas combinagdes lineares que devem ser efetuadas em uma matriz identidade de mesma ordem para se obter a matriz clementar em questdo. (Ou seja, a matriz T,, € obtida a partir dda matriz identidade premultiplicando-se a linha j por ¢,,€ adicionando-se © resultado linha i, que so as mesmas operagoes realizadas sobre uma matriz de coeficientes quando premultiplicada por 7),. Raciocinio ani- logo vale para a matriz T;.) 36 PLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETHICA © metodo da eliminagdo de Gauss descrito anteriormente pode ser executado por uma segiiéncia de operagdes com matrizes elementares, conforme esti ilustrado nas expresses (3.10) ¢ (3.11). Note-se que as ‘mesmas operagdes que transformam a matriz A na matriz identidade 1, (de ordem n) transformam também 0 vetor independente b no vetot solugao x, TATE. LAT AY)) = rare (3.10) Gun TAT by) = s parénteses so importantes pois indicam a ordem das operagdes, que & a seguinte T'A=A! THA! = AB (3.12) ruct=1, fem que cada premultiplicagio por uma matriz elementar corresponde & eliminagdio de um elemento da matri2 dos coeficientes ou entio nor- malizagdo (para 1) de um elemento da diagonal principal Considere-se novamente 0 exemplo estudado na segao precedente. A seguir estdo listadas todas as operacdes elementares indicadas em (3.12) gue correspondem it aplicagio do método da eliminagao de a resolugdo desse sistema: TA =A! rfo}o 4 |-6 2]r]o]- =[o]1 7|— \# 1 2 9 | ifo}o 2) 4 2] 4 |-6 of 1 fo}-} of 1}-2)=]o] 1 |-2 of 2| 7 0) 3 37 nacho Gauss Ti = AS 2| 4|-6 4] -6 of 1|-2]= 1 | -2 of 3 |-3 o| 3 TTT *A') = A® (operagies na diagonal) 12} 0] o 2 | 4 |-6 2-3 ofifo o| i |-2]= 1 | -2 o | 0 fia ofo}3 oft ifo]o 12 |-3 2] -3 oft -[o]1f-2]= 1) 0 ofola o}o}s ot ras at Pe] CPP 2] 0 ofr fof-fo]afof= tio ofofs ofofa ojn 1f2[0 if2[o o]o ol1fo of 1fol= i/o o}olt ofo}t o}t 38 FLUO DE CARGA EM REDES OE ENERGIA ELETRICA 3.4. Decomposigdo LDU A partir das expressdes (3.10) € (3.11) pode-se ver que a matriz invers A~! pode ser posta na forma Serge! pry G13) (Chamando-se yar G14) a matriz 4 pode ser colocada na forma fatorada: A=TIT} Ment GT B15) em que a matrizes elementares invertidas so dadas por i i 1 1 1 1 Ty'= * eT! = ca! i 3.16) ~cy : Isto significa que, para se inverter a matriz clementar r © sinal do elemento (i), passando de ¢,, para —c,. No caso da matriz Fc obviamente- 1 inven obtida pole daples versio do elemento c, “Se ar opstaghes clementares-pdicadar eat (012) Trem Teatizndas para, pela ordem, zerar os elementos do tridngulo inferior, normalizar ‘0s elementos da diagonal principal e zerar os elementos do triamgulo superior, entdo a expresso (3.15) poder ser reescrita ma forma A= [LB LE[D'D? ... DY[U'U? ... US] Eu} em que L, D' c U! operam, respectivamente,-no triingulo inferior, na diagonal © no triangulo superior da matriz dos coeficientes. ‘Sejam Lyq € Ly duas matrizes elementares correspondentes a opera~ ‘gdes efetuadas no triangulo inferior da matriz dos coeficientes. Considere- se ainda que, no processo de eliminagdio, o coeficiente (k,m) foi zerado antes que o coeficiente (i,j, ou seja, a matriz elementar Ly aparece antes que a matriz.L,,. Nessas condigdes, pode-se verificar que Lap Dead Ly k 3.18) -ey i 1 Ou seja, © produto Lani; € dado pela superposigzo das matrizes Lin © L,. Esta propriedade € valida tanto no esquema de climinagéo por coluinas como no esquema por linhas, Note-se, entretanto, que a relacao (3.18) nao € necessariamente obedecida no caso de as matrizes elementares Lag € Ly; Serem multiplicadas em ordem trocada Utilizando-se a relagdo (318), pode-se verificar que nt SHI ‘ou seja, © produto das matrizes [’, que correspondem as operagdes ele- mentares eletuadas no tridngulo inferior da matri2 dos coeficientes, € uma matriz do tipo triangular inferior 1 obtida pela superposigao das ma- trizes 2,0 mesmo tipo de propriedade vale para as matrizes elementares UP que operam no triingulo superior: LB... L G19) 1+ Zur ccm que U é uma matriz do tipo triangular superior. No easo das matrizes DP & facil verificar que u'v?... Us (320) D'D... =D 621) Note-se que as matrizes Le U preservam parcialmente a esparsidade da matriz 4, Os elementos ndo-nulos de Le U aparece s6 nas posigdes em que a matriz original A tinha elementos ndo-nulos ¢ em algumas outras posigaes que sio preenchidas durante 0 processo de eliminagdo (elemen- tos fill-in). A esparsidade das matrizes Le U baseia-se nas expressdes G.19) e (3.20), segundo as quais essas matrizes so dadas pela superpo- sigao das matrizes elementares correspondentes as operacoes cfetuadas durante 0 processo de eliminagio, As matrizes inversas L' ¢ U~}, a0 comiririo do que ocorre com L € U, sio praticamente cheias. A razio para ito € quc, para L-' ¢ Ut, no valem as propriedades (3.19) ¢ (3.20) pois L'= LVL. Le HU! ... Uf, ou seja, os produtos fas matrizes clementares aparecem na ordem invertida assim sendo a relagio (3.18) no & necessariamente observada.

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