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Arte e expresso
A teoria expressionista da arte
Durante sculos julgou-se que a representao era a caracterstica
essencial da arte, aquilo que a definia. A representao era vista em termos
de imitao e o papel do artista era o de algum que punha um espelho
diante da natureza. Generalizando, a nfase das teorias mimticas da arte
incidia toda no aspecto exterior das coisas a aparncia dos objectos e das
aces humanas. No sentido lato da palavra, a arte caracterizava-se pela
ateno dada s propriedades objectivas do mundo externo natureza e
ao comportamento observvel.
Mas, no Ocidente, com a passagem do sculo XVIII para o sculo XIX,
alguns artistas ambiciosos tanto na teoria como na prtica comearam
a voltar-se para o interior. Passaram a preocupar-se menos com captar a
aparncia da natureza e dos costumes da sociedade e dirigiram a ateno
para as suas prprias experincias subjectivas. Embora continuassem a
retratar paisagens, estas estavam agora imbudas de um significado que
transcendia as suas caractersticas fsicas. Estes artistas procuraram
tambm registar as suas reaces o que sentiam perante a paisagem.
Apesar de as teorias mimticas da arte dizerem que os artistas se
preocupavam em espelhar o mundo objectivo, no incio do sculo XIX os
artistas passaram a prestar mais ateno ao mundo das experincias
subjectivas ou interiores.
Um exemplo importante deste abalo nas ambies artsticas foi o
movimento romntico. Em 1798, no prefcio da sua obra Lyrical Ballads,
Wordsworth defende que a poesia o fluxo espontneo de sentimentos
poderosos. Ou seja, que a funo do poeta no , essencialmente, espelhar
as aces de outras pessoas, mas explorar os seus prprios sentimentos. O
romantismo valoriza sobretudo o sujeito e as suas experincias individuais.
O poeta contempla uma qualquer cena exterior, mas no a descreve por
causa do seu valor intrnseco, f-lo porque ela um estmulo para examinar
as suas prprias reaces emocionais ao que v.
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