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Congresso Brasileiro de Reprodução Animal, 16, 2005, Goiânia, GO.

Anais: Palestras

Aspiração folicular in vivo: metodologias, eficiência e seqüelas


Ovum pick up: methodology, efficiency and damages

M.M. Seneda, W. Blaschi, K.C.P. Rubin, L.A. Lisboa

Departamento de Clínicas Veterinárias – Centro de Ciências Agrárias - UEL, Londrina, PR, 86051-990
Correspondência: mseneda@uel.br

Introdução

A obtenção de oócitos disponíveis para produção in vitro de embriões (PIV) ocorre através da técnica de
aspiração folicular transvaginal, ou OPU (ovum pick up). Há mais de uma década a OPU tem sido a melhor opção
para a recuperação de oócitos in vivo na espécie bovina[1].
Anterior ao advento da ultra-sonografia, vários procedimentos foram propostos, e a laparoscopia trans-
vaginal [2] ou paralombar [3] permitiram o aproveitamento de oócitos de animais vivos. Consistindo de um pro-
cedimento cirúrgico menos cruento que a laparatomia, a laparoscopia permitiu a recuperação de oócitos em novi-
lhas [4], e mesmo em bezerras de apenas 3 semanas de idade [5]. Apesar das perspectivas promissoras, limitações
para a laparoscopia foram listadas por Looney et al. (1994)[6]. Estes autores comentaram ser a técnica trabalhosa,
além da ocorrência de fibroses e aderências ovarianas após sua realização. Hinrichs et al. (1990) [7] propuseram a
recuperação de oócitos através da técnica de colpotomia, na qual a punção dos ovários é viabilizada por meio de
uma incisão no fundo de saco vaginal. Mas os riscos de peritonite e evisceração através da incisão vaginal limita-
ram a expansão deste procedimento.
Valendo-se das possibilidades da ultra-sonografia, Callesen et al. (1987) [8] relataram pela primeira vez
o uso desta técnica para a obtenção de oócitos bovinos, através da punção ovariana transcutânea na região para-
lombar. Um ano depois, Pieterse et al.(1988) [9], descreveram a aspiração folicular transvaginal através da ultra-
sonografia, que tornou viável o aproveitamento de oócitos bovinos, sem as limitações dos procedimentos existen-
tes até então. Após avaliações iniciais, a técnica mostrou-se simples e aplicável, viabilizando a obtenção repetida
de oócitos destinados aos procedimentos in vitro [10-14], inclusive com citações de aumento no número de folí-
culos após várias semanas de aspirações foliculares [15]. Outro aspecto favorável da OPU/PIV é a possibilidade
de se conseguir embriões mesmo em fêmeas gestantes. Isto é possível porque os ovários mantêm sua atividade
durante a prenhez, tornando viável a recuperação dos oócitos. Se a técnica de OPU for bem conduzida, não há
qualquer risco à gestação e pode-se realizar a aspiração folicular até o terceiro mês de prenhez, ou até o período
em que o médico veterinário conseguir manipular os ovários sem que seja necessária uma tração vigorosa.
A possibilidade de obtenção de embriões em situações de infertilidade extra-ovariana motivou vários
grupos à realização do procedimento, tendo-se verificado nascimento de diversos produtos [6, 16-18], confirman-
do as observações de Dawson (1977) [19], a respeito de que a maioria das fêmeas bovinas classificadas como in-
férteis mostrava-se capaz de produzir gametas viáveis. Se a aspiração folicular apresentou-se viável para fêmeas
com limitações reprodutivas, sua aplicação mostrou-se mais ampla quando utilizada em fêmeas saudáveis, produ-
zindo quatro vezes mais embriões em relação à TE [20], embora com maior custo por embrião [21].
Objetivando aumentar a eficiência e reduzir o investimento inicial para realização da técnica, a OPU tem
sido estudada por diversos grupos [22]. A maior produção de embriões pelo procedimento in vitro em relação à
TE, tem feito com que muitos criadores também optem pela PIV, buscando mais rapidez na produção de descen-
dentes de vacas de linhagens superiores. A biotecnologia referente a PIV encontra-se difundida por vários países,
mas o Brasil alcançou uma posição de destaque frente ao número surpreendente de embriões produzidos por esta
técnica. Isto se deve a uma particularidade conferida às vacas zebuínas, que em geral apresentam maior número
de folículos recrutados por onda, em comparação com vacas de raças européias [23-24]. Em especial, destacamos
a valorização da raça Nelore nos últimos anos como responsável pelo crescimento bastante rápido da PIV no Bra-
sil. Além dessa variação do tipo racial – gado europeu ou zebuíno – há as variações individuais, e outros fatores
de ordem biológica e técnica diretamente relacionados à eficiência do procedimento de aspiração folicular in vivo.
Os aspectos técnicos compreendem tipo e freqüência do transdutor, a agulha de punção, pressão de vá-
cuo, enquanto os de ordem biológica abrangem as variações individuais, fase reprodutiva, terapias gonadotróficas
e tamanho dos folículos, aspectos a serem abordados adiante. O conhecimento das variáveis técnicas contribui
para o evidente crescimento da aspiração folicular, no entanto é essencial que este procedimento seja realizado
com muito critério, de forma a evitar danos à doadora. Considerando o fato dos ovários serem as estruturas res-
ponsáveis pelo armazenamento e viabilidade de todos os gametas femininos [22].

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Metodologias

Considerado ser a aspiração transvaginal com a ultra-sonografia o método mais eficiente para obtenção
de oócitos in vivo, as considerações serão referentes à esta técnica. Através do exame ultra-sonográfico as fêmeas
com baixo potencial para o fornecimento de oócitos podem ser identificadas momentos antes da OPU. Como es-
tratégia para a melhoria da relação custo benefício nos programas de PIV, as doadoras podem ser classificadas
como aptas quando o exame ultra-sonográfico dos ovários apresentar uma população satisfatória de folículos com
diâmetro maior que 3 mm [25]. A freqüência do transdutor constitui-se em variável importante no processo de
recuperação dos oócitos [26]. Há citações de freqüências de 3.5 MHz [8], 7.5 MHz [27, 47], 5.0 MHz [1,16,41] e
6.5 MHz [28,45].
O transdutor endo-vaginal humano, ou micro-convexo, mostrou-se altamente adequado às condições
anatômicas de vacas pequenas e novilhas pré-púberes [29], além de permitir ótima visualização dos folículos em
vacas de grande porte, por facilitar a manipulação ovariana, apresentar uma imagem com alta resolução e possuir
imagem com grande ângulo de abertura [30]. A maioria dos autores cita a utilização de transdutores convexos ou
setoriais para a aspiração folicular transvaginal [14,6,13,31-32], com poucos relatos de transdutores lineares
[26,33]. O transdutor setorial demonstrou ser mais eficiente para a visualização de pequenos folículos, quando
comparado ao transdutor linear [1]. No entanto, o transdutor linear é bastante difundido na área de reprodução em
grandes animais [34-38] e a sua utilização para a aspiração folicular transvaginal foi demonstrada com sucesso
[39]. O principal aspecto desfavorável da aspiração com o transdutor linear refere-se ao espaço limitado entre o
transdutor e a agulha. A restrição de espaço impede que todas as regiões do ovário sejam puncionadas, mesmo
modificando-se o posicionamento da gônada. É evidente que os transdutores do tipo convexo propiciam um pro-
cedimento mais rápido e facilitado [30]. No entanto, a versatilidade do transdutor linear deve sempre ser conside-
rada quando a utilização do ultra-som não for exclusiva para OPU. Neste caso, é possível a obtenção de resulta-
dos satisfatórios sem a necessidade de aquisição de outro transdutor.
Inicialmente, a aspiração era realizada apenas com agulhas longas (55 cm), produzidas especificamente
para aspiração folicular [9]. Posteriormente, propôs-se a substituição por agulhas hipodérmicas descartáveis, pois
as agulhas descritas inicialmente apresentavam custo elevado e perdiam o gume rapidamente, prejudicando a re-
cuperação dos oócitos [12]. Em relação às agulhas longas, devido ao preço, é comum observar-se que uma mesma
agulha seja utilizada para vários animais. Com a perda do gume, o bisel apresenta menor capacidade de penetrar o
ovário, obrigando o operador a utilizar mais força durante a punção. Nesta situação, há dois aspectos desfavorá-
veis. O primeiro e mais grave é a possibilidade de danos ao estroma ovariano, especialmente naqueles animais
submetidos repetidas vezes à técnica. O segundo aspecto refere-se à pior recuperação de oócitos. À medida que a
agulha vai se tornando romba, aumentam as possibilidades de ocorrer uma ruptura abrupta do folículo almejado,
ao invés de uma perfuração rápida e precisa. Esta ruptura abrupta poderia dificultar a captação do oócito do inte-
rior do folículo, reduzindo a eficiência da técnica. Considerando estes aspectos críticos da agulha longa, Bols et
al. (1997)[40] demonstraram a viabilidade da utilização de agulhas hipodérmicas descartáveis de 18 e 19 Gauge
(G) e 50 mm de comprimento [1]. As agulhas com diâmetros maiores de 18 G relacionaram-se a maiores taxas de
recuperação embora com maior percentual de oócitos desnudos, além de maiores danos ao estroma e maior quan-
tidade de sangue no líquido aspirado. Já as agulhas de diâmetro menor que 19 G apresentam índices reduzidos de
recuperação de oócitos, possivelmente pela lentidão da aspiração do líquido folicular, no momento da punção.
Uma vez verificada a possibilidade de utilização de agulhas hipodérmicas, buscou-se avaliar a relação entre o
comprimento do bisel da agulha e a taxa de recuperação de oócitos [40]. Estes autores acreditavam que o bisel
curto seria mais eficiente, pela maior facilidade de ser introduzido rapidamente no interior do folículo. Contrari-
ando as expectativas, os autores relataram melhor recuperação e qualidade de oócitos quando agulhas de bisel
longo foram utilizadas [41]. A provável justificativa seria o gume mais afiado do bisel longo, permitindo uma
penetração rápida e precisa no interior do folículo, dificultando o extravasamento do conteúdo folicular. A melhor
eficiência das agulhas de bisel longo constituiu aspecto bastante favorável, já que estas são mais baratas e facil-
mente adquiridas, quando em comparação com as de bisel curto. Em relação ao comprimento, as agulhas hipo-
dérmicas de 50 mm possuem restrita distribuição no mercado, mas são perfeitamente substituíveis pelas de 40
mm. Portanto, em relação às agulhas hipodérmicas descartáveis, as opções mais viáveis no mercado nacional seri-
am as agulhas 40mmx9 e 40mmx10. Considerando seu preço irrisório, torna-se perfeitamente possível utilizar
uma agulha por vaca, ou mesmo uma por ovário, naqueles animais que apresentarem maior número de folículos
para aspiração. Desta forma, o procedimento de recuperação dos oócitos pode ser realizado com mínimos danos
ao estroma ovariano [22].
Estreitamente relacionado com a agulha utilizada encontra-se a pressão de vácuo [42]. Estes autores rela-
cionaram que baixas pressões, como 50 mm Hg, foram pouco eficientes para a aspiração, enquanto que pressões

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maiores como 120 mm Hg danificavam o revestimento do cumulus oophorus. Há uma grande variação entre os
trabalhos, com valores de 40 a 400 mm Hg [14], embora isto deva ser considerado com reservas, já que todo o
sistema (comprimento e diâmetro de conexões, altura do equipamento de vácuo, diâmetro da agulha) pode influ-
enciar na pressão de vácuo final. Para quantificar a pressão negativa de forma mais real, sugere-se mensurar o
vácuo em volume de fluido por minuto. Mesmo assim, há variações consideráveis, de 4,4 a 40 ml de água/minuto
[9,43-45]. O intervalo entre 10 a 20 ml de fluido por minuto tem sido o mais utilizado atualmente, sendo pertinen-
te que a aferição seja readequada a cada procedimento. As bombas de vácuo descritas inicialmente – Handle Cook
– foram especialmente designadas para a obtenção de oócitos em vacas [9]. Tais equipamentos possuem grande
estabilidade na pressão de vácuo, permitindo considerável eficiência na recuperação dos oócitos. Um aspecto des-
favorável é seu custo elevado, fator que motivou a busca de bombas de vácuo alternativas. Verifica-se atualmente
a utilização alternativa de bombas de aspiração odontológicas, de fluidos endotraqueais, além de bombas de infu-
são controlada. Todos estes equipamentos prestam-se à geração de vácuo, embora as variações na capacidade de
gerar pressão negativa possam comprometer a quantidade e qualidade dos oócitos.

Eficiência

A eficiência do procedimento de aspiração folicular transvaginal está diretamente relacionada a metodo-


logia adequada. Sendo que as variáveis técnicas para a obtenção de oócitos possuem considerável impacto sobre a
quantidade e a morfologia dos complexos cumulus oophorus (CCOs), e conseqüentemente sobre a competência
para o desenvolvimento [40]. Outro aspecto relevante está relacionado as variações individuais entre doadoras,
considerando-se peso, idade e a própria variação fisiológica de cada animal. Relatos de oócitos de qualidade infe-
rior em animais senis são freqüentes. Looney et al. (1994) [6] relataram a possibilidade de aspiração folicular nos
animais bastante jovens, e Brogliatti e Adams (1996) [46] obtiveram oócitos de bezerras com apenas 6 semanas
de idade com a utilização de um transdutor adequado. A origem dos oócitos apresenta um significativo impacto
para o seu potencial desenvolvimento. Os animais pré-púberes têm mostrado reduzida competência de seus oóci-
tos para chegar até blastocisto [48-49], embora Armstrong et al. (1994) [5], tenham conseguido resultados anima-
dores com bezerras de apenas três semanas de idade através do estímulo gonadotrófico. Os animais senis produ-
zem poucos oócitos e com baixo percentual de desenvolvimento, além da baixa qualidade devido ao pequeno nú-
mero de camadas de células do cumulus [50]. Parece haver um consenso quanto à condição corporal, em que ani-
mais subnutridos seriam doadores de oócitos com menor capacidade para desenvolverem-se até blastocisto [51], e
há indícios de que animais submetidos à situações de estresse também seriam doadores de oócitos menos compe-
tentes [52].
Em relação à variação individual, o aspecto mais interessante refere-se à raça. Animais da raça Nelore,
ou vacas zebuínas em geral apresentam normalmente um maior número de folículos recrutados por onda, em
comparação com vacas de raças européias [23-24]. Esta particularidade viabilizou um crescimento bastante rápido
da PIV no Brasil, uma vez que a disseminação da PIV e a maior valorização da raça Nelore ocorreram de forma
simultânea. Embora a TE continue sendo largamente utilizada em animais da raça Nelore, a PIV viabiliza maior
número de embriões em um mesmo período de tempo [53]. A raça Nelore tem sido promissora ao ponto de se
considerar que a aspiração folicular semanal pode produzir um bezerro por semana, através da PIV [54]. Apesar
do semelhante potencial entre os indivíduos da mesma raça, a variabilidade individual entre doadoras na produção
de uma população viável de folículos pode influenciar os resultados da OPU. Leivas et al. (2003) [55] observaram
que houve uma significativa variação na média do número de CCO entre as doadoras Bos indicus, submetidas ao
mesmo número de sessões de OPU. Parâmetros reprodutivos como o recrutamento e desenvolvimento folicular
podem variar amplamente entre pares de gêmeas monozigóticas [56].
Apesar do enfoque para a espécie bovina, a comparação entre vacas (Bos indicus) e búfalas (Bubalus bu-
balis), tornou-se relevante devido a disseminação da técnica de PIV. As estruturas ovarianas nas búfalas foram
cerca de 50% inferiores as observadas nas vacas zebuínas [57]. Estes resultados podem refletir a maior dificulda-
de, na espécie bubalina, para obtenção de embriões in vitro [58], comparativamente ao bovino zebuíno, em virtu-
de do menor número de folículos e oócitos com cumulus compacto obtido por ovário [57].
Atualmente, a aspiração folicular tem sido realizada em momentos aleatórios do ciclo estral. Os resulta-
dos de campo têm mostrado que a qualidade dos oócitos não se altera com função da fase do ciclo estral. No en-
tanto, o número de folículos disponíveis para a aspiração apresenta considerável variação, sendo o início de onda
o momento mais favorável para a recuperação, pelo maior número de folículos e pela melhor eficiência de capta-
ção dos oócitos, de acordo com Seneda et al. (2001) [59]. Hendriksen et al. (2004) [27] atribuíram ao folículo
dominante o fato de reduzir o desenvolvimento e a competência dos oócitos pertencentes aos folículos subordina-
dos. Portanto, a OPU realizada nos dias 2-5 do ciclo estral ou 2-5 dias após a divergência do folículo dominante

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poderia incrementar a PIV [27].


A competência do oócito obtido pela aspiração folicular transvaginal parece não ser influenciada pelo
tamanho do folículo, mas o mesmo não ocorre em relação à taxa de recuperação, que demonstrou ser significati-
vamente superior para folículos menores ou iguais a 4 mm [60]. A taxa de recuperação consiste no número de
oócitos recuperados após punção de 100 folículos [9] e já foi demonstrado que folículos menores viabilizam re-
cuperação oocitária mais eficiente [59]. A taxa de recuperação pode ser influenciada pelas terapias gonadotróficas
[13,61]. Roover et al. (2005) [28] consideraram que a aplicação exógena de FSH foi capaz de aumentar o tama-
nho dos folículos, mas não houve alteração quantitativa, atribuindo a este último aspecto, como uma variação in-
dividual. Pieterse et al. (1992) [61] realizaram a aspiração folicular três dias após estímulo gonadotrófico com
PMSG e relataram aumento do número e tamanho de folículos, e pior taxa de recuperação de oócitos. Pieterse et
al. (1991) [11] e Goodhand et al. (1999) [62] relataram melhor recuperação quando predominavam folículos pe-
quenos no ovário e menos oócitos por sessão quando havia predomínio de folículos maiores que 6 mm. Resulta-
dos análogos foram descritos por Seneda et al. (2001) [59], ao compararem folículos < 4 mm e > 4 mm.
A relação inversa entre maior diâmetro folicular e taxa de recuperação de oócitos por sessão tem sido
justificada de diversas formas, como alterações morfológicas no complexo cumulus oophorus [31], viscosidade
do fluido folicular [62] e quantidade de material a ser aspirado e pressão intrafolicular [63]. Apesar dos folículos
maiores que 5 mm serem aspirados mais facilmente [64], a aspiração de folículos pequenos mostrou-se mais efici-
ente quanto à captação dos oócitos [59]. Assim, a estratégia mais eficiente para associar utilização de FSH e pre-
sença de folículos pequenos é controlar o período de crescimento folicular, conforme relatado por Seneda et
al.(2002) [24]. Os resultados de Ueno et al. (2004) [65] sugeriram que a aplicação exógena de LH aumentou o
número e a qualidade dos oócitos recuperados nos folículos com 5-8 mm de diâmetro, quando comparados aos
animais que foram tratados apenas com FSH.
Apesar de relatos em animais zebuínos [67], é importante ressaltar que a utilização de gonadotrofinas
tem acontecido principalmente em vacas de raças européias. Os animais Bos indicus apresentam naturalmente
maior número de folículos por onda, e talvez por este motivo o FSH tenha tido um impacto menor no crescimento
folicular e conseqüente disponibilidade de oócitos para a produção de embriões [68].
Merton et al. (2003) [69] consideraram que a utilização de FSH anterior à aspiração folicular durante 2
semanas otimizou a produção de embriões por sessão. No entanto, a freqüência de OPU afetou a qualidade e a
quantidade dos oócitos coletados. A OPU quando realizada de forma descontínua (entre o início do estro e 12 dias
após), permitiu que as doadoras retornassem a ciclicidade de forma natural, não afetando a função ovariana. En-
tretanto, a OPU contínua pode alterar o período de ovulação. Os estudos de Petyim et al. (2003) [70] demonstra-
ram que o número de oócitos não diferiu em ambos os esquemas de aspiração, mas sugeriram que a OPU descon-
tínua seja aplicada.
A aspiração folicular in vivo é eficiente ao ponto de produzir embriões in vitro à partir de doadoras com
infertilidade adquirida. Vacas Nelore clinicamente saudáveis e que não responderam a TE e a inseminação artifi-
cial (IA), produziram embriões in vitro viáveis e prenhezes à partir dos oócitos recuperados pela OPU [71]. Entre-
tanto, no caso das salpingites graves associadas a aderência ovariana, a qualidade dos ovócitos foi comprometida
e, conseqüentemente, a PIV. As patologias de tuba uterina que não apresentam aderências permitiram a obtenção
de embriões in vitro, ainda que com baixos índices [72].
Mesmo diante de inúmeras vantagens, a OPU pode ter sua eficiência alterada pelas variáveis biológicas e
técnicas, como abordado anteriormente. Devemos também considerar a habilidade do operador, como um impor-
tante fator capaz de influenciar os resultados da OPU. Portanto, a seleção de doadoras, a metodologia adequada e
a habilidade do operador formam o conjunto de fatores que podem interferir na obtenção de oócitos.

Seqüelas

Com o advento da técnica de PIV, tornou-se possível um elevado aproveitamento genético de animais se-
lecionados. De forma rápida e eficiente, esta biotecnologia mostrou ser capaz de proporcionar um grande número
de descendentes. A avaliação periódica dos animais submetidos a punções foliculares pode favorecer o monitora-
mento da ocorrência e intensidade de lesões subseqüentes ao procedimento.
Os resultados de Viana et al. (2002) [73] demonstraram que as perfurações do fundo de saco vaginal fo-
ram prontamente cicatrizadas, e em apenas duas ocasiões foram observadas irritações transitórias da vagina e cér-
vix. Em geral não se observou processos clínicos inflamatórios ou infecciosos na vagina ou no restante da porção
tubular do trato genital [74]. Já os pontos de perfuração do fundo de saco vaginal puderam ser identificados até 48
a 72 horas após as punções [74]. A formação de hematomas na região perivaginal também pode ser encontrada
[29] mas esta condição não parece acarretar grandes problemas para a doadora. Ao contrário do observado na re-

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gião vaginal, Viana et al. (2003) [74] constataram a incidência de significativas alterações na consistência ou mo-
bilidade dos ovários. As perfurações dos ovários podem ocasionar o aparecimento de seqüelas como aderência e
fibrose, particularmente em vacas submetidas a muitas sessões de punção. É importante considerar o grande im-
pacto das variáveis técnicas e a habilidade do operador na ocorrência destas lesões.
Alterações histológicas como a mineralização do parênquima ou no interior de estruturas foliculares, fo-
ram encontradas independente do número de sessões de punção folicular em que as vacas foram submetidas [75].
Pontos de perfuração na túnica albugínea, presença de áreas com hemorragias e infiltrados de células inflamató-
rias, fibrose no estroma ovariano, associado a cicatrizes no trajeto da agulha, constituíram as alterações histopato-
lógicas ovarianas demonstradas por Viana et al. (2003) [74].
Em fêmeas submetidas a biópsia guiada por ultra-sonografia transvaginal, o exame histológico demons-
trou intenso infiltrado de células vermelhas no estroma variano [76]. Analisando animais puncionados, Demarque
et al (2003) [75] observaram através da histologia a presença de corpo lúteo e de folículos normais, indicando
atividade cíclica ovariana regular.
Viana et al. (2003) [74] observaram que folículos previamente aspirados apresentaram hemorragia inter-
na e graus variados de desorganização das camadas da parede folicular. Observou-se também, a presença de áreas
de tecido luteal ou de células luteais dispersas no estroma ovariano, provavelmente originadas da luteinização
parcial de folículos cuja parede foi fragmentada pela punção. A luteinização de folículos puncionados, em
particular, seria responsável pelas concentrações subluteais de progesterona observadas em animais puncionados
intensamente [77].
Nos ovários submetidos a maior número de punções, o espessamento do epitélio ovariano, comprometeu
a visualização externa dos folículos em crescimento, quando os ovários foram avaliados macroscopicamente [74].
Animais submetidos a até 20 sessões de punção, apresentaram baixa incidência de lesões, coerente com a obser-
vação de que o procedimento não causa, necessariamente, comprometimento da atividade ovariana [66].
Viana et al. (2002) [73] não observaram redução na recuperação de oócitos por vaca no decorrer do seu
período experimental, mesmo quando foram constatadas seqüelas ao tratamento.
É importante considerar que a aspiração folicular é uma técnica que possui prós e contras. O risco de se-
qüelas existe e deve ser considerado. A realização do procedimento deve ser feita de maneira a reduzir ao máximo
os danos possíveis, para que os resultados obtidos superem os inconvenientes previstos.

Perspectivas

A obtenção de oócitos através da aspiração folicular in vivo é apenas a primeira etapa para a produção in
vitro de embriões. Depois que os oócitos são recuperados, os processos de maturação, fecundação e desenvolvi-
mento são realizados em laboratórios específicos.
Os principais desafios para maior disseminação da aspiração folicular são o alto custo dos equipamentos
e a dedicação necessária ao treinamento da técnica. Maior padronização na recuperação dos oócitos será obtida
com a aplicação de protocolos de sincronização do estro, visando a realização da aspiração em momentos mais
propícios.
Finalizando, é importante salientar que a OPU/FIV não é boa, nem má. Como toda biotécnica, trata-se de
uma ferramenta a serviço da pecuária. Se usada adequadamente, propicia resultados satisfatórios, correspondendo
às expectativas do investimento. No entanto, se mal utilizada, pode causar danos às doadoras, ou, o que é pior,
gerar grande número de animais geneticamente inferiores.
Portanto, ressaltamos a necessidade da análise cuidadosa de cada proposta de trabalho com OPU/FIV,
tanto por parte dos criadores como dos veterinários, para que a melhor parcela desta biotécnica possa contribuir
para o engrandecimento da pecuária nacional.

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