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No caso dos volumes, que cresciam até 15% nessa década, houve uma queda de
0,3%. E isso só foi possível graças ao crescimento nos embarques para o Oriente Médio e a
África, que têm algo muito importante em comum: a religião muçulmana.
Esse mercado exige que a carne de frango exportada atenda aos preceitos islâmicos
de produção Halal, exigência cumprida pelo Brasil desde meados da década de 70, quando a
Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef) foi criada, em 1976, e
os primeiros embarques foram feitos para o Oriente Médio.
Hoje, 29 dos 33 frigoríficos associados à Abef fazem o abate Halal. É uma prática que
precisa ser avalizada por certificadoras islâmicas, que possuem áreas de treinamento, nos
principais centros produtores brasileiros, destinadas à formação de mão de obra como
técnicos, abatedores e supervisores religiosos. Os equipamentos, os vestuários e as facas
amoladas são fornecidos pelas certificadoras.
Há desafios a superar para que o mercado islâmico cresça ainda mais. No caso da
Índia, que tem 1,1 bilhão de habitantes, por exemplo, o acordo entre os dois países já foi
concretizado desde o final de 2007, mas as elevadas tarifas de importação inviabilizam os
embarques de nosso produto. E, com a Indonésia, cuja população soma 240 milhões, as
negociações para um acordo sanitário ainda estão em andamento. Obstáculos que, tenho
certeza, serão superados numa ação conjunta de governo e setor privado.