Primeira Prova Parcial 03 de agosto de 2015 - Prof. Mrio Ramo
Estudante: Bruno Eliezer Melo Martins
Os povos indgenas, por muito tempo, estiveram legados face escura da lua. Isto , escondidos por traz daquilo que todos veem. Esta face escura, morada de uma genuna curiosidade, nos revelaria muito mais que a claridade, aquela chamada de histria oficial que se contou at recentemente. Perguntar-se pelos povos indgenas nos confrontarmos com busca de nossa prpria identidade. O espao geogrfico em que se conformaram as Amricas um espao eminentemente indgena, logo, nada mais natural busc-los, no com a curiosidade antropolgica viciada em modelos europeus, mas procur-los com um convite para integrar-se em seus direitos, desde muito subtrados. As indagaes que Bessa Freire realiza no princpio de seus texto so primordiais, a seguinte pergunta: Que herdamos dos ndios? nos faz pensar e perceber os costumes to arraigados na alimentao e na lngua, nos nomes de rios e cidades que mal nos damos conta que so ramos indgenas de nossa cultura. Pensar na histria como uma narrativa que excluiu to forte elemento, , agora, rever a possibidade de recontar essa histria, empoderando aqueles que antes no tinham voz. O texto de Bessa apresenta cinco equivocos que fazem parte do senso comum. Lembramos que senso comum uma ideia carregada de preconceitos que impede, de forma geral, a sociedade de compreender as coisas a partir de uma crtica ou mesmo uma razo. O ndio no genrico, existem tantas mais de 200 etnias que falam 188 lnguas diferentes; uma ao para reverter esse quatro apresentar, no todas, mas uma pequena parte dessas etnias num grande mural. Tambm a partir de um mural estabelecer um vocabulrio comparado de palavras e expresses. As culturas indgenas no so atrasadas, muito pelo contrrio, so capazes de uma sofisticao e de uma abstrao que em muito contribuiria com as cincias ditas
ocidentais. A forma de observar o cu gerou a astronomia, cincia que compreende a
disposio da estrelas, junto surge a literatura e o mito que explica o porque das estrelas, com a conscincia do universo surge tambm o criador. Como podemos ver numa pequena hiptese, as formas que os indgenas compreendem o mundo so avanadas e refinadas. Apenas a ignorncia poderia recusar esse novo mundo so os olhos e os sentires dos povos habitantes antes da chegado dos invasores europeus. A cultura no se congela, ela se transforma, agrega aquilo que bom para ela e se enriquece. Os povos indgenas devem usufruir da melhor tecnologia que o ocidente pode oferecer. Eles esto conectados e devem suar essas novas tecnologias a favor de sua prpria cultura, desenvolvendo em suas formas e interesses. Os ndios so presentes e continuam a se integrar e a formentar novas configuraes. Suas produes arttiscas dialgam com o tempo presente com base em seus saberes e escolhas. As diferenas so saudveis e devem ser apreciadas no sentido positivo, ou seja, a nao brasileira diferente da nao guarani, porm elas devem coexistir respeitando o que uma compreende da outra. Sabendo que o brasileiro tem na formao e histria o elemento indigena que queremos agora fazer-se vibilizar. Somos todos brasileiros (ou melhor, latinoamericanos), herdamos tudo e por isso mesmo no sabemos que herdamos. Bessa nos convida a realizar um inventrio das heranas. Isto nos ajudaria a reconhecer de onde quem viemos e quais as contradies dessa vinda.
CHAVES, Rodrigo Pádua Rodrigues. A Identificação de Terras Indígenas e Os Relatórios de Identificação e Delimitação Da FUNAI Reflexões Sobre A Prática Da Antropologia No Brasil (1988 - 2003) .