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ARG. AAAS. ric. - ®.TANEIRD, 34 (8): 32-104, ToL. /seT, 1993. Psicoterapla breve: consideragées sobre suas caracteristicas e potencialidade de aplicagéo na Psicologia clinica comunitaria brasileira* Manta Autce 8. B. pz Azzvepo** 1. Introdugdo; 2. Enfoque histérieo; 3, Conceituiagéo ¢ aspectos téenicos; 4. Abrangéncia da. psicoterapia breve. © presente trabalho enfoca a psicoterapia breve de ortentagéo psl- Canalitica, técnica essa que, 208, poucos, vem-se Impondo no ceni- Hlo do eatnpo da sade mental. Tece consideragoes sobre o seu de Senvolvimento histories, sua eonceltuacio, seus aspectos técnicos.e abrangéncia.Analisa as suas caracteristicas pecullares, as quais configuram-Ihe uma estrutura propria e a distinguem da psicans- lise e' da pstcaterapla pslcanaitica’ prolongada, assim como discute ag suas possibllidades de permitir acesso a psicoterapia a um gran- Ge numero de individuos necessitados de ajuda psicoldgica, quando empregada com conhecimento, habllidade e experiencia. Finalmen- fe, procura sallentar a importincia teérica, téenica e de sade pi- blica da modalldade terapeutica em questéo © apresenti-la como procedimento psicoterapico de elelcdo a ser implementado nas cli- Rleas de assistencla mental & comunidade, no melo e Tealidade bi Sets, de acordo com os programas da psiologie eliniea comu- 1, Introdugao “uma abordagem flexivel, baseada nos séli- dos principios gerals da psicodinamica ¢ ajustivel & grande varledade daqueles que dela necessitam 6... uma exigéneia premen= te de nossos diss.” (Franz Alexander, 1965) + ‘Trabatho resultante de uma pesquisa desenvolvida pela autora para a ela boragao de sun dissertapio de mestrado, desenvolvida no Departamento. de Pos- Graduacéo em Psicologia Clinlea da Pontificia Universidade Catdiica de Cam- plnas, © financlada pela Fundagdo de Amparo & Pesgulsa. do Estado de 80 Paulo’ em 1000. ** Psicéloga, pesquisadora I1-C do Conselho Nacional de Pesquisas. Enderego da antora: SON 206, bloco J, apt® 106, 70.644 — Brasiia, DF. ‘A Brae. Pale io de Seneizo 3510) 9208 paket 1063 ‘Nos wltimos anos temos observado um interesse crescente pela psico- terapia breve no meio clinico brasileiro. Embora apenas ha poucos anos tenham comegado a ser traduzidos para o portugués livros de autores estrangeiros sobre o assunto, a literatura especializada nos revela que essa técnica psicoterépica ndo é um desenvolvimento re- cente no campo da satide mental, sendo a mesma conhecida desde ha. muito tempo na Alemanha, EVA, Inglaterra e Argentina. A revisiio da literatura pertinente nos demonstra que durante a Il Guerra Mundial as necessidades de assisténcia mental, em conse- qiténeia da guerra, fizeram com que crescesse 0 interesse pelos méto- dos breves de tratamento psicolégico. Atualmente, no entanto, uma tomada de consciéncia dos problemas de satide mental focaliza’a ne- cessidade de se beneficiar e ajudar um maior nimero de individuos neuroticamente perturbados, 0 que faz com que as técnicas breves assumam wma crescente importancia social. Elas sio apresentadas por Barten (1971) como um espectro em expanséo de técnicas eclé- ticas, as quais ampliam vastamente a capacidade do terapeuta para oferecer algo util e relevante a grande ntimero de pacientes, ineluindo agueles para quem os métodos tradicionais tém-se revelado desapon- tadores ou ineficientes. Segundo ele, na realidade, as psicoterapias breves tém sido “redescobertas” & medida que os psicoterapeutas tém- se voltado para-o ecletismo, na tentativa de oferecer tratamento psi- colégico pata pacientes de todas as classes, com - todos os tipos de pro- blemas, diante da impraticabilidade de se adotar a técnica psicanalf- tice, cldssica em uma série de situacdes exigindo intervencéo terapéu- tica, como por exemplo: situagdes de emergéncia, situagdes de crise, problemas de ajustamento de origem recente, reagdes depressivas € ansiosas n&o complicadas, assim como para alguns processos de longa duragéo, como 0 aleoolismo, esquizofrenia crdnica ou desordem orga- nica cerebral, Lembra-nos ele, ainda, que mesmo no tratamento de doengas neurdticas classicas, &s vezes 05 resultados de uma psicotera~ pia psicanalitiea prolongada podem-se revelar desapontadores, néo podendo assim justificar-a continuaego de um tratamento dispendio- 50 e prolongado por varios anos. Também no tratamento de pacientes Pobres e néo instrufdos, os mesmos podem néo ser beneficiados pelas téenicas sofisticadas, que exijam maiores recursos verbais por parte do paciente, mas podem beneficiar-se de terapeutas comunicativos e calorosos, que oferegam apoio e ajuda concreta, mais apropriada ao nivel do ‘paciente. Todas essas situagdes no campo da satide mental tém chamado a ateneo para um emprego mais judicioso das técnicas tradicionais, as quais, infelizmente, tém-se mostrado insuficientes para atender as necessidades concretas de atendimento psicolégico das comunidades. Em conseqiiéneia, as técnicas breves expandiram-se, incluindo tera- jas breves de orientacao psicanalitica, terapias breves comportamen- fais, medicamentosas, de inducdo de papéis, reeducativas, terapias bre- ves de grupo e do grupo familiar e terapias breves sugestivas. A ex- ploraeéo dos métodos breves surge, entéo, como uma soluciio. Entre- tanto, eles deverdo ser usados com’ discriminacao, com conhecimento, deverdo ter a sua eficiéncia melhorada e a sua aplicacio ampliada, Portanto, as crescentes demandas de tratamento psicolgico e uma Psicoterapia breve 98 certa insatistacsio com os métodos tradicionais para o atendimento de um amplo nimero de pacientes, ou de pacientes de baixo nivel sécio- econémico que procuram instituicdes assistenciais, tém desencadeado a instrumentagdo de terapias breves ou econémicas ou de tempo e objetivos limitados. Isso nao significa, porém, que estejam sendo des- prezadas as técnicas tradicionais, e sim que estas passaram a ser usa~ das mais criteriosamente. Essas situagdes tém suscitado também a necessidade de se repensar as bases ideolégicas da psicoterapéutica, assim como de se dinamizar 0 proceso psicoterapéutico, a fim de se permitir 0 acesso psicoterapia a um mimero cada vez malor de pes- soas, e néo apenas a uma elite monetariamente favorecida, A importancia tedrica, técnica e de satide piiblica das psicotera- pias breves é evidente e considerdvel, quando avaliamos 0 grande ni- mero de pacientes que poderiam ser beneficiados por elas, quando de outro modo néo poderiam receber ajuda alguma. Embora muita des- confianga e deserédito tenham sido manifestados em relagdo aos mé- todos breves de tratamento, a experiéncia tem comprovado a sua efi- cécia em muitos casos, como atestam os estudos tealizados por algu- mas autoridades de renome no campo, como Alexander e French (1965), Malan (1975, 1979), Wolberg (1969) e outros. Entretanto, como o espectro de técnicas breves existentes ¢ am- plo, como j4 foi anteriormente colocado, queremos deixar claro que neste trabaiho a técnica breve considerada seré a psicoterapia breve de orientagdo psicanalitica, com as suas caracteristicas proprias de uma técnica de curta duragio, salientando-se as suas perspectivas de emprego e aplicagio no contexto da assisténcla mental a comunidade brasileira, 2. Enfoque histérleo A psicoterapla breve desenvolveu-se a partir do conhecimento forne- ido pela psicandlise e, aos potcos, vem impondo-se no cenério tera- péutico do campo da satide mental, devido a flagrante insuficiéncia dos métodos tradicionais em atenderem as amplas necessidades de as- sisténeia da comunidade e da faixa da populagéo menos favorecida economicamente e nao instrufda. As contribuicdes psicanaliticas & psi- coterapia breve so ébvias, mas ela ndo deve ser considerada uma psicandlise abreviada. As suas caracteristicas peculiares configuram- Ihe uma estrutura propria, que @ distingue da psicandlise e da psico- terepia psicanalitica prolongada. A psicandlise, originalmente, embora utilizada por Freud com 0 objetivo terapéutico, servia 4 dupla finalidade da terapia e da inves- tigaco. Ao mesmo tempo que Freud procurava um melo de tratar as pessoas doentes, ele coletava dados para organizar e ampliar a sua feoria da personalidade. De modo que os interesses de pesquisa de Freud influiram necessarlamente na sua técnica terapéutica. O tra- tamento psicanalitico é a fonte primaria do conhecimento psicolégico, e tem sido considerado por autoridades do assunto como melhor ade- quado para a pesquis ry ABP. 3/1983 Durante muito tempo a grande matoria dos-psicanalistas usaram © mesmo cléssico procedimento para todos os seus pacientes, aceitan- do aqueles pacientes que pareciam adequados e aconselhando outros a nfo se submeterem & psicanalise, Assim, os pacientes eram selecio- nados para se ajustarem a técnica (Alexander e French, 1965). Porém, argumenta Alexander (1961) que a enorme variedade de pacientes faz com que sejam necessitias variagdes na abordagem terapéutica. Segundo ele, iss0 6 0 que acontece em todos os campos da medicina logicamente seria de se esperar que uma tal flexibilidade de aborda- gem também fosse adotada no campo da psicanilise. Na época em que o conhecimento da patogenia e patologia dos transtornos neuréticos era pouco desenvolvido justificava-se, e mes- mo era inevitavel, que os casos clinicos fossem estudados in extenso, , conseqiientemente, durante longo tempo, pols que o paciente era ao mesmo tempo um objeto de terapia e um sujeito de investigacao. ‘Ume vez que a principal preocupagéo nas primeiras fases da psicand- lise era aumentar 0 conhecimento basico, aceitava-se 0 uso quase uni- versal, ou seja, para todos os pacientes, da mesma técnica classica. Entretanto, enfatiza Alexander (1965), @ chegado 0 momento de se utilizar o cabedal de conhecimento acumulado de maneiras diferentes, a fim de que nfio apenas os pacientes adequados & técnica original, mas todos os neuroticamente perturbados e necessitados de ajuda pos- sam. ser beneficiados com o conhecimento existente. Essa extenséo da ajuda psicanalitica a uma grande variedade de pacientes é conside- rada como sendo um movimento novo no campo da psicoterapia. Além disso a falta de correlacdo entre a duracdo e intensidade do trata- mento-e os resultados ferapéuticos ¢ reconhecida pela maicria dos psicanalistas atuais, de um modo explfcito ou implicito, e constitul, inclusive, uma fonte de insatisfagéo para eles, pois que impossibilita @ predig&o dos resultados terapéuticos. Isso foi assinalado e estudado por Alexander e French (1965), do Instituto Psicanalftico de Chicago. Segundo esses autores a insatlstagto com a falta de correlagéo entre © éxito terapéutico e a duragéo e intensidade do tratamento tém le- vado os psicanalistas a reagirem de dois modos distintos. Alguns sen- tem-se thobilizados a realizar experimentos, na esperanca de detectar os fatores responsiveis pelo éxito terapéutico, enquanto outros assu- uma, espécle de defesa, uma crenica quase supersticiosa de que os resultados terapéuticos tépidos ndo podem ser auténticos, mas que, sim, sio devidos & sugestéo e A “fuga para a satide”. Ha os que alegam que os resultados terapéuticos répidos néo podem significar modificagdes profundas e abrangentes na estrutura dindmica da per- sonalidade, pois que isso s6 pode ser alcancado apés anos de trata- mento, enquanto outros atribuem a falta de éxito terapéutico, apos uma terapia prolongada, “resisténcia” do paciente, a qual, estéo convencidos, poderd ser superada com a continuagdo’ prolongada do tratamento. s Alexander e French (1965) verificaram, através de larga experién- cla clinica, que podiam aplicar os mesmos prinefpios pstcodinamicos da psicandlise em abordagens mais flexiveis e mais breves. Eles tra- balhavam com as mesmas teorias e técnicas, com o mesmo instru- mental, embora tentando refind-lo, a fim de ajusté-lo a finalidades Psicoterapia breve 98 terapéuticas especiticas.em uma forma mals eficiente e mais répida, Coneluiram que podiam questioner certos dogmas psicanaliticos com a) o fato de a profundidade da terapla ser necessariamente propor- cional & duragéo do tratamento e freqiiéncia das sessdes; b) a afirmagéo de que os resultados terapéuticos obtidos apés-um numero relativamente pequeno de sessGes sho necessarlamente super- ficiais ¢ temporarios, enquanto os resultados terapéuticos obtidos me- diante um tratamento prolongado séo necessarlamente mais estdvels e profundos; ©) a alegagio de que a prolongacdo do tratamento é necessdria para se superar a resisténcla do paciente, pois isso conduziré, finalmente, aos resultados almejados. Segundo eles, atualmente, com o progresso realizado no conheci- mento da patogenia e patologia dos transtornae neurons, general zagées e principios da psicanalise, comprovados pela experiéncia, per- item o desenvolvimento de téenicas pslcoterapeuticas ‘mais flexivels e mais econémicas, adequadas a natureza individual dos diferentes pacientes neuréticos. Assim, colocam que, considerando-se que os prin- efpios da psicanélise podem ser utilizados em muitos tipos de psicote- rapia, a eleicéo do.método a ser utilizado em cada caso particular deverd ser determinada pela natureza do problema terapéutico: “O método psicanalitico tradicional de sessdes didrias, através de meses ou anos, é somente um dos procedimentos téenicos possfvels, e no necessarlamente o mais econémico, o mais penetrante ou o mais efi- ciente em todos os casos” (Alexander e French, 1965). Observaram que, mesmo nos graves casos crénicos de psiconeuroses e transtornos de caréter, a terapia resultaré mais eficiente se 0 procedimento for adaptado ds necessidades individuais de cada paciente e as diferentes tases do tratamento. A questéo de se repensar as bases ideolégicas da psicoterapia, as- sim como de se dinamizar.o processo psicoterapéutico, tem sido abor- dada e discutida por muitos outros psicoterapeutas. Surge, assim, atualmente, o campo das psicoterapias como um campo que pode-se enriquecer com o surgimento de novos enfoques técnicos, voltado para, novas aberturas e experiéncias, fértil para 0 desenvolvimento da cria- tividade, e no como “um ancoradouro de sistemas conclufdos” (Fio- rini, 1976). Atualmente destaca-se a possibilidade de serém desenvolvidas psi- coterapias individuais que atendam mais prontamente a demanda sempre crescente de tratamento psicoterdpico, quer em abordagens de clinica privada, quer, e principalmente, em situagées institucionais. A possibilidade e’a necessidade de se repensar as técnicas de psicotera- pia existentes se fazem presentes, a fim de que haja uma melhor Utilizagdo e emprego das mesmas no campo da satide mental, pols que ha de se pensar também nas necessidades de atendimento psicolégico dos individuos que, por razGes varias, nfo se podem submeter a uma psicandlise ou psicoterapia dindmica a longo prazo, devido a proble- mas monetérios, de tempo ou de trabalho. Em resposta a problemas praticos, criados principalmente para as instituigdes de assisténcia, psiquidtrica, muitos psicoterapeutas tém sido, assim, mobilizados a. fa ABP. 9/1989 Teexaminar os métodos tradicionals de psicoterapla buscando novas ‘téenicas. Psicoterapias breves, ou de tempo e objetivos limitados tém, pois, sido instrumentadas em resposta a essas situagoes. A atual onda de interesse manifestado pela psicoterapia breve, principalmente por autores norte-americanos, ingleses e argentinos, faz com que se tenha a impressdo de que ela é um desenvolvimento recente no campo da psicoterapia, mas de fato ela ndo o é, Na ver- dade eles esto recapitulando e desenvolvendo 0 que jé era conhecido desde hé muitos anos. Algumas psicoterapias realizadas pelo proprio Freud sdo consideradas formas de psicoterapia breve, e Malan (1975) nos lembra que a psicandlise originalmente era um procedimento bre- ve que foi-se estendendo devido & crescente passividade do terapeuta e crescente interesse pela reconstrucdo genética do passado do paciente. “Os primeiros analistas parecem ter possufdo o segredo da psicotera- pla breve e, com a crescente experiéncia, té-la perdido” (Malan, 1975). Ferenczi e Rank, diseipulos de Freud, também fizeram experién- clas com métodos breves (Malan, 1975), e hé trabalhos clentificos sobre psicoterapia breve que datam de hé'mais de $0 anos. Ao proprio génio de Freud e A sua agudeza de percepcdo no escaparam as limi- tages da psicandlise cléssica para um atendimento amplo da popula- 80. Em 1918, no quinto Congresso Psicanalftico Internacional, em Budapeste, ele deu énfase aos métodos “ativos”, Freud (1918) previu a possibilidade de a técnica psicanalitica cléssica nfo ser adequada As futuras demandas colocadas pelos blemas de satide mental, e previu futuros desenvolvimentos na técni ca psicanalitica e a futura instrumentagao de métodos ativos em pi coterapia, a fim de se beneficiar um maior ntimero de pacientes ne- cessitados de ajuda psicolégica. Segundo ele, a doenga mental ameaca a satide da populaggo tanto quanto a tuberculose e, portanto, requer atengdes por parte dos érgdos do governo responséveis pela satide pi- blica, néo podendo ser deixada nas méos de alguns poucos profissio- nais, mas devendo, sim, ser cuidada pelo Estado, a fim de que seja possivel abranger a populacéo em ampla escala. Desse modo, ele an- tecipou, previu e propos as necessidades de atendimento comunitério, sugerindo a adaptacdo da técnica psicanalitica para um atendimento abrangente da comunidade. Segundo ele, no fundo, os analistas se veriam obrigados a fundir 0 “puro ouro'da anélise” com 0 “cobre” dos outros métodos, a fim de ser possivel estender a ajuda psicotera- péutica a um ntimero mais amplo de pacientes. Advertiu, entéo, que no futuro os psicoterapeutas defrontar-se-iam com a tarefa de adaptar a técnica psicanalftica as novas condigdes de um atendimento mais abrangente da populac&o, lembrando-os porém que, qualquer que fos- se a forma que essa “psicoterapia para o povo” pudesse assumir, os seus ingredientes mais eficientes e mais importantes seriam os prove- nientes da psicanilise estrita, ou seja, essa psicoterapia deveria fun- damentar-se nos conceitos psicanaliticos 8. Conceituagio e aspectos técnicos A psicoterapia breve é fruto da tentativa de se adaptar o procedimen- to terapéutico psicanalftico as necessidades individuais dos pacientes, Psicoterapia breve ” visto que estes apresentam nfo apenas problemas e perturbagGes di- ferentes, mas também diferencas fisicas e psicolégicas, e tem sido as- sim denominada para contrastar com o tratamento psicanalitico pro- longado. Embora as contribuigdes psicanaliticas psicoterapia breve sejam dbvias e evidentes, ela apresenta diferencas técnicas, as quais a tornam distinta e Ihe atribuem caracterfsticas proprias. Com muita propriedade, Szpilka e Knobel (1968) a conceituam como uma psicoferapia de tempo e objetivos limitados, de esséncia néo-regressiva, que oferece uma estratégia e uma ideologia basica~ mente diferentes das da terapia psicanalitica, embora ambas se nu- tram dos postulados psicodinamicos da psicandlise. Todavia, mesmo entre psicoterapeutas experimentados, h4 uma tendéncia a aplicar no tratamento breve as mesmas tAticas consideradas titeis pata o trata- mento longo, o que devido a limitagdo do tempo somente conduziré a frustragoes, desapontamentos e insucesso. © seu enquadramento, og seus objetivos, pontos de ataque e con- digdes de realizacdo diferem dos da psicandlise. No tocante ao enqua~ dramento, difere quanto a freqiiéncia das sessdes, posigéio do paciente e atividade do terapeuta. Ela é realizada com uma menor freqiéncia de sessées, em geral uma vez por semana, as vezes duas. O paciente senta-se frente a frente em relacdo ao terapeuta, 0 que coloca o pa- ciente em situagdo de realidade, aJudando-o a discriminar 0 terapeuta em sua pessoa € papel objetivos. Isso contrasta com o enquadramento analftico, com 0 uso do diva e o terapeuta fora do controle visual do paciente, que induzem este ultimo a uma ligacéo com um objeto vir- tual e & projegéo transferencial. A intervencdo do terapeuta também € mais ativa e pessoal. ‘As modificagdes adotadas na técnica sfio em fung&o do limite de tempo, a fim de se evitar a prolongagao do tratamento. ‘Considerando-se que o tratamento psicanalitico estrito se baseia em certos aspectos fundamentals, que séo: a) a estimulagdo a regresséo; b) a emergéncia da neurose transferencial; ©) a elaboragéo; ) a mutagdo de objetos internos através da projegso e introjegio como mecanismos fundamentais, a psicoterapia breve pode ser discriminada do verdadeiro tratamento pslcanalitico justamente gragas ao diferente manejo e a diferente estratégia que se dio em cada um deses itens mencionados (Szpilka e Knobel, 1968). ‘No combate & “barrelra do tempo”, destaca-se na psicoterapia breve o manejo especial da transferéncia e da regressdo. Hé um acor- do geral entre os que advogam a psicoterapia breve quanto & necessi- dade de se controlar conscientemente a dependéncia, a regressio e a neurose transferencial. Na psicoterapia breve a menor freqliéncia das sessées ajuda a desestimular os anseios de dependéncia do paciente, © que, contrariamente, é favorecido pelas sessdes didrias do procedi- mento psicanalitico padréo. Evitando-se a situagéo de dependéncia, 8 ABP. 3/1083 evita-se, conseqiientemente, a regressiio, e mantém-se o paciente mais ligado ao seu “conflito vital atual”, razio pela qual ele procurou o auxilio do psicoterapeuta. Para isso a transferéncia néo é utilizada como o eixo da terapia, como o é no proceso psicanalitico. Desse modo, © terapeuta deve deliberadamente manipular a relagéo transferencial, a fim de néo permitir que se desenvolvam, ou a desestimular a depen- déncia e a regress, eVitando-se uma neurose transferencial. Na técnica breve a regressdo deve ser conscientemente desestimu- lada, assim como, inversamente, na psicandlise o fendmeno da regres- so e sua exploragéo técnica constituem a esséncia do tratamento psi- canalitico, Evitando-se a regresséo, conseqiientemente é evitada a cri- se regressiva da neurose transferencial. Na terapia breve o tempo néo seria suficiente para a sua resoluc&o e as devidas elaboragdes necess: rias para tal. Szpilka e Knobel (1968) enfatizam que o manejo da re- gressdo constitui o ponto capital que distingue uma terapia breve de uma terapia psicanalitica longa, e, considerando que a emergéncia das tendencies regressivas pode e deve ser desestimulada, propuse- ram eles o termo terapia ndo-regressiva para a terapla breve, pols que a seu ver essa denominacdo enfatiza um conceito tebrico-pratico es- sencial nessa ténica terapéutica, visto considerarem o termo breve de caréter relative e ambiguo. Quanto & transferéncia, o terapeuta deve utilizar tanto a trans: feréncia positiva como a negativa, ou seja, esta deve ser inclufda, mas de modo a néo se transformar no eixo da terapia, como ocorre na terapia psicanalitica, Nesse sentido, ela é utilizada mais para se com- preender o paciente que como instrumento a servigo da regressdo. O terapeuta deve saber “fazer uma boa utilizacdo da transferéncia” na ‘técnica breve, “desfazer a transferéncia tanto positiva como negativa, apenas esta emerge, usdla e em seguida retificé-la, para dispersé-la entre os muito diferentes objetos da realidade do paciente” (Szpilka e Knobel, 1968). A elaboracdo, por sua vez, diferentemente do que ocorre no trata- mento psicanalitico, em psicoterapia breve ocorre sobretudo ao nivel cognitivo, ou seja, em termos de compreensio de um conflito e de suas causas, com maior participagéo cognitiva que afetiva. No que diz respeito & mutagdo de objetos internos em profundi- dade, a qual ocorre no processo psicanalftico longo com base na re- gressfio, na elaborago e na neurose transfereneial, 0 que ocorre psicoterapla breve, em realidade, é a mudanga de informagéo falsa por informacéo verdadeira, em um’ nivel fundamentalmente cognitivo e, portanto, de uma maneira muito diferente da que ocorreftima terapia psicanalitica longa. Na psicoterapia breve ela ocorre pela corregdio de Informagéo deturpada, que vat-se tormando mais objetiva. “Nas pel coterapias breves 0 que falta é a historia viva de um processo, o que falta 6 tempo, atualidade, historicidade, proceso; existe em troca uma relelture ‘da histéria e um intento, mais que de vive-la, de en- tendé-la e de pensé-la” (Szpilka e Knobel, 1968). Conquanto haja divergéncia entre os diferentes autores quanto 0s objetivos e tipos de interpretagdes a serem realizadas, a fim de Psicoterapla breve 0 se ajudar o paciente a obter os insights necessirios 4 elaborag&o e re- solugao de seu conflito, a atividade do terapeuta em psicoterapia bre- ve € uma questo a respeito da qual hé uma concordéncia geral nesse campo, O papel do terapeuta em psicoterapia breve é completamente distinto do papel do terapeuta em psicandlise, e o seu comportamento contrasta vivamente com o comportamento do analista dentro do en- quadramento analitico, A atitude convencional do analista chamado classico no se encaixaria de modo algum em psicoterapia breve e re- sultaria em fracasso por falta de participagéo apropriada. Portanto, a psicoterapia breve pressupée atividade consciente e planejada por parte do terapeuta, o qual deveré desempenhar um papel essencial- mente ativo. Essa atividade consiste em uma gama variada de inter- veng6es e a falta dela poder redundar no fracasso do tratamento. Ela se inicia com a compreenséo da psicodindmica da problemitica do pa- ciente, para um planejamento estratégico de objetivos limitados desde © infcio, ou seja, a elaboragao de uma abordagem inidivualizada. Para $ss0 0 terapeuta deve ser ativo desde a entrevista inicial, realizando uma coleta de dados minuciosa para a elaboragéo da historia clinica, em cuja compreensdo se baseard a planificacdo da terapia. Esta é vis- ta como fator muito importante devido ao limite de tempo. A plani- ficagio basela-se na avaliac&o psicodindmica da problematica do pa- cliente. ‘A partir da avaliagéo psicodinamica seré elaborada uma estraté- gla terapéutica para o paciente. Essa avaliaglo na psicoterapia breve, embora néo omitindo os fatores disposicionais histéricos, considera também a compreensio psicodinamica dos “determinantes atuais da enfermidade” do paciente. Por isso é de grande importéncia 0 “diag- néstico totat” de cada individuo enfermo, levando-se em consideracdo toda a constelagao pessoal, historia vital, estrutura e passado familiar, desenvolvimento e nfvel sécio-econémico do sujeito. Com base nessa compreensio geral do paciente sio realizadas a planificagdo do trata- mento e a estratégia terapéutica. Da problemética do paciente é delimitada uma, érea particular, uma “dificuldade central”, um “foco” para o tratamento, e o esforco: terapéutico seré realizado através de interpretacdes e atencdo seletiva para se encaminhar o paciente para a compreensio desse “foco”, para @ compreenséo da funcao e significado dos seus sintomas e enfermi- dade. O terapeuta adota uma atencdo seletiva, ou seja, focaliza o que é importante, negligenciando seletivamente, também, o material ndo relevante para os objetivos, embora o mesmo possa ser interessante. Malan (1975, 1979) popularizou 0 termo focal, referindo-se & psicote- rapia breve como terapia focal, termo esse que foi originalmente in- troduzido por Balint, em seus trabalhos sobre psicoterapla breve na Clinica Tavistock em Londres. O ““foco” & entendido como uma rea Particular da problematica do paciente que precisa ser trabalhada e que sera tema para interpretagées. Muitos outros autores também usam 0 termo foco, e consideram igualmente importante delimité-lo na terapia. Os que no o usam reconhecem também a necessidade de se delimitar uma dificuldade central do paciente para ser trabalhada durante o tratamento; isso & considerado indispensdvel dentro da téc- 100 ABP. 3/1988 nica breve, devido ao limite de tempo do tratamento. Como o tempo de tratamento é Iimitado, é imprescindivel que se delimite o proble- ma que seré trabalhado, assim como que sejam feitas as interpreta~ Ges adequadas para a obtengdo de insight pelo paclente. A flexibilidade da psicoterapia breve se evidencia no apenes na individualizagéo da mesma para atender as necessidades individuais dos diferentes pacientes, como também na adequacio cambiante da estratégia e taticas, de acordo com o desenvolvimento do tratamento, a fim de se atingir 0 maximo do esforco terapéutico. Prescrever um tratamento psicanalitico prolongado a todo e qualquer paciente que procure uma psicoterapia, sem levar em consideracao a situacdo vital do paciente, embora teoricamente o paciente pudesse vir a se benefi- clar com esse tratamento prolongado, poderia serincorrer em “uma monstruosidade de caracteristicas patogenas iatrogénicas” (Szpilka e Knoble, 1968). Considerando o paciente dentro de sua realidade exis- tencial particular e tratando-o mediante uma técnica breve, o tera- peuta poderd oferecer a ele e propiciar-Ihe uma melhora sintomatolé- gica que Ihe permita melhor adaptacao realidade, ou, mediante um aumento de sua capacidade cognitiva, propiciar-Ihe melhor compreen- ‘so das suas possibilidades para modifiear as situagdes em que se de- senvolve sua Vida e a da sua familia, a fim de alcangar um modo de vida mais conveniente e mais gratificante. ‘Tudo isso considerado, “a psicoterapia breve pode assim ior apli- cada ndo como uma terapia substitutiva da psicandlise, e sim como uma indicagéo precisa, surgida do diagnéstico nfo de um quadro no- sologico, mas de uma personalidade enferma em um quadro sécio- econémico e cultural determinado” (Szpilka e Knobel, 1968). 4, Abrangéncia da psicoterapia breve Devido & sua potencialidade de oferecer ajuda a grande nimero de pacientes, tem havido um aumento de interesse por essa técnica psi- coterépica, a qual, porém, tem sido sempre considerada como uma segunda alternativa melhor de tratamento, ou seja, um género menor de psicoterapla, quando comparada @ terapia longa, e raramente tem sido considerada como um recurso terapéutico extra no arsenal do terapeuta. Ela tem, entretanto, indicagdes precisas. Enquanto alguns profissionais da area da satide mental relutantemente cedem a ela ‘como um mal necessério e inevitdvel, outros a abragam como um de- senvolvimento necessério para a expansdo dos servigos psicotera- péuticos. Contrariamente ao que se pensa, porém, a psicoterapia breve, para obter éxito, nao deve ser implementada por psicoterapeutas prin ipiantes ¢ inexperientes. Muito pelo contrério, “s6 um terapeuta fa- millarizado com as mais amplas variedades de técnica e amadurecido através do tratamento do mais vasto espectro de problemas emocionais pode conduzir 0 paciente para além das consolacées de apoio, para as reas que prometem uma mudanca de personalidade, As tolerancias na terapia breve sdo reduzidas; s6 hé lugar para uma margem de Psicoterapia breve 101 erro minima” (Wolberg, 1969). Desse modo, a instrumentacéo da té- nica breve exige do terapeuta experiéncia, o conhecimento de suas particularidades técnicas, e profundos conhecimentos psicodindmicos € psicopatolégicos, assim como a utilizacéo de recursos varios, dentro do ecletismo, que fagam 0 esforgo terapéutico produzir o mAximo. Atualmente a pratica da psicoterapia breve é provavelmente mui- to mais extensa do que publicamente se revela. O que parece nao ha- ver € um reconhecimento formal da sua prética por um grande nti- mero de psicoterapeutas militantes, que receiam no estar procedendo cientificamente em geu trabalho; isso, principalmente, por estarem trabalhando intuitivamente, numa tentativa de ajudarem seus pa- cientes, porém sem o valioso e indispensdvel embasamento cientifico da técnica em questo. Contudo, atualmente, a bibliografia sobre o assunto é ampla e o seu estudo demonstra inequivocamente a sua po- tencialidade de obter melhoras de longo aleance nao somente em re- lag&o & eliminagdo de sintomas como também na modificacéo de com- portamentos neurdticos em pacientes com neuroses recentes ou anti- Bas, como demonstram os trabalhos realizados por varios psicotera- Peutas de renome no cathpo, como jé anteriormente mencionado. No-momento, o reconhecimento das necessidades de atendimento eomunitério colocam a psicoterapia breve em situaco de destaque. Ela vem ao encontro das necessidades praticas da comunidade neces- sitada de ajuda psicolégica, devido as suas caracteristicas peculiares. Devido as suas caracteristicas de flexibilidade e adaptacéo as necessi- dades individuals dos diferentes pacientes, ela se apresenta como 0 método terapéutico de escolha para o atendimento de individuos 20 nivel ambulatorial ou institucional, de acordo com os programas de assisténcia da psicologia clinica comunitéria. © movimento de satide mental comunitéria, ainda recente no Brasil, mas jé mais antigo nos EUA, como nos revela a literatura existente sobre 0 assunto, é decorrente da tentativa de se beneficiar uma ampla faixa da populagéo que néo é economicamente favorecida, e tem estimulado esforgos para uma teavaliago do custo, tempo ¢ téenicas envolvidos em psicoterapia. Como a psicanilise e @ psicote- rapia a longo prazo, embora com resultados satisfatorios, possibili- tam apenas favorecer individuos ou pequenos grupos economicamente favorecidos, uma espécie de “elite”, a aplicagdo consciente e planejada da psicoterapia breve possibilitaria favorecer 0 acesso & psicoterapia a_um mimero cada vez mais amplo de pessoas, as quais, geralmente, no podem arcar com as despesas de um tratamento prolongado. Vi- sams, assim, apresentar a psicoterapia breve como um procedimento psicoterapico reconhecidamente de valor, porém sem a intengdo de di- minulr o valor da psicoterapia prolongada, e, também, salientata po- ‘tencialidade de sua aplicagéo na psicologia clinica comunitaria brasi- leira, a fim de se fornecer uma psicoterapia eficaz para uma grande faixa da populacéo brasileira, que, do contrério, continuaré sem aju- da. & com base no estudo da j4 ampla literatura sobre o tema e em nosso trabalho elinico, assim como no atendimento de pacientes ¢: ternos ao nivel ambulatorial dentro dessa modalidade terapéutica (Azevedo, 1980), que propomos a sua aplicagéo consciente e planejada 102 ABP. 3/1983 em nosso meio clinico comunitério. As caracteristicas dessa técnica terapéutica a tornam o tratamento ideal a ser implementado nas cli- nicas de assisténcia mental & comunidade. Finalmente, queremos enfatizar que consideramos a psicoterapia breve como uma conduta terapéutica que se coloca como uma alter- nativa no campo da psicoterapia em relag&o & psicanélise ou a terapia psicanalftica prolongada, e ndo como em oposicdo a elas, Assim, con- sideramos 0 éxito do uso da psicoterapia breve de orientacdo psicana- litica em geral, e, mais particularmente, dentro da psicologia clinica comunitéria, como um devido tributo a ser pago & psicandllise, e nfo como um ataque a ela, pois que a primeira somente é possivel gragas & segunda, visto ser esta tltima a fonte de todo o conhecimento que tornou possivel a existéncia de métodos de tratamento mais flexiveis e breves para o atendimento em larga escala. Abstract In recent years, for pragmatic reasons, short-term psychotherapy has been progressively gaining scope in the mental health field. Due to ‘the impossibility of meeting the ever-increasing demand for psychol- ogical care through classical psychoanalysis, it seems to be the feasi- ble psychotherapeutic technique to offer psychological treatment on a large scale. Although psychoanalysis represents the fundamental scientific basis of short-term psychotherapy, the latter presents its own particular characteristics and differs from the former in its me~ ‘thodology, goals, theoretical and technical frameworth. The short- term technique is not an abridged psychoanalysis, and neither does it stand in opposition to classical psychoanalysis nor to long-term analytic therapy. It presents itself as a psychotherapeutic alternative, which should be considered as a precise indication emerging from the diagnosis of a sick personality, taken within its particular existential reality and its own socio-economic and cultural framework. Short- term psychotherapy has a growing social significance because it ent bles many people to benefit from psychological care, when utilized with knowledge, tact and experience. Consequently, the present work tries to point out the potentiality of its careful and planned utiliza- tion, by skilled and experienced psychotherapists, within the Brazi- lian’ Community Mental Health Services, and to present it as the treatment of choice to be implemented in the mental health clinics for the community. Referéncias bibliogréticas Alexander, F. Conclusdes e perspectiva geral. In: ‘péutica psicanalitica, Buenos Aires, Pald6s, 1965. .. Current views on psychoterapy (1088). In: The Scope o Davohoatatyeis — Selected papers of F:Alesander, New York, Basle, Books, 104, El Principio de la flexibilidad. In: & French, T. Terapéu- tiea psicanatitica. Buenos Aires, Paidés, 1965. & French, T. Tera- Psicoterapia breve 103 & French, T. Terapéutica psicanalitica. Buenos Aires, Paidés, 1965. Azevedo, M. A. 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