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16: – SUPERALIMENTAÇÃO:
16.1 - Correlação entre a Potência Efetiva e o Rendimento Volumétrico:

Esta correlação já foi estudada quando vimos às correlações notáveis, entretanto, para melhor
compreensão da superalimentação em motores, vamos recordar os conceitos.
Ncomb x e = Ne B - kgcomb/h
427 B  pci
Ncomb = B x pci x  Pci – kcal/kg 427

1
3600  75 632,32 3600  75 632,32
Ne – CV
Ncomb - CV
GarR  v  GarT πd 2 n
B=  mas GarT = arT x QarT = γarT × × s × z  × 60 [kgar/h]
A/C A/C 4 x
1 p amb
Pxv=RxT =  amb =
v R  Tamb
*As condições
pci η pamb πd n 2 ambiente, no caso, são
Ne = ηe   v    s  z   60 consideradas como
632,32 A/C R  Tamb 4 x
teóricas, então:
Para um mesmo motor, numa mesma rotação teremos:
e, pci, pamb., A/C, Tamb., R, , d, s, n, x, z = constantes, então

Ne = KIV x V logo se v  então Ne  ou se v  então Ne 

Mas o rendimento volumétrico é:


pa R  VR
GarR pa R  VR pa T  VT R  Ta R
v  sendo GarR  e GarT  então v 
GarT R  Ta R R  Ta T pa T  VT
R  Ta T
e ainda VT  VR  V do motor no caso e p T e TT , podem ser as condições ambientes normais
assim por exemplo :
pa  VR R  Ta T pa Ta
v  R   R T então quando
R  Ta R pa T  VT pa T Ta R

PAr   v   Ne  e quando TAr   v   Ne 

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Normalmente as fábricas dão à potência efetiva máxima do motor nas seguintes condições:
Pa = 10.328 kgf/m2abs. = 1,033 kgf/cm2 nível do mar ou Pa = 14,69 lbf/pol2 = PaNM
Ta = 273 + 20 = 293 K sendo ta = 20 OC
lbf 0,4536 kgf 0,4536 kgf kgf
1   2   2  0,07030696 ou
pol 2
2,54 cm 6,4516 cm
2
cm 2
lbf kgf
1 2
 703,0696 2 1 kgf/cm2 = 14,223 lb/pol2 ou ainda, 1 kgf/cm2 = 14,223 PSI
pol m

pa R T20o C pa R 293 pa R
Ne = KIV x v = KIV x   Ne  k IV   Ne = KIV x
pa NM Ta R pa NM 273  t ar Ta R

Muitas vezes esta fórmula é usada para avaliar a potência dos motores de aspiração natural e os com
superalimentação mecânica, quando variam as condições ambiente de pressão e temperatura.
No caso dos motores, sabe-se que a potência desenvolvida, depende da quantidade de ar aspirado pelo
mesmo, sendo esta uma das limitações da potência máxima.
A outra limitação é a quantidade de combustível, consumido pelo motor, que é máxima em função da
máxima quantidade de ar que o motor pode aspirar.
A quantidade de ar aspirado pelo motor pode ser expressa por:

p1 V1 V1 p1
Gar =  x
RT1 R T1 , onde V1 é o volume de cilindrada do motor e R = cte
Portanto, para um mesmo volume de cilindrada V1, aumentando-se a pressão de admissão p1, aumenta-
se a quantidade de ar aspirado pelo motor e com isto pode-se aumentar a quantidade de combustível
fornecido ao motor e consequentemente, aumentar a sua potência.

Neste caso a noção de rendimento volumétrico v, sofre uma alteração fundamental, pois, com o
critério normalmente adotado, podemos ter v  1,0.

Com a Super-Alimentação é possível aumentar-se a potência do motor, na ordem de 50% ou mais.


Fundamentalmente, a Superalimentação, divide-se em dois grupos:
 Super-Alimentação Mecânica.
 Super-Alimentação com aproveitamento dos gases de escapamento.

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16.2 - SUPERALIMENTAÇÃO MECÂNICA:


Neste caso o escapamento do motor é livre, não interferindo na Superalimentação.
De algum eixo do motor, toma-se a energia necessária para promover a Superalimentação, por meio de
um compressor.
O Superalimentador mecânico pode ser:
a) Compressor de êmbolo:

b) Compressor de Lóbulos 2, 3, 4 Lóbulos


c) Compressores de Palhetas
Existem diversos tipos
Três Lóbulos
d) Compressores centrífugos
Todos os motores de aspiração natural ou com superalimentação mecânica, tem uma perda de potência
proporcional a depressão no lado da admissão.
Esta depressão pode ser função da altitude e com isto, estes motores perdem a sua potência
proporcionalmente com a altitude e com o aumento da temperatura ambiente.
Normalmente os fabricantes dão a potência máxima a certa altitude e temperatura ambiente, acima
destas condições, à potência pode variar aproximadamente da seguinte maneira:
 Perda de 1% da potência para cada 100 m de acréscimo na altitude.
 Perda de 1% da potência para cada 5oC de acréscimo na temperatura.
Assim pois, um motor que ao nível do mar e a 16oC de temperatura ambiente, desenvolve 100CV, em
Curitiba, com 900metros de altitude e uma temperatura de 36oC desenvolverá:
100 - 9 - 4 = 87CV
Pode-se ver que a influência é grande, motivo pelo qual se toma certo cuidado com a instalação da
tomada de ar para o motor.
Isto ocorre tanto com os motores de aspiração natural, como os com Superalimentação mecânica, sendo
de vital importância nos motores de aviação.

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 As Superalimentações mecânicas, não têm nenhuma condição de compensar o fornecimento de ar


quando baixa a pressão ambiente, pelo contrário, o fornecimento de ar diminui com a diminuição da
pressão ambiente.

16.3: - SUPERALIMENT AÇÃO, COM APROVEITAMENTO DOS GASES DE ESCAPE:

Turbo Super Alimentação T. S. A

Os gases no ponto 4 ainda contêm uma boa parte da energia fornecida pelo combustível, a qual é
aproveitada para acionar uma turbina a gás. No mesmo eixo desta turbina a gás, coloca-se um
compressor centrífugo.

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A - Correlação entre N e h.


Seja o Sistema;

Pelo 10 princípio da Termodinâmica, podemos escrever a seguinte igualdade:


AC12 AC 22
Q + U1 + Ap1v1 + A Z1 + = ALc + U2 + Ap2v2 + A Z2 +
2g 2g

Se Q0 Z1Z2, Lc  0, m1 = m2 = 1,0 kg fica: U1 + Ap1v1 = h1 e U2 + Ap2v2 = h2 então:


AC12 AC 22 AC 22
U1 + Ap1v1 + = U2 + Ap2v2 + e fazendo-se ainda C1  0, teremos h1 = h2 + logo;
2g 2g 2g

C 22 h1  h 2 C 22 h 1
   onde h = h1 – h2 e A =
2g A 427
2g A

B - Potência N.
Energia Ec m  C2 1
N=   uma vez que E c  m  C 2 . Nos motores se usa vazão em peso, então:
Tempo t 2t 2
Gt m  C2 G  t C
2
G  C2 C2
G   g    x    m 
P G P 1 G m
assim N   x   Gx
t g g t g t g 2t g 2t 2g 2g
G kgf/s
C 22  h h 
No caso C = C2 e como  fica N  Gx para g m/s 2 fica
2g A A C m/s
 2
N G  h
CV N CV  G  h CV , finalmente;
2 2
kgf s m
N x x 2 N = [kgfm/s] N CV  
s m s 75 75  A 75xA
G  h  427
N CV 
75

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C - Diagramas do Turbocompressor.

1) Turbina a Gás:

I - Potências. II - Rendimentos.

Ggx (h 4  h 5 ) x 427 NR T
Teórica NTT  T 
75 NTT

Ggx (h 4  h 5' ) x 427


Real NR T  NTT x T = NRT
75

Gg - kgf/s h4, h5, h 5' = kcal/kg NTT, NRT = CV T = 0,5 a 0,7

2) Eixo:

NRT x e = NRC (e – Rendimento mecânico da transmissão Turbina) e = 0,85 à 0,98)

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3) Compressor:

 Potência real de acionamento do compressor: NRC


 Potência útil no ar comprimido: NTC
A potência útil no ar comprimido, eqüivale a potência teórica de acionamento do compressor.
Garx(h 1'  h 8 )x427
NTC  NRC NRC =
75
Garx(h 1  h 8 )x427
NTC = C x NRC NTC = C = 0,5 a 0,75
75

4) Rendimento do Turboalimentador: TA

NTC  C xNR C  C x E xNR T  C x E xT xNTT


TA =    TA = C x E x T
NTT NTT NTT NTT

0,5 x 0,85 x 0,5  0,2125  21,5%


Exemplos 
0,7 x 0,98 x 0,75  0,5145  51,45%

5) Rendimento Global do Turbocompressor: eTC

Ggx(h 4  h 5 )x427 Garx (h 1  h 8 ) x 427


NTT  NTC 
75 75
NTT – Potência teórica fornecida pela turbina a gás.
NTC – Potência disponível no ar comprimido.
NTC h 1  h 8 c p (T1  T8 )
Considerando-se Ggás  Gar eTC =  
NTT h 4  h 5 c p (T4  T5 )

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ΔT1,8
Ainda considerando cp  cte fica eTC = TT -- TT
1 8
=
ΔT4,5
4 5

T1,8  150o C
Na prática:  eTC = 150  0,333 eTC = 33,3%
T4,5  450 C
o
450

16.4: - Ensaio de um Turbo-Super-Alimentador T.S.A.:


Esquema de um banco de provas para os T. S. A.

Ar 6 Compressor
de Ar C Turbina a Gás T 5 Escape
Eixo
7 4

Combustível Câmara de
V1
8 combustão
3 CC
V2
2 Vela de ignição
Compressor de Motor
Ar elétrico
1

 Fluxos dos gases:


1. Na partida: (CC apagada)
V1 – Fechada, V2 – Aberta, fluxo [1, 2, 3, 4, 5], motor elétrico ligado.
2. Após a ignição da CC e a reação da turbina a gás (motor elétrico desligado)
V1 – Aberta, V2 – fechada, fluxo [6, 7, 8, 3, 4, 5], nesta situação o motor elétrico que aciona o
compressor de ar pode ser desligado e o sistema permanece funcionando, com a energia dos
gases quentes que saem da câmara de combustão CC e atravessam a turbina a gás.

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16.5: - Diagrama h(T)-S do T.S.A.:

H T

P4
v4
P8 = Pamb
4

v5’
v1’
1’ P1
1 5’
5
v8

8
S

h4,5  h,8,1então o T.S.A. é viável.


Aumentando-se a injeção de combustível h4  h4,5  pelo acoplamento do eixo h8,1 

T5, depende pouco da Tamb t5  700oC

Tamb  h4,5  constante v8  8  nturbo  Nturbo 

Tamb  h4,5  constante v8  8  nturbo  Nturbo 


Desta maneira Nmotor  constante

Pamb  h4,5  v8  8  nturbo  Nturbo 

Pamb  h4,5  v8  8  nturbo  Nturbo 

Novamente tem-se Nmotor  constante

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A variação da quantidade de ar insuflada no motor é automática e proporcional à demanda de


potência, ou seja, com a variação do consumo de combustível.
Vamos supor que o motor esteja trabalhando num regime e que, num dado momento, seja
necessária maior potência.
Aumentamos a quantidade de combustível injetado e com isto, aumentamos a energia dos gases
de escape, fazendo com que o Turboalimentador desenvolva maior potência, isto é, gire à maior
velocidade e com isto injete maior quantidade de ar no motor.
Em ambos os casos o escape se dará num gás mais rarefeito, o que fará aumentar o salto térmico
na turbina, aumentando, pois a potência desenvolvida, portanto a turbina tende a girar com maior
velocidade.
Por outro lado à rarefação do ar de entrada, alivia a carga sobre o compressor e este tende a girar,
por este motivo, também com maior velocidade.
O aumento de rotação, por sua vez, tende a aumentar a quantidade de ar injetado no motor,
compensando assim a sua rarefação.
Portanto, nos motores turbos superalimentados, a influência da pressão e temperatura ambiente é
muito pequena. Atualmente constroem-se motores que mantém a potência máxima inalterada
desde o nível do mar a 0oC até 4000m de altitude e 37oC.
Nestes motores, o aumento da altitude, faz com que o Turboalimentador gire com maior
velocidade.
Atualmente é normal encontrar-se T.S.A., que trabalham a 120.000rpm, sendo muito comum as
rotações de funcionamento entre 10.000 e 60.000rpm.
Os Turbos Super Alimentadores proporcionaram muitos dados valiosos aos atuais fabricantes de
turbinas a gás, servindo como uma espécie de laboratório experimental.

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