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Curso: Pedagogia | Perodo: 1

Disciplina: Educao e Sociedade I

FICHAMENTO

REFERNCIA
FERNANDES, Florestan. A escola e a sala de aula. In: O desafio educacional. So Paulo:
Cortez & Editores Associados, 1989, pp. 22-24.

CITAES PRINCIPAIS DO TEXTO


Comeamos por importar idias francesas e alems, no fim do sculo passado; tentamos
depois, tambm, reproduzir o que nos pareceu ser o ensino primrio norte-americano e o
enciclopedismo iluminista de segundo grau francs. Em ambas imitaes falhamos. (p.22);
As instituies importadas no podem ser redefinidas, em seu significado, estruturas e
funes fora do seu contexto psicossocial e cultural. Empobrecemos as instituies, as
prticas que elas engendram e o seu rendimento pedaggico. (p.22);
O meio brasileiro revelou-se muito rido, a mentalidade reinante demasiado tosca
autoritria ao extremo -, reduzindo o professor aos papis mnimos de transmissor passivo de
saber importado e os alunos quilo que os filsofos e os educadores crticos chamaram,
negando-a, a clebre pgina em branco. (p.22);
Afastava-se a sala de aula do ncleo de grande experincia pedaggica. Aproximava-se a
escola mais das instituies punitivas e carcerrias, que do cerne elementar de uma pedagogia
do aprender fazendo. (p.22);
A escola e por meio dela a sala de aula continuaram presas a uma concepo predatria
da pessoa que mandada. A burocratizao criou ardis e abismos imprevisveis e
permanecemos com a carncia de uma filosofia de educao democrtica, que floresa de
baixo para cima (da sala de aula para a escola e desta para a sociedade e para as terrveis
autoridades do ensino), e de dentro para fora (da sala de aula e da escola para a comunidade
e para a sociedade civil como um todo). (p.22-23);

Deu-se muita importncia ao tope, aos organismos do aparato do Estado (o ministrio e as


secretarias de educao; os conselhos federal e estaduais de educao etc.), ignorando-se que
esse Estado se punha a servio de causas estreitas, mais empenhado na defesa da ordem (e
dos privilgios que ela atribuiu a ralas minorias), que com a educao. Devemos dar um giro
de 360 graus e situarmos o foco vital onde ele dever estar: na sala de aula, nas relaes entre
professores e alunos e no influxo que tal situao provocar sobre a transformao da
sociedade para a escola (e vice-versa). (p.24).

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