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1 ges Fazio Kan Ge que madar sigatSca nstatou um paradoxo na madanga: esc aguilo que somos, tema abordado por Marceio Pi- Teoria paradoxal da mndauca”, sheiro no Capitulo 10: Perls, Hefferline ¢ Goodman s¢ referem 3 saude come um estado que possibilita “estarmos am casa em qualizier lugar do mundo”, o que implica constantes processos Je eontaro © vo. Quando isso ni ‘ovorre, estamos diante mento cria J neasose, terua diseurido por Angela Schillings ro Capitulo “Concepedo de neurose em Gestalt-terapia™. Salienta- mos que csse 4ssunt6 no ficou por Gikimo por acaso: acredis tamos que esse capituio final sintetiza e relaciora todos os congeitos até entho 29 pastas. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Levin, &. Terie de campo ove ciénca social. So Paul; Pioncira, 1965 PEIN TS Heat rs; GOODMAS,P, Getall-Aeup, So Pulls Sums, $997 1 Awareness: experiéncia e saber da experiéncia! COENEN A nogSo de awareness € central no corpo conceitual € no metodo pricorerdpico da Gestalt-terapia. A tradugao do termo do ingles para 0 portugués cemete de imediato 3 palavea “consciéncia”, devendo-se notar, entretanto, que amure-sess distinguc-se da acepsfo d2 conscigncia como repre re‘lex?o, conhecimento ou juizo € assume, no yocabulario da Gestalt-terapia, um sentido prOprio ~ que aqui sintetizamos como saber da experiéncia Como abordagen da psicologis que se diferencia por cunceber 0 eu (self) como contato, movimento criador éiante ds experitncia da novidade do mundo ¢ ¢o outro, a Gestalt- -terapia compreende a existéncia como um flexo continue de teansforniacdo e crescimento, dado a partir do contato no campo organismofambiente. E com base nessa situacio de in- teracdo, na qual uma sotalidade organismice compe com © 1. Trabaiho -ealiende com @ apoio da Fundacio Carlos Chaps Filho de & fo) [FAFER| ~ausilio APQH Lilian eye Paste Karina Chains Fulunitey (eras) ambiente um campo, que a existéncia se faz ¢ refaz, nun mic- emporal de configuragio de formas ou confign-a gdes que dio sentido e significado a sie ao mundo, A nogio de awareness esta sittiada ne campo de ina pro- blemdtica central da psicologia, aquela da consciéncic (e in- conseidncia), cujas diferentes compreensées sio reflexes dor fundamentos filos6ficos e epistemol6gicos de cada aburdagem. Qu po de experiénci Jo concebe a existéncia como situagdo de interagia, cam- Ic-terapia est fundanien- & presenga,a Ge tads em referencias fenomenolégicos, existenciais ¢ fumanis- i flu€ncias que inclui a psicotogia dos de uma rede de orgarismica, a teoria holisrica ¢ a teoria de da Gestalt, a teor campo, Inclui 0 existencialisme de Martin Buber ¢ out-o eixo stico, teazido por influencia de Paul Condman: © ic William James. Este propée uma nogzo de aologia, paradigr pragm: consciéncia que permitindo um didloge entre os dois referenciais, o que fol rear lizado por Aron Gurswitsch, fenomendlogo norte-anericano couscitneia Uialvganclo tem pontos de contato com a Zeno gue deveavolve « nagdo de campo dk com James. Tal vertente também aparece nas discusses con- temporaneas de Natalie Depraz. No Bresil, predomiaam estu- dos que bascam discutir 0 corpo tedrico da Gestale-terapia com base nos relerenciais fenomenologicos ¢ existenciais. No livro que apresenta Gestalt-terapia, os autores afit- mam, j4 no Prefécio, pretender fazer, nessa abordagem, um redirecionamento de foco do inconsciente pate. os “problemas ¢ a fenomenologia da aareness” (Perls, Hefferline e Good- man, 1997, p. 33}. Concebendo a awareness como um fluxo ou continuum dado pela experiéncia aqui-agora ro coatato com a novidade do outro (diferente), ela € descrita naquela esta rapa Cencetos Fundam antais obra como um processo que envolve contato, ventimento,e citamenty ¢ formagdo d= Gestalten. (0 espontinea de Gestalten & por nds com- como configurasao de sentido que emana da i ragdo entr2 0 organismo ¢ o ambiente; suieito ¢ mundo com pondo uma estentura significativa e plistica Coneeberes awareness como o fluxo da experidncia aguiragorn que, a partir do sentir « do excitanento presentes indo waste 0 campo, orienta a formagio de Gestalters, prod sse sentido que Robine (2006a, p. 73} predi- saber vdcito. ca awe reness come “conkecimento imediato e implicito do cainpo”, Fase conhecimento imediaco e implicit € um saber da experiencia, dado de modo pré-rellexivo. O. proceso neareness no pode produzir um tipo de saber explicito, re- flexivo, visto que a consciéncia -eflexiva pressupo cao do Mluxo da experiéncia. “Re-flexdo” é fluxdo para tras, voltar-se para c que jé passou, para aquilo que jé desapareceu como cdo no horizonte temporal do campo. lmplica a ciséo interrup- dessa totalidade organismo/ambiente. INao € possivel, assim, pensar em awareness se 0 ponto de vista tor dualisra ou dicotémico, mecanicista ou determinist: -caucal, O principio basico da no € a perepecriva de campo. Uma perspectiva que compreenda o gestiltica de awzreness processe da consciéncia como dado a partir desse complexo pessoa-munds em um espagn-tempo presentes. Considerande © contato como processo qu um mod. intermediério, entre os extremos de atividade e pass videde, 2 Gerealr-terapia no trabalha com a hipétese organi cess0 da aicarenss no hé parel preponderance do “ac € aconiece em «so desse camposhaja predominancia de partes. No pro- orga inn Payer Fevade arna Oxaiima Fukumitsy (O15) nigmo nem do “lado” ambiente, Nao ha unta concepgso de um sujeito, ego ou conscisncia constituindo o sentido da experiencia Em outras palaveas, a nogio de awareness indica um tipo de consciéncia nao egoica. Nio se considera também o inconsciente como instancia determinante do sentido da experiéncin. Tam pouca se acrdita quebaja qualquer tipo de deterrninisino social ‘> sentido é espontaneamente dado ne experiéncia. Como teragio € @ agdO NO campo, a vem que enfatiza a joréncia ao verbo, figura grametical en ahorday Gestalr-terapia fa valvide com a agdo. Entre as flexdes verbsis, a “vor média” foi deseacada por Peils, Hefferline ¢ Goodman (1997). Trata- s line “ge de um recurso gramatical da lingua larina au: vas modernas empregado para agbes que nao se znguadramn vciramente na vozativa nem na vor passiva {Lanand, 2004). da hw: De acorde vom eles, aparecia nas linguas em urra fa: manidade na qual consciéncia = mundo integravam 9 mesmo todo, Indicando 9 modo: médio con 0 modo ce fanciona- mento da cistema self de contates © da awareness, Vers, Hef ferline « Goodman (1997, p. 182) sublinham esa inveragio & ancia baseada na agdo que se da apresentam) uaa ideia de exist como espontaneidade ne modo médio. A espontancidade & 0 sintimento de estar atuaudo no urparismo! ambiente que esté acontecendo, sendo nfo somenve se" artesig ou ince a0 € seu actefato, mas crescendo dentro dele, A esp9: Gineeiva nem autodiretiva, ¢ nem nada 2 esti orrastando embort as ¢ um provesso de sein esseneiatinente descompromissadi, lescobvie: i ando o que vera. O espontdnco € tanto atizo. quanto passive. far sapajados € acei- wena seegul-n0s, s que ps to desejoso de fazer algo quanto dispasto a que Ie Fagan agos 8 16 estat terapia -Coece'tos fandamenteis melhor, esta numa posieao equidistant dos extremos (nem pass ‘yo,nem ative}, uma imporcialide de eriativa Os antores recortem 4 arte para discutir dade criativa, consideiande « atividade urtistica a realizagio a imparciali espont: ea oc uma forma objetiva. Durante o fi sta no inconsciente em sua atividade, tamponco deliberada mente calcalista, “sua awareness esté nama espécie de modo intermedério, nem ativo, nem passive, mas que accita as cor dighcs, s> dedira ao trabalho ¢ cresce no sentido da solucso” (ididen,p 59). Ressaltamps de inicio que propor uma nuanga passiva da aware diferene de pensi-la como incons: ciente ov como determinada de fora, Ao discurir a fangio id do sistzma self, Perls, Hefferline e Goodman (1997, p. 186) afirmaia que “a sensagio de passividade vem do ato de aceivar sem compromisso” ‘A passividade é um tema presente nas discussdes fenome nolégices acerca da intencionalidade da consciéncia © de seu cardur de wuporalidade, Ao diccutic a temporalidade nas bras Licries sobre a comsciéncia imanente do tempo Anise sobre a sintese pessiva, Edawund Husserl dé espago ay tema da passividade, Para ele, tal como diszute Ferraz (2003, p. 66) *o ego vst envolvido por uma atmosfera passiva, em que ‘corre vima-organizagio auronoma de campo de significa ges”. rlusses| descreveu a consciéncia saino wm fluxo tem- poral no qual cada ato intencionel se modifica em um sedi- mento que nao depende de atividade do cpe para sem: modificado, torna-se um horizonte pars as experiéncias vin nter 8, doucas. A atividade da intencionulidade operativa ¢ sintético- passiva, ott scja, ndo deliberada (Miller Granzotto ¢ Miller- Livan teyer Frseto © Karina Okajima Focumitsu (ores) “Granzotto, 2007). Esta aqui, na ideia hussertiana de ago auténoma do campo. da consciércia, 0 tipo organi sareness. A de passividade presente também na nogio Je ax experiéncia jf se dé de maneira espontines como wma orga- neural que configura sentides em formagév, ou formar ou configurar formas. nizagdo str seja, na agao {espontanea) de Concepgao que s° aproxima da experiéncia perceptiva © como proposta por Merleau-Ponty (1973), dada a pastir de um eamipo de presenga, que integra consciéncia e mnéo, Be- indo espontareamente uma forma signficativa. © Slécofo lendeu 0 corpo como origem dessa correlacao e' ral compre: mundo (Merleau-Ponty, 1994). Para ele, € nessa correla eriéncia primeira co snijeito com 0 fora como figura dada no encontro € na exp mundo que uma forma espontinea nasce, br do fando comum, indicando o sentido que aquela experiéncia vai assumindo © corpo é um campo perceptivoryratico, @ ia é corporal. Ele cunha 0 termo “fé perzeptiva” mar que € no corpo perceptivo-prético irseito ao a certeza inexplicével, “uma adesio que a, tecida de incredulida. consci para a mundo que surge ™ se sabe aigm das provas,nio necessa de, a cada instante ameagads pela nao fé” (Merl:au-Penty, 0, p. 37). Ao propor a nogdo de corporeidede, © sutor a experiéncia do corpo ¢ dada come wrra torali- 20 indicava que dade imbricada no ruundo ¢ que o peder expressivo da forma ago esté localizado no corpo ou na subjetividade, sas na cor éncia no mundo (Alvim, 2012). poreidade, nessa exper | Gestalt-terapia considera 0 organismo rma touilidace celeorpo imbricada no campo. © corpo ¢ a mente, 2sSit) siderados de modo isolado, como © ambiente, nado sao coms endo abstragées da situagao de interagdo. A literatura néo Gertie terapia - Concetse fundamentsc faz, assim, zeferncia 20 corpo, mas 20 organismo € a0 cam po. O corpo é referido mais diretamente nas partes dedi-adas ao assunto da veurose, estado no qual hé rompimento da uni dade mente, corpo € mundo externo, Nas discussdes acerca da awareness, pozém. hd muitas reteréncias a fungoes ¢ di- mensd-* corporuis, Perls, Hefferline e Goodman (1997, p. 3 ressaltam que hé na awareness uma “integracdo sensério- -morera” que envolve accitugio e trabalho de transformagio crescimento, Essas dimensdes sio concctadas ¢ integram 0 sentir ea agin motors, predominando, no sentir, 2 aceita 2, no motos « transformacao, O carrer de aceitacao esta envolvido com a experiéncia da ‘rontetza, momeato do encontre com a novidade, com a difercuge, com o outro, inaugurandc o processo de contate A troneaira ado € um lugar, um espago, mas um campo de presenga, viride temporal ¢ corperalmente’ quando deparo com o nove ow diferente ¢ estranho e sou afecado. Aqui entra ‘em jogo a dimersio sentir da awareness, que pode ser discu- rida com hase em algumas perspectivas. Queremos enfaticar 0 sentir ser e aceitar ser afetado. Ambas sio experiéncias pré- cflenivas ¢ eatéo intimamente ligadas; para ser afetado pelo cure € necessécio que haja abertura, entrega ¢ accita: 30. Ri- beiro (2008) refere-se a awareness comu apreensio de torali dades. Cocrobora essa nogdo de abercura, entreyga ¢ a0 conciar esse processe come “chegada do s nti ‘ > pa Ga relacioeu- mundo como uma consciéncia corpora lidade” \ibidems, p. 74). Bons fa (2002) discute longamente o tema da experiéncia no artigo “Notas sobre a experiéntia eo saber da exper sia”, qu? inspirow 9 titulo deste artigo. Ble relaciona e periéncia 2 Obajena Fakeriter (0-8 Livan MeyerFrazdo e Karina Of) ¢ sentido, afirmar'do a experiéncia como aquilo que nos pes- sa, nos acontece, nos chega e toca; o sujeito da expsriéncia é, em sua petspectiva, territério de passagem, aquele lugar 2 que gam as coisas, onde tém lugar os acontecimentos. De wer do com autor, o sujeito da experigncia se definz por certa passividade, no sentido de receptividade ¢ abe-tvra. Para cle, de trata ‘0, ds ama uma passividade anterior & opcsigio entre ative ¢ pa passividade feita de paixio, de padecimento, de paciéneic, de aten- como uma disponibindade a receptividade primeic: fandamanal como uns abewar essen (Bendi, 202, p24) jo 70 faxo E desse modo que conetamos 0 sentir envoh dle awareness. Este se define como uma experiéncia de abectura e disponibilidade que permite um arrebatamento por aqrilo que ext dado no campo, ne situagao vivida, exigindo uma fé na si- tuacdo, uma abertura sensivel dada pela peesenga. Chari (2002, p- 162} lembea que para Merieau-Ponty a experitnicia € c.euvf cio do que ainda ndo foi submetido 4 separagio sujeitc-objeto, promiscuidade cas coisas, dos corpos, das palavras, das ides F atividade-passividade indiscemniveis. A dimensdo de parete da awareness esti relacionada & tensio atividade-pasividade inerente A experiéncia, esse processo tempcral comprecndido forte no como aquilo que nos passa, nos acontece, nos toca > campo complexo da intera¢do ewourro/mundo, do concato. Aichael Vincent Millec (apud Perls, Hefferline > Good- 1997, p. 25) afirma que a demarcagio da fromeira de idade, quando se € a alteridade ine man, contato se da a partir da experiéncia deal abre “um sertdo, ainda desconliecido, que Gestat-torspa -Conceitosfundamentas xaurfvel do mundo”. Isso nos leva & dimensio de travess que est* na origem do termo “experiéncia”. © radical latino Peri, que aparece na palavra “experiéncia”, est temo “perigo”, De acordo com Bondia, a raiz ind ém no europeia da palavra'é per, relacionada a travessia se pensarmos, por exemplo, na palavra “petpassar”, Jar da experigncia como uma teavessia “perigosa” — ou exei- tante tal coino propuntam Perls, Hefferline e Goodman —en- te 0 2u mesmo e ontrem, Entre c que me é proprio, jé domesticado, visivel, eo sertio ainda desconbecido, a alterida- de inexaurivel do mundo. A dimensio sentir da aveurenes Volve, assim, abertara sensivel para ser afetado nessa travessia. © excitymenzo, segunda disnensdo da awareness, marca 0 surgimemto de uma figura de interesse no campo e. nessa sen tido, é “evidSncia de realidade” afirmam Perls, Hefferline ¢ Goodman (197, p. 47). Ou seja, quando na experiéncia algo se delinera como figuec, significa que esté concctado com o surgimento de uma necessidade € que o fundo indiferenciado comer’ uri!processo de diterenciagao, O excitamento, er Cente, fui dv tundo em diresio & figura. “O interesse ¢ 0 exci tamento da formagao figura/fundo sio testemitnhos imediatos do campo organismofambiente” (p. 48). A nogao de dominan. cia est relacionada a esse ponto no qual o interesse e o exci tamento se diferenciam do fundo e emetgem como figura em formagio. C excicamento, que abrange excitacdu fisiolé emogin, “cresce ein diregio 4 solugao vindoura mas conbecida” (p. 48). E a energia que nos movimenta par. o fu= turo, em diregao 4 novidade e sua descoberta € invengio. Quando a novidads que se apr vista € acciva, o funda se diferencia e o excitamento procuzi nta no campo pele ser karina Okajima Fuiumisu (ores) amie of do permite a formagio de uma figura dominance, vigorosa € byrilhante. Quando ha conflito, uma pertacbagao da hemog:- nieidade d> fundo impede que uma figura nitida e force surja. ar diferentes situagdes, sendo Os conflitos podem represen odo conflito fundamentalmente um coniflito nas promisses da cao” (ibidem, p. 216). Essa aFrmagao aponta para a sto corporal que indica 0 sentido que a situe¢o “ai as da agio envolvem uma complexidade de tora: sumindo. As premi dimensdes entrelagadas na totalidade do campo: necessidades, desejos, valores, situagSes inacabadas, os objetos, 2s demandas eas forcas presentes no ambiente, na situagio s6cio-hist“rica, Quanto mais movimentada é 0 ftndo, tanto mais excitanseutos conflitantes ¢ figuras postas ou alternativas e, em consequérr figara que emerge € débil fraca, predorninando wana for ma pouco definids. O gesto corporal envolvido na agiv reflete esse conflito em sua forma, podendo, por exemplo, mostrar contradigao com 0 contetido da tala, ser vacilante ow hesitate. Pautados em ecitérios estéticos, compreendemos que as formas gestuais fluidas € plisticas indicam que 0 sentico em 6 adequadbo, integrador. O movimento do excita- forma mento nao € fragmentério, no nos Ianga a0 novo abso:uio mas é fhuido ¢ indica apenas que uma parte do campo se dife nporéncia renciou e tomoa tm jugar de centralidade ¢ ner, 1976}, Cada movimento ent diregdo a0 Novo, nessa con cepedo, nos coloca em seguida novarmente na experiéncis da nidsde, pois, do conteétio, a existéncia seria una sequéncla ituida de fluidez, Dat o terceiro elemento da de espasmos, ° Jo de Gestalten, que nos da essa unifica- awareness, a forma “ao como uma configuragio espontinea que ceintegra 0 roo em uma significagao. Uma ver dada essa integragie, a gure retraiu se : se reinregrou, tornando-se fundo para novas expe: ridacias, inde‘inidamente. Esse € um desdobramento temporal ‘ous descreve, pelo contato. nossa concepsao de existéncia Em snma, 2 nogio de awareness aponta para uma con. cepgic que: no dicotomiza conse apoia- sm tm paradigma de campo; concebe a existéncia humana como formagio ou configuragio de formas espon- téneas ¢3c se configuram uo campo organismofambiente; compreende essa forma como confignragae ou totalidude de partes que se relacionam por uma espécie de mutualidades ¢ aqui definida como fluxo da experiéncia uqui-agora que, @ partir do sencir e do excisamento presentes no campo, orien ta. formazan de Gesialten, produzindy um saber tacito que denominamos saber da experiéncia. ANEUROSE, A TERAPIA E © TRABALHO COM A AWARENESS soncepsi¢ aqui discutida descreve como 1 Gestale-tet compremule a evisténcia humana eaudavel: a monuten livre fluxc de awareness, possibilitando uma continua confi: guracdo de formiay. Sem pretender dicotomizar saiide e doen: ga, Visto que noss1 perspectiva as considera extremos de um, mes.n9 eixo, ressaltemos que nosso critério de sa‘ide esta ce lacionado cxpacidade plistica do campo organismofam: Liente, mantendy aouela totalidade em um equilibrio dinimni- c0.A neuros:: € considerada conilito do campo e nio conflico intrapsiquico e, como ral, esté envolvida com perda da capa: cidade pléstica dessa totalidade. Desse ponto de vista da inte rage organismo/ambiente, 0 individuo adoece também na medida em que 0 mundo esté uoente. Os conflitos sociais, as Haring Okajima Fuentes (OPES) sn face Fs -as ¢ econdmicas aferam 0 equilibria da fdue ond crises cultueais, pol otalidade, A ide de uma doenga restrita ao indi sociedade ¢ frigil e no se sustenta. ¢0 tema da awarences Considerando 0 Ingar central q\ scupa na clinica da Gestaltterapia, faz-se necessétiv discutr de forma mais especifica de que modo ¢ia esta implicaéa no processo de adoccimento, Perls, Hefferline e Goodman (1997, p, 61) indicam alg mas quilidades que a awareness pode assumir vas experién- cias singulares: iinpetente, eciosa, cciativa, fossa integrativa- Referein-se.a uma "verdade da situagdo” para alucis, tal como comprecndo.a brio dinamico do campo ¢ A afirmayio proposta de que, no extremo da sadde, a “verdade” altima > equil provém da situagdo de interagao. Assim, uma atent encss Im potente refletria uma experiéneia a qual o sentido € dad de fo1a ¢ o modo da acio 4 pura passividade. Uma awareness cia na qual o saberse na situar eciess indicaria uma experi gio a3o mobiliza rumo A agGo inrepradora, havendlo, cinds, passividade e paralisia, Ao contrario, uma aivureness criativa € ativa na sicuagdo ¢, se exerce uma forca inteprativa, colabo~ ta na correlacdo de forgas do campo pars ¢ equilibrio que peemitiré a formagio de Gestalten ¢ 2 produce de sentides como verdade que nasce na sitaagio. 4 situagiio € ama estrutura complexa que envol e dimen ses mais préximas e mais distantes do organiisme, todas en- trelagadas compondo uma totalidade. © organismo, 0 am- biente préximo, 0 owro, © grupo, 2 sociedade, 2 planeta. As partes dessa estrucura compdern uma rotalidade ern tonsio diak’tica, tense yue movimenta 0 campo ¢ © excitamento. oO excitamento da awareness esta sempre relacionady « uma do- miniincia que no envolve apenas uma necessidade “interna” ‘A manutzngo do fuxo de awareness depende sobrenudo do graw de tensao na reragdo organismo/ambicate na fron. a de contato. Quande a intera: é simples, ha powes ter sido, perm sdlo dluir liveemente 0 excitamento que orientard a formagio de Gestalten. As condigbes para essa possibilida- de ndo estdv apenas no organismo, mas no campo. Quanto mais facil for a interacao, significa que © sis:ema funcionow no modo médic endo houve demanda de um trabalho ativo de integracdo ~ a formagav de Gesialten se deu espontanca mence. sens esf 0, de mado quase imperceptivet. Die-se que cam situagies desse tipo ha pouca awareness. A dificuliade h um conflito, gerando tensio no campo. Esta decorre uacdo de interacko ocurre sempre que e forzas opestas ou elternativas presentes nu campo ue poder envolver diferentes dimensde: vi necessidades, desejos, crengas, ores, moral inuujetads, situagdes inscabadas, conilizos so- ciais, familiares ete. Fato é que, na medida em cue mais com flity ¢ teacda eetio presentes, mais barreiras ¢ impedimentos a0 flux de awareness surger, resultardo em mais demora ¢ indefinigto na fortaacio de uma figuea de interesse domina te, Bsse rotardemnento do flaxo exige esforco de deliberagio, ati idede € separagio da situag3o, transformando a aware: ness em consciéncia reflexiva: rompimento da coralide mente, corpo ¢ mundo axterno € perda da integragio espon tuza no campo. Em sicuagdes de interagio que envolvem um desequili- brio muite gande entre forgas do ambiente ¢ do organism, ‘alte grau de tensdo ativa tungdes fisiologicas de : okra Okaima FukumiteuCorgs! que visam redutir a tenslv e restaurar 0 equilibriv.As fungdee fisiolégicas séo parte do sistema auténomo ¢ envolvem um modo ndo conscieate e nfo voluntario de funcionamerts Respondendo a0 movimento de conservagio do o-ganismo, |, ainda que temporaric € cmergencial, da unidade érganismofambiente. De acordo com promovem um rompimento radi cada situagio ~ perigo ou irustragio ~, ativam-se fuagies 25+ pectficas que podlen caglobar hiperatividade ou subatividade, Quando as situagdes de perigo ou frustragdo sio exirs- nas ou recorrentes, pode haver um reajustamento da fisioto sia, uma espécie de novo conservadorismo apia denornina “fisiologia secundaria” (Feels, n, 1997, p, 207), Tal conservadonsino io consciense que a Gestalt Hefferline © Goodni ta a fixagdo rm um modo de funcionamento a:to- repr: matizado ¢ nao consciente, fechada sobre si mesmo e desco- nectado do ambiente. O autematismo ¢ urna espécie de pa- Urie_motoz um estado corporal tenso que impede Xcitamento de fluir E nesse sentido que a neurose é definida como situagio de cmergieia wbuica de baixa intcnsidede, na qual fungées tempordrias de emerpéncia se croaificam, promovendo am conjunto que envolve higertonis incons- ciente da muscularidade, perceggio exvessivamente vigilante € propriocepeio reduzida, Se retomarmos aqui as dimensées da awuarenes:, veremos que a nearose esta relacionada de mode central com sua per tarbagio. Em primeiro lugar, a sensagdo cronicx de perigo prejuclics 0 sentir em suas dimensées de afetagio ¢ abertura. Hid a rvalidade da situagéo €e interagao. O excitamgnto niiy fiu's ssensibilizagio e medo, distanciamento da experiéacia ¢ € impodido pela hipertonia da musculatura, pelo automatis estate ia ~Cenceitesfundamentais mo ¢ pela fixagdo da forma. A ex’sténcia perde a plasticidade, na ha fluxa de formasio de Gesialten, ndo hd awarenes 0 “descobrir e inventar” descrita por Perls, Hefferline © Googmen para se referir & espontancidade ¢ & posigdo in ifria entre ati " ‘dade ¢ passividade est prejudicado, es- quecido ov perdid>, © sentido temporal de possibilidade, a seguranza diante do novo, a fé na situag’o e 0 movimento confiante rumo & invengéo do futuro sio substituidos por tuna fixagao em uraa forma do passado. A excitagzo que mo- Vimenra para o invcniivo esti anestesiada, © cot modo mecinice, desligado do desejo ¢ da situacao, © objerivo principal da terapia € retomar o fluxo de atecare- vvess, Laura Peels (1992, p. 138) aficma, nesse sentido, que 0 age Ge © objcriva da Gestalecerupia € 0 continu da awareness, a for macio conrinuads ¢ livre de Gestale, onde aquilo que for o princi- pal interesse € ocupagto do orgeaismo, do relacicnanento, do itupe ou da sociedade se tore Gestalt venha para © pritnciro trina. poten vee integealinuie capesienctado € manesado irsco- shecido, rabalhado, selecionedo, mudado 00 jogo fora ete para que entto possa fundir-se com 0 segundo plano /scresquect de 01 assimilado ¢ intigiado) « deixar o primeico pl a peéxima Gestalt cclevance, (Tradugao nossa) A Gestalt-terapia é ums terapie da formagio ou configu: racao de formas e compreende que 0 processo de for nacio de Gestalten & disigide pelo livre flaxo de awaresess, partic das rente © nove. ‘Tomnar-se atare da experiéricia imediata com o out se ma situagio uqui-agora. experiéncias que se dao sempre com o dif focar Lohan Mejor Fraado-e Kasna Okapma Fubumitsu (ergs) A propor ia de método terapéutico implica concentrar-se na estrurara conereta da situacdo, tornando presentes as Ge5 © tenses que se apresentam, na forma gue se configa- am. volta para a figura as fixagdes que se tornaram de certo modo petrificadas ¢ apenas estados de exiatincia onde elas entio possam ser experienciadas como atividade atual, que ainda € realidade, 9 que tentamos fazer na GT 4 trazer de calizada agora, porque todos os misculos envolvides sio vo- 1s, 1992, p. 139, traductio nossa). 10 ao mesmo tempo leve € intensa scbre ios” (Pe Ao levar a ateng > instante presente, terapia busca propiciar a percepgfiv das fixadas, das tonsdes musculares, do corpo ¢ do gesto jormas presente. Atcntar para a forma da fixagdio permite a: conflito presente a estrutura que se apresenta ~ ¢ inclu! crutura aporta-se esac c co terapeuta, A partir do contato com essa no resgate da confianga na situagdo de interagio, aceitando 0 a risco da teavessia implicito na experién nde acordar 0 corpo adormecidlo ¢ fixado aa for~ ado do espaco-tempo prevent ma passada ¢ descone ‘A cerapia de concentragio proposta pela Gestalt-terapia visa restabelecer 0 continuian de awareness, ou seja, 0 finxo temporal da experiéncia aqui-agera. Yendo na persgectiva de campo 0 principio basico, o trabalho tezapéutico ndo pode prescindic de retormar, no campo da psicoterapia, urna impli- cagio na relagio que parca do corpo, da experiéncia e de um saber nao reflexivo. O trabalho terapeutico é com aquilo que csté em vin de se formar, com o fluxo de configuragio de for nas, de sentidos se fazendo, de modo fugaz e efémero. Robine (2006b) sublinka © cardter de te:nporalidade da Gestale- e-se.a ela como estética da efemeridade. -rerapia ¢ re! Gestalt teracia~ Corceits furdameniti O trabalho com a awareness visa possibilitar a fluidez do pro- cxsso du coascitncia por meio da corporeidade, da retomada da rnogio ce ser um corpo que dlevolva & pessoa a sensasio de posi bilidades. 0 sencido de eu posso, de criagin, de transformagio. Propomes, Jesse medo, ¢ «1 igajamento na situasio, enfa: tizamo: a relaggo com o mundo e com 0 outro como consti tutiva do sere como a origem do sentido. A sitwagio de enga- jamente no mundo com 0 outro pode ser uma morada, um como ethos, lugar de acolhida, morada, abrigo, onde pudéssemos nos sectir confiantes diante do outro diferente, £ de modo corporel e pré-reflexivo, por meio de uma experiéncia que é Sobrétudo estética, que podemos nos conectar som 0 outro € “con-tar”, ox seja, far juntos 0 sentido da vida, ‘A coacepgio de awareness como abertura sensivel ¢ ge- abrigo. No Grécia antiga, « natureza era concedi ragio espontinea de formas esti estreitamente relacionada @ uma vertente de pensamento da qual a Gestalt-terapia ¢ proneira ¢ inciui a psicologia no campo das perspectivas s. Perspeczivas que se desviam do pea egdo 4 valorizagio da ev- periéncia, do risco, da aceitagao ¢ do acolhimento da novo incerpzeta:ivo-explicativo em ¢ da diferenga como formas criativas da existéncia._ A linguagem da tcrapia nao é racional, mas poética, visan- doo trabalho com ¢ fluxo de atvareness & criagao na mutuali- dade com 0 outro, um movimento poiético. Merleau-Pomty afirmcu uma poesia das relagées bunanas como o-apeld de cada liberdade a todas as ou'ras, Podemos encerrar resgatan- do Holderlim, 0 poeta dileto de Heidegger, quando diz que 6 poeticamente que o homan habita a Terra, paca afirmar a Uestaleterapia como a busca de um modo poético de morat. Moyer Feast eXarina Okajima Fucumiteu (orgs) REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Aine, MB, Co o,corporeidade’ Ine D'Acer,G. Lint, By OnaenS. (ores. D> apis ~ Gestalt, 2d, revista amplada So Paula: Summus,20°2. otas sober a experitoca ¢o saber da experitnca”. Revista Brastiei- 1 de Educacac, n. 19, jan-abt, 2002, p. 20-28. Disposivel ems

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