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ESTÂNCIA BALNEÁRIA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO PEDAGÓGICO
“Na
cadência
bonita do
samba...”
DEPED/SEDUC
2006
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Sumário
História do samba................................................04
Reconhecimento...................................................04
Hora da revalorização............................................05
Samba-canção.....................................................06
Primórdios da bossa..............................................07
Samba de breque..................................................07
Samba-rock.......................................................08
Reconexão........................................................08
Samba-enredo.....................................................09
Protesto.........................................................09
Samba-duro.......................................................10
Permeando a MPB..................................................10
Pagode...........................................................11
Nomes novos nas paradas .........................................12
Linha de montagem................................................12
Alguns dos principais sambistas de todos os tempos...............13
Alguns instrumentos de percussão utilizados no samba.............15
Referências Bibliográficas.......................................16
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História do samba
Reconhecimento
Hora da revalorização
Samba-canção
Primórdios da bossa
Samba-de-breque
Samba rock
Reconexão
Samba-enredo
"No começo não havia samba enredo, o mais cantado na quadra era o que
valia para o desfile", informa um mestre da matéria, o portelense Jair de
Araújo Costa, o Jair do Cavaquinho. Em 1962, por sinal, ele projetou-se por
meio de um samba de quadra em sua escola, Meu Barracão de Zinco, gravado
com sucesso por Jamelão. A pré-história do gênero, no Rio de Janeiro, foi
marcada por sambas de Cartola e Carlos Cachaça na Estação Primeira de
Mangueira como Pudesse meu Ideal, de 1932 ou Homenagem (só de Cachaça) do
ano seguinte, um dos primeiros a incluir personagens da história do Brasil.
Cartola e Cachaça emplacariam ainda um segundo lugar para a verde-e-rosa no
desfile de 1936 com O Destino Não Quis. Nesses primórdios, o samba que as
escolas levavam para a avenida tinha apenas a primeira parte, a outra
ficava livre para ser versada, improvisada na hora.
Em 1934, com Meu Grande Amor, estreava na escola Prazer da Serrinha
outra dupla que seria responsável pelo formato básico do samba-enredo
(antes da aceleração dos desfiles), o filho de pastor protestante Silas de
Oliveira (Assunção) (1916-1972) e o ex-jornaleiro Décio Antonio Carlos, que
se tornaria conhecido por Mano Décio da Viola (1909-1984). Juntos,
inicialmente na Serrinha e depois no resultante Império Serrano, eles
compuseram alguns dos maiores clássicos do ramo como Conferência de São
Francisco (1945), Exaltação a Duque de Caxias (1955), Medalhas e Brasões
(1960) e Heróis da Liberdade (com Manoel Ferreira) (1969), enredo que
incomodou os censores da ditadura recrudescida, e Apoteose ao Samba (1974).
Aquarela Brasileira (1964) e Pernambuco, Leão do Norte (1968).
Protesto
Samba-duro
Nascido na Bahia, o samba-duro é conhecido como pagode baiano ou
samba-de-roda, tem um swing que lembra muito o axé music.
O pagode foi relido com pitadas de ritmos locais como o samba-
reggae. Suas letras são carregadas de alegria e bastante dançantes.
É geralmente cantada por grupos como: É o Tchan, Gang do Samba,
Patrulha do Samba, Terra samba, Pagod'art, Nossa Juventude, Harmonia do
samba etc.
Com a palavra, alguém que entendia do assunto: "Estão todos cantando
samba menor e dizendo que é partido-alto e eu sou um dos errados porque não
quero ficar isolado". Aos 65 anos, em 1977, Aniceto Menezes, o Aniceto do
Império (um dos fundadores da escola da Império Serrano), admitia no
lançamento de seu primeiro disco (dividido com outro partideiro, Nilton
Campolino) que o gênero já não era o mesmo iniciado por seus ancestrais.
Gerado nas festas religiosas do jongo de procedência rural, batido em
tambores chamados de candongueiro, angumavita e caxambu, o partido virou
chula raiada, como na exemplar e remota Patrão, prenda
seu gado, da trinca fundadora Pixinguinha, Donga e João
da Bahiana, registrada pelo cantor e estudioso
Almirante. Mas Aniceto, fiel ao tradicionalismo, ditava
algumas regras que via desrespeitadas. "O partido tem
hora para começar, mas não para acabar, já que os
versos são livres, feitos na hora. E precisa da
presença do coro", situava.
Para ele, a adaptação pedida pelo mercado teve um
divisor de águas. "O samba menor foi um recurso que
surgiu na época em que Paulo da Portela ficou em
evidência, para adaptar o samba aos coristas",
garantia. Mal saberia, ele que morreu pobre e esquecido
em 1993 aos 80 anos, que o partido-alto ainda sofreria
Tantã
outras modificações até servir de combustível para o
movimento conhecido por pagode de fundo de quintal,
movido a banjo e tantã. E que até o termo pagode acabaria desvirtuado num
samba-pop de duvidosa consistência.
Permeando a MPB
A própria denominação partido-alto, já insinua algum tipo de
superioridade para seus praticantes (turumbambas, no tempo do jongo,
segundo Aniceto, daí a encurtada expressão bamba), que deviam desenvolver
longas estrofes de seis ou mais versos e voltar ao estribilho. Enfim, o
correspondente no universo do samba ao repente ou cantoria nordestina. O
partido permeia a história da MPB. Pode ser encontrado na assinatura do
andarilho dos morros e rodas de malandragem Noel Rosa com o lendário João
Mina em De Babado, de 1936, gravado em dupla com Marilia Baptista.
Anteriores ainda são Falem de Mim, de Rufino, de 1928, com Alcides Malandro
Histórico e Alvaiade ambos da Portela e Quitandeiro (de Paulo da Portela,
de 1933, antes da segunda parte escrita depois por Monarco) também por
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Alvaiade, faixas posteriormente gravadas na série das escolas de samba do
selo Marcus Pereira, em 1974.
E o partido também pontifica nas batucadas da Baixada e adjacências e
nas novas favelas violentas e miseráveis, capturado pelo pernambucano
Bezerra da Silva. “As rodas de partido moldaram muito compositor”, como
testemunha Elton Medeiros comentando a gravação de Não Vem (Assim Não Dá),
de 1977, que conheceu Candeia numa delas, na festa da Penha. Junto com os
dois entram na roda ilustre Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito.
Partideiros como Clementina de Jesus (dialogando com outra figura lendária,
o portelense João da Gente) e Xangô da Mangueira, além de Aniceto, atestam
que esse tipo de samba de melodia curta governado pelo ritmo, mesmo
distante das origens é um dos mais evidentes elos entre o gênero urbanizado
e sua nascente africana.
Pagode
Você sabia?
Em qualquer festa que se preze, porém, não pode faltar música alegre,
e aí, naturalmente, entra o samba. Foi ele que fez do pagode uma das mais
fortes tradições dos subúrbios do Rio de Janeiro. Um quintal guarnecido
pela sombra das árvores, algumas caixas de cerveja, uns quitutes, um
cavaquinho ali, mesinhas para se batucar... Está formado o cenário para que
os versadores e instrumentistas mostrem sua categoria, o público sambe
animado e à tarde entre pela noite e a noite pela madrugada. Ao longo dos
anos 70, quando os emergentes sambistas se viram diante do bloqueio das
rádios e das próprias escolas de samba (reféns de um carnaval
comercializado), os pagodes se tornaram a melhor opção para que suas
composições fossem ouvidas e divulgadas.
Das mais famosas cantoras de samba da época (junto com Alcione e
Clara Nunes), Beth Carvalho, certo dia foi investigar o pagode do Cacique
de Ramos e levou alguns daqueles compositores ainda desconhecidos para o
seu disco de 1978, De Pé no Chão. Foi a partir daí que o Brasil tomou
conhecimento de nomes como o grupo Fundo de
Quintal dos compositores Arlindo Cruz e Sombrinha
(Vou Festejar), os ex-Fundo Jorge Aragão
(Coisinha do Pai) e Almir Guineto (que tirou
terceiro lugar no festival MPB Shell, de 1981,
com Mordomia), Zeca Pagodinho (Camarão que Dorme
a Onda Leva), Jovelina Pérola Negra, Luiz Carlos
da Vila (de Por um Dia de Graça, gravado mais
tarde por Simone), entre outros. Astros desse
novo samba, que rumava para o futuro com um
sólido embasamento no passado, eles
protagonizariam mais tarde, a partir de 1986 um
dos movimentos de melhor resultado comercial da
história da música brasileira: o pagode.
Ironicamente, por uma contingência de marketing e
mídia, a festa passou a emprestar seu nome à
música que a anima.
Repique de mão – só tem uma pele Coube ao Fundo de Quintal introduzir as
inovações instrumentais e harmônicas do pagode em
relação ao tradicional samba. Para reforçar o cavaquinho, Almir Guineto
trouxe o banjo, que soa mais alto no meio da massa sonora. No lugar do
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pesado surdo, Ubirani pôs o leve e versátil repique de mão. Jorge Aragão,
por sua vez, trouxe para os sambas as harmonias mais intrincadas,
aparentadas da bossa nova (e, graças a suas sofisticadas letras, ficaria
conhecido como O Poeta do Samba). Inicialmente divulgados por Beth Carvalho
e outros nomes de destaque do samba, esses artistas em pouco tempo
conquistaram luz própria.
Linha de montagem
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Ari Barroso (1903-1964)
Ari Barroso ficou famoso em todo o mundo com Aquarela do
Brasil, o primeiro samba de exaltação patriótica. Órfão de pai e
mãe, foi criado pela avó materna e por uma tia. Tocava piano aos
12 anos de idade no cinema de sua cidade, Ubá, fazendo fundo
musical para filmes mudos. Formou-se em Direito no Rio de
Janeiro. Com a marcha Dá nela venceu o concurso carnavalesco de
1930.
Cartola (1908-1980)
rebolo
ganzá
pandeiro
surdão
agogô
tamborim
Reco-reco
cuíca (10')
<http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT865240-1655-3,00.html>
Acesso em 15/05/2006.
<http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT865240-1655-2,00.html>.
Acesso em 15/05/2006.
<http://www.cliquemusic.com.br/br/Generos/Generos.asp?Nu_Materia=26>.
Acesso em 12/05/2006.
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