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ABSTRACT: It´s proposed to inform the Portuguese participation in the First World
War
Tudo isso numa total dependência das vontades dos britânicos, senhores dos
mares e essenciais ao abastecimento de Portugal. Daí nasceu, justamente, a participação
portuguesa na guerra. Num momento em que Afonso Costa presidia ao Conselho de
Ministros, os ingleses informara que, por carência de navios mercantes e devido aos
ataques dos U- Boots alemães (os submarinos), passariam a ocupar-se apenas das
próprias necessidades e das próprias necessidades e das outras nações beligerantes. Foi
a oportunidade para Portugal, que se ofereceu para apresentar os navios de carga
alemães surtos em portos nacionais (fundamentalmente, no estuário do Tejo), caso fosse
essa a vontade de Londres. Tardou o pedido, mas foi feito. Com pompa, os navios
foram apresados, e a Alemanha declarou guerra a Portugal, a 9 de Março de 1916. Viria
depois o corte de relações com o Império Austro-Hungaro. Não ficaríamos fora das
partilhas.
Que soldados eram esses? Nota Aniceto Afonso que “ os contingentes militares
portugueses que combateram nos teatros de operações da Primeira Guerra Mundial,
tanto na Europa como em África, não estavam convenientemente preparados para
participar na guerra”. Era já em terras francesas que a maioria das tropas do Corpo
Expedicionário Português (CEP) recebiam instruções apressada dos ingleses, pois havia
pressa dos governantes lusos em colocar gente nas trincheiras antes da chegada dos
americanos.
A ofensiva alemã no Lys (La Lys, usando a forma francesa de designar o rio),
encetada a 9 de Abril de 1918, era o início de uma vasta manobra que não deu frutos.
Ao cabo de menos de um mês, as forças aliadas passaram a ser coordenadas por um
comando único e o rumo da guerra inverteu-se. O sector português era só uma parcela
da grande frente de batalha, e é claro que a forma como as nossas tropas resistiram, na
zona de Laventie, foi importante para suster o ataque e dar margem de reorganização às
tropas britânicas. Seja como for, a derrota foi pesadíssima. Em quatro horas de combate,
398 soldados portugueses morreram e 6585 foram aprisionados pelos alemães.
Para o povo, havia a fome, além da guerra. A miséria. O ano de 1917, com o
fenómeno de Fátima, estimulava o desejo messiânico. Em Dezembro, Sidónio Pais
tomara o poder pela força. Mas essa é outra história.
BIBLIOGRAFIA:
MARQUES, A. H. de Oliveira (1980) Um diário Íntimo de Afonso Costa, in História nº 24, pp. 28-
40.