You are on page 1of 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Data: 23/06/2010

INSTITUTO UNIVERSIDADE VIRTUAL – UFC VIRTUAL


Curso semi-presencial de Graduação em Administração
Disciplina: Sociologia
Nome: Emannuel Julião Fernandes
Francisco Deleude S. Filho
Kepler Sales de Oliveira
Márcio Sadao N. Ripardo
Mariel Sales Rodrigues

Portfólio n° 4 - Grupo
II - Questões sobre os textos estudados:
1) Organizar uma cronologia destacando os principais acontecimentos políticos e econômicos ocorridos no
Brasil, agrupando as temporalidades e as respectivas análises realizadas por Caio Prado Jr e Cícero Péricles de
Carvalho (04 pontos).
2) Elaborar uma síntese do texto “O homem cordial” de Sérgio Buarque de Holanda (03 pontos).
3) Apresentar a explicação do mesmo autor quanto aos significados de “público” e de “privado” (02 pontos).
4) Apresentar sua própria interpretação quanto às duas noções acima, valendo-se de um exemplo retirado de
sua experiência cotidiana (01 ponto).

RESPOSTAS
1. Organizar uma cronologia destacando os principais acontecimentos políticos e econômicos ocorridos no Brasil,
agrupando as temporalidades e as respectivas análises realizadas por Caio Prado Jr e Cícero Péricles de
Carvalho (04 pontos).

O texto de Caio Prado Jr., escrito em 1976, remonta um passado importante da economia brasileira e mundial até
então. O texto traduz a crítica do autor relativa a política econômica adotada pelo Brasil durante o período. Denuncia o autor
que as políticas econômicas serviam apenas para nos alinhar à política capitalista emergente, a dominação estadunidense.
Tal sistema econômico foi adotado devido a promessas que tais medidas levariam o Brasil a se tornar uma grande potência,
mas o que se observou durante os anos de 1965 a 1975 foi um crescimento exagerado de uma dívida externa que até hoje
ressoa em nossos ouvidos, (o crescimento foi de 4.403,0 milhões em 1969, para 18.360,9 milhões em março de 1975).
Portanto o Brasil foi condicionado a adotar políticas econômicas pelo líder internacional através de seus argumentos
persuasivos que ao fim não mostraram o efeito prometido.

No texto de Cícero Péricles de Carvalho temos uma janela mais recente da economia do Brasil, pois aqui são
revelados todos “os planos econômicos” desde os planos militares até nossos dias.
O primeiro governo civil, o Governo Sarney implanta o Plano Cruzado (I e II, em 1986), Bresser (1987), Verão (1989), o
Governo Collor implanta o plano Collor (I e II, 1990-1) e o Governo FHC implanta plano Real (1994-2002), todos com um único
objetivo combater a inflação.
Todos os planos anteriores ao plano Real faliram, pois a inflação retornava após algum período de tempo por não se
implementar na prática outras medidas político-econômicas e não se fazer as reformas necessárias na economia do país.
Em 2002, com a vitoria do presidente Lula, a conjuntura do Brasil toma novos rumos, interrompe-se a maré de privatizações,
ocorrem aberturas de concursos públicos, valorização de estatais como a Petrobrás, por exemplo; mantendo a equipe
econômica com Henrique Meirelles a frente do Banco Central, evitando com isso que sua gestão econômica se tornasse um
fiasco como aconteceu com o governo do Fernando De La Rúa na Argentina.
Lula e seu governop têm dado bastante atenção ao setor social, só em 2005 o orçamento para tal setor foi de 100
bilhões de reais. Entretanto, para pagar os juros da dívida o orçamento foi de 140 bilhões de reais. Nosso endividamento é a
causa de termos essa opressora carga tributária. Nosso dinheiro escoa para uma dívida contraída por nossos antepassados, é
um dinheiro que não pode ser aplicado em benefício da população atual.

2. Qual a lei (e o teor da mesma) que institui a obrigatoriedade do estudo da história e da cultura da África nas
escolas de educação básica brasileiras?

O patrimonialismo tem sob forma de poder o revestimento por uma autoridade com características específicas. No
Brasil, o patrimonialismo estabeleceu-se devido à implementação de uma forma de governo com características vindas da
formação familiar. A família em que estão a intimidade e as formas emotivas de lidar com os pares, foram levadas ao Estado,
gerando uma indistinção entre aquilo que é privado e o que é público. Segundo Sérgio Buarque de Holanda, o brasileiro
influenciado pelo núcleo familiar, patriarcal, trouxe para a esfera pública essas características. Nesse interim, o homem
mediano tem dificuldade em se desligar dos laços familiares para tornar-se um cidadão. Carrega consigo essa forma de
tratamento cordial, em que a relação de intimismo com aqueles que se relaciona deve existir. O uso do sufixo "inho", colocar
santos de castigo e chamar a pessoa pelo primeiro nome são exemplos dessa característica do homem brasileiro. A família,
olhando por essa ótica, é quem fornece parâmetros à formação do Estado. O Estado, segundo o autor, não é uma evolução do
compêndio da família e, sim, uma ruptura e oposição a ela. O Estado, portanto, precisa superar essa manifestação familiar em
seu útero, trocar a emotividade relacional pela racional para perceber o público em primeiro lugar, e não ver o privado no
público.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Data: 23/06/2010
INSTITUTO UNIVERSIDADE VIRTUAL – UFC VIRTUAL
Curso semi-presencial de Graduação em Administração
Disciplina: Sociologia
Nome: Emannuel Julião Fernandes
Francisco Deleude S. Filho
Kepler Sales de Oliveira
Márcio Sadao N. Ripardo
Mariel Sales Rodrigues

Os políticos tem a missão de criar leis pelo bem comum e não para se favorecer ou favorecer apenas alguns grupos
familiares. A superação do homem cordial aconteceria pela própria evolução da história, segundo o autor. O passeio histórico
do homem, desde o meio ruralista ao urbano, levaria o homem a reler-se dentro desse novo contexto e assim desenvolver o
homem coletivo, O acelerado processo de urbanização levou a um fato interessante, as características patrimonialistas
permaneceram mesmo com a evolução do Estado. O governo da república, com vistas a manter a estabilidade e a
tranquilidade de relações com o exterior procurou tirar poder dos militares e reduziu o nível de participação popular. O governo
optou por governar por cima da população, obstáculo para a implementação do novo regime. De acordo com José Murilo de
Carvalho, esta nova forma de organização das instituições, com nomeações e sem ter a quem a quem prestar contas, abriu
espaço para os arranjos de interesses, troca de favor e benevolências e o nepotismo, que implicam corrupção, além da
exclusão da população dos assuntos políticos. A herança patrimonialista permanece embora haja a transição de uma
sociedade ruralista e colonial para uma mais urbanizada. O homem cordial ainda é uma tradição que impera nas relações entre
cidadão e Estado. A sociedade enfrenta dificuldades em enxergar a separação entre o homem cordial e o político, o que faz
que o clientelismo e a troca de favores instrumento comum no processo político brasileiro.

3. Apresentar a explicação do mesmo autor quanto aos significados de “público” e de “privado” (02 pontos).

No Brasil, círculo familiar e família patriarcal, muitas vezes são confundidos com Estado. Sérgio Buarque afirma e
reafirma que são completamente diferentes, explicando que um comportamento pessoal e familiar não funciona numa
burocracia democrática, pois um é individual e o outro é coletivo, um é privado e o outro é público.
O Estado não é uma ampliação do círculo familiar e, ainda menos, uma integração de certos agrupamentos, de certas
vontades particularistas, de que a família é o melhor exemplo. Sérgio Buarque busca enfatizar uma característica marcante do
modo de ser do brasileiro, segundo sua lupa: a dificuldade de cumprir os ritos sociais que sejam rigidamente formais e não
pessoais e afetivos e de separar, a partir de uma racionalização destes espaços, o público e o privado.
Então, para o autor, o público seria o macrocosmo do homem político onde este homem deve buscar o bem geral e
agir com racionalidade quando lidando com a máquina administrativa burocrática do Estado. O privado seria o microcosmo
familiar, intimista, onde a emoção tem maior espaço do que a razão. Essa característica está muito arraigada em nossa
sociedade gerando indistinção na atuação dos atores políticos na esfera pública. Buarque de Holanda se depara no Brasil com
um languescimento das formas institucionais, que não chega a separar de forma estanque, na prática, o público do privado,
sendo, justamente, a esta frouxidão dos laços institucionais que se dirige sua crítica à lógica que organiza as relações entre as
esferas pública e privada. Uma vez que a imbricação entre elas seja total e/ou ao menos crescente, passam a dominar as
relações pessoais, o cumpadi, o “jeitinho” e a troca de favorecimentos, tornando impossível a realização do processo de
racionalização que deveria dar origem ao Estado de Direitos, ao invés do Estado de Privilégios.

4. Apresentar sua própria interpretação quanto às duas noções acima, valendo-se de um exemplo retirado de
sua experiência cotidiana (01 ponto).

Concordo com o autor sob sua janela de visão das noções de público e privado.
Acredito que sob essa ótica, público é o que deve ser visto de forma geral como algo de todos e que deve ter ações e
medidas políticas com vistas ao bem de todos. Ou seja, o público ou a coisa pública é da coletividade e não da individualidade
e deve ser utilizada com esse fim, atender a coletividade, onde todos são donos ao mesmo tempo, mas ninguém tem o direito
de exercer a posse mas apenas o uso. O privado tem explícita a característica de posse individual, a possibilidade de o dono
fazer da coisa pública o que quiser, passando por cima da razão em favorecimento a emoção.
Um exemplo que considero comum é a depredação dos patrimônios públicos como praças, bosques, praias, etc. Os
indivíduos confundem público e privado. Eles acham que a praça é do “governo” e portanto como não é deles não terão
prejuízo em depredá-la, o mesmo ocorre com vários espaços públicos.

You might also like