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FACULDADE DE TECNOLOGIA
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
APROVADA POR:
_____________________________________________
PROF. JOSÉ CAMAPUM DE CARVALHO, PhD (UnB)
(ORIENTADOR)
___________________________________________
PROF. ENNIO MARQUES PALMEIRA, PhD (UnB)
(EXAMINADOR INTERNO)
________________________________________________
PROF. RAIMUNDO LEIDIMAR BEZERRA, DSc. (UFPB)
(EXAMINADOR EXTERNO)
ii
FICHA CATALOGRÁFICA
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CESSÃO DE DIREITOS
GRAU/ANO: Mestre/1999
_______________________________________
Lilian Ribeiro de Rezende
Rua 9, no 1496, Setor Marista
CEP: 74150-130 Goiânia/GO - Brasil
iii
DEDICATÓRIA
A Deus.
iv
AGRADECIMENTOS
Aos professores André Pacheco de Assis, José Henrique Feitosa Pereira, Ennio Marques
Palmeira e Newton Moreira de Souza por todo o apoio e ajuda fornecidos durante o
desenvolvimento desse projeto.
Ao professor e colega Maurício Martins Sales por ter incentivado estudos na área de
Geotecnia.
À Universidade Federal de Goiás pelo fornecimento da bolsa PICDT e à CAPES, pelo suporte
financeiro.
Aos engenheiros do DER-DF Carlos Alberto Mundim Pena, Carmo Augusto de Campos
Curado, Paulo Roberto da Silva Júnior, Fauzi Naifur Júnior e Elcy Ozório dos Santos que
apoiaram toda a pesquisa.
v
Aos técnicos Geraldo Alves de Oliveira e Amilton de Paula Pereira dos laboratórios de solo e
de asfalto do DER-DF, que com suas respectivas equipes possibilitaram a realização dos
ensaios de laboratório e de campo.
Ao motorista Dirceu Antônio Balestreri (Gaúcho) do DER-DF pela boa vontade e ajuda
indispensáveis para a realização dos ensaios de campo.
Aos colegas Priscilla Vieira Mourão, André Luiz Francisco da Silva Vital, Maria das Graças
Gardoni Almeida e Evaldo Matheus.
Aos colegas Edson, Rideci, Marilene, Marisaides, Lindomar, Álvaro, Luciana Torres,
Jefferson e Luciana Michèlle que fizeram parte da inesquecível turma de mestrado do
primeiro semestre de 1997.
vi
RESUMO
vii
ABSTRACT
viii
ÍNDICE
Capítulo Página
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................... 4
2.1 - ENSAIOS DE LABORATÓRIO ................................................................................... 5
2.1.1 - Convencionais .......................................................................................................... 5
2.1.2 - Triaxial Cíclico......................................................................................................... 6
2.1.3 - Classificação MCT.................................................................................................10
2.2 - INVESTIGAÇÕES E ENSAIOS DE CAMPO............................................................12
2.2.1 - Sondagem ...............................................................................................................13
2.2.2 - Métodos Geofísicos de Eletrorresistividade e Sísmicos ........................................13
2.2.3 - Penetrômetro Dinâmico de Cone (DCP)................................................................14
2.2.4 - Pressiômetro ...........................................................................................................14
2.3 - CONTROLE TECNOLÓGICO....................................................................................16
2.4 - AVALIAÇÃO DO PAVIMENTO ...............................................................................17
2.4.1 - Prova de Carga .......................................................................................................17
2.4.2 - CBR “in situ” .........................................................................................................18
2.4.3 - Viga Benkelman.....................................................................................................18
2.4.4 - Falling Weight Deflectometer (FWD) ...................................................................19
2.5 - PAVIMENTAÇÃO DE BAIXO CUSTO ....................................................................20
2.6 - MATERIAIS ALTERNATIVOS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS..........................21
2.6.1 - Breve Histórico sobre Uso de Solos Tropicais na Pavimentação ..........................21
2.6.2 - Características dos Solos Lateríticos......................................................................23
2.6.3 - Utilização de Aditivos em Solos Finos Lateríticos ................................................25
2.6.3.1 - Mistura de argila laterítica com brita descontínua...........................................26
2.6.3.2 - Mistura de argila laterítica com cal..................................................................26
2.6.3.3 - Mistura de argila laterítica com betume ..........................................................28
ix
2.6.3.4 - Mistura de argila laterítica com cimento .........................................................29
2.6.3.5 - Base de argila laterítica com material fresado .................................................30
2.6.4 - Utilização de Rejeitos ............................................................................................30
2.6.5 - Utilização de Geotêxtil...........................................................................................32
x
6.1 - CONCLUSÕES ......................................................................................................... 140
6.2 - SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS ....................................................... 143
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura Página
Figura 2.1 - Ábaco da classificação MCT (Nogami & Villibor, 1995) .................................................................11
Figura 3.1 - Localização da rodovia DF-205 Oeste ...............................................................................................35
Figura 3.2 - Localização do trecho experimental na rodovia DF-205 Oeste .........................................................36
Figura 3.3 - Caixa de empréstimo de solo fino ......................................................................................................37
Figura 3.4 - Utilização do geotêxtil impregnado na pista ......................................................................................39
Figura 3.5 - Área de empréstimo do expurgo ........................................................................................................40
Figura 3.6 - Seção transversal da base com solo fino envelopada .........................................................................41
Figura 3.7 - Mistura do solo fino com a brita ........................................................................................................42
Figura 3.8 - Espalhamento do expurgo na pista.....................................................................................................43
Figura 3.9 - Trincamento da base de solo fino.......................................................................................................44
Figura 3.10 - Mistura do solo cal na jazida de solo fino ........................................................................................44
Figura 3.11 - Colocação do geotêxtil sobre o subleito...........................................................................................45
Figura 3.12 - Bases compactadas antes da imprimação .........................................................................................46
Figura 3.13 - Colocação do geotêxtil sobre a base ................................................................................................47
Figura 3.14 - Detalhe das dobras laterais do geotêxtil ...........................................................................................48
Figura 3.15 - Seção transversal geral dos subtrechos com geotêxtil: (a) Estaca 157 a 159
(geotêxtil entre base e revestimento); (b) Estaca 159 a 161 (geotêxtil entre
subleito e base); Estaca 161 a 163 (base envelopada)......................................................................49
Figura 3.16 - Execução do tratamento superficial duplo no trecho experimental..................................................50
Figura 4.1- Curvas granulométricas dos materiais obtidas através do ensaio sem
sedimentação........................................................................................................................................53
Figura 4.2 - Comportamento do subleito quanto à plasticidade.............................................................................53
Figura 4.3 - Comportamento do subleito quanto à porcentagem passante na
peneira no 200 .....................................................................................................................................54
Figura 4.4 - Curvas granulométricas do solo fino e do expurgo utilizados na base...............................................56
Figura 4.5 - Curvas granulométricas do solo fino compactado na energia Proctor
normal ................................................................................................................................................56
Figura 4.6 - Curvas granulométricas do solo fino compactado na energia Proctor
intermediário .......................................................................................................................................57
Figura 4.7 - Curvas granulométricas do solo fino compactado na energia Proctor
modificado ..........................................................................................................................................57
Figura 4.8 - Curvas granulométricas do solo fino compactado na umidade ótima em
xii
diferentes energias ..............................................................................................................................58
Figura 4.9 - Curvas granulométricas do solo fino compactado na umidade ótima menos 2%
em diferentes energias.........................................................................................................................58
Figura 4.10 - Curvas granulométricas do solo fino compactado na umidade ótima mais 2%
em diferentes energias.......................................................................................................................59
Figura 4.11 - Curvas de compactação do subleito .................................................................................................61
Figura 4.12 - Curvas de CBR do subleito ..............................................................................................................62
Figura 4.13 - Correlação entre CBR max e inclinação do ramo seco considerando os
sete pontos.........................................................................................................................................63
Figura 4.14 - Correlação entre CBR max e inclinação do ramo seco considerando apenas
cinco pontos ......................................................................................................................................64
Figura 4.15 - Correlação entre CBR max e inclinação do ramo úmido considerando os
sete pontos..........................................................................................................................................65
Figura 4.16 - Correlação entre CBR max e inclinação do ramo úmido considerando
seis pontos.........................................................................................................................................65
Figura 4.17 - Curvas de compactação do solo fino para diferentes energias .........................................................66
Figura 4.18 - Curvas de CBR do solo fino para diferentes energias de compactação ...........................................67
Figura 4.19 - Correlação entre o CBR máximo e a inclinação do ramo úmido para
diferentes energias de compactação .....................................................................68
Figura 4.20 - CBR x peso específico aparente seco máximo (solo fino) ...............................................................69
Figura 4.21 - CBR x umidade ótima (solo fino) ....................................................................................................69
Figura 4.22 - Curvas de compactação na energia intermediária para diferentes
teores de cal ......................................................................................................................................70
Figura 4.23 - Curvas de CBR para os diferentes teores de cal...............................................................................71
Figura 4.24 - Comportamento do peso específico aparente seco máximo para os diferentes
teores de cal ......................................................................................................................................72
Figura 4.25 - Comportamento da umidade ótima para os diferentes teores de cal ................................................72
Figura 4.26 - Comportamento do CBR para os diferentes teores de cal ................................................................72
Figura 4.27 - Variação da inclinação do ramo seco para os diferentes teores de cal .............................................73
Figura 4.28 - Variação da inclinação do ramo úmido para os diferentes teores de cal..........................................73
Figura 4.29 - Curvas de compactação para comparação entre o solo fino e o solo
com 2% de cal...................................................................................................................................75
Figura 4.30 - Curvas de CBR para comparação entre o solo fino e o solo
com 2% de cal....................................................................................................................................75
Figura 4.31 - CBR x peso específico aparente seco para o solo fino e o solo
com 2% de cal...................................................................................................................................76
Figura 4.32 - Curvas de compactação do expurgo e da mistura solo-brita ............................................................77
Figura 4.33 - Curvas de CBR do expurgo e da mistura solo-brita.........................................................................77
xiii
Figura 4.34 - Curvas de e x w para o expurgo e a mistura solo-brita ..................................................................78
Figura 4.35 - Curvas de deformabilidade (MCT) ..................................................................................................79
Figura 4.36 - Curvas de compactação (MCT)........................................................................................................80
Figura 4.37 - Perda da massa por imersão (MCT) .................................................................................................80
Figura 4.38 - Classificação MCT dos solos do Distrito Federal ............................................................................81
Figura 4.39 - Comparação entre o coeficiente c’ e wL ...........................................................................................84
Figura 4.40 - Correlação entre o coeficiente c’ e a porcentagem que passa na
peneira no 200 ....................................................................................................................................85
Figura 4.41 - Correlação entre o coeficiente d’ e o peso específico aparente
seco máximo .....................................................................................................................................86
Figura 4.42 - Correlação entre PI e γdmax dos solos do Distrito Federal.................................................................87
Figura 4.43 - Características do subleito ao longo do trecho quanto à umidade de
compactação de campo .....................................................................................................................89
Figura 4.44 - Características do subleito ao longo do trecho quanto ao peso específico
aparente seco de campo .....................................................................................................................89
Figura 4.45 - Comportamento do subleito ao longo do trecho quanto ao grau de
compactação......................................................................................................................................90
Figura 4.46 - Relação entre umidade e peso específico aparente seco de campo e de
laboratório dos materiais de subleito ................................................................................................91
Figura 4.47 - Características das bases ao longo do trecho quanto à umidade de
compactação de campo ......................................................................................................................92
Figura 4.48 - Características das bases ao longo do trecho quanto ao peso específico
aparente seco de campo ....................................................................................................................92
Figura 4.49 - Características das bases ao longo do trecho quanto ao grau de
compactação......................................................................................................................................93
Figura 4.50 - Ensaio de CBR “in situ”...................................................................................................................94
Figura 4.51 - Curvas pressão x penetração do subleito..........................................................................................95
Figura 4.52 - Características do subleito ao longo do trecho quanto às umidades ................................................95
Figura 4.53 - Características do subleito ao longo do trecho quanto aos valores
médios de CBR .................................................................................................................................96
Figura 4.54 - Características do subleito ao longo do trecho quanto aos valores
médios dos módulos de reação...........................................................................................................96
Figura 4.55 - Curvas pressão x penetração nas bases dos diversos pavimentos ....................................................98
Figura 4.56 - Características das bases ao longo do trecho quanto às umidades ...................................................99
Figura 4.57 - Características das bases ao longo do trecho quanto aos valores
médios de CBR .................................................................................................................................99
Figura 4.58 - Características das bases ao longo do trecho quanto aos valores
médios dos módulos de reação........................................................................................................100
xiv
Figura 4.59 - Execução do ensaio de Viga Benkelman .......................................................................................101
Figura 4.60 - Bacias de deslocamentos - ensaio sobre o subleito - curvas médias ..............................................103
Figura 4.61 - Bacias de deslocamentos sobre as bases - curvas médias ..............................................................105
Figura 4.62 - Valores de Do para os ensaios realizados sobre o subleito e
a base ao longo do trecho................................................................................................................106
Figura 4.63 - Valores de R para os ensaios realizados sobre o subleito e
a base ao longo do trecho................................................................................................................106
Figura 4.64 - Valores de kVIGA para os ensaios realizados sobre o subleito e
a base ao longo do trecho................................................................................................................107
Figura 4.65 - Bacias de deslocamentos - ensaio sobre revestimento (ensaio 1) -
curvas médias..................................................................................................................................107
Figura 4.66 - Bacias de deslocamentos - ensaio sobre revestimento (ensaios 1 e 2) -
curvas médias...................................................................................................................................113
Figura 4.67 - Valores de Do para os ensaios realizados sobre o revestimento
ao longo do trecho...........................................................................................................................114
xv
Figura 4.84 - Ensaios pressiométricos no subleito natural a uma profundidade
pequena (11,5 a 20,5 cm)................................................................................................................131
Figura 4.85 - Ensaios pressiométricos no subleito saturado a uma profundidade
pequena (11,5 a 17,5 cm)................................................................................................................131
Figura 4.86 - Ensaios pressiométricos no subleito natural a uma profundidade
maior (31,5 a 44,5 cm)....................................................................................................................132
Figura 4.87 - Ensaios pressiométricos nas bases .................................................................................................133
Figura 4.88 - Correlação entre Ep e kPLACA..........................................................................................................134
Figura 4.89 - Correlação entre Ep e kVIGA............................................................................................................135
Figura 4.90 - Correlação entre PL e kPLACA ..........................................................................................................135
Figura 4.91 - Correlação entre PL e kVIGA ............................................................................................................136
Figura A.1 - Bacias de deslocamentos - ensaio sobre o subleito (corte)..............................................................152
Figura A.2 - Bacias de deslocamentos - ensaio sobre o subleito (aterro) ............................................................153
Figura A.3 - Bacias de deslocamentos - base de solo-brita..................................................................................153
Figura A.4 - Bacias de deslocamentos - base de expurgo....................................................................................154
Figura A.5 - Bacias de deslocamentos - base de solo fino...................................................................................154
Figura A.6 - Bacias de deslocamentos - base de solo-cal ....................................................................................155
Figura A.7 - Bacias de deslocamentos - base de solo fino com geotêxtil entre subleito
e base................................................................................................................................................155
Figura A.8 - Bacias de deslocamentos - ensaios sobre o revestimento (ensaio 1) - base
em solo-brita .....................................................................................................................................156
Figura A.9 - Bacias de deslocamentos - ensaios sobre o revestimento (ensaio 1) - base
de expurgo........................................................................................................................................156
Figura A.10 - Bacias de deslocamentos -ensaios sobre o revestimento (ensaio 1) - base
de solo fino......................................................................................................................................157
Figura A.11 - Bacias de deslocamentos - ensaios sobre o revestimento (ensaio 1) - base
de solo-cal .......................................................................................................................................157
Figura A.12 - Bacias de deslocamentos - ensaios sobre o revestimento (ensaio 1) - base
de solo fino com geotêxtil entre base e revestimento......................................................................158
Figura A.13 - Bacias de deslocamentos - ensaios sobre o revestimento (ensaio 1) - base
de solo fino com geotêxtil entre subleito e base ............................................................................158
Figura A.14 - Bacia de deslocamentos - ensaio sobre o revestimento (ensaio 1) - base
solo fino envelopado ......................................................................................................................159
Figura A.15 - Bacias de deslocamentos - ensaios sobre o revestimento (ensaio 2) - base
de solo-brita ....................................................................................................................................159
Figura A.16 - Bacias de deslocamentos - ensaios sobre o revestimento (ensaio 2) - base
em expurgo ....................................................................................................................................160
Figura A.17 - Bacias de deslocamentos - ensaios sobre o revestimento (ensaio 2) - base
de solo fino......................................................................................................................................160
Figura A.18 - Bacias de deslocamentos - ensaios sobre o revestimento (ensaio 2) - base
xvi
de solo-cal ......................................................................................................................................161
xvii
LISTA DE TABELAS
Tabela Página
xviii
Tabela 5.1 - Custo final das bases......................................................................................................................138
Tabela C.1 - Custo da base de solo-brita (4:1).....................................................................................................166
Tabela C.2 - Custo da base de expurgo de pedreira.............................................................................................167
Tabela C.3 - Custo da base de solo fino...............................................................................................................167
Tabela C.4 - Custo da base de solo cal (2%) .......................................................................................................168
Tabela C.5 - Custo da base de solo fino com geotêxtil entre base e revestimento...............................................168
Tabela C.6 - Custo da base de solo fino com geotêxtil entre subleito e base.......................................................169
Tabela C.7- Custo da base de solo fino envelopada ............................................................................................169
xix
LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURA E ABREVIAÇÕES
xx
kCBR - módulo de reação do ensaio de CBR “in situ”
kVIGA - módulo de reação do ensaio de viga Benkelman
kPLACA - módulo de reação do ensaio de placa
LVDT - Linear Variable Differential Transformer
MCT - Miniatura, Compactado, Tropical
MCV - Moisture Condition Value
Mini-CBR - ensaio de suporte da metodologia MCT
Mini-MCV - ensaio MCV da metodologia MCT
Mini-Proctor - ensaio de compactação de energia constante da metodologia MCT
MR - módulo de resiliência
N - número equivalente de operações do eixo simples padrão
NMCT - número de golpes da metodologia MCT
NBR - Norma Brasileira Registrada
PCA - Portland Cement Association
PI - perda de massa por imersão
PL - pressão limite
R - raio de curvatura
SPT - Standard Penetration Test
s - desvio padrão
UnB - Universidade de Brasília
USCS - Unified Soil Classification System
VDM - número diário médio de veículos
wot - umidade ótima
wL - limite de liquidez
wP - limite de plasticidade
x - média
δ - massa específica dos grãos de solo
ε1 - deslocamentos maior
ε3 - deslocamentos menor
γd - peso específico aparente seco
µ - coeficiente de Poisson
σd - tensão desvio
σ1 - tensão principal maior
xxi
σ3 - tensão principal menor
xxii
CAPÍTULO 1
1. INTRODUÇÃO
Com isto, vários estudos foram iniciados utilizando-se os solos tropicais como
material de construção em diversas obras de engenharia, principalmente em pavimentação de
estradas e pistas de aeroportos, com o objetivo de avaliar as características relacionadas com
suas propriedades físicas e comportamento mecânico. Além disso, quando são usados
1
materiais locais, o custo das obras é reduzido. Os solos tropicais e sua utilização em
pavimentação também vêm sendo pesquisados em várias regiões do mundo, sendo obtidos
ótimos resultados como, por exemplo, na África, segundo Gidigasu et al. (1987).
2
No Capítulo 4 tem-se os resultados e as análises dos ensaios de laboratório
realizados com os materiais utilizados, ensaios de campo executados sobre a estrutura do
pavimento e possíveis correlações entre os parâmetros determinados.
3
CAPÍTULO 2
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
• Resistir aos esforços horizontais que nela atuam, tornando mais durável a superfície de
rolamento.
4
2.1.1 - Convencionais
5
ensaio de CBR quanto à imersão deve ser revisto já que esses solos apresentam grande
sensibilidade em presença de água.
• Materiais para reforço do subleito: CBR maior que o do material componente do subleito e
expansão menor ou igual a 2%;
• Materiais para sub-base: CBR maior ou igual a 20, índice de grupo igual a 0 e expansão
menor ou igual a 1%;
• Materiais para base: CBR maior ou igual a 80 (ou 60 no caso em que o número equivalente
de operações do eixo simples padrão N seja menor ou igual a 106), limite de liquidez
menor ou igual a 25 e índice de plasticidade menor ou igual a 6. Caso os valores para o
limite de liquidez e/ou índice de plasticidade não sejam obedecidos, o material pode ser
empregado em bases se o equivalente de areia for superior a 30%. No entanto, Baptista
(1979) admite CBR de 40 para a base quando existe carência de materiais e a fiscalização
aceita adotar este critério.
6
No ensaio triaxial de carga repetida tem-se para um elemento de solo
localizado numa camada do pavimento:
σ1 = σ 3 + σ d (2.1)
onde:
σd
MR = (2.2)
ε1
onde:
• ε1 = ∆h/ho;
7
• ho = comprimento inicial de referência do corpo de prova cilíndrico.
E=
(σ 1 − σ 3 )(σ1 + 2σ 3 )
(2.3)
(σ 1 + σ 3 )ε1 − 2σ 3ε 3
σ1ε 3 − σ 3ε1
µ= (2.4)
2σ 3ε 3 − (σ1 + σ 3 )ε1
8
Medina & Preussler (1980) apresentaram resultados de ensaios triaxiais
dinâmicos em vários solos de subleitos e camadas de pavimentos flexíveis. Nesse trabalho os
autores buscaram correlações entre o módulo resiliente e o índice CBR, além de tentativas de
classificação de solos quanto às propriedades resilientes.
9
procedimento especial e destinados aos solos tropicais finos. Ela surgiu devido às limitações
dos procedimentos tradicionais de classificação dos solos com base nas propriedades índices,
que não eram capazes de caracterizar de forma satisfatória o seu comportamento.
Para a determinação das propriedades dos solos tropicais são realizados, ainda,
ensaios de expansão por imersão dos corpos de prova compactados, contração por perda de
umidade dos corpos de prova, infiltrabilidade, permeabilidade, penetração de imprimadura
betuminosa, perda de massa por imersão, resistência à compressão axial, resiliência e outros.
10
L = L A T E R ÍT IC O
2 ,0 N S' N = N Ã O L A T E R ÍT IC O
A = A R E IA
A '= A R E N O S O
G '= A R G IL O S O
NA S '= S IL T O S O
1 ,5
Índice e'
NA' NG'
1 ,0 LA
LA' LG'
0 ,5
0 ,0 0 ,5 1 ,0 1 ,5 2 ,0 2 ,5 3 ,0
C o e fic ie n te c '
Villibor (1981) observou que nos solos lateríticos os valores máximos de Mini-
CBR com imersão situam-se nas proximidades da umidade ótima e os valores de Mini-CBR
sem imersão são crescentes com a diminuição do teor de umidade de compactação. Tem-se,
ainda, a drástica queda do valor do suporte no ramo seco, devido ao aumento de umidade do
corpo de prova no processo de imersão, sendo que no ramo úmido essa queda é muito
pequena, aproximando-se dos valores obtidos sem imersão.
11
GRANULOMETRIAS TÍPICAS A = argilas S = Siltes AS = areias siltosas
Designações do T1-71 do DER-SP SA = siltes arenosos AA = argilas arenosas
k = caolinítico m = micáceo A AS S (k,m) A, AA AS AA A, AA
s = sericítico q = quartzoso S (q,s) SA AS, SA AS, SA
COMPORTAMENTO N = Não Laterítico L = Laterítico
GRUPO MCT NA NA' NS' NG' LA LA' LG'
MINI-CBR (%)
o P r o p r i e d a d e
sem imersão M, E E M, E E E E, EE E
perda por imersão B, M B E E B B B
EXPANSÃO B, M B E M, E B B B
CONTRAÇÃO B, M B, M M, E M, E B B, M M, E
COEF. DE PERMEABILIDADE (k) M,E B B, M B, M B, M B B
COEFICIENTE DE SORÇÃO (s) E B, M E M, E B B B
Corpos de prova compactados na
massa específica aparente seca EE = muito elevado E = elevado M = médio B = baixo
máxima da energia normal
Base de pavimento n 4o n n 2o 1o 3o
ã
Subleito compactado 4o 5o 7o 6o 2o 1o 3o
a
o o o o o o
Aterro (corpo) compactado 4 5 6 7 2 1 3o
z
Proteção à erosão n 3o n n n 2o 1o
i
Revestimento primário 5o 3o n n 4o 1o 2o
U t i l
n = não recomendado
Grupos tradicionais MS MH
obtidos de amostras que se USCS SP SC SM,CL MH SP SC ML
classificam nos grupos MCT SM ML ML, MH CH SC CH
discriminados nos topos A-2 A-4 A-6
das colunas AASHO A-2 A-4 A-5 A-7-5 A-2 A-2 A-6
A-7 A-7-5 A-7-5 A-4 A-7-5
12
A seguir são apresentados os ensaios de campo comumente utilizados.
2.2.1 - Sondagem
13
Para os métodos geofísicos ocorrem dificuldades de interpretação quando a
passagem do solo saprolítico para a rocha sã é gradual ou acontece por alternância de
camadas de solo e rocha. Alguns solos superficiais lateríticos possuem elevada resistividade,
podendo interferir na detecção da presença de camadas de rocha. Podem ocorrer também
baixa resistividade em intercalações de camadas saprolíticas, contendo águas ricas em cátions.
Para os métodos sísmicos podem ocorrer problemas com camadas saprolíticas muito
intemperizadas. Estruturas xistosas inclinadas podem induzir à reflexão de ondas sísmicas.
2.2.4 - Pressiômetro
14
se também, através de correlações, a resistência ao cisalhamento não drenada do solo
(Cavalcante et al., 1998).
15
triaxial cíclico. O FWD tem um excelente desempenho para avaliações rápidas em áreas
maiores, mas é mais caro. Já o pressiômetro é ideal para análises uma pequena zona
específica, além de possuir custo inferior.
16
tem sido eficiente na obtenção do grau de compactação desejado, mas novamente existe o
risco de se obter materiais com capacidade de suporte inferior, já que o aumento do grau de
compactação ocorre como conseqüência de uma maior quebra nas agregações.
17
superfície do pavimento coloca-se uma placa ou um conjunto de placas com diâmetros
conhecidos, que irão distribuir o carregamento. Entre as placas e o sistema de carregamento
coloca-se um macaco hidráulico que tem a função de controlar a aplicação das tensões. Este
controle é, geralmente, realizado por meio de um manômetro calibrado. Outra alternativa
mais precisa para a leitura da carga é o uso de uma célula de carga colocada entre o macaco e
o sistema de reação, ou entre o macaco e a placa. As deformações são medidas através da
colocação de, no mínimo, três deflectômetros sobre a placa.
O ensaio de CBR “in situ” pode ser considerado uma prova de carga em
miniatura. Consiste na medida da penetração de um pistão padrão na superfície da camada
ensaiada de forma semelhante ao ensaio de CBR realizado em laboratório. Neste caso, a
prensa é presa a um sistema de reação (caminhão, por exemplo), a pressão é aplicada
manualmente com um macaco hidráulico e lida através de um anel dinamométrico. A
penetração é medida através de um deflectômetro. São anotadas leituras padrões e traçados
gráficos através dos quais determina-se o valor do CBR de campo. O ensaio é normalmente
realizado nas condições de umidade existentes. Devido ao pequeno diâmetro do pistão (50
mm) este ensaio torna-se pouco recomendável para camadas de solos granulares cujo
diâmetro da maior partícula ultrapasse o valor máximo admitido para o ensaio de laboratório
(19 mm).
18
Através de uma análise numérica torna-se possível determinar o módulo de
elasticidade (E) das camadas do pavimento. Albernaz (1994) apresenta uma metodologia de
determinação por retroanálise de módulos de resiliência efetivos de pavimentos flexíveis e de
subleitos para fins de anteprojeto, análise estrutural e gerência de pavimentos. Essa
metodologia permite também a determinação das espessuras e dos números estruturais
efetivos de pavimentos, a partir das bacias de deformação obtidas pelo ensaio de viga
Benkelman.
F = ( 2 Mghk ) (2.5)
onde:
• F = força de pico;
• g = aceleração da gravidade;
• h = altura de queda;
19
varia de 25 a 30 milisegundos, correspondendo a uma roda com velocidade de 60 a 80 km/h.
As deflexões são obtidas geralmente através de geofones. Todo o sistema é ligado a um
computador que registra as deflexões, a distância percorrida e as temperaturas do pavimento e
do meio ambiente.
Santana & Gontijo (1987) definem pavimento de baixo custo como sendo
“aquele que utiliza ao máximo os materiais locais, visando um custo mínimo, segundo
especificações consagradas pela experiência regional em detrimento de especificações
ortodoxas.”
• Considerar o trânsito da rodovia do tipo leve a médio, com volume diário médio (VDM) da
ordem de 500 veículos e cerca de 30 a 40% de caminhões e ônibus.
20
Segundo Serra & Bernucci (1990), a utilização do solo arenoso fino laterítico
em bases e sub-bases de pavimentos submetidos a baixo e médio volume de tráfego tornou
possível a expansão da rede rodoviária de estradas vicinais e de vias urbanas periféricas
devido à redução dos custos de construção. No Estado de São Paulo, mais de 4.000 km de
estradas vicinais e 2.000.000 m2 de pavimentos urbanos já foram construídos com este tipo de
solo, seguindo uma tecnologia particular que abrange a classificação, escolha do material
local e processos construtivos adequados.
21
todos os lados por pintura betuminosa, os quais mostraram ótimo desempenho quando
comparados com base constituída essencialmente de pedra britada.
22
característica particular de endurecimento quando exposto ao ar. Por esta ser uma definição
restrita e pelo fato de existirem solos semelhantes em outras regiões tropicais que são
influenciados por diferentes fatores ligados ao meio ambiente, rocha de formação,
temperatura, precipitação e umidade, surge a necessidade de definições mais gerais para os
solos lateríticos. Conforme Melfi (1994), o que Buchanan chamou de laterita não era um
perfil completo de solo, mas sim somente um horizonte. Maignein em 1966, citado por Melfi
(1994), mostra a ambigüidade existente na utilização do termo laterita, sendo que geólogos,
engenheiros e pedólogos nem sempre definem o mesmo objeto.
23
haloisita e também outros solos com características de agregações de partículas finas
cimentadas por sesquióxidos de ferro e/ou alumínio. As micrografias apresentadas mostram
que os solos lateríticos estudados neste caso contêm alto grau de cimentação devido quase
que exclusivamente aos óxidos de ferro e de alumínio hidratados. Já Cardoso (1995a),
estudando solos lateríticos do Distrito Federal, observou uma microestrutura em que os solos
apresentaram níveis de cimentação por óxidos de ferro e alumínio bastante baixos.
Lima et al. (1986) apresentam uma avaliação dos métodos de ensaios para
determinação da distribuição granulométrica e limites de liquidez e plasticidade para os solos
lateríticos do Norte e Nordeste do Brasil. Algumas modificações foram introduzidas nos
ensaios, sendo que no método do peneiramento reduziu-se para 1.000 gramas a quantidade da
amostra a ser ensaiada e eliminou-se a secagem prévia em estufa após a lavagem e antes do
peneiramento. O limite de liquidez (wL) foi determinado usando o aparelho de Casagrande e
através do cone de penetração. Com os resultados obtidos observou-se que as adaptações
introduzidas para a determinação da distribuição granulométrica mostraram-se adequadas,
pois houve uma faixa estreita de variação. Quanto ao wL, os dois métodos de ensaio
apresentaram resultados satisfatórios, sendo que os valores encontrados pelo cone de
penetração tiveram melhor repetibilidade. Souza et al. (1984) mencionam a necessidade de
especificações especiais para o emprego adequado dos solos tropicais em pavimentação e
apresentam um resumo da especificação do DNER para a construção de bases granulares com
emprego de solos lateríticos.
24
Vasconcelos Costa & Lucena (1987) realizaram estudos de laboratório para
definir a influência do desvio de umidade na resistência dos solos lateríticos compactados,
após a saturação dos mesmos. Concluiu-se que desvios de umidades, em relação à ótima,
maiores que 0,5% do lado úmido ou 1,0% do lado seco podem modificar substancialmente os
valores de resistência, em termos de CBR, dos solos lateríticos ensaiados após quatro dias de
imersão.
25
2.6.3.1 - Mistura de argila laterítica com brita descontínua
O uso de bases de argila incorporadas com brita precedeu o uso do solo
arenoso fino laterítico, misturado ou não com brita descontínua. Essa mistura foi muito
utilizada na região da Grande São Paulo devido ao seu bom desempenho e facilidade de
construção.
Segundo Nogami & Villibor (1995) têm sido feitos estudos com elevada
quantidade de argila laterítica (ultrapassando até cerca de 50%) para justificar o interesse
econômico, apesar das especificações tradicionais aceitarem apenas porcentagens da ordem
de 15%. Tem-se utilizado muito a brita descontínua devido a sua facilidade de mistura. As
análises em laboratório vêm sendo realizadas através de ensaios de CBR, observando-se a
interferência da brita nas condições de compactação da argila. Além disso, a brita colocada
numa mistura rica em argila laterítica contribui para o desenvolvimento de trincas menos
abertas. Tem-se observado que em campo as sucessivas molhagens e secagens auxiliam para a
melhoria de desempenho.
26
A troca catiônica e a floculação processam-se rapidamente e produzem
alterações imediatas na resistência não curada. Quando a cal é adicionada a um solo uma
troca de cátions ocorre com o cálcio da cal substituindo os cátions trocáveis (K, Mg e H) na
superfície do argilomineral. Além disso, os cátions da cal tendem a agrupar na superfície do
argilomineral mudando a concentração eletrolítica em torno das partículas, provocando a
floculação e a aglomeração das partículas.
27
outros solos como argilas mais expansivas ou muito plásticas de gênese diferente. Costa et al.
(1986) apresentaram estudos de solos lateríticos de Estados do Norte e Nordeste estabilizados
com cal. Silveira (1986) analisou a influência da incorporação de até 6% de uma cal calcítica
na plasticidade de solos vermelhos tropicais. Já Amorim et al. (1996) analisaram a resistência
a compressão simples de solos tropicais vermelhos do Estado da Paraíba com a incorporação
de até 10% de cal. Observou-se que o excesso de cal aumenta consideravelmente o valor da
resistência à compressão simples e que o uso da área específica da fração fina é pouco
satisfatório para a previsão da atividade pozolânica dos solos.
28
et al. (1992) concluem que teores entre 2% e 4% de betume incorporados aos solos do
Nordeste geralmente apresentam melhores resultados para a resistência à compressão simples
e peso específico aparente seco máximo.
A maioria dos estudos de misturas foi realizada com solos arenosos. Neste
caso cria-se ligações nos contatos intergranulares, garantindo resistência mais efetiva do
material às solicitações externas. Nos solos finos os grãos de cimento comportam-se como
núcleos aos quais aderem pequenas partículas, formando regiões de material floculado devido
ao processo de cimentação (Lima et al.,1993b).
29
por molhagem e secagem de solos lateríticos estabilizados com vários teores de cimento.
Observaram que o ensaio de durabilidade por molhagem e secagem parece ser mais adequado
para definir o teor de cimento e mais econômico para ser usado na estabilização de solos
lateríticos, quando comparado com o da resistência à compressão simples aos sete dias de
cura.
30
argiloso do tipo A-7-6, visando seu emprego em obras de pavimentação no Estado do Espírito
Santo. A escória analisada corresponde a um agregado siderúrgico de alta produção que
ocupa grandes áreas de estocagem de usinas. Pode ser usada nas diversas camadas do
pavimento: reforço do subleito, base e no revestimento betuminoso em substituição aos
agregados pétreos. Verificou-se que o material atende às especificações granulométricas,
possui elevado valor de CBR, baixo Los Angeles, boa adesividade para emulsões e cimento
asfáltico de petróleo (CAP).
31
solos e a curva de capacidade de suporte cresce com o aumento da porcentagem de entulho na
mistura.
32
utilização do geotêxtil como retardador da propagação de fissuras em recapeamentos
asfálticos.
33
CAPÍTULO 3
34
duas faixas de rolamento de 3,5 m de largura e acostamento de 1,5 m de cada lado. Pretende-
se, a partir da construção do trecho e desses resultados iniciais, dar continuidade ao projeto de
pesquisa verificando-se o comportamento das bases em função de N e do tipo de material
utilizado.
35
Figura 3.2 - Localização do trecho experimental na rodovia DF-205 Oeste
3.1 - MATERIAIS
36
Figura 3.3 - Caixa de empréstimo de solo fino
Segundo Castro & Vaine (1977), a condição mínima para uma cal dolomítica
ou calcítica ser usada em estabilizações de materiais rodoviários é que a soma dos teores de
óxido de cálcio (CaO) e óxido de magnésio (MgO) seja maior do que 70%. Neste caso esta
condição é verificada e pelo fato da cal utilizada ser do tipo cálcica tem-se que esta produz
menor resistência do que a outra, mas apresenta variações menores entre si. São também mais
finas, necessitam de maior teor de água para a densificação apropriada e possuem peso
específico menor. Lilli (1977) afirma, baseando-se em casos práticos, que a cal do tipo cálcica
37
mostra maiores benefícios quando a quantidade adicionada ao solo é pequena (1 a 3%), como
é o caso desta pesquisa (2%).
38
Porosidade (%) 93 93 93
Retenção de asfalto (l/m2) 2,0 2,0 2,0
39
pedra e brita de menor graduação (1,2 a 9,5 mm) com 20% do solo fino local. A mistura foi
executada na jazida de solo fino e em seguida transportada para a pista.
40
3.2 - MÉTODOS
• Estaca 149-153 (80 m): base de solo fino sobre subleito em aterro;
• Estaca 153-157 (80 m): base de solo-cal sobre subleito em aterro, sendo que a mistura foi
executada na própria caixa de empréstimo de solo fino;
• Estaca 157-159 (40 m): base de solo fino com geotêxtil entre a base e o revestimento sobre
subleito em corte;
• Estaca 159-161 (40 m): base de solo fino com geotêxtil entre o subleito e a base sobre
subleito em corte;
• Estaca 161-163 (40 m): base de solo fino envelopada com geotêxtil sobre subleito em
corte, conforme a Figura 3.6.
4a Revestimento
i3a i ã 2a camada de geotêxtil
i i ã
Base de solo fino 20 cm
2a
1a camada de geotêxtil
ia i ã
1
Subleito
i i ã
41
Figura 3.6 - Seção transversal da base com solo fino envelopada
42
Figura 3.8 - Espalhamento do expurgo na pista
Na base de solo cal esperou-se o tempo de cura de sete dias depois da base
compactada, evitando-se a passagem de veículos pesados. A mistura do solo cal foi realizada
previamente na jazida de solo fino (Figura 3.10).
43
Figura 3.9 - Trincamento da base de solo fino
44
3.2.5 - Bases de Solo Fino com Geotêxtil
Nos subtrechos onde existe geotêxtil entre o subleito e a base (Estacas 159 a
163), o subleito foi imprimado com CM-30 a uma temperatura de 65o C numa taxa de 0,9
l/m2. A abertura do geotêxtil na pista foi feita de forma manual em três faixas longitudinais
com bobinas de 4,30 m de cada tipo de material. Observou-se a sobreposição de
aproximadamente 15 cm entre as faixas e as sobras de 50 cm nas laterais da pista, para a
posterior dobra no subtrecho envelopado. Depois das mantas totalmente abertas e sem rugas
executou-se a segunda imprimação com CM-30 a uma temperatura de 40o C e taxa de 1,2
l/m2. A utilização dessa taxa de CM-30 impossibilitou a compactação do geotêxtil tanto com
rolo liso como com rolo pneumático. Após a cura (24 horas), executou-se o espalhamento do
solo fino e posterior compactação. A Figura 3.11 ilustra a colocação do geotêxtil sobre o
subleito, sendo que os três tipos foram aplicados da direita para a esquerda na seguinte ordem:
OP-20, XT-4 e GR-06.
45
Depois de compactada a base de solo fino e executados os ensaios de campo,
realizou-se a imprimação de todas as bases do trecho experimental com CM-30 e esperou-se a
cura de 72 h. A Figura 3.12 mostra as bases compactadas antes da imprimação.
46
Nos subtrechos que receberam o geotêxtil entre a base e o revestimento
(Estacas 157 a 159 e Estacas 161 a 163) aplicou-se a emulsão RR-2C numa taxa de 0,5 l/m2
para promover a ligação entre a manta e a base imprimada. O geotêxtil foi colocado em três
faixas com sobreposição de 15 cm e compactado através do rolo liso CA-15. Nas Estacas 157
a 159 os rolos de geotêxtil foram aplicados da direita para a esquerda, na seguinte ordem:
OP-20, GR-06 e XT-4. Nas Estacas 161 a 163 aplicou-se, da direita para a esquerda, o OP-20,
o XT-4 e o GR-06 observando-se as sobras nas laterais para concluir o envelopamento com a
camada de geotêxtil, que já havia sido colocada entre o subleito e a base. A colocação do
geotêxtil sobre a base é mostrada na Figura 3.13 e a Figura 3.14 mostra o detalhe das dobras
laterais no subtrecho envelopado (Estacas 161 a 163).
47
XT-4 GR-06 OP-20
20 cm
Base de solo fino
Subleito
48
(a)
(b)
(c)
GR-06 XT-4 OP-20
Base de solo fino 20 cm
GR-06
Figura 3.15 - Seção transversal geral dosXT-4
subtrechosOP-20
com geotêxtil: (a) Estaca 157 a 159
(geotêxtil entre base e revestimento); (b)Subleito
Estaca 159 a 161(geotêxtil entre subleito e base);
(c) Estaca 161 a 163 (base envelopada)
49
CAPÍTULO 4
4.1.1 - Caracterização
Os resultados obtidos são apresentados nas Tabelas 4.1 e 4.2 para o subleito e
para a base respectivamente. No caso do subleito os ensaios foram realizados segundo
metodologia do DER-DF que fixa a coleta de amostras a cada dez estacas, ou seja, a cada 200
metros em locais de regularização, corte e aterro.
51
Os resultados apresentados na Tabela 4.1 mostram que o trecho de corte
(Estaca 127) atingiu o solo saprolítico denominado na classificação expedita de silte amarelo
e que, segundo a classificação da “American Association of State Highway Officials”
(AASHO), foi o único a se enquadrar no subgrupo A-7-6. Os demais se enquadraram no
subgrupo A-7-5.
52
100
E s ta c a 1 1 7 - S u b le ito
E s ta c a 1 2 7 - S u b le ito 90
E s ta c a 1 3 7 - S u b le ito
E s ta c a 1 4 7 - S u b le ito 80
E s ta c a 1 5 7 - S u b le ito
E s ta c a 1 6 7 - S u b le ito 70
S o lo B r ita ( 4 :1 )
S o lo C a l ( 2 % ) 60
% que passa
E x p u rg o
S o lo F in o 50
F a ix a D
F a ix a B 40
30
20
10
0
0 ,0 0 1 0 ,0 1 0 ,1 1 10 100
D iâ m e tr o d o s g r ã o s ( m m )
Figura 4.1 - Curvas granulométricas dos materiais obtidas através de ensaio sem
sedimentação
Observa-se que o solo do subleito e o solo fino utilizado como base possuem
características semelhantes, sendo que o último possui maior teor de finos e maior
plasticidade. Com a incorporação de cal ao solo fino obteve-se redução na plasticidade do
solo, sem que esta fosse, no entanto, inferior às plasticidades obtidas para o solo do subleito.
O expurgo e o solo-brita constituem materiais mais granulares. Pela forma da curva
granulométrica observa-se que o solo-brita é melhor graduado que o expurgo e se enquadra na
faixa D, definida pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), enquanto o
expurgo se enquadra melhor na faixa B (Figura 4.1).
55
50
45
40
wL, wP e IP (%)
35
30
25
20
15
wL
10
wP
5
IP
0
115 120 125 130 135 140 145 150 155 160 165 170
E stac as
53
Figura 4.2 - Comportamento do subleito quanto à plasticidade
96
94
% que passa na #200
92
90
88
86
84
82
80
115 120 125 130 135 140 145 150 155 160 165 170
Estacas
• Amostra 2: solo fino compactado na energia Proctor normal e umidade ótima, sem
defloculante;
• Amostra 3: solo fino compactado na energia Proctor normal e umidade ótima menos 2%,
sem defloculante;
• Amostra 4: solo fino compactado na energia Proctor normal e umidade ótima mais 2%,
sem defloculante;
54
• Amostra 5A: solo fino compactado na energia Proctor intermediário e umidade ótima, sem
defloculante;
• Amostra 5B: solo fino compactado na energia Proctor intermediário e umidade ótima, com
defloculante;
• Amostra 6A: solo fino compactado na energia Proctor intermediário e umidade ótima
menos 2%, sem defloculante;
• Amostra 6B: solo fino compactado na energia Proctor intermediário e umidade ótima
menos 2%, com defloculante;
• Amostra 7A: solo fino compactado na energia Proctor intermediário e umidade ótima mais
2%, sem defloculante;
• Amostra 7B: solo fino compactado na energia Proctor intermediário e umidade ótima mais
2%, com defloculante;
• Amostra 8: solo fino compactado na energia Proctor modificado e umidade ótima, sem
defloculante;
• Amostra 9: solo fino compactado na energia Proctor modificado e umidade ótima menos
2%, sem defloculante;
• Amostra 10: solo fino compactado na energia Proctor modificado e umidade ótima mais
2%, sem defloculante;
As curvas granulométricas obtidas através dos ensaio são mostradas nas Figura
4.4 a 4.10, onde os valores colocados na legenda entre parênteses correspondem às umidades
de compactação das amostras.
55
100
90
80
70
% que passa
60
50
40
30
20
10
0
0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro dos grãos (mm)
Amostra 1A (2,5%) Amostra 1B (2,5%)
Amostra 11A (2,3%) Amostra 11B (2,3%)
100
90
80
70
% que passa
60
50
40
30
20
10
0
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos grãos (mm)
Amostra 2 (25,6%) Amostra 3 (21,7%)
Amostra 4 (27,6%) Amostra 1B (2,5%)
Figura 4.5 - Curvas granulométricas do solo fino compactado na energia Proctor normal
56
100
90
80
70
% que passa
60
50
40
30
20
10
0
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos grãos (mm)
Amostra 5A (25,3%) Amostra 5B (25,5%)
Amostra 6A (23,2%) Amostra 6B (23,4%)
Amostra 7A (26,8%) Amostra 7B (27,0%)
Amostra 1A (2,5%) Amostra 1B (2,5%)
Figura 4.6 - Curvas granulométricas do solo fino compactado na energia Proctor
intermediário
100
90
80
70
% que passa
60
50
40
30
20
10
0
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos grãos (mm)
Amostra 8 (22,3%) Amostra 9 (19,9%)
Amostra 10 (24,4%) Amostra 1B (2,5%)
Figura 4.7 - Curvas granulométricas do solo fino compactado na energia Proctor modificado
57
100
90
80
% que passa
70
60
50
40
30
20
10
0
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos grãos (mm)
Amostra 2 (25,6%) Amostra 5A (25,3%)
Amostra 5B (25,5%) Amostra 8 (22,3%)
Amostra 1B (2,5%)
Figura 4.8 - Curvas granulométricas do solo fino compactado na umidade ótima em diferentes
energias
100
90
80
70 % que passa
60
50
40
30
20
10
0
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos grãos (mm)
Amostra 3 (21,7%) Amostra 6A (23,2%)
Amostra 6B (23,4%) Amostra 9 (19,9%)
Amostra 1B (2,5%)
Figura 4.9 - Curvas granulométricas do solo fino compactado na umidade ótima menos 2%
em diferentes energias
58
100
90
80
% que passa
70
60
50
40
30
20
10
0
0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos grãos (mm)
Amostra 4 (27,6%) Amostra 7A (26,8%)
Amostra 7B (27,0%) Amostra 10 (24,4%)
Amostra 1B (2,5%)
Figura 4.10 - Curvas granulométricas do solo fino compactado na umidade ótima mais 2% em
diferentes energias
• Este fato é confirmado quando são comparadas na Figura 4.6 as curvas das amostras
compactadas na energia Proctor intermediário com e sem defloculante (Amostra 5A x
Amostra 5B, Amostra 6A x Amostra 6B, Amostra 7A x Amostra 7B);
• Ao comparar a curva granulométrica do solo fino obtida sem o uso de defloculante (Figura
4.4) com as do solo fino compactado e ensaiado na mesma condição (Figuras 4.5 a 4.7),
observa-se que o processo de compactação gera agregados estáveis em presença de água;
• Quando se compara as curvas do solo fino natural (Amostra 1A) com as do solo fino
compactado com o uso de defloculante (Amostras 5B, 6B e 7B), observa-se que o solo
59
compactado apresenta menor teor de finos indicando assim que os agregados gerados pela
compactação não são, em sua totalidade, desfeitos pelo uso do defloculante;
• Entre as umidades ótima e ótima menos 2% praticamente não se registra diferenças entre
as curvas granulométricas. No ramo úmido (umidade ótima mais 2%) a compactação
quebra parte das agregações existentes nas frações silte e areia gerando um material mais
fino (Figuras 4.5 a 4.7);
• Nas Figuras 4.8 a 4.10 observa-se que o solo fino compactado na energia Proctor
modificado apresenta uma pequena tendência à maior desestruturação;
• De uma forma geral, verifica-se que o aumento da umidade influencia mais no processo de
desestruturação do solo fino do que o aumento da energia de compactação;
60
algumas variações nas características de compactação e no comportamento dos solos podem
ser observadas para o subleito através da Tabela 4.3 e das Figuras 4.11 e 4.12. É importante
destacar que o solo da Estaca 127 que apresenta menor CBR e maior expansão foi
classificado como pertencente ao subgrupo A-7-6, enquanto os demais foram classificadas no
subgrupo A-7-5. Observa-se também que todas as estacas apresentaram expansão inferior a
2% obedecendo o critério de Souza (1979) para subleito.
18,0
17,0
16,0
γd (kN/m )
3
15,0
14,0
13,0
12,0
12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0
w (%)
Estaca 117- Regularização Estaca 127 - Corte
Estaca 137 - Aterro Estaca 147 - Aterro
Estaca 157- Corte Estaca 167 - Regularização
Curva de saturação
Figura 4.111 - Curvas de compactação do subleito
61
16,0
14,0
12,0
10,0
CBR (%)
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0
w (%)
Para a inclinação do ramo seco observa-se que os resultados não são bons, mas
existe uma certa tendência de que com o aumento da inclinação do ramo seco ocorra aumento
no valor de CBR máximo (Equação 4.1 e Figura 4.13). Quando despreza-se do cálculo da
linha de tendência os dois pontos mais extremos do subleito que não apresentam
62
comportamento semelhante aos demais, obtém-se uma melhor correlação (Equação 4.2 e
Figura 4.14).
CBRmax = 35,63iSECO1, 43
(4.2)
R 2 = 0,97
onde:
• R2 = coeficiente de correlação.
20
18
16
14
CBRmax (%)
12
10
8
6
4
2
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
Inclinação do ramo seco (kN/m3/%)
Figura 4.113 - Correlação entre CBR max e inclinação do ramo seco considerando os sete
pontos
63
20
18
16
14
CBR max (%)
12
10
8
6
4
2
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
Inclinação do ramo seco (kN/m3/%)
Figura 4.114 - Correlação entre CBR max e inclinação do ramo seco considerando apenas
cinco pontos
onde:
64
18
16
14
CBRmax (%) 12
10
8
6
4
2
0
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35
Inclinação do ramo úmido (kN/m3/%)
Figura 4.115 - Correlação entre CBR max e inclinação do ramo úmido considerando os sete
pontos
18
16
14
CBRmax (%)
12
10
8
6
4
2
0
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35
Inclinação do ramo úmido (kN/m 3 /%)
Figura 4.116 - Correlação entre CBR max e inclinação do ramo úmido considerando seis
pontos
65
material apresentou valor de CBR maior que 40, sendo aceito pelo critério de Baptista (1979).
Geralmente, as bases tradicionais no DER-DF são compactadas na energia intermediária.
Portanto, optou-se por compactar a base de solo fino também na energia intermediária,
obtendo-se assim uma base com capacidade de suporte maior que a do subleito.
Tabela 4.4 - Resultados do ensaio de compactação do solo fino nas três energias
Propriedades Normal Intermediária Modificada
γd max (kN/m3) 15,2 16,0 16,7
wot (%) 24,0 23,7 21,4
CBR (%) 17,0 23,0 43,0
Expansão (%) 0,24 0,00 0,35
wCBR max (%) 23,9 22,5 20,7
CBR max (%) 17,1 25,0 45,0
Inclinação do ramo seco 0,62 0,76 0,63
(kN/m3/%)
Inclinação do ramo úmido 0,08 0,38 0,61
(kN/m3/%)
18,0
17,0
16,0
γ d (kN/m )
3
15,0
14,0
13,0
12,0
11,0
14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0
w (%)
66
50,0
45,0
40,0
35,0
30,0
CBR (%)
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0
w (%)
Figura 4.118 - Curvas de CBR do solo fino para diferentes energias de compactação
onde:
67
50
45
40
35
CBRmax (%)
30
25
20
15
10
5
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
Inclinação do ramo úmido (kN/m3/%)
Figura 4.119 - Correlação entre o CBR máximo e a inclinação do ramo úmido para diferentes
energias de compactação
Pode-se afirmar ainda que, apesar do número limitado de ensaios, para este
solo, o CBR correspondente à umidade ótima depende do peso específico aparente seco e da
umidade de compactação conforme o esperado. As Figuras 4.20 e 4.21 ilustram esse
comportamento.
68
45
40
35
30
CBR (%)
25
20
15
10
5
0
15,0 15,2 15,4 15,6 15,8 16,0 16,2 16,4 16,6 16,8
3
γd máx (kN/m )
Normal Intermediária Modificada
Figura 4.20 - Curva CBR x peso específico aparente seco máximo (solo fino)
45
40
35
CBR (%)
30
25
20
15
10
21,0 21,5 22,0 22,5 23,0 23,5 24,0 24,5
wot (%)
Normal Intermediária Modificada
69
Em geral a adição da cal provoca redução no peso específico aparente seco
máximo, aumento no teor de umidade ótima e melhoria na capacidade de suporte (Pinto et al.,
1978). A Tabela 4.5 e Figura 4.22 mostram que, para o solo estudado, as tendências quanto às
variações de peso específico e teor de umidade não se confirmam, devendo-se ressaltar o
tempo de cura considerado consistiu apenas na imersão do molde em água por um período de
quatro dias para a realização do ensaio de CBR e expansão. Já o CBR apresentou um aumento
significativo e crescente com a incorporação de 1 e 2% de cal, atingindo posteriormente
valores aproximadamente constantes (Figura 4.23).
Tabela 4.5 - Resultados obtidos para a mistura solo-cal (Energia Proctor Intermediário)
Propriedades 0% 1% 2% 3,5 % 5%
γd max (kN/m3) 16,2 15,6 16,2 15,9 15,6
wot (%) 23,4 24,7 23,2 23,7 23,8
CBR (%) 22,0 58,0 90,0 82,0 88,0
Expansão (%) 0,00 0,00 0,06 0,00 0,00
wCBR max (%) 22,2 23,4 22,5 23,1 23,1
CBR max (%) 25,0 70,0 93,0 93,0 94,0
Inclinação do ramo seco 0,73 0,76 0,53 0,33 0,26
(kN/m3/%)
Inclinação do ramo úmido 0,39 0,25 0,31 0,19 0,26
(kN/m3/%)
18,0
17,0
16,0
γ d (kN/m )
3
15,0
14,0
13,0
12,0
15,0 17,0 19,0 21,0 23,0 25,0 27,0 29,0 31,0
w (%)
Figura 4.22 - Curvas de compactação na energia intermediária para diferentes teores de cal
70
100,0
90,0
80,0
70,0
60,0
CBR (%)
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0 32,0
w (%)
0% 1% 2% 3,5% 5%
71
16,2
16,1
16,0
γd máx (kN/m )
15,9
3
15,8
15,7
15,6
15,5
15,4
15,3
0,0 1,0 2,0 3,5 5,0
Teor de cal (%)
Figura 4.24 - Comportamento do peso específico aparente seco máximo para os diferentes
teores de cal
24,8
24,6
24,4
24,2
24,0
w ot (%)
23,8
23,6
23,4
23,2
23,0
22,8
22,6
0,0 1,0 2,0 3,5 5,0
Teor de cal (%)
90
80
70
60
CBR (%)
50
40
30
20
10
0
0,0 1,0 2,0 3,5 5,0
Teor de cal (%)
72
0,8
0,7
(kN/m3/%)
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0,0 1,0 2,0 3,5 5,0
Teor de cal (%)
Figura 4.27 - Variação da inclinação do ramo seco para os diferentes teores de cal
0,4
0,4
Inclinação do ramo úmido
0,3
(kN/m3/%)
0,3
0,2
0,2
0,1
0,1
0,0
0,0 1,0 2,0 3,5 5,0
Teor de cal (%)
Figura 4.28 - Variação da inclinação do ramo úmido para os diferentes teores de cal
73
realização desses ensaios. Logo, esta variação observada está dentro da repetibilidade da
jazida.
Pelas Figuras 4.29 a 4.31 conclui-se que neste solo, devido à coincidência dos
ramos úmidos dos dois materiais no estado natural e inundado, a contribuição da sucção é
desprezível a partir da umidade ótima. Observa-se também que as agregações eventualmente
formadas pela ação da cal durante a homogeneização podem, no ramo úmido, ser destruídas
pelo processo de compactação conforme já visto na análise granulométrica realizada para o
solo não estabilizado compactado. Tal fato estaria conduzindo os solos natural e estabilizado
à mesma curva CBR x γd (Figura 4.31) no ramo úmido. As inclinações médias dos ramos
secos e as umidades ótimas do solo com e sem cal são muito próximas. Isto indica que a cal
não está gerando a agregação do solo.
Para o solo fino natural o ensaio realizado com imersão apresenta no ramo
seco redução no valor de CBR em relação ao ensaio sem imersão. Já no caso do solo fino com
incorporação de 2% de cal verifica-se o contrário. No primeiro caso a sucção pode ser
responsável pelo maior valor de CBR obtido sem imersão. No segundo, as reações químicas
e/ou trocas catiônicas e/ou floculação geram maior ganho que o originado pela sucção.
Recomenda-se, no entanto, a realização de ensaios de sucção em amostras com e sem adição
de cal.
74
16,0
15,6
15,2
γd (kN/m )
3
14,8
14,4
14,0
13,6
13,2
12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0 32,0
w (%)
Solo fino com imersão Solo fino sem imersão
Solo cal com imersão Solo cal sem imersão
Figura 4.29 - Curvas de compactação para comparação entre o solo fino e o solo com 2% de
cal
120,0
100,0
80,0
CBR (%)
60,0
40,0
20,0
0,0
12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0 32,0
w (%)
Solo fino com imersão Solo fino sem imersão
Solo cal com imersão Solo cal sem imersão
Figura 4.30- Curvas de CBR para comparação entre o solo fino e o solo com 2% de cal
75
1 2 0 ,0
1 0 0 ,0
8 0 ,0
CBR (%)
6 0 ,0
4 0 ,0
2 0 ,0
0 ,0
1 3 ,2 1 3 ,6 1 4 ,0 1 4 ,4 1 4 ,8 1 5 ,2 1 5 ,6 1 6 ,0
3
γ d (k N /m )
S o lo fin o c o m im e rsã o S o lo fin o sem im e rsã o
S o lo c a l co m im ersão S o lo c a l se m im e rsão
Figura 4.31 - CBR x peso específico aparente seco para o solo fino e o solo com 2% de cal
76
22,0
21,5
21,0
γ d (kN/m )
3
20,5
20,0
19,5
19,0
2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0
w (%)
90,0
80,0
70,0
60,0
CBR (%)
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0
w (%)
Solo Brita (4:1) Expurgo
77
0,60
0,55
0,50
0,45
0,40
e
0,35
0,30
0,25
0,20
2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0
w (%)
Solo-Brita (4:1) Expurgo
78
determinado em função de d’ e PI, indica se o solo tem comportamento laterítico ou não.
Geralmente, se e’ é menor que 1,15 o solo pode ser considerado de comportamento laterítico.
Seqüência 1 (29,1%)
12 Seqüência 2 (27,2%)
Seqüência 3 (24,9%)
10
Seqüência 4 (23,0%)
8 Seqüência 5 (20,0%)
dL (mm)
0
1 10 100
NMCT (golpes)
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Mini-MCV
79
3
Massa Específica Seca (kg/m ) 1800 2 golpes
1700 3 golpes
1600 4 golpes
1500 6 golpes
1400 8 golpes
12 golpes
1300
16 golpes
1200
32 golpes
1100
64 golpes
1000
128 golpes
19,0 20,0 21,0 22,0 23,0 24,0 25,0 26,0 27,0 28,0 29,0 30,0
Umidade (%)
140,0
120,0
100,0
P.I. (%)
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0 17,0
Mini-MCV
80
Para melhor entender o comportamento dos solos tropicais da região busca-se
também neste trabalho correlacionar outras propriedades destes solos e situar o solo fino
utilizado na base em relação a eles. Para tanto utilizou-se os resultados do solo fino aplicado
no trecho experimental (jazida 1), os dos 16 solos apresentados por Curado et al. (1998)
(jazidas 2 a 17) e 16 amostras estudadas por Paranhos (1998) (jazidas 18 a 33). As Tabelas
4.9 e 4.10 mostram as características destes solos e a Figura 4.38 apresenta a classificação
MCT. Ressalta-se que para o caso dos solos das jazidas 18 a 33 não se tem resultados
referentes às porcentagens que passam em todas as peneiras, ensaio de compactação, CBR e
mini-CBR.
Observa-se na Figura 4.38 que o solo fino utilizado na camada de base é aqui
classificado como LG’ na fronteira com LA’. É importante destacar que a grande maioria dos
solos estudados por Paranhos (1998) se classifica como LA enquanto os estudados por
Curado (1998) são predominantemente LG’. Logo, os solos finos superficiais do Distrito
Federal até aqui estudados são ,na quase totalidade, lateríticos com textura variando de
arenosa a argilosa.
NS’ Jazida 1
NA
2
NG’ Jazidas 2 - 17
(Curado et al.,1998)
NA’ Jazidas 18 -33
(Paranhos,1998)
1,5
Índice e'
LA’ LG’
1 LA
0,5
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Coeficiente c'
81
Tabela 4.9 - Caracterização dos solos analisados (Curado, 1998; Paranhos, 1998)
Jazida % passando Propriedades Classificação
No Local 3/4" 3/8" no no no no wL IP IG AASHO Unifi
4 10 40 200 (%) (%) cada
1 DF-205 - - 100,0 99,4 97,9 96,3 57 19 15 A-7-5 MH
(Oeste)
2 DF-001 - - 100,0 99,7 97,5 89,9 46 12 10 A-7-5 ML
3 DF-405 - - 100,0 98,8 93,2 85,3 50 14 11 A-7-5 ML
4 DF-130 - - 100,0 99,6 98,4 90,9 54 17 13 A-7-5 MH
5 DF-260 - - 100,0 95,4 88,9 83,4 48 11 10 A-7-5 ML
6 DF-205 - - 100,0 98,9 92,9 74,1 44 10 9 A-5 ML
7 BR-070 - - 100,0 97,9 95,8 91,7 43 10 9 A-5 ML
8 DF-290 - - 100,0 98,9 95,4 71,1 43 9 8 A-5 ML
9 DF-001 - - 100,0 98,1 95,6 89,5 46 10 9 A-5 ML
10 DF-345 - - - 100,0 96,7 41,1 NP NP 0 A-4 -
11 DF-001 - - 100,0 99,7 97,3 88,7 46 15 11 A-7-5 ML
12 DF-445 - - 100,0 99,3 97,6 82,9 50 14 11 A-7-5 ML
13 DF-430 - - 100,0 98,4 91,8 76,7 47 11 10 A-7-5 ML
14 DF-100 100,0 99,9 98,5 90,7 83,4 76,2 52 17 13 A-7-5 MH
15 DF-100 - - 100,0 97,9 95,2 92,6 49 13 12 A-7-5 ML
16 DF-100 - - 100,0 98,1 95,1 91,1 52 13 11 A-7-5 MH
17 DF-330 - - 100,0 98,8 97,2 90,1 51 14 12 A-7-5 MH
18 P05-1m - - - - - 75,0 45 16 13 A-7-6 ML
19 P05-5m - - - - - 62,0 49 17 10 A-7-5 ML
20 P06-1m - - - - - 82,0 49 18 17 A-7-5 ML
21 P07-1m - - - - - 67,0 36 10 6 A-4 ML
22 P07-5m - - - - - 19,0 18 - 0 A-3 -
23 P08-1m - - - - - 72,0 47 12 10 A-7-5 ML
24 P08-5m - - - - - 90,0 65 21 26 A-7-5 MH
25 P08-9m - - - - - 91,0 63 19 24 A-7-5 MH
26 P09-1m - - - - - 85,0 48 11 13 A-7-5 ML
27 P09-5m - - - - - 68,0 59 19 15 A-7-5 MH
28 P10-1m - - - - - 65,0 40 14 8 A-7-6 ML
29 P10-3m - - - - - 73,0 35 13 8 A-7-5 CL
30 P10-5m - - - - - 77,0 35 16 11 A-7-6 CL
31 P11-1m - - - - - 86,0 43 13 13 A-7-5 ML
32 P11-3m - - - - - 75,0 47 14 12 A-7-5 ML
33 P11-5m - - - - - 60,0 44 13 7 A-7-5 ML
82
Tabela 4.10 - Compactação e metodologia MCT dos solos analisados (Curado, 1998;
Paranhos, 1998)
Jazida γdmáx wot CBR Expansão c’ d’ PI e’ Mini- Grupo
no (kN/m3) (%) (%) (%) (%) CBR MCT
1 15,2 24,0 17,0 0,2 1,51 35 46 1,01 - LG’
2 14,0 28,3 13,3 0,0 1,80 35 3 0,85 10,9 LG’
3 13,3 31,2 9,1 0,0 1,99 69 13 0,75 10,1 LG’
4 13,4 30,6 10,7 0,0 1,83 55 29 0,87 9,3 LG’
5 14,5 28,0 10,9 0,0 1,56 35 32 0,96 9,2 LG’
6 14,1 25,1 13,4 0,1 1,51 21 17 1,03 9,5 LG’
7 14,1 29,0 13,4 0,0 1,89 11 10 1,24 - NG’
8 14,3 27,7 11,8 0,1 1,80 84 29 0,81 11,1 LG’
9 14,4 28,9 19,4 0,0 1,65 89 6 0,66 20,7 LG’
10 18,2 13,4 14,5 0,0 0,86 22 103 1,24 - NA’
11 14,0 30,4 5,4 0,0 1,54 39 13 0,86 6,0 LG’
12 13,7 30,1 13,6 0,2 1,48 6 0 1,50 - NS’
13 14,3 29,8 11,0 0,0 1,66 54 0 0,72 7,7 LG’
14 15,3 25,8 13,1 0,1 1,28 51 27 0,87 10,4 LA’
15 14,3 29,0 11,7 0,0 1,74 20 0 1,00 8,2 LG’
16 14,6 28,1 8,9 0,0 1,69 92 7 0,66 8,5 LG’
17 13,1 29,2 10,3 0,0 1,60 66 19 0,79 8,5 LG’
18 - - - - 0,23 39 93 0,48 - LA
19 - - - - 0,27 27 90 0,56 - LA
20 - - - - 0,11 09 80 1,04 - NA
21 - - - - 0,32 13 120 0,69 - LA/NA
22 - - - - 1,25 09 150 1,24 - NS’
23 - - - - 0,45 08 50 1,05 - NA
24 - - - - 0,42 16 100 0,76 - LA
25 - - - - 0,40 74 78 0,35 - LA
26 - - - - 0,43 37 122 0,59 - LA
27 - - - - 1,98 10 90 0,97 - NS’
28 - - - - 0,65 12 105 0,92 - NA’
29 - - - - 0,91 05 274 2,20 - NS’
30 - - - - 0,88 03 315 3,47 - NS’
31 - - - - 0,44 14 100 0,81 - LA
32 - - - - 0,20 34 70 0,43 - LA
33 - - - - 0,34 44 108 0,51 - LA
83
As correlações realizadas entre as propriedades índices tradicionais e os
coeficientes encontrados na metodologia MCT podem ajudar a entender melhor o
comportamento dos solos lateríticos. Além disso, quando estas correlações são consideradas
simples, é possível prever algumas propriedades do solo sem que seja necessário executar
ensaios específicos mais complicados ou de maior custo.
70
60
50
wL (%)
40
30
20
10
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2
Coeficiente c'
LG' (Jazida 1) LG' (Curado et al.,1998) LA' (Curado et al.,1998)
NG' (Curado et al.,1998) NS' (Curado et al.,1998) LA (Paranhos,1998)
NA (Paranhos,1998) NA' (Paranhos,1998) NS' (Paranhos,1998)
NG' (Paranhos,1998)
84
Tem-se buscado ainda, relacionar c’ com o tamanho dos grãos. Nogami et al.
(1989) observam que um c’ elevado (maior que 1,5) caracteriza os solos argilosos e que c’
baixo (menor que 1,0) corresponde às areias e siltes não plásticos. Já para valores de c’
compreendidos entre 1,0 e 1,5 tem-se solos com uma grande variedade granulométrica como
as areias siltosas, areias argilosas, argilas arenosas, argilas siltosas e outros. Quando se
compara c’ com a porcentagem de finos passando na peneira 200 (0,075 mm) observa-se uma
grande dispersão no caso dos solos tropicais tanto de São Paulo como do Distrito Federal
(Figura 4.40). Tal fato pode ser explicado pela interferência da granulometria, forma dos
grãos e mineralogia nos valores de c’. No entanto, é importante observar que, apesar dos solos
estudados por Paranhos (1998) e Curado (1998) apresentarem teores semelhantes da fração
que passa na peneira de malha no 200, a classificação dos dois quanto à natureza da textura,
arenosa e argilosa respectivamente, é coincidente nos dois casos (Figura 4.38 e 4.40).
100
90
80
% passando na #200
70
60
50
40
30
20
10
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5
Coeficiente c'
Mistura 1 (Nogami et al.,1989) Mistura 2 (Nogami et al.,1989)
Mistura 3 (Nogami et al.,1989) São Paulo (Nogami et al.,1989)
Distrito Federal (Jazida 1) Distrito Federal (Curado et al., 1998)
Distrito Federal (Paranhos,1998)
Figura 4.40 - Correlação entre o coeficiente c’ e a porcentagem que passa na peneira no 200
85
A literatura mostra que o coeficiente d’ relaciona-se diretamente com o peso
específico seco máximo (γdmax). Este fato pode ser visualizado na Figura 4.41 para os solos
dos Estados de Ohio (Road Research Laboratory, 1952) e Nova Iorque (Peak, 1976). Já para
os solos tropicais esta relação não é verificada. Na mesma figura, observa-se que tanto para os
solos do Estado de São Paulo (Nogami et al., 1989) como para os do Distrito Federal não é
possível obter um comportamento homogêneo. Cabe destacar que os três solos de
comportamento não laterítico estudados para o Distrito Federal se aproximam dos resultados
obtidos para Ohio e Nova Iorque. Além disso, conforme já observado, as argilas lateríticas
apresentam valores de d’ superiores a 20. Este valor está relacionado com as particularidades
de agregação desse solo e ao elevado teor de óxido de ferro e alumínio que ele apresenta.
(Nogami et al.,1989)
18
3
15
14
13
1 10 100
Coeficiente d'
Figura 4.41 - Correlação entre o coeficiente d’ e o peso específico aparente seco máximo
A perda de massa por imersão (PI) pode ser relacionada com muitas
propriedades. Para a classificação MCT o valor de PI considerado corresponde a uma
determinada condição que varia se o solo tem baixa ou elevada massa específica. Em vários
trabalhos tem-se observado que o valor de PI diminui com o aumento da massa específica
seca em solos lateríticos. Para os solos lateríticos do Distrito Federal este fato não pode ser
86
visualizado (Figura 4.42). Já para os solos não lateríticos, mesmo com número limitado de
pontos, observa-se que com o aumento de PI tem-se o aumento da massa específica seca. Este
fato não corresponde aos resultados esperados, sendo necessário um número maior de ensaios
e solos estudados para que se conclua sobre o assunto para os solos regionais.
20,0
L aterítico (C urado et
al.,1998)
19,0 N ão L aterítico (C urado et
al.,1998)
18,0
y = 0,0016x 2 - 0,0514x + 14,339
γ d max (kN/m )
17,0
3
15,0
14,0
13,0
12,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
PI (% )
Nas provas de carga e nos ensaios de viga Benkelman, devido à maior área de
aplicação das cargas, as tensões atuam em mais de uma camada. Nesses casos, as análises a
serem apresentadas levam em conta somente a rigidez global da estrutura do pavimento. No
entanto, ressalta-se que, na continuidade da pesquisa, serão realizadas análises numéricas para
a determinação do módulo de deformação (E) de cada material. Com o conhecimento dos
módulos das camadas de revestimento, base e subleito tornar-se-á possível avaliar o
comportamento da estrutura do pavimento, verificando-se, através da realização de ensaios
periódicos, a velocidade de deterioração em função de cada tipo de base.
87
4.2.1 - Frasco de Areia
88
Apesar da maioria dos pontos se encontrarem em uma umidade de
compactação inferior a faixa especificada (Figura 4.43), apenas quatro pontos não satisfazem
o critério estabelecido para o peso específico e grau de compactação (Figuras 4.44 e 4.45).
Isto mostra que pode ter ocorrido perda de umidade após a compactação do solo. A Figura
4.46 mostra a tendência de alinhamento dos pares de valores γd x w para laboratório e campo .
Verifica-se que os pontos estão localizados entre as curvas correspondentes a 65% e a 90% de
grau de saturação.
25
23
21
19
w (%)
17
15
13
11
9
7
110 115 120 125 130 135 140 145 150 155 160 165 170 175
Estacas
Umidade de campo Faixa de variação de umidade especificada
22
21
20
(kN/m )
19
3
18
17
d
16
15
14
110 115 120 125 130 135 140 145 150 155 160 165 170 175
Estacas
Peso específico aparente seco de campo Limite mínimo para o peso específico
89
115
110
GC (%)
105
100
95
110 115 120 125 130 135 140 145 150 155 160 165 170 175
Estacas
Grau de compactação Limite mínimo para o grau de compactação
γ d = −0,39 w + 24,55
(4.6)
R 2 = 0,78
onde:
• w = umidade em %.
90
24
23
22
21
γd (kN/m )
20
3
19
18
17
16
15
14
6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
w (%)
Laboratório Campo
Curva de saturação (90 %) Curva de saturação (65 %)
Polinômio (Campo ) Linear (Laboratório )
Figura 4.46 - Relação entre umidade e peso específico aparente seco de campo e de
laboratório dos materiais de subleito
91
Observa-se que a maioria dos pontos da base de solo fino, solo-cal e de solo-
brita se encontram em uma umidade de compactação inferior a faixa especificada (Figura
4.47). Quanto ao peso específico e ao grau de compactação as bases de solo-brita, expurgo e
um ponto da base de solo fino não se encontram dentro dos critérios estabelecidos (Figuras
4.48 e 4.49). Logo, no campo esses materiais podem apresentar comportamento pior do que o
previsto em laboratório. Nas figuras os subtrechos estão identificados por letras cujos
significados são: SB (solo-brita), EX (expurgo), SF (solo fino), SC (solo-cal), S (geotêxtil
superior), I (geotêxtil inferior) e E (base envolopada).
SB EX SF SC S I E
30
25
20
w (%)
15
10
5
0
120 125 130 135 140 145 150 155 160 165
Estacas
Umidade de campo Faixa de variação de umidade especificada
Figura 4.47 - Características das bases ao longo do trecho quanto à umidade de compactação
de campo
SB EX SF SC S I E
24
22
20
(kN/m )
3
18
16
d
14
12
120 125 130 135 140 145 150 155 160 165
Estacas
Peso específico aparente seco de campo Limite mínimo
Figura 4.48 - Características das bases ao longo do trecho quanto ao peso específico aparente
seco de campo
92
SB EX SF SC S I E
112
110
108
106
GC (%)
104
102
100
98
96
94
120 125 130 135 140 145 150 155 160 165
E stacas
G rau de co mpactação Limite mínimo para o grau de co mpactação
Figura 4.49 - Características das bases ao longo do trecho quanto ao grau de compactação
O CBR “in situ” foi baseado na norma NBR - 9895 (ABNT, 1987) para
laboratório, sendo que no campo o pistão padrão é fixado num caminhão carregado com 8,2 t
e a umidade de ensaio é a determinada em campo. Este sistema pode ser melhor visualizado
na Figura 4.50.
Pr
k CBR = (4.8)
r
onde:
93
Figura 4.50 - Ensaio de CBR “in situ”
94
Na Figura 4.51 são mostradas as curvas da pressão x penetração do subleito.
Em algumas estacas foram realizados ensaios mudando a posição de aplicação (cerca de 20
cm) para verificar se ocorriam grandes variações. Os números 1 a 3 dispostos entre parênteses
diferenciam os ensaios realizados na mesma estaca. Tanto a Tabela 4.13 como a Figura 4.51
mostram que a repetibilidade do ensaio de campo não é pior que a do ensaio de laboratório.
As Figuras 4.52 a 4.54 mostram o comportamento do subleito ao longo do trecho
experimental utilizando-se valores médios dos ensaios para cada estaca.
8
7
6
Pressão (MPa/m)
5
4
3
2
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Penetração (mm)
Estaca 128 (1) Estaca 128 (2) Estaca 128 (3) Estaca 144 (1)
Estaca 144 (2) Estaca 144 (3) Estaca 148 (1) Estaca 148 (2)
Estaca 152 (1) Estaca 152 (2) Estaca 156 (1) Estaca 156 (2)
Estaca 162 (1) Estaca 162 (2)
25,0
20,0
15,0
w (%)
10,0
5,0
0,0
125 130 135 140 145 150 155 160 165 170
Estacas
w CBR de campo w ot laboratório
w do ensaio de frasco de areia w CBR max
Figura 4.52 - Características do subleito ao longo do trecho quanto às umidades
95
60,0
50,0
40,0
CBR (%)
30,0
20,0
10,0
0,0
125 130 135 140 145 150 155 160 165 170
Estacas
CBR campo
CBR de laboratório em w ot na condição inundada
CBR máximo de laboratório na condição inundada
Figura 4.53 - Características do subleito ao longo do trecho quanto aos valores médios de
CBR
1800
1600
1400
k CBR (MPa/m)
1200
1000
800
600
400
200
0
125 130 135 140 145 150 155 160 165 170
Estacas
k CBR1,27 de campo
k CBR2,54 de campo
k CBR1,27 de laboratório em wot
k CBR2,54 de laboratório em wot
kCBR1,27 máximo de laboratório na condição inundada
kCBR2,54 máximo de laboratório na condição inundada
Figura 4.54 - Características do subleito ao longo do trecho quanto aos valores médios dos
módulos de reação
96
Observa-se que as umidades do subleito são menores que as umidades ótimas
determinadas para as estacas. Nas estacas 128, 148, 156 e 162 as umidades do ensaio de CBR
“in situ” são menores do que as umidades determinadas durante a compactação no campo. O
CBR de campo apresenta em todas as estacas valores superiores aos encontrados em
laboratório. Esse fato pode ser explicado pelo ensaio em laboratório ser realizado sobre
corpos de prova que foram inundados durante quatro dias em água. No campo esta condição
não acontece. Isto mostra que para os solos finos a condição inundada é muito severa para os
projetos de pavimento, onde a umidade de equilíbrio é normalmente menor ou igual a de
compactação.
Tabela 4.14 - Resultados dos ensaios de CBR “in situ” nas bases
Estaca Material GC (%) w (%) CBR (%) kCBR1,27 kCBR2,54
(MPa/m) (MPa/m)
129 (1) Solo-Brita 97 5,2 56,9 1968,5 1574,8
129 (2) 55,0 1496,1 1496,1
146 (1) Expurgo 99 3,5 49,3 1496,1 1259,8
146 (2) 50,3 1259,8 1259,8
152 (1) Solo Fino 96 20,7 34,8 787,4 629,9
152 (2) 35,7 944,9 826,8
156 (1) Solo-Cal 107 21,3 39,8 866,1 866,1
156 (2) 38,9 944,9 944,9
158 (1) Solo Fino 109 19,1 58,0 1732,3 1574,8
158 (2) 54,1 1732,3 1456,7
97
9
8
7
Pressão (MPa)
6
5
4
3
2
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Penetração (mm)
Estaca 129+10 (1) - SB Estaca 129+10 (2) - SB Estaca 146 (1) - EX
Estaca 146 (2) - EX Estaca 152 (1) - SF Estaca 152 (2) - SF
Estaca 156 (1) - SC Estaca 156 (2) - SC Estaca 158 (1) - SF
Estaca 158 (2) - SF
Figura 4.55 - Curvas pressão x penetração nas bases dos diversos pavimentos
Nas Figuras 4.56 a 4.58 são mostradas as características das bases quanto à
umidade, CBR e módulo de reação. Os tipos de bases para cada subtrecho são identificadas
pelas seguintes abreviações: SB (solo-brita), EX (expurgo), SF (solo fino), SC (solo-cal) e S
(solo fino com geotêxtil superior).
98
maior dificuldade em se obter no campo uma boa mistura para estes materiais. No caso do
solo-cal, os resultados concordam com os obtidos em laboratório com relação ao efeito da
inundação
SB EX SF SC S
25,0
20,0
15,0
w (%)
10,0
5,0
0,0
125 130 135 140 145 150 155 160
Estacas
w CBR campo w ot laboratório w campo (frasco de areia) w CBR máx
SB EX SF SC S
100,0
80,0
CBR (%)
60,0
40,0
20,0
0,0
125 130 135 140 145 150 155 160
Estacas
CBR campo
CBR de laboratório em w ot na condição inundada
CBR máximo de laboratório na condição inundada
Figura 4.57 - Características das bases ao longo do trecho quanto aos valores médios de CBR
99
SB EX SF SC S
3000
2500
k CBR (MPa/m)
2000
1500
1000
500
125 130 135 140 145 150 155 160
Estacas
k C BR1,27 de campo
k C BR2,54 de campo
k C BR1,27 de laboratório em wot
k C BR2,54 de laboratório em wot
kC BR1,27 máximo de laboratório na condição inundada
kC BR2,54 máximo de laboratório na condição inundada
Figura 4.58 - Características das bases ao longo do trecho quanto aos valores médios dos
módulos de reação
Para uma umidade de campo (3,5%) bem menor do que a ótima (8,3%), a base
de expurgo teve um valor para o CBR de campo (50,3%) maior que o valor do CBR de
laboratório (27%). Tal comportamento se deve à condição não inundada de campo que pode
gerar uma contribuição significativa da sucção.
Para a base de solo fino da Estaca 152 a umidade de campo estava 3% abaixo
da ótima e o CBR de campo (35,3%) foi maior que o CBR de laboratório (23%). Já para a
base de solo fino da Estaca 158 a umidade de campo estava cerca de 4,5% menor que a ótima
e o CBR de campo apresentou valores da ordem de 54%, sendo maior do que o valor
determinado em laboratório (23%). O fato da base da Estaca 158 estar mais seca que a base
de solo fino da Estaca 152 pode explicar o valor mais elevado do seu CBR de campo. Isso
mostra a importância de se evitar infiltração de água em bases de solos finos argilosos.
100
4.2.3 - Viga Benkelman
P
k VIGA = (4.9)
Do
sendo:
• P = pressão aplicada no pavimento pelo pneu do caminhão.
101
Os resultados obtidos para o subleito são apresentados na Tabela 4.15 e nas
Figuras A.1 e A.2 do Apêndice A. Com os resultados do ensaio determinou-se a média ( X )
dos parâmetros analisados e o desvio padrão (s) correspondente. Fixando-se um intervalo com
a soma e a diferença entre a média e o desvio padrão, desconsiderou-se os valores que não se
enquadravam nessa faixa e calculou-se a média final ( X FINAL) e o desvio padrão final (s
FINAL). A Figura 4.60 apresenta as bacias de deslocamentos médias para os materiais de corte
e aterro.
102
s FINAL 19,5 14,3 - 174,1
Pode-se observar que, no subleito, Do variou entre 32,1x10-2 mm e
152,6x10-2 mm, mostrando a não homogeneidade do material. O raio de curvatura (R)
mostrou valores maiores que 100 m em todas as estacas, chegando ao valor máximo de 311,2
m. Segundo a norma PRO-11(DNER, 1979), R > 100 m indica bom comportamento
estrutural. Moreira (1977) sugere que valores superiores a 5500 m.mm para o produto RDo
significam pavimentos sem problemas estruturais. Neste caso, RDo variou de 7812,5 m.mm a
32500,0 m.mm sendo que a média no trecho em corte foi de 16314,8 m.mm e no aterro foi de
11849,1 m.mm. No entanto, a Figura 4.59 mostra que as bacias de deformação média dos
trechos em corte e em aterro são bastantes próximas, o que é bom para a análise comparativa
dos resultados. Já o módulo de reação do subleito apresentou valores variando entre 366,9
MPa/m e 1859,0 MPa/m. Logo, pelo ensaio de viga Benkelman pode-se concluir que o
subleito analisado possui comportamento estrutural satisfatório apesar dos valores de desvio
padrão elevados.
Distância (cm)
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225
0
10
Deslocamento ( x 0,01 mm)
20
30
40
50
60
Aterro
70 Corte
80
103
A Tabela 4.16 mostra os resultados encontrados para as bases, sendo que os
ensaios foram realizados sobre a base já imprimada. Para a análise dos dados considerou-se a
média e o desvio padrão de todos os pontos sem delimitar uma faixa de variação e sem
calcular uma média final pelo fato de se ter um número limitado de pontos. Nas Figuras A.3 a
A.7, apresentadas no Apêndice A, tem-se as curvas médias e as curvas limites para cada tipo
de material da base. A Figura 4.61 apresenta as curvas médias para todos os materiais de base.
104
Quanto à deflexão Do, a base de expurgo apresentou menor valor e as demais
bases tiveram valores aproximados. O raio de curvatura das bases foi maior do que 100 m,
sendo que a base de solo brita obteve menor valor e a de solo-cal o maior. Os valores do
produto RDo foi superior a 5500 m.mm em todos os casos, sendo que a base de solo-brita
apresentou pior comportamento. Já as bases de solo cal e de solo fino com geotêxtil na
camada inferior (entre subleito e base) mostraram valores elevados. Quanto ao módulo de
reação, a base de expurgo mostrou maior valor e as demais bases apresentaram valores
semelhantes.
Distância (cm)
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225
0
10
Deslocamento ( x 0,01 mm)
20
30
40
50
60
70
80
90
Solo Brita Expurgo
Solo Fino Solo Cal
Solo Fino (geotêxtil inferior)
105
As Figuras 4.62 a 4.64 apresentam os resultados dos parâmetros Do, R e kVIGA
ao longo da via para os materiais de subleito e base. Para as bases os subtrechos são
identificados para cada tipo de material: SB (solo-brita), EX (expurgo), SF (solo fino), SC
(solo-cal), S (solo fino com geotêxtil superior), I (solo fino com geotêxtil inferior) e E (base
de solo fino envelopada). Observa-se nessas figuras que os resultados obtidos para as bases
tendem a ser melhores que o do subleito.
SB EX SF SC S I E
160
140 Subleito
Do ( x 0,01 mm)
120 Base
100
80
60
40
20
0
125 130 135 140 145 150 155 160 165
Estacas
Figura 4.62 - Valores de Do para os ensaios realizados sobre o subleito e a base ao longo do
trecho
SB EX SF SC S I E
600
Subleito
500
Base
400
R (m)
300
200
100
0
125 130 135 140 145 150 155 160 165
Estacas
Figura 4.63 - Valores de R para os ensaios realizados sobre o subleito e a base ao longo do
trecho
106
SB EX SF SC S I E
2200
Subleito
1700 Base
kVIGA(MPa/m)
1200
700
200
125 130 135 140 145 150 155 160 165
Estacas
Figura 4.64 - Valores de kVIGA para os ensaios realizados sobre o subleito e a base ao longo
do trecho
Distância (cm)
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225
0
Deslocamento ( x 0,01 mm)
20
40
60
80
100
Solo Brita Expurgo
Solo Fino Solo Cal
Solo Fino (geotêxtil superior) Solo Fino (geotêxtil inferior)
Solo Fino (envelopado)
Figura 4.65 - Bacias de deslocamentos - ensaio sobre revestimento (ensaio 1) - curvas médias
107
Tabela 4.17 - Resultados do ensaio de viga Benkelman no revestimento logo após a execução
(ensaio 1)
108
O raio de curvatura (R) mostrou valores maiores que 100 m em todas as estacas, chegando ao
valor mínimo de 194,5 m e máximo de 389,0 m. O produto RDo apresentou valores
satisfatórios, variando de 14062,5 m.mm a 31236,7 m.mm. O módulo de reação variou entre
536,3 MPa/m e 1072,5 MPa/m. Desta forma, conclui-se que, por este ensaio, toda a estrutura
do pavimento apresenta bom desempenho, pois atende aos limites de R > 100 m e RDo >
5500 m.mm.
Tabela 4.18 - Resultados do ensaio de viga Benkelman no revestimento quatro meses após
sua execução (ensaio 2)
109
base ( x 0,01 mm) (m.mm) (MPa/m)
126 Solo-Brita 52,2 311,2 16250,0 1072,5
126+5 78,3 311,2 24375,0 715,0
126+10 62,3 311,2 19375,0 899,5
126+15 70,3 311,2 21875,0 796,7
127 64,3 259,4 16666,7 871,4
127+5 74,3 311,2 23125,0 753,7
127+10 78,3 311,2 24375,0 715,0
127+15 78,3 389,0 30468,8 715,0
128 70,3 389,0 27343,8 796,7
128+5 80,3 259,4 20833,3 697,1
128+10 64,3 311,2 20000,0 871,4
128+15 74,3 311,2 23125,0 753,7
129 64,3 389,0 25000,0 871,4
129+5 70,3 259,04 18229,2 796,7
129+10 80,3 389,0 31250,0 697,1
129+15 68,3 311,2 21250,0 820,2
130 86,4 222,3 19196,4 648,5
X 71,6 315,1 - 793,6
s 8,5 50,0 - 102,9
X FINAL 72,0 311,2 22406,4 776,5
145 Expurgo 76,3 311,2 23750,0 733,8
145+5 88,4 259,4 22916,7 633,8
145+10 74,3 259,4 19270,8 753,7
145+15 90,4 259,4 23437,5 619,7
146 70,3 259,4 18229,2 796,7
146+5 92,4 311,2 28750,0 606,2
146+10 62,3 311,2 19375,0 899,5
146+15 84,3 259,4 21875,0 663,9
147 70,3 289,0 20316,7 796,7
147+5 84,3 311,2 26250,0 663,9
147+10 72,3 311,2 22500,0 774,6
147+15 98,4 311,2 30625,0 569,1
148 64,3 259,4 16666,7 871,4
148+5 86,4 259,4 22395,8 648,5
148+10 70,3 259,4 18229,2 796,7
148+15 94,4 311,2 29375,0 593,3
149 78,3 259,4 20315,5 715,0
X 79,9 282,5 - 713,9
s 10,9 25,8 - 99,1
X FINAL 79,9 262,4 20965,8 730,5
110
Estaca Materiais de Do R (m) RDo kVIGA
base ( x 0,01 mm) (m.mm) (MPa/m)
149+5 Solo Fino 90,4 259,4 23437,5 619,7
149+10 92,4 311,2 28750,0 606,2
149+15 84,3 259,4 21875,0 663,9
150 88,4 389,0 34315,0 633,8
150+5 82,3 311,2 25625,0 680,1
150+10 90,4 311,2 28125,0 619,7
150+15 92,4 311,2 28750,0 606,2
151 68,3 259,4 17708,3 820,2
151+5 94,4 311,2 29375,0 593,3
151+10 120,5 311,2 37500,0 464,8
151+15 90,4 259,4 23437,5 619,7
152 78,3 359,0 38109,7 715,0
152+5 86,4 222,3 19196,4 648,5
152+10 86,4 222,3 19196,4 648,5
152+15 88,4 311,2 27500,0 633,8
153 88,4 311,2 27500,0 633,8
X 88,9 295,0 - 638,0
s 10,6 45,2 - 71,6
X FINAL 86,8 293,9 25510,5 631,3
153+5 Solo-Cal 94,4 259,4 24479,2 53,3
153+10 112,5 259,4 29166,7 498,0
153+15 76,3 311,2 23750,0 733,8
154 82,3 259,4 21354,2 680,1
154+5 84,3 311,2 26250,0 663,9
154+10 60,2 222,3 13392,9 929,5
154+15 78,3 389,0 30468,8 715,0
155 72,3 311,2 22500,0 774,6
155+5 78,3 259,4 20312,5 715,0
155+10 66,3 259,4 17187,5 845,0
155+15 90,4 311,2 28125,0 619,7
156 76,3 222,3 16964,3 733,8
156+5 84,3 259,4 21875,0 663,9
156+10 96,4 311,2 30000,0 581,0
156+15 88,4 311,2 27500,0 663,8
157 74,3 311,2 23125,0 753,7
X 82,2 285,5 - 697,8
s 12,6 42,7 - 103,9
X FINAL 81,7 287,8 23513,3 701,6
111
157+5 Solo Fino 74,3 311,2 23125,0 753,7
157+10 com geotêxtil 106,4 222,3 23660,0 526,1
157+15 entre base e 80,3 259,4 20833,3 697,1
158 revestimento 68,3 311,2 21250,0 820,2
158+5 84,3 389,0 32812,5 663,9
158+10 74,3 311,2 23125,0 753,7
158+15 116,5 222,3 25892,9 480,8
159 84,3 311,2 26250,0 663,9
X 86,1 292,2 - 669,9
s 16,8 55,6 - 115,8
X FINAL 77,6 300,8 23342,1 706,5
159+5 Solo Fino 94,4 311,2 29375,0 593,3
159+10 com geotêxtil 92,4 259,4 23958,3 606,2
159+15 entre subleito 102,4 194,5 19921,9 546,8
160 e base 96,4 222,3 21428,6 581,0
160+5 84,3 311,2 26250,0 663,9
160+10 84,3 259,4 21875,0 663,9
160+15 94,4 259,4 24479,2 593,3
161 84,3 359,0 30263,7 663,9
X 91,6 272,1 - 614,0
s 6,7 52,9 - 44,7
X FINAL 90,1 270,5 24372,1 593,5
161+5 Solo Fino 102,4 194,5 19921,9 546,8
161+10 envelopado 98,4 311,2 30625,0 569,1
161+15 74,3 259,4 19270,8 753,7
162 102,4 259,4 26562,8 546,8
162+5 96,4 311,2 30000,0 581,0
162+10 96,4 311,2 30000,0 581,0
162+15 122,5 311,2 38125,0 457,1
163 82,3 311,2 25625,0 680,1
X 96,9 283,7 - 589,5
s 14,4 43,0 - 90,2
X FINAL 99,2 296,4 29402,9 564,9
112
comparado com o término da construção. De qualquer modo considera-se prematuro a
elaboração de uma análise comparativa a respeito do comportamento dos diferentes tipos de
estruturas de pavimento executadas.
Distância (cm)
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250
0
10
20
30
SB(1)
Deslocamento (x 0,01 mm)
EX(1)
40 SF(1)
SC (1)
S (1)
50 I (1)
E (1)
SB (2)
60 EX(2)
SF (2)
70 SC (2)
S (2)
I (2)
80 E(2)
90
100
113
fino), SC (solo-cal), S (solo fino com geotêxtil superior), I (solo fino com geotêxtil inferior) e
E (base de solo fino envelopada).
SB EX SF SC S I E
140
120
Do ( x 0,01 mm)
100
80
60
40
20
125 130 135 140 145 150 155 160 165
Estacas
Revestimento (Ensaio 1) Revestimento (Ensaio 2)
SB EX SF SC S I E
500
450
400
350
R (m)
300
250
200
150
100
125 130 135 140 145 150 155 160 165
Estacas
Revestimento (Ensaio 1) Revestimento (Ensaio 2)
Figura 4.68 - Valores de R para os ensaios realizados sobre o revestimento ao longo do trecho
SB EX SF SC S I E
114
1200
1100
1000
kVIGA(MPa/m)
900
800
700
600
500
400
125 130 135 140 145 150 155 160 165
Estacas
Figura 4.69 - Valores de kVIGA para os ensaios realizados sobre o revestimento ao longo do
trecho
Deve-se ressaltar que optou-se pela realização da prova de carga rápida por ser
problemático bloquear a rodovia durante uma período de tempo maior. Além disso, já foi
verificado em experiências anteriores que os resultados apresentados pelos ensaios do tipo
lento ou rápido não são muito diferentes quando se trata de solos compactados no ramo seco,
onde a maioria dos recalques se processa de modo imediato.
115
Figura 4.70 - Prova de carga realizada no pavimento
onde:
• Pr = pressão aplicada na placa necessária para produzir um determinado recalque (pressão
máxima adotada igual a 0,8 MPa);
• r = recalque.
116
128, 144 + 10 e 152 foi realizada, através de uma cava superficial feita em volta da placa, a
saturação do subleito após a aplicação da carga máxima durante a fase de carregamento
(Figura 4.71). Posteriormente, após estabilização das deformações oriundas da saturação,
executou-se o descarregamento.
117
inundação inundação
128 corte 14,5 19,2 0,98 1,14 831,5
144 aterro 16,0 23,1 1,46 2,87 558,1
148 aterro 10,5 - 0,67 - 1216,7
152 aterro 16,4 24,8 1,10 0,94 740,8
156 aterro 14,8 - 0,88 - 926,0
162 corte 13,0 - 1,40 - 582,1
Tensão (kPa)
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
0,00
0,50
1,00
Deslocamento (mm)
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
Estaca 128 Estaca 144 Estaca 148
Estaca 152 Estaca 156 Estaca 162
118
20,0
15,0
w (%)
10,0
5,0
0,0
120 125 130 135 140 145 150 155 160 165
Estacas
umidade do ensaio umidade de compactação
Figura 4.73 - Características do subleito ao longo do trecho quanto à umidade
1,6
1,4
1,2
máximo (mm)
Deslocamento
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
120 125 130 135 140 145 150 155 160 165
Estacas
Figura 4.74 - Características do subleito ao longo do trecho quanto ao deslocamento máximo
para uma tensão de 0,8 MPa
1400,0
1200,0
kPLACA (MPa/m)
1000,0
800,0
600,0
400,0
200,0
0,0
120 125 130 135 140 145 150 155 160 165
Estacas
Figura 4.75 - Características do subleito ao longo do trecho quanto ao módulo de reação
119
Na Tabela 4.20 e nas Figuras 4.76 a 4.79 são apresentados os resultados
obtidos nos ensaios de placa realizados sobre as bases. Nesta fase, devido ao processo
executivo, não foi possível ensaiar as camadas de base com geotêxtil. Na Figura 4.76 os
materiais de base identificados na legenda estão abreviados e possuem os seguintes
significados: SB - solo brita, EX - expurgo, SF - solo fino e SC - solo cal.
Tensão (kPa)
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
0,00
0,50
Deslocamento (mm)
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
Estaca 129 +10 (SB) Estaca 127 + 10 (SB)
Estaca 156 (SC) Estaca 152 (SF)
Estaca 146 (EX) Estaca 155 + 10 (SC)
Estaca 158 (SF)
120
A base de expurgo mostrou resultado ligeiramente inferior aos da base de solo-
brita. A base de solo fino apresentou maiores deslocamentos chegando a atingir valores da
ordem de 2,66 mm, no caso em que o solo estava mais úmido. A base de solo-cal
acompanhou o comportamento da base de solo fino, sendo que no ensaio realizado na Estaca
155 + 10 observou-se comportamento bastante diferente, mas próximo dos obtidos para o
expurgo e o solo-brita. Uma das prováveis causas dessa diferença pode ser a eventual maior
concentração de cal neste ponto ou ausência no outro.
SB EX SF SC SF
25,0
20,0
15,0
w (%)
10,0
5,0
0,0
120 125 130 135 140 145 150 155 160 165
Estacas
umidade do ensaio umidade de compactação
Figura 4.77 - Características dos materiais da base ao longo do trecho quanto à umidade
SB EX SF SC SF
121
3,0
2,5
máximo (mm)
Deslocamento
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
120 125 130 135 140 145 150 155 160 165
Estacas
Figura 4.78 - Características dos materiais da base ao longo do trecho quanto ao deslocamento
máximo
SB EX SF SC SF
1000
800
kPLACA (MPa/m)
600
400
200
0
120 125 130 135 140 145 150 155 160 165
Estacas
Figura 4.79 - Características dos materiais da base ao longo do trecho quanto ao módulo de
reação
122
kPLACA aqui obtidos sejam inferiores aos encontrados para os ensaios de placa realizados
diretamente sobre a camada de base (Tabela 4.20).
Observa-se que na Figura 4.80 os tipos de bases são indicados pelas seguintes
abreviações: SB - solo brita, EX - expurgo, SF - solo fino, SC - solo cal, S - solo fino com
geotêxtil superior (entre a base e o revestimento), I - solo fino com geotêxtil inferior (entre
subleito e base), E - solo fino envelopado.
123
Tensão (kPa)
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
0,0
0,5
1,0
Deslocamento (mm)
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Estaca 127+10 (SB) Estaca 129+10 (SB)
Estaca 146 (EX) Estaca 152 (SF)
Estaca 155+10 (SC) Estaca 158 (S)
Estaca 160 (I) Estaca 162(E)
No ensaio realizado no revestimento sobre a base de solo cal (Estaca 155 + 10)
observou-se valor de deformação menor do que o ensaio realizado no revestimento sobre a
base de solo fino (Estaca 152), mas, no entanto, superior ao da base de solo fino com geotêxtil
inferior (entre subleito e base). Quando comparado com as duas outras formas de utilização
124
do geotêxtil (envelopado e entre base e revestimento), o solo-cal apresentou melhor
comportamento.
125
Tensão (kPa)
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
0,0
0,5
1,0
Deslocamento (mm)
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Estaca 127+10 (SB) Estaca 146 (EX)
Estaca 152 (SF) Estaca 155+10 (SC)
Estaca 158 (S) Estaca 160 (I)
Estaca 162 (E)
126
SB EX SF SC S I E
3,5
3,0 Ensaio 1
2,5 Ensaio 2
máximo (mm)
Deslocamento
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
120 125 130 135 140 145 150 155 160 165
Estacas
(a)
SB EX SF SC S I E
900
800
kPLACA (MPa/m)
700
600
500
400
300
200 Ensaio 1
100 Ensaio 2
0
120 125 130 135 140 145 150 155 160 165
Estacas
(b)
127
4.2.5 - Pressiômetro
VL = 2 v o + Vo (4.11)
onde:
2(1 + µ ) ( Vo + Vm )P
E= (4.12)
1000xV
onde:
128
• Vm = volume injetado no meio do trecho pseudo-elástico da curva em cm3;
• P = variação da pressão em kPa;
• V = variação do volume em cm3.
129
Os resultados obtidos para o material de subleito são apresentados na Tabela
4.23 e as curvas da pressão aplicada x volume injetado são mostradas nas Figuras 4.84 a 4.86.
Para o subleito foram consideradas duas condições: uma para o material natural e outra para o
material saturado, através da adição de água ao furo antes da realização do ensaio. A
profundidade de ensaio é determinada em relação ao centro da parte expansiva da sonda.
130
2250
2000
1750
Pressão (kPa)1500
1250
1000
750
500
250
0
0 20 40 60 80 100 120 140
3
Volume Injetado (cm )
Figura 4.84 - Ensaios pressiométricos no subleito natural a uma profundidade pequena (11,5 a
20,5 cm)
1200
1000
800
Pressão (kPa)
600
400
200
0
0 20 40 60 80 100 120 140
3
Volume Injetado (cm )
Estaca 128 Estaca 144 Estaca 148
Estaca 152 Estaca 156 Estaca 162
Figura 4.85 - Ensaios pressiométricos no subleito saturado a uma profundidade pequena (11,5
a 17,5 cm)
131
2500
2250
2000
1750
Pressão (kPa)
1500
1250
1000
750
500
250
0
0 20 40 60 80 100 120
3
Volume Injetado (cm )
Estaca 128 Estaca 144 Estaca 148
Estaca 152 Estaca 156 Estaca 162
Figura 4.86 - Ensaios pressiométricos no subleito natural a uma profundidade maior (31,5 a
44,5 cm)
132
Tabela 4.24 - Resultados dos ensaios pressiométricos nas bases
1400
1200
1000
Pressão (kPa)
800
600
400
200
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
3
Volume Injetado (cm )
Estaca 146 - Expurgo Estaca 152 - Solo fino
Estaca 156 - Solo cal Estaca 158 - Solo fino
É esperado que com o tempo a base de solo cal venha a apresentar melhor
característica de resistência. Pelas curvas observa-se que a base de solo cal apresentou
módulos e pressão limite inferiores aos do solo fino. Este fato pode ser explicado pela
diferença de umidade, sendo que a umidade da base de solo fino (20,6%) está mais próxima
da ótima (23,7%) do que a de solo cal (18,4%) em relação à sua umidade ótima (23,2%).
133
Já o expurgo apresentou-se compactado numa umidade acima da ótima (8,3%).
Mesmo mostrando valores de Ep, Er e PL maiores do que os outros materiais, se o ensaio fosse
realizado sobre o material compactado mais próximo da umidade ótima provavelmente obter-
se-ia melhores resultados. Observa-se que não foram realizados ensaios pressiométricos na
base de solo-brita devido a dificuldade na execução do furo sobre este material compactado.
1400
1200
kPLACA (MPa/m)
1000
800
600
400
Subleito
200 Base
0
0 20 40 60 80
Ep (MPa)
134
Figura 4.88 - Correlação entre Ep e kPLACA
1800
1600
1400
kVIGA (MPa/m)
1200
1000
800
600
400 Subleito
200 Base
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Ep (MPa)
1400
1200
k PLACA (MPa/m)
1000
800
600
Subleito
400
Base
200
1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75
PL (MPa)
135
1800
1600
1400
kVIGA (MPa/m)
1200
1000
800
600
400 Subleito
200 Base
0
1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75
PL (MPa)
k PLACA = 177,51e0,70 PL
(4.16)
R 2 = 0,82
onde:
• kVIGA = módulo de reação do ensaio de viga Benkelman (MPa/m);
• kPLACA = módulo de reação do ensaio de placa (MPa/m);
• Ep = módulo de deformação pressiométrico (MPa);
• PL = pressão limite (MPa).
136
Observou-se que para o caso de PL comparado com kVIGA, a correlação
apresenta melhor resultado para valores de pressão limite maior que 2 MPa. Pode-se concluir
que o ensaio pressiométrico se correlaciona bem com os demais ensaios de campo, mas
ressalta-se que devido à anisotropia de comportamento que ocorre nos solos compactados,
principalmente no ramo úmido da curva de compactação, o ensaio pressiométrico deve, por
enquanto, ser visto apenas como um ensaio complementar. Este ensaio permite avaliar o
comportamento na direção horizontal, enquanto os demais ensaios o fazem na direção
vertical.
137
CAPÍTULO 5
138
o seu valor, no entanto, manteve-se como alternativa de custo bem inferior ao do solo-brita e
de solo fino com geotêxtil. Já as bases com geotêxtil entre base-revestimento e entre subleito-
base apresentaram valores semelhantes, no entanto, menores que a base de solo-brita. O
envelopamento do solo fino com geotêxtil eleva o custo em relação ao solo-brita.
Segundo Nogami & Villibor (1995) um pavimento de baixo custo deve ter
cerca de 15 a 20% do custo das bases tradicionais. Quando utiliza a base de solo-brita como
tradicional, novamente as bases de expurgo e de solo fino atendem ao critério de pavimento
econômico.
139
CAPÍTULO 6
6.1 - CONCLUSÕES
Com base nos estudos realizados tem-se que a substituição dos materiais
convencionais normalmente utilizados na construção da estrutura de pavimentos por materiais
alternativos em rodovias de baixo volume de tráfego do Distrito Federal pode, em certos
casos, apresentar vantagens. Por exemplo, na rodovia DF-205 Oeste o uso do expurgo de
pedreira como base teria sido economicamente bastante vantajoso para um desempenho, em
princípio, semelhante ao solo-brita utilizado. No entanto, ressalta-se que o desempenho e a
durabilidade do trecho experimental estudado devem ser analisados ao longo do tempo,
considerando variações climáticas e de tráfego para obter-se conclusões definitivas.
140
A incorporação de 2% de cal ao solo fino analisado provocou redução na
plasticidade e aumento no valor de CBR, sendo importante destacar que tanto a umidade
ótima como o peso específico aparente seco máximo não se comportam em relação ao teor de
cal como indicado na literatura.
Pela metodologia MCT o solo fino foi classificado como LG’, estando
localizado no ábaco na fronteira com LA’. Tentou-se obter correlações entre parâmetros dessa
metodologia e propriedades tradicionais usando esse solo fino e demais solos lateríticos
estudados no Distrito Federal. De uma forma geral, observa-se que os solos da região não se
comportam como outros solos apresentados na literatura.
141
subleito e base e solo fino com geotêxtil entre base e revestimento. Por último, tem-se o
trecho com base de solo fino. Com os ensaios realizados após quatro meses de funcionamento
da via observou-se que o comportamento do trecho experimental piorou, ocorrendo aumento
nos deslocamentos medidos e diminuição na rigidez.
É importante ressaltar que uma melhor análise deve ser realizada utilizando-se
ferramentas numéricas para determinar as relações de módulos de deformação (E) entre as
camadas. Com a realização de novos ensaios de campo tornar-se-á possível avaliar a variação
dessas relações, permitindo-se concluir sobre o comportamento dos materiais utilizados, sem
basear somente na condição de rigidez da estrutura do pavimento como um todo.
142
Do ponto de vista executivo, considera-se viável a execução dos diferentes
tipos de base desde que sejam estabelecidas as rotinas apropriadas.
143
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