1) O documento discute as diferenças entre surdos e ouvintes, argumentando que surdez não é uma deficiência, mas sim uma diferença física que gera visões de mundo diferentes.
2) Embora surdos e ouvintes compartilhem da mesma cultura brasileira, a comunidade surda também possui aspectos culturais próprios, tornando-os indivíduos multiculturais.
3) A visão de cultura surda como multicultural reconhece que surdos compartilham hábitos com ouvintes, mas sustentam aspectos e tecn
1) O documento discute as diferenças entre surdos e ouvintes, argumentando que surdez não é uma deficiência, mas sim uma diferença física que gera visões de mundo diferentes.
2) Embora surdos e ouvintes compartilhem da mesma cultura brasileira, a comunidade surda também possui aspectos culturais próprios, tornando-os indivíduos multiculturais.
3) A visão de cultura surda como multicultural reconhece que surdos compartilham hábitos com ouvintes, mas sustentam aspectos e tecn
1) O documento discute as diferenças entre surdos e ouvintes, argumentando que surdez não é uma deficiência, mas sim uma diferença física que gera visões de mundo diferentes.
2) Embora surdos e ouvintes compartilhem da mesma cultura brasileira, a comunidade surda também possui aspectos culturais próprios, tornando-os indivíduos multiculturais.
3) A visão de cultura surda como multicultural reconhece que surdos compartilham hábitos com ouvintes, mas sustentam aspectos e tecn
Os ouvintes so acometidos pela crena de que ser ouvinte melhor
que ser surdo, pois, na tica ouvinte, ser surdo o resultado da perda de uma habilidade disponvel para a maioria dos seres humanos. No entanto, essa parece ser uma questo de mero ponto de vista. Segundo Montesquieu, um rgo a mais ou a menos em nossa mquina teria feito de ns uma outra inteligncia.
Se no h limite entre a grandeza e a pequenez, e nenhum ser
humano exatamente igual a outro, podemos concluir que ser surdo no melhor nem pior que ser ouvinte, mas diferente. por no se tratar necessariamente de uma perda, mas de uma diferena, que muitos surdos, especialmente os congnitos, no tem a sensao de perda auditiva. Os surdos sem o sentimento de perda auditiva so levados a descobrir a surdez.
Quebrar o paradigma da deficincia enxergar as restries de ambas:
surdos e ouvintes. Por exemplo, enquanto um surdo no conversa no escuro, o ouvinte no conversa debaixo dgua; em local barulhento, o ouvinte no consegue se comunicar, a menos que grite e, nesse caso, o surdo se comunica sem problemas. Alm disso, o ouvinte no consegue comer e falar ao mesmo tempo, educadamente, e sem se engasgar, enquanto o surdo no sofre essa restrio.
Se considerarmos que os surdos no so ouvintes com defeito, mas
pessoas diferentes, estaremos aptos a entender que a diferena fsica entres pessoas surdas e pessoas ouvintes gera uma viso no limitada, no determinstica de uma pessoa ou outra, mas uma viso diferente de mundo, um jeito Ouvinte de ser e um jeito Surdo de ser, que nos permite falar numa cultura de viso e noutra da audio.
A Questo Multicultural Surda
Todavia, pelo fato de surdos e ouvintes encontrarem-se imersos,
normalmente, no mesmo espao fsico e partilharem de uma cultura ditada pela maioria ouvinte, no caso do Brasil, a cultura brasileira, surdos e ouvintes compartilham uma srie de hbitos e costumes, ou seja, aspectos prprios da Cultura Surda, mesclados a aspectos prprios da Cultura ouvintes, fato que torna os surdos indivduos multiculturais.
Em suma, caracterizar a Cultura Surda como multicultural o primeiro
passo para admitir que a Comunidade Surda partilha com a comunidade ouvinte do espao fsico e geogrfico, da alimentao e do vesturio, entre outros hbitos e costumes, mas que sustenta em seu cerne aspectos peculiares, alm de tecnologias particulares, desconhecidas ou ausentes do mundo ouvinte cotidiano.
Em concordncia com essa viso, Felipe (2001:38) afirma que os
surdos possuem uma forma peculiar de apreender o mundo que gera valores, comportamento comum compartilhado e tradies scio interativas. A esse modus vivendis d-se o nome de Cultura Surda.