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Resumo
Abstract
The objective of this paper has been to revise the role of the certification
processes for the consolidation of three forest management techniques,
namely economical viability, environmental preservation and social justice.
Firstly, the theme of deforestation is presented, advocating the importance
of the productive activities of the planted forests. A few economic and
environmental characteristics of the sector are described as a background for
the next topic, which emphasizes the social dimension of forest development.
The characteristics of the two kinds of Forest Certification which exist in the
Country are mentioned: Forest Stewardship Council (FSC) and the Brazilian
Program of Forest Certification (Cerflor). The goal is to establish comparisons
among their norms, patterns and beginnings. Finally, the Chain of Custody
Certification, the Certification in Group and the Certification of the Non
Wood Forest Products are mentioned. The certification processes contribute
in the consolidation in the sector of practices for sustainable development.
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que este processo é ditado pelas políticas segunda etapa, a matéria-prima atrai a
econômicas e de crescimento. Com base instalação de indústrias, propiciando a
nestes fatos, a criação e regularização abertura de novos empregos e criando
fundiária de Unidades de Conservação economias externas favoráveis à sua
(UC’s), através do zoneamento ambiental continuidade (VEIGA et al., ibidem).
(um dos instrumentos da Política Nacional Consequentemente aumenta-se a oferta de
do Meio Ambiente, Lei Federal 6.938/81), empregos no setor primário, diminuindo
caracteriza-se como uma das principais o subemprego e o desemprego, com o
ações de curto prazo passíveis de serem desenvolvimento do setor de serviços
tomadas para a conservação de áreas e a interiorização de indústrias.
preservadas, além do fortalecimento Porém, muito embora tenhamos na
dos órgãos ambientais vinculados ao atualidade aproximadamente 5,6 milhões
Sistema Nacional do Meio Ambiente de hectares plantados (SBS, 2007), se
(Sisnama), competentes em executar comparados aos 242 milhões de florestas
a fiscalização e licenciamento desses naturais de produção (Abimci, 2004),
empreendimentos. trata-se de uma área ainda incipiente,
O cultivo de árvores veio atenuar mesmo considerando as diferenças do
os impactos causados pelo ser humano manejo florestal praticado nestes dois
em busca de matéria-prima, reduzindo tipos de floresta – natural e plantada,
as pressões sobre as matas nativas. Sachs e seus rendimentos por sortimento.
(1994) valoriza esta atividade, pois a As empresas do setor florestal, além
considera como uma alternativa para a de sua contribuição para a geração de
produção de produtos renováveis, não empregos e crescimento econômico
exercendo pressão sobre os remanescentes local, são responsáveis pela manutenção
florestais. No Brasil, a atividade teve e preservação de aproximadamente 1,2
grande impulso com os incentivos fiscais milhões de hectares de florestas nativas
para os reflorestamentos, implantados a (ABRAF, 2006).
partir de 1966, tornando-se um excelente
Certificação florestal
instrumento de política pública que
possibilitou a consolidação de uma base A Certificação florestal foi à forma
plantada inicial de essências como o com a qual a sociedade estabeleceu critérios
pinus e o eucalipto. econômicos, ambientais e sociais, para a
Veiga et al. (1975) defendem caracterização dos produtos “sustentáveis”.
que as plantações florestais atraem O sistema de maior amplitude no mercado
investimentos para microrregiões que é o FSC (Forest Stewarship Council),
até então apresentavam baixos índices fundado em 1993, e em operação no
de desenvolvimento, iniciando um Brasil desde 1996 (LENTINI et al., 2005).
ciclo virtuoso para o desenvolvimento Nardelli e Griffith (2003) consideram o
rural. Isto porque, numa primeira etapa, FSC um exemplo de ONG consultora, que
oferecem um grande número de empregos tem como objetivo “fazer parte da solução,
para mão de obra semiqualificada, não do problema”, contrapondo-se a outras
estimulando o trabalho formal. Numa organizações não governamentais de
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perfil ativista ou extremista. A partir desse normas elaboradas pela ABNT (Associação
comportamento, o FSC envolve os diversos Brasileira de Normas Técnicas), integradas
atores sociais interessados nas questões ao Sistema Brasileiro de Avaliação da
florestais para, mutuamente, desenvolverem Conformidade e ao Inmetro (Instituto
soluções para os problemas do setor. Nacional de Metrologia, Normalização e
Desde 1996, a Sociedade Brasileira Qualidade Industrial). O Cerflor apresenta
de Silvicultura – SBS, em parceria com atualmente seis normas, enquanto que o
algumas associações do setor, instituições FSC apresenta cinco padrões que orientam
de ensino e pesquisa, organizações não o processo de auditoria florestal (Tabela 1).
governamentais e com apoio de alguns Conforme a tabela 1, tanto o Cerflor
órgãos do governo, vêm trabalhando com quanto o FSC contemplam normas para
outro programa voluntário, denominado o manejo de plantações florestais e para
Cerflor - Programa Brasileiro de o manejo de florestas nativas. Porém,
Certificação Florestal, que surgiu para o FSC possui padrões específicos para
atender uma demanda do setor produtivo Produtos Florestais Não Madeireiros
florestal do País (CERFLOR, 2006). (PFNM), para o manejo de populações de
Tanto o FSC como o Cerflor castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa)
são programas voluntários e abertos à e para o manejo de baixa intensidade na
participação das partes interessadas. Visam Amazônia.
à certificação do manejo florestal segundo Os padrões e normas da certificação
o atendimento de critérios e indicadores são fundamentados no cumprimento de
aplicáveis para todo o território nacional. princípios e devem atender critérios e
No Cerflor, os padrões são prescritos nas indicadores que são distintos entre os selos
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