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Teatro

da Cerca
de São
Bernardo
jul ago set
2010
primeiro e inevitável destaque da programação deste tri-
mestre: a estreia de Auto da Barca do Inferno pelo
Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra. A
Escola da Noite “incubou” no TEUC e daí herdou, entre
muitas outras coisas, uma “marca genética vicentina” que
ao longo dos anos tem desenvolvido.
Perdoe-se-nos, pois, o júbilo de receber neste espaço mu-
nicipal que agora programamos a estreia de um novo tra-
balho do TEUC, ainda por cima a partir de uma peça do
nosso “autor-residente”. O acontecimento torna-se pos-
sível através de uma parceria estabelecida com o Festival
das Artes de Coimbra / Fundação Inês de Castro.
destaque dois: apesar de atravessada pelo mês de férias
(esperemos que uma nova conjuntura cultural nacional e
na cidade permita criar condições para que no próximo
ano o Teatro esteja aberto todo o ano) a programação do
trimestre revela-se diversificada nas diversas áreas artísti-
cas — música, teatro, perfomance, cinema/documentário
— e justifica várias incursões ao Pátio da Inquisição. Os
dois documentários de Pedro Sena Nunes e de Diana
Andringa são muito recentes — foram lançados no In-
die Lisboa — e a sua programação resulta de colaborações
com o Seminário SABEReseARTES (Centro de Estudos
Sociais) e com o Curso de Jornalismo da FLUC, que inicia
aqui uma série de tertúlias; na música, o grupo A Barca
dos Castiços lança no Teatro o seu primeiro disco; a
performance Os sons it(n)rantes, de Tiago Schwäbl,
resulta de uma colaboração com o Mestrado em Poesia
e Poética (FLUC); no teatro, duas primeiras obras de dois
novos grupos de teatro, Mulher Mim, de Rafaela Santos,
e um inusitado Noites Brancas, do grupo portuense
Chão Concreto.
o terceiro destaque vai para o significativo número de par-
cerias com instituições da cidade, que é motivo de satisfa-
ção pela confiança que em nós depositam as instituições
citadas e pela consciência de que o Teatro da Cerca de
São Bernardo vai fazendo o seu caminho no sentido de se
tornar um espaço público qualificado, vivo e dinâmico, no
centro da cidade.

A Escola da Noite, Julho de 2010


jul
H á t o u r a d a
na aldeia
jul
12
21h30
segunda

documentário / debate
Há tourada na aldeia
PEDRO SENA NUNES

Todos os anos, na Beira Alta, a província com maior índice de de-


sertificação, treze aldeias da raia rejuvenescem para uma tourada com
caracteristicas únicas no mundo: a Capeia Arraiana. Os mordomos
preparam a festa e contribuem para o património etnográfico, ini-
ciando um ritual de emancipação onde se vêem confrontados com
a força do touro.
Vários homens envergam o forcão, objecto rudimentar feito de madeira,
e lidam os touros que são trazidos, muitas vezes, de Espanha. As aldeias
competem entre si à procura da melhor Capeia do ano.
Documentário exibido com a presença do realizador e seguido de
debate, no âmbito do Seminário Internacional “SABEReseARTES”
como Investigação, uma iniciativa do Núcleo de Estudos sobre Ciência,
Tecnologia e Sociedade do Centro de Estudos Sociais da Universidade
de Coimbra.

ideia original e realização Pedro Sena Nunes direcção de produção


Ana Rita Barata imagem Pedro Sena Nunes, Fábio M. Martins,
David La Rua, Pedro Pinho som Ricardo Sequeira música - criação,
gravação e mistura Fernando Mota produção geral VOARTE

77’ > entrada livre


julo d a B a r c a
Aut Inferno
do
jul 21 a 24 21h30 quar
ta a sá bado

teatro
set 23 a 25 21h30 quin
ta a sá bado

Auto da Barca do Inferno


TEUC

Não pretendo actualizar, nem tão pouco fazer uma reconstituição


histórica de um Portugal quinhentista, mas gostaria de burilar as suas
palavras, de encontrar com as actrizes, seis por sinal, a sua fisicalidade, o
seu jogo, e de construir uma trupe que joga entre o fazer vicentino e a
memória desse fazer neste grupo de teatro universitário, re-inventando
um novo caminho artístico.
Queremos, e agora uso o plural, fazer um espectáculo íntimo, um
espectáculo que nasce da proximidade física, onde a comunicação seja
feita olhos nos olhos, tal como foram os espectáculos apresentados
por Gil Vicente na Corte, em pequenos espaços, e deste modo, rir
deste Mundo às avessas, rir dos outros, rir do passado para inscre-
vermo-nos no Futuro.
Entramos na Barca, resta saber para onde nos leva...
Ricardo Correia

texto Gil Vicente versão José Camões encenação Ricardo


Correia elenco Íris Ferrer, Maria Pinela, Mariana Ferreira, Nádia
Iracema, Rafaela Bidarra, Susana Rocha espaço cénico Carolina
Santos, Ricardo Correia cenografia Bruno Gonçalves, Eduardo
Conceição figurinos Carolina Santos desenho de luz Jonathan de
Azevedo sonoplastia João Gil, Sérgio Costa produção executiva
TEUC/2010 financiamento Fundação Inês de Castro
M/12 > 55’ > 6 a 10€
set
M a n c h a e m
r r a s d e c or
te
set
13
21h30
segunda

música
Mancha em terras de cor
A BARCA DOS CASTIÇOS

Sediado em Souselas, “A Barca dos Castiços” foi criado em 2003. Uti-


liza o património da música tradicional portuguesa como base para a
experimentação e para a fusão de vários géneros musicais.
O grupo apresenta neste concerto o seu primeiro trabalho discográ-
fico, “Mancha em terras de cor”, que inclui elementos tradicionais,
mesclados com elementos da música erudita, do jazz, e também do
pop-rock, correntes que fazem parte dos universos pessoais de cada
um dos elementos. O resultado é uma matriz de trabalho própria,
que cria uma ambiência característica e reflecte uma nova forma de
experimentar a tradição.

voz, bandolim e flauta doce Patrícia Ferreira violino, guitarra,


cavaquinho, tin twistle, gaita de foles, voz Daniel Crespo piano,
cavaquinho/guitarrinho de Coimbra, guitarra David Lopes baixo e
voz Fernando Santos guitarra, bateria/percussão e voz João Crespo
concertina e percussão Sérgio Forte
entrada livre, mediante ingresso a levantar na bilheteira do TCSB
s e
Noi
t
t e s B r a n c a s
set
14 e 15 21h30
ta
terça e quar

teatro
Noites Brancas
CHÃO CONCRETO

Um homem vagueia, sozinho, por S. Petersburgo – a cidade em peso,


essa, vagueia pelos verões do campo. Uma mulher espera, sozinha,
apoiada no parapeito do canal. Um oportunista, cambaleante e pouco
respeitável, ensaia uma abordagem agreste e atrevida à menina do
chapéu amarelo. O primeiro, o nosso sonhador, salta de rompante para
o outro lado da rua – qual herói improvisado! – e afugenta a ameaça.
Os ânimos acalmam. A donzela respira fundo. As mãos apertam-se. É
então que ele se apercebe: uma mulher. Conheceu finalmente uma
mulher! Depois disso vão encontrar-se ali mais quatro noites. Ela
porque espera. Ele porque alimenta a sua espera. O amor há-de chegar
de manhã. Quando a noite branca acabar. Quando a realidade tornar
tudo estranho outra vez.
“Noites Brancas” é um dos maiores romances da literatura mundial.
Uma incursão atípica e genial de Fiódor Dostoiévski pela estética do
Romantismo.

texto Fiódor Dostoiévski tradução Filipe Guerra e Nina


Guerra dramaturgia e encenação Rodrigo Santos interpretação Ivo
Bastos e Nuno Preto desenho de luz Pedro Vieira de Carvalho
cenografia Ricardo Preto figurinos Catarina Marques sonoplastia
Rodrigo Santos
M/12 > 60’ > 6 a 10€
ACESSO
através do Pátio da Inquisição,
ou a partir da Rua da Sofia, pela
Ladeira do Carmo

Teatro
ESTACIONAMENTO nos Parques
do Mercado e do Bota Abaixo

da Cerca
AUTOCARROS 1A, 2A, 2F, 2T, 4, 5,
6, 7, 7T, 10, 11, 11C, 19, 24, 24T, 25,
de São 27, 28, 29, 30, 36, 36F, 42 e 103

Bernardo
CONTACTOS E RESERVAS
Teatro da Cerca de São Bernardo
3000-097 COIMBRA Portugal
tel. 351 239 718238
fax 351 239 703761
telm. 966 302 488
geral@aescoladanoite.pt
www.aescoladanoite.pt
4 11
Há tourada na aldeia
documentário/debate
21h30

1 8 15

set 5 12
Mancha em terras de cor Mulher Mim
A BARCA DOS CASTIÇOS Magnólia Teatro
21h30 21h30

Noites Brancas
CHÃO CONCRETO
21h30
18 25
Auto da Barca do Inferno
TEUC
21h30

22 29

19 26
Auto da Barca do Inferno os sons it(n)rantes
TEUC TIAGO SCHWÄBL
21h30 21h30

Tarrafal...
documentário/debate
21h30
[Em cada trimestre, um(a) convidado(a) d’A Escola da Noite partilha com os
espectadores a(s) sua(s) escolha(s) da programação apresentada.]

a minha escolha
José Bernardes

Em tempo estival, parece que a Arte se torna ainda mais


necessária e compensadora. Nesse sentido, a Agenda pro-
posta pela Escola da Noite para o estio coimbrão (só Julho e
Setembro, porque Agosto, na nossa terra, foi sempre tempo
de migração), é adequadamente farta e variada: um documen-
tário de interesse antropológico sobre uma tourada raiana,
uma peça de teatro de autora portuguesa, sobre a sempre
enigmática realidade feminina ou uma “performance” centra-
da no som, desmultiplicado em vários instrumentos musicais,
múltiplos recursos electrónicos e ainda a voz humana.
O meu destaque maior vai, porém, para a estreia do “Auto da
Barca do Inferno”. Gil Vicente volta ao TEUC e esse regresso
justifica, por si só, uma vivíssima saudação. Estou certo de
que, mais uma vez, se verá que a velha e sempre nova medi-
tação de Mestre Gil sobre a Vida e a Morte não é só o texto
que os alunos por vezes soletram nas aulas de Português. É
também – é sobretudo – o espectáculo vivo, instigante e mul-
tissensorial a que o encenador e as suas actrizes (só actrizes
desta vez) vão dar vida no palco do Teatro da Cerca de S.
Bernardo, lá por meados de Julho. Um Julho que, mesmo pre-
vendo-se quente, não será árido, graças à frescura do “Auto
da Barca do Inferno” e a outras coisas boas que felizmente
comparecem nesta Agenda.
s e t
Mulher Mi
m
set
17 e 18 21h30
do
sexta e sába

teatro
Mulher Mim
MAGNÓLIA TEATRO

Esta é a história de uma mulher que é, como quase todas as mul-


heres, muitas mulheres.
“Mulher Mim” é uma peça que retrata a mulher de todos os tempos.
Mulheres que trabalham, mulheres que são mães, mulheres que são
imperfeitas, mulheres que são mulheres. Uma mulher que viaja a uma
velocidade vertiginosa, que se perde na esquina de cada memória,
para se voltar a encontrar numa acção, num gesto, num movimento,
num cantar secular que a faz recordar quem é.

texto Patrícia Portela direcção artística Rafaela Santos encenação,


movimento e espaço cénico Rafaela Santos e Leonor Keil
interpretação Rafaela Santos dramaturgia Fernando Giestas
figurino Rafaela Mapril desenho de luz Jorge Ribeiro desenho de
som Tiago Cerqueira dramaturgia Fernando Giestas produção
Rodrigo Francisco, Magnólia Teatro / Amarelo Silvestre co-
-produção Teatro Viriato (Viseu) / Centro Cultural Vila Flor
(Guimarães)
M/12 > 60’ > 6 a 10€
set
m e m
Tarrafalo:
ó r i a
campondtaa
mor te le
s d
set
27
21h30
segunda

documentário / debate
Tarrafal - Memórias do campo da morte lenta
DIANA ANDRINGA

Este é o mais recente documentário de Diana Andringa, realizado


a partir de entrevistas a 32 antigos prisioneiros, gravadas em Cabo
Verde, por ocasião do Simpósio Internacional que comemorou o
35.º aniversário da libertação dos últimos presos daquele campo de
concentração, em 1 de Maio de 1974.
A exibição será seguida de um debate com a presença da realizadora
e abrirá o ciclo das «Conferências da Imprensa» da Licenciatura
em Jornalismo da Universidade de Coimbra. A iniciativa pretende
criar um espaço regular de discussão sobre o jornalismo, os media
e a comunicação social.

realização Diana Andringa argumento Charles Johnston fotografia


João Ribeiro, John Ashmore música Alexander McTaggart som
Alexander McTaggart, Armanda Carvalho montagem Claudia
Silvestre, Matthew Brulotte com Edmundo Pedro, Eulalia
Fernandes de Andrade, Joaquim Lopes, Morgan Rusler
produção Diana Andringa
M/12 > 88’ > entrada livre
s e
it
t( n
os sons
) r a n t e s
set
29
21h30
quarta

performance
os sons it(n)rantes
tiago schwäbl

Ooooooooooooooooooooooooooooooo.
os sons. um som um som um som os sons.
sons que deambulam entre le t ras. sons-palavra e palavras-som.
o que é um som? e uma palavra? uma palavra é um som? um som é
palavra? como soa uma palavra? como se forma? chegamos à palavra
através do som ou partimos dela até ao som?
Rinnzekete bee bee nnz krrmüü?
sons itinerantes, deslizantes, mutantes, sons que nascem sem palavra,
palavras que nascem sem som. palavras que não mudam, mudas,
mudam.
Quero um significado.
Kwii Ee.
traço raço aço ço o. silêncio.

voz, flauta, performance Tiago Schwäbl voz Ana Paula Dantas,


Manuel Portela música electrónica Igor Silva vídeo Laetitia Morais
organização Mestrado em Poesia e Poética, Faculdade de Letras
da Universidade de Coimbra
M/12 > 60’ > entrada livre
contacte-nos!

HORÁRIO DO TEATRO FICHA DE INSCRIÇÃO


O teatro está aberto ao Quer receber trimestralmente
público entre as 10h00-13h00 a Agenda do Teatro da Cerca
e as 14h00-19h00. de São Bernardo em sua casa?
BILHETEIRA Quer ser contactado pes-
A bilheteira funciona no soalmente (por um meio à sua
foyer do TCSB, durante o seu escolha: telefone, telemóvel,
horário de abertura e nos sms, e-mail) para informações
dias de espectáculo até ao sobre cada actividade? Inscre-
seu início. É possível adquirir va-se na nossa mailing-list.
bilhetes com antecedência.
É aconselhável a marcação MECENATO
antecipada de lugar. A sua instituição pode apoiar
A Escola da Noite e o TCSB
BAR
financeiramente — através de
O bar do TCSB funciona nos
donativos, bens ou serviços.
dias de espectáculo das
20h00 às 24h00. Seja um agente activo no
desenvolvimento cultural da
LIVRARIA cidade, da região e do país.
É possível adquirir nas instala-
ções do TCSB, para além das SERVIÇO EDUCATIVO
edições d’A Escola da Noite, Se é professor e quer organi-
outras publicações relaciona- zar deslocações de alunos ao
das com teatro. teatro, se procura formação
VOUCHERS especializada na área artística
E porque não oferecer ou pretende apresentar ou-
bilhetes a um amigo, familiar, tros projectos de colaboração,
colaborador ou cliente? tem um parceiro no TCSB.
Teatro
da Cerca
de São
Bernardo
propriedade
Câmara Municipal de Coimbra
companhia residente, gestão e programação
A Escola da Noite
direcção artística | programação
António Augusto Barros
administração | produção
Pedro Rodrigues
direcção técnica
Rui Valente
comunicação | mecenato | serviço educativo
Isabel Campante
imagem
Ana Rosa Assunção
assistência de produção
José Manuel Pinheiro
equipa técnica
Alfredo Santos, Carlos Figueiredo, Danilo
Pinto, Eduardo Gama, João Constantino
elenco
António Jorge, Maria João Robalo, Miguel Ma-
galhães, Sílvia Brito, Sofia Lobo
estagiários
José Diogo Silva, Marta Santos
bilheteira | bar | frente de casa
GATO, CRL.
serviços de limpeza
Cláudia e Sandra Natividade (Servilimpe)
grafismo Ana Rosa Assunção créditos Ricardo Correia (capa/
pág 6), Pedro Sena Nunes (pág.4), Arménio Santa (pág.8), Pedro
Vieira de Carvalho (pág.10), Augusto Baptista (pág. 12/16), Luis
Belo (pág.18), João Ribeiro e John Ashmore (pág.20). Agenda
n.º 7 | impressão FIG: 5000 exemplares.

mecenas para o serviço educativo:

apoios:

fornecedores oficiais do TCSB:

RESTAURANTE O PÁTIO COIMBRACÓPIA

agradecimentos:

Brigada de Intervenção-Exército Português, Câmara Municipal de


Montemor-o-Velho, Câmara Municipal de Tábua, Cena Lusófona
A Escola da Noite é uma estrutura financiada por:

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