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GD de bandeiras da FEMEH – I EREH-NE / UFPI 2010

Fala inicial sobre as Regulamentação do ofício de historiador:


Marcelo (UECE): Faz uma fala baseada no acúmulo que FEMEH historicamente teve sobre esse
bandeira, quais os elementos fundamentais para compreender a defesa ou não desta questão, o atual
acúmulo que a federação tem sobre a regulamentação do profissão. Falou também sobre os últimos
casos que envolveram a questão.

Dani (UFPI): Na mesa de ontem ficou claro que a ANPUH só quer explorar os aspectos “bons” da
regulamentação que segundo eles seriam a criação de novos espaços de atuação porém não fala
sobre os problemas gerados pelo o projeto atual e pela regulamentação em si, como a dicotomia
entre bacharelado x licenciatura implícita no projeto, a criação de um conselho que iria
regulamentar a produção histórica, como todos os outros aspectos do projeto de Paulo Paim. A
questão em jogo é se apoiamos ou não esse projeto que a própria anpuh diz que é ruim, se vamos
apoiar ele para depois tentar modificá-lo.

Sam (UECE): Particularmente eu não tenho posição fechada, mesmo sabendo que isso é muito
ruim, pois o ME tem que ter uma posição fechada e bem consolidada sobre o assunto, porém fica
claro que esse projeto não contempla nem aqueles que defendem a regulamentação, e que a ANPUH
está muito equivocada em defendê-lo.

Roberto (UPE): O intuito do projeto é criar um arcabouço jurídico para reconhecimento da


profissão do historiador. Esse é o sentido do apoio da ANPUH, porque eles acham que já se perdeu
muitas oportunidades para isso, isso muito se deu pela a busca de um projeto perfeito.

Germano (UFC): Cita os exemplos de regulamentação de outros campos profissionais, os


problemas que elas geraram e a criação dos conselhos profissionais, qual o papel eles cumprem e
para quem? Lembra que a regulamentação da atuação dos professores de história é prevista em lei,
onde o MEC é responsável por fiscalizar e garantir a qualidade do exercício do ensino de história
nas escolas. A questão do conselho é querer cumprir o papel que seria do estado do MEC,
legitimando a própria regulamentação do Estado.

Roberto (UPE): Problematiza qual é a função dos conselhos e como eles vão ser criados? Não sou a
favor nem contra, quero só entender melhor o projeto!

Marcelo (UECE): Diz que a ANPUH coloca que a regulamentação definiria as áreas de trabalho do
historiador, mas que um PL não cria novas oportunidades de trabalho. Diz que o reconhecimento do
profissinal não vem através de uma lei e sim através da função social do historiador.

Sam (UECE): Quem aqui já não deu aula de história, mesmo não sendo diplomado? Sabemos que
não vai ser a criação de uma lei que vai reconhecer nossa profissão, ela na realidade nos colocará
em confronto com outros trabalhadores que atuam em áreas próprias da nossa, esse não é caminho,
legitimar a disputa selvagem do sistema não é o caminho. Devemos sim problematizar qual a
função do profissional de história. Qual o papel que a formação desse profissional deve cumprir?

Felipe (UECE): Reflete sobre as contradições da regulamentação na sala de aula. Se eu sou formado
em letras, porém eu dou uma boa aula de história a muitos anos formando com qualidade vários
alunos, só porque eu não tenho diploma eu não posso lecionar? No que vem contribuir essa
regulamentação? Temos que nos voltar sim para a luta por um ensino de qualidade, por mais
investimentos para educação!

Roberto (UPE): Há casos alarmantes onde o historiador é fundamental para a compreensão da


história. É importante nós problematizarmos bem o que vai ser feito, porque precisamos embasar
bem e propor, saber que a realidade joga a atuação profissional em história de forma muito
escamoteada, não sei se a regulamentação vai contribuir para melhorar esse quadro, mas temos que
mudar isso.

Germano (UFC): a regulamentação da profissão de historiador(a) prevê a restrição de saberes. Isso


é irracional, em outras profissões, principalmente aquelas que envolvem riscos de vida, é
compreensível a regulamentação, até mesmo nas licenciaturas isso é compreensível, porém é
totalmente ilógico fazer uma restrição quanto a produção dos conhecimento histórico, tem que se
deixar livre essa produção, não se pode restringir isso a punhado de profissionais formados na
academia como se fossem os únicos qualificados para isso.

Acácio (UECE): Acho que estamos no caminho certo no sentido de encontrar uma boa resolução
para este problema, acumulando, fundamentando e tirando uma posição coerente para a FEMEH. A
principal função do professor é produzir conhecimento histórico, se tivermos sucesso, se o aluno
sair da escola com essa capacidade, porque restringir e impedir ele de produzir esse conhecimento
com uma regulamentação do conhecimento?

Rodrigo Nêgo (UFAL): O diploma hoje é quase um fetiche! O academicismo em cima de títulos
quer garantir um conhecimento que as pessoas não tem, ou seja, diploma não garante conhecimento,
não é porque você faz uma graduação em uma área que você necessariamente vai conseguir
repassar esse conhecimento com qualidade, principalmente com os investimentos em educação que
temos hoje. A regulamentação quer na verdade é garantir uma reserva de mercado para quem as
vezes não tem qualificação para isso.

Marcelo (UECE): Diz que nós devemos participar desses espaços para problematizar e discutir
esses assuntos se colocar exigindo que anpuh construa mais debates sobre o tema para a partir disso
defender um melhor projeto, e que nós devemos sair daqui com a posição clara de que nós não
devemos aceitar esse PL proposto pelo senador Paulo Paim.

Acácio (UECE): Fala da problemática dos estudantes de Serviço social que depois de se formar têm
que pagar uma taxa aos conselhos para que possa exercer a profissão. E concorda com o Marcelo
quanto a FEMEH NE assumir uma postura contra o projeto do Paulo Paim.

Felipe (UECE):

Marcelo (UECE): Os sindicatos e outras associações podem garantir os direitos trabalhistas, não
havendo a necessidade da criação de conselhos.

Fala inicial sobre a abertura dos arquivos da ditadura.

Camila (UPE): A UPE travou essa discussão anteriormente mas de maneira superficial, mas ela
acha que para quem não estuda muito ditadura, não fica claro o porquê de levantar essa bandeira,
visto que a FEMEH manteve por tanto tempo a bandeira de regulamentar a profissão e agora não
tem mais posicionamento.

Acácio (UECE): Apesar de ter pouco tempo que a FEMEH amadurece esse debate isso vem
crescendo cada vez mais. Muitos alunos de história mesmo não defendem esta bandeira.

Camila (UPE): ela mostra as resoluções tiradas no encontro de Pernambuco: contra a lei 1101, que a
femeh pe crie, construção de um forum de discussão permanente sobre esse assunto, que as IES
tenham essa mesma preocupação, que se faça uma cartilha sobre o assunto e seja enviada a ANPUH
pressionando-a.

Marcelo: A FEMEH se organiza em GTs e um desses é sobre a abertura dos arquivos. Esse GT
reconhece que esse debate não é só nosso e vários outros grupos como o Tortura nunca mais, alguns
setores da OAB, que são contra a lei de anistia aos torturadores. Fala que o ciclo atuante na femeh é
muito novo, mas que há a necessidade da femeh está se reciclando continuamente, já que muitas das
pessoas que tinham mais acúmulo não estão mais na FEMEH. Fala que essa discussão deve ser
muito tocante aos historiadores devido a nossa constante busca pela democracia, pela garantia dos
direitos humanos, e pela necessidade de produzir conhecimento histórico baseado nessa
documentação.

Germano (UFC): Apesar de não ter muito acúmulo diz que tem leitura suficiente pra ser a favor da
abertura dos arquivos. Que o movimento estudantil tem necessidade de discutir com a base essa
temáticas, mas que mesmo os estudantes que tem a possibilidade de participar desses espaços, como
nos encontros, acabam não participando. Diz que os encontros devem ser propositivos, e que as
próprias escolas devem encaminhar esses debates existentes na FEMEH.

Francisco (UESPI): Há argumentos suficientes para defender a abertura desses arquivos. Mas que
uma das dificuldades é a falta de conhecimento a esse respeito refletida na fala de pessoas que
dizem até que não não houve reflexos da ditadura no Piauí. E que espaços como esses encontros são
importantes para socializar as discussões.

Acácio (UECE): Vários conservadores da sociedade afirmam que não houve ditadura no Brasil e
sim uma “ditabranda”, no sentido de amenizar e conciliar os ferrenhos conflitos que existiram no
período colocando panos limpos nisso. Cabe a nós nos organizarmos para ser o contraponta isso,
procurar outras entidades para nos articular sobre essa bandeira, procurar a anpuh para colocar isso
em foco nos cursos de história.

Roberto (UPE): Precisamos que fundamentar mais a nossa posição sobre todas as nossas bandeiras,
inclusive sobre a abertura dos arquivos da ditadura. Devemos construir debates com os estudantes
para socializar todas as discussões feitas pela a FEMEH e dar corpo a nossa bandeira.

Germano (UFC): Usa o exemplo da argentina sobre como a sociedade civil conseguiu se organizar
para conseguir fazer justiça quanto a ditadura militar vigente no país, punição aos torturadores e aos
generais, abertura dos arquivos, discussão ampla sobre o período. Isso nos faz perguntar sobre a
democracia que agente vive? Quais as heranças que temos da ditadura brasileira? A criminalização
ferrenha dos movimentos sociais é fruto dessa truculência implícita na sociedade brasileira.

Felipe (UECE): Temos que escancarar e colocar em xeque essa questão que a ditadura não existiu
por aqui.

Rodrigo Nêgo (UFAL): Propõe a criação de dois GT's regionais, um sobre abertura dos arquivos da
ditadura e outro regulamentação da profissão para que o nordeste esteja à par desses debates tão
inerentes para a FEMEH.

Acácio (UECE): Precisamos formular sobre a abertura, não só textos, mas sim toda ferramenta que
comunique nossa bandeira, que todo mundo tenha acesso a essa questão seja através de vídeos, de
charges, fanzines. Podemos fazer isso para dialogar mais com o conjunto dos estudantes.

Roberto (UPE): A minha impressão é que a memória da ditadura militar está desbotada. Devemos
discutir sobre a nossa consciência política a partir de questões como essas. Fazermos cursos de
formação política para a FEMEH para contribuir com a construção de consciência dos estudantes.

Camila (UPE): Acho que nós de pernambuco podemos sim pegar um GT sobre abertura dos
arquivos da ditadura militar e qualificar o debate e a comunicação da FEMEH sobre isso.

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