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Somos todos Antropocentrados

Tanto o conceito de Evolução (Teoria Evolucionista), da biologia,


quanto o conceito de Antropismo (Princípio Atrópica), da
física/cosmologia, evocam discussãoes entre “uma criação” a partir
de ciência ou, para religiosos, de uma divindade.

Mas ambos, o científico Evolucionista/Antrópico ou o religioso, se


assemelham quanto a crenças: um, na crença que o universo
conspira para o surgimento de sua criação maior, o homem, e o
outro que um Deus engenhou este mesmo universo com o intuito de
nele locar a sua criação maior, o homem.

Sim, pois ambos os conceitos são, queiramos ou não, definidos e/ou


interpretados por um HOMEM. E este ser, o HOMEM, atropocêntrico
por natureza (biológica, moral e intelectualmente), procura
explicações que preencham lacunas deixadas por suas dúvidas. Sim
e a palavra SUAS deve ser destacada. Veja o conceito de Teoria
Atrópica: Princípio antrópico estabelece que qualquer teoria válida
sobre o universo tem que ser consistente com a existência do ser
humano.
O termo Evolução evoca, sempre, um passo À FRENTE, uma
melhora frente ao anterior (o que está nECESSARIAMENTE errado).
Já o conceito de Antropia, também sempre, coloca que o conjunto
de leis físicas e químicas universais confluiram para NOSSO
surgimento, nesta Terra em que se têm as condições para este
surgimento. Ou então, um Designer Inteligente (deus) criou tudo ao
seu “bel” prazer, onde o objetivo final fosse seu feito maior, o
HOMEM à sua imagem e semelhança.

Como se destas definições, todas, buscassem, por fim, definir-NOS


como o ápice da pirâmide universal.

Historicamente, antropologicamente, o conceito religioso sempre se


pautou no antropocentrismo, e, de que tudo que conhecemos,
imana um deus que tem por fim nos colocar em um lugar e nas
condições que ELE estabelece como as certas.

Já, a ciência, não menos antropocentrada, apresenta definições ou


interpretações igualmente humanas, onde o Homem seria visto
como o ápice de uma EVOLUÇÃO e a Terra como o palco onde todas
as leis universais confluiram para o sugimento e desenvolvimento
da vida, onde, no topo desta, temos o homem.

Não vejo méritos nem necessidade de se discutir a definição


religiosa, já que esta, onde se olhe temporal ou geograficamente, se
pauta no conceito monolítico e antropocentrado de um deus criador
de tudo em prol de sua criação maior, o HOMEM.

Mas, ao se olhar os conceitos científicos acima citados, pouco ou


nada se difere do antropocentrismo de que “tudo deu certo,
conspirou, para que aqui estivessemos”.

Posso assegurar que isto, também, se deve a interpretação


antropocentrada que nós mesmos damos a abas as teorias
científicas, Teoria da Evolução e Principio Antrópico.

A primeira, Teoria da Evolução, nada fala, em realidade, sobre o


conceito de evolução ,como podemos evocar do termo em nossa
lingua (o antônimo de involução). Trata, desde sua definição inicial,
de Darwin- Russel Wallace, de uma idéia, levada ao status de teoria
por Darwin (daí darwinismo), cuja ponto central seria que os seres
vivos sofrem mutações genéticas, passadas a seus descendentes no
intuito de superarem as interpéries do meio em que se
desenvolvem, buscando aumento de sobrevida e sucesso na
reprodução. O termo Evolução deve evocar apenas isto, ou seja,
mudar frente a novas dificuldades impostas pelo meio. Nunca se
deve subtrair de Evolução uma melhoria diante do anterior, pois se
colocassemos o “evoluído” nas condições em que seu antecessor
vivia, este certamente NÃO sobreviveria. Nesta ótica, estando
menos adaptado, seria menos “evoluido”.

Com relação ao Princípio Antrópico, apesar de sua definição, desde


o início, ser fortemente antropocentrada, a idéia é a mesma. O fato,
por exemplo, de Júpiter ser um gigante gasoso e a Terra não, deve
ser interpretado dentro do mesmo princípio, ou seja, a conjunção da
natureza química/física do universo desembocaram naquele
resultado, não noutro. E dentro deste resultado, cada realidade se
desenvolveu e se desenvolve. Aqui, na Terra, a realidade permitiu o
desenvolvimento de vida. Mas isto já é outra discussão…

Teri Roberto Guérios

http://www.filosofar-comigo.blogspot.com/

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