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Classificação dos Gastos

1. Quanto às variações no volume das atividades produtivas e das vendas:

1.1 − Custos Fixos – São aqueles que permanecem constantes dentro de determinada capacidade
instalada, independentemente do volume de produção. Uma alteração no volume de produção para
mais ou para menos não altera o valor total dos custos fixos.
Exemplos:
- salários e encargos sociais das chefias dos departamentos e setores produtivos; normalmente,
existe determinado número de chefes e encarregados da produção que se mantém inalterado
independentemente do volume de unidades produzidas no período;
- salários e encargos sociais do pessoal da segurança da fábrica;
- aluguel do prédio e/ou máquinas produtivas;
- depreciação do prédio onde funciona a fábrica e/ou das máquinas.

Os custos fixos têm as seguintes principais características:


- o valor total permanece constante dentro de determinado intervalo de volume na produção,
considerado normal, chamado de intervalo de significância;
- o valor por unidade produzida varia à medida que ocorre variação no volume de produção, por se
tratar de um valor fixo total diluído por uma quantidade maior ou menor de produção;
- sua alocação para os departamentos ou centros de custos necessita, na maioria das vezes, de
critérios de rateios determinados pela administração.

Exemplo de custos fixos e unitários em determinado mês:

Custos fiscos de um período – total Volume hipotético de produção Custos fixos por unidade
$ 120.000 12.000 unidades $ 10
$ 120.000 15.000 unidades $8
$ 120.000 20.000 unidades $6

Para os economistas, esse decréscimo no custo fixo unitário, com o aumento do volume de
produção, é conhecido como “economia de escala”, um conceito muito importante para a
administração de empresas.

1.2 – Despesas fixas – São aquelas despesas que permanecem constantes dentro de determinada
faixa de atividades geradoras de receitas, independentemente do volume de vendas ou de prestação
de serviços. Dessa maneira, um alteração no volume de receitas para mais ou para menos não altera
o valor total da despesa, como, por exemplo:
- honorários salários e encargos sociais dos diretores;
- salários e encargos sociais dos funcionários administrativos;
- despesas financeiras;
- despesas com aluguéis (área não ocupada por setores produtivos e/ou auxiliares à produção);
- seguros etc.

As despesas fixas têm características semelhantes aos custos fixos.

1.3 – Gastos semifixos ou semivariáveis - Alguns gastos têm parte de sua natureza fixa e parte
variável. O exemplo aceito pela Contabilidade e pelo Fisco são os gastos com “tarifas públicas”,
como água, luz, telefone etc. Nas contas mensais, é cobrada uma parcela fixa, que é a taxa mínima,
e outra parcela variável, que evidentemente aumenta com a maior utilização do serviço público.

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1.4 – Custos variáveis - são aqueles custos que mantém uma relação direta com o volume de
produção ou serviço e, consequentemente, podem ser identificados com os produtos. Dessa
maneira, o total de custos variáveis cresce à medida, que o volume de atividades de uma empresa
aumenta. Na maioria das vezes, esse crescimento no total evolui na mesma proporção do acréscimo
no volume produzido. Ex.;
- matéria-prima;
- mão-de-obra direta.

Os custos variáveis têm as seguintes características:


- seu valor total varia na produção direta do volume de produção;
- o valor é constante por unidade, independentemente da quantidade produzida;
- a alocação aos produtos ou centros de custos é normalmente feita de forma direta, sem
necessidade de utilização de critérios de rateios.

1.5 – Despesas variáveis – analogamente aos custos variáveis, as despesas variáveis são aquelas
que variam proporcionalmente às variações no volume de receitas. Exemplos:
- os impostos incidentes sobre o faturamento;
- as comissões dos vendedores sobre as vendas e os serviços;
- os gastos com os fretas para entrega dos produtos vendidos;
- os gastos com o faturamento e as cobranças das vendas a prazo.

Essas despesas podem ser identificadas com a receitas geradas e facilmente quantificadas.

As despesas variáveis têm as mesmas características dos custos variáveis.

2. Quanto à forma de identificação e apropriação aos diversos produtos e serviços produzidos


simultaneamente

2.1 – Custos diretos – são aqueles que podem ser quantificados e identificados aos produtos ou
serviços e valorizados com relativa facilidade. Dessa forma, não necessitam de critérios de rateios
para serem alocados aos produtos fabricados ou serviços prestados, já que são facilmente
identificados. Os custos diretos, na grande maioria das indústrias, compõem-se de materiais e mão-
de-obra, conforme definido a seguir:

- materiais diretos: materiais primas, materiais de embalagem, componentes e outros materiais


necessários à produção, ao acabamento e à apresentação final do produto acabado. Exemplos:

Fábrica de móveis – os materiais diretos são, basicamente, a madeira, as chapas de compensados, o


couro etc., utilizados em cada um dos produtos fabricados, que podem ser sofás, camas, cadeiras,
mesas etc.;
Editora ou gráfica – os materiais diretos são, principalmente, o papel e as tintas utilizados na
produção de livros, revistas e demais impressos.

- mão-de-obra direta: é o trabalho aplicado diretamente na confecção do produto, de suas partes ou


seus componentes, ou na prestação de serviços. Nas empresas industriais, esse tipo de custo está
sendo gradativamente substituído por máquinas e equipamentos. O custo da mão-de-obra compõe-
se dos salários, encargos sociais e provisões para férias e décimo terceiro salário. Exemplos:

Firma de auditoria – a mão-de-obra direta é representada, na quase totalidade, pelos salários e


encargos dos auditores programados para a realização da auditoria em cada um dos clientes.

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Fábrica de sapatos – a mão-de-obra direta é composta dos gastos incorridos com salários e
encargos de funcionários que atuam diretamente no processo produtivo e são responsáveis pelo
corte do couro, pela montagem, pela costura e pelo acabamento dos sapatos.

Os custos diretos geralmente são facilmente identificados com os produtos. Os materiais


diretos, por exemplo, são normalmente requisitados com a identificação prévia de sua utilização.
Em outras palavras, em geral, ao emitir a requisição do material para o almoxarifado, o responsável
pela produção nela já aponta o destino do material, ou seja, para qual produto acabado será
utilizado, o que facilita sobremaneira a posterior apropriação do custo à produção específica. Além
disso, o material direto geralmente pode ser identificado no produto acabado e quantificado com
precisão.

A mão-de-obra direta, por sua vez, pode ser identificada por apontamentos, com o produto
que está sendo fabricado, restando apenas à contabilidade de custos, de posse das informações
relacionadas com a folha de pagamento e demais relatórios do departamento de pessoal, efetuar as
devidas apropriações às diversas unidades produtivas.

É possível a identificação com


os produtos ou serviços Custos diretos

Custos de produção de bens


ou serviços

Não é possível a identificação


Custos indiretos
com os produtos ou serviços

2.2 – Despesas diretas – analogamente aos custos diretos, as despesas diretas são aquelas que
podem ser facilmente quantificadas e apropriadas em relação às receitas de vendas e de prestação de
serviços. Exemplos:
Receita de vendas: para cada bem vendido, é possível identificar o custo incorrido em sua aquisição
ou produção, os impostos incidentes sobre o faturamento, as comissões dos vendedores e as
despesas de fretes e seguros de transporte;
Receita de serviços: para cada serviço prestado é possível identificar a mão-de-obra direta utilizada,
os materiais empregados e os impostos incidentes sobre o faturamento.

2.3 – Custos Indiretos – são aqueles custos que, por não terem sido perfeitamente identificados nos
produtos ou serviços, não podem ser apropriados de forma direta para as unidades específicas,
ordens de serviço ou produto, serviços executados etc. Necessitam, portanto, da utilização de algum
critério de rateio para sua alocação. Assim temos:
a) mão-de-obra indireta – é representada pelo trabalho realizado nos departamentos auxiliares das
indústrias ou prestadoras de serviços e que não são mensuráveis em nenhum produto ou serviço
executado. Exemplos:
Indústria: gastos com pessoal responsável pela manutenção dos equipamentos, pelo planejamento e
controle da produção, pela supervisão da produção dos diversos produtos etc.;
Serviços: em uma empresa de auditoria, compreende os salários e encargos dos instrutores de
treinamento de auditores, visto que tais custos não são passíveis de identificação com as diversas

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auditorias realizadas no período, o que torna impraticável a apropriação para cada cliente atendido,
de tais custos com treinamento.
b) materiais indiretos: são materiais empregados nas atividades auxiliares de produção ou cujo
relacionamento com o produto é irrelevante. Exemplos: graxas e lubrificantes utilizados na
manutenção e limpeza das máquinas, lixas e parafusos de pequenos valores utilizados na produção
de móveis, embalagens de pequeno valor utilizadas para a expedição de produtos acabados etc.
c) outros custos indiretos: são aqueles que dizem respeito à existência do setor fabril, como
depreciação de máquinas e dos equipamentos, valor dos materiais consumidos nas manutenções,
seguro contra incêndio e outros acidentes da fábrica, transporte e refeições da mão-de-obra etc.

2.4 – Despesas indiretas – são aqueles gastos que não podem ser identificados com precisão com
as receitas geradas. Geralmente, são considerados como despesas do período e não são distribuídos
por tipo de receita. Por exemplo, despesas administrativas, despesas financeiras e despesas com
imposto de renda e contribuição social.

03 - TERMINOLOGIA

a) desembolsos – saída de dinheiro do caixa ou das contas bancárias das empresas, ou seja, a
entrega a terceiros de parte dos numerários da empresa. Os desembolsos ocorrem em virtude
do pagamento de compras efetuadas a vista ou de uma obrigação assumida anteriormente;
b) Gastos – consumo genérico de bens e serviços ou, em outras palavras, dos fatores de
produção. Os gastos ocorrem a todo o momento e em qualquer setor de uma empresa, seja
ela comercial, industrial ou prestadora de serviços. Dependendo da aplicação, o gasto poderá
ser classificado em custos, despesas, perdas ou desperdícios.
c) Custo da produção de bens ou custo industrial – compreendem todos os gastos relativos
aos bens e serviços (recursos) consumidos na produção de outros bens. Ou, em outras
palavras, todos os gastos incorridos no processo produtivo que são classificados, pela
Contabilidade, como custos. São exemplos de gastos ou fatores de produção:
- matérias-primas consumidas;
- materiais auxiliares;
- materiais de embalagens;
- mão-de-obra produtiva – ou dos departamentos diretamente ligados à produção;
- mão-de-obra dos departamentos não produtivos – ou auxiliares da produção;
- mão-de-obra da gerência e supervisão da fábrica;
- salários e benefícios da Diretoria Industrial;
- custos gerais de fabricação (depreciação, energia elétrica, água etc.);
- serviços de apoio a produção – manutenção, almoxarifado, refeitório etc.
- seguros contra incêndio da fábrica;
- seguros contra acidentes pessoais e demais riscos envolvendo o pessoal da fábrica etc.
d) Custos da prestação de serviços ou custos dos serviços prestados – compreendem todos
os gastos relativos aos bens e serviços consumidos na prestação de serviços. Exemplos:
- materiais ou peças utilizados na prestação de serviços;
- mão-de-obra produtiva ou dos departamentos diretamente ligados à prestação de serviços;
- mão-de-obra dos departamentos não produtivos – ou auxiliares da produção;
- gerência e supervisão de serviços prestados;
- custos gerais da prestação de serviços.

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e) Despesas – gastos relativos aos bens e serviços consumidos no processo de geração de
receitas e manutenção dos negócios da empresa. São gastos ocorridos nas áreas administrativas,
financeiras e comerciais, ou seja, fora da fábrica, com o objetivo de gerar receitas ou manter a
atividade geradora de receitas.
f) Custo das mercadorias ou produtos vendidos e dos serviços prestados – representam o
montante dos gastos incorridos no processo de aquisição ou produção de bens que foram
consumidos para que a empresa pudesse gerar a receita de vendas ou no processo de prestação
de serviços. Esses gastos somente são apropriados ao resultado quando as receitas são
realizadas.
g) custo de aquisição de imobilizado – gastos incorridos na obtenção de bens ou ativos, para
uso nas atividades administrativas, comerciais e produtivas, tais como terrenos, prédios,
máquinas, veículos, computadores etc.
h) Custo de aquisição de mercadorias – gastos incorridos na obtenção das mercadorias
destinadas à revenda pelas empresas comerciais;
i) custo da aquisição de investimentos ou aplicações financeiras – gastos incorridos em
aplicações de caráter especulativo ou permanente como aplicações no mercado financeiro,
mercado de capitais, participações societárias na compra de ações ou quotas de outras
empresas, mercado do ouro e outros metais preciosos, compra de obras de arte, imóveis para
fins de locação etc.
j) Custo da utilização do ativo imobilizado (depreciação) – Os bens do Ativo Imobilizado
(prédios, veículos, móveis, máquinas, equipamentos, computadores etc.), a partir do momento
em que se começa a ser utilizados, começam a sofrer desgastes. A contabilização do desgaste é
chamada de depreciação.
k) depreciação/custo da produção de bens ou serviços – é o registro de desgaste das
máquinas, equipamentos e instalações industriais, veículos, móveis, equipamentos de
computação e outros ativos utilizados na produção.
l) depreciação/despesas administrativas ou comerciais – é o desgaste de um bem do Ativo
Imobilizado utilizado pelas áreas administrativas ou comerciais.
m) Perdas – gastos anormais ou involuntários que não geram ou novo bem ou serviço e
tampouco geram receitas. São apropriados diretamente no resultado do período em que ocorrem.
n) Desperdícios – gastos incorridos no processo produtivo ou na geração de receitas que
possam ser eliminados sem prejuízo da qualidade ou quantidade de bens, serviços ou receitas
geradas. Na economia atual, manter desperdícios é sinônimo de prejuízo, pois não poderão ser
repassados para os preços.
o) Análise de custos – conjunto de atividades exercidas em uma organização, com o objetivo
principal de fornecer subsídios para a adequada apuração, controle, acompanhamento e
gerenciamento dos custos inerentes aos diversos processos.
p) Atividades – são quaisquer eventos que consomem recursos da empresa ou da entidade. São
necessárias para o desenvolvimento de qualquer processo industrial, operacional ou
administrativo.
q) Atividades que não agregam valor – são atividades que podem ser eliminadas sem
deterioração dos atributos do produto, tais como: desempenho, funcionalidade, qualidade e valor
percebido.
r) Capacidade ociosa – diferença entre a capacidade máxima de produção de determinada
fábrica e seu nível atual de produção. O custo fixo proporcional a essa ociosidade deve ser
apropriado diretamente ao resultado do período para não onerar o custo da produção
efetivamente realizada.

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s) Células de fabricação – agrupamento de indivíduos ou máquinas que executam todo o
processo de fabricação de um determinado bem. Cada célula de produção é vista como uma
minifábrica.
t) Centro de custo – menor unidade do processo produtivo de uma organização para o qual os
custos são orçados ou apropriados e que tem características semelhantes para medição de
desempenho e atribuição de responsabilidades. Um centro de custos pode consistir de um ou
mais centros, células ou estações de trabalho. São classificados em CCP - Centro de Custos
Produtivos, tais como montagem, pintura, cromagem etc., que transformam ou beneficiam os
produtos; e CCA – Centro de Custos Auxiliares ou de Apoio, tais como manutenção,
estocagem, engenharia de produção etc., que prestam serviços para os CCP.
u) Centro de despesas – menor unidade de acumulação de despesas, sendo representadas por
homens, máquinas e equipamentos, de características semelhantes, que desenvolvem atividades
homogêneas relacionadas como as atividades administrativas, financeiras e comerciais. São
exemplos de Centros de Despesas: da contabilidade, do departamento de pessoal, da tesouraria,
do faturamento etc.
v) Horas máquinas – medição do tempo utilizado por horas de máquinas para gerar um nível
específico de produção. Pode ser, também, uma informação sobre a capacidade instalada de uma
indústria. Se, por exemplo, cada unidade produzida do produto A implicar um gasto de 3 horas-
máquinas e, se a empresa dispuser, no total, de uma capacidade instalada de 3.000 horas-
máquinas por mês, significa afirmar que essa fábrica pode produzir no máximo 1.000 unidades
do produto A no mês.
w) Horas de mão de obra (ou horas homens) – medição do tempo utilizado por horas de mão-
de-obra para gerar um nível específico de produção. Pode ser, também, uma informação sobre a
capacidade instalada de uma indústria. Se, por exemplo, cada unidade produzida do produto W
implicar num gasto de 0,5 hora de mão-de-obra e, se a empresa dispuser, no total, de uma
capacidade instalada de 5.000 horas de mão-de-obra por mês, significa afirmar que essa fábrica
pode produzir no máximo de 10.000 unidades do produto W no mês.
x) Medidas de desempenho – indicadores da qualidade dos trabalhos desenvolvidos e dos
resultados alcançados por uma atividade, um processo ou uma unidade organizacional.
Medidores de desempenho podem ser financeiros ou não financeiros. Um exemplo de medida
de desempenho de uma atividade é o número de peças defeituosas por milhão de peças
produzidas. Um exemplo de medidor de desempenho de uma unidade organizacional é o retorno
ou a lucratividade sobre as vendas.
y) Processo – conjunto ou seqüência de atividades logicamente relacionadas e coordenadas que
visam à obtenção de resultados, para os quais são consumidos recursos.

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