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Princípios de Avaliação de projetos de Investimento

A Avaliação de Projetos de Investimento é a disciplina que trata da avaliação sistemática de custos


e benefícios que fazem parte de empreendimentos de negócios em geral, sejam de empresas
privadas, públicas ou simplesmente pessoais.

Conceitos de matemática financeira, contabilidade, tributação, finanças, microeconomia e


engenharia formaram as bases iniciais da avaliação de projetos de investimento. Com o correr do
tempo, conhecimentos de outras áreas foram incorporadas, por exemplo: análise de decisão,
probabilidade e estatística, informática, gerenciamento etc.

A Avaliação de Projetos de Investimentos ajuda na decisão de aceitas um projeto de investimento,


visando a maximização do retorno do capital investido.

1.O PROCESSO DA DECISÃO

As fases do processo de decisão orientado para a avaliação de projetos de investimentos podem ser
definidas conforme segue:

1. Reconhecimento da existência de uma oportunidade – O ponto de partida é o equacionamento de


uma oportunidade. Definimos os resultados esperados e identificadas as limitações e possíveis
condições especiais, se inicia o projeto de investimento de capital ou simplesmente projeto de
investimento.
2. Procura e desenvolvimento de projetos diferentes - Para escolher um projeto devemos ter mais de
uma alternativa que atenda às premissas estabelecidas, pois uma decisão somente poderá ser
realizada entre alternativas. O desenvolvimento de projetos envolve criatividade e inovação, sem
muitos cuidados de questionar o que vem sendo feito na obtenção de resultados esperados. Sem
entrar em muitos detalhes, o processo de procura e desenvolvimento de projetos deve ser realizado
da seguinte maneira:
- Como ponto de partida, uma alternativa importante é a situação presente da empresa como projeto
sem o novo investimento, isto é, deve ser conhecido o fluxo de caixa atual da empresa.
- Os novos projetos devem incluir somente os valores futuros relevantes da empresa; isto é, as
mudanças no fluxo de caixa da empresa.
- A incerteza é inerente ao processo de estimativa dos resultados futuros dos fluxos de caixa dos
projetos de investimento.
3. Análise dos processos selecionados – Nesta fase deveremos ter:
- Selecionado o critério a ser aplicado no julgamento dos projetos.
- Realizadas todas as estimativas relevantes das receitas, custos diretos, custos fixos etc. dos
projetos.
- Construídos os fluxos de caixa incrementais dos projetos.
- Realizados os julgamentos individuais dos projetos, usando o critério adotado.
- Selecionados os projetos que participarão da fase final da escolha do melhor projeto de
investimento.
4. Escolha do melhor projeto – Analisando os projetos entre si, escolheremos o melhor projeto de
acordo com o critério adotado.
5. Implantação e acompanhamento do melhor projeto – Deve-se preparar o plano de
implementação incluindo o acompanhamento para medição e comparação dos resultados reais com
os resultados previstos. Esse processo de análise e comparação dos resultados ajuda na elaboração
das estimativas de futuros projetos.
2. Critérios de decisão e Medidas de Desempenho

Embora não tenha sido explicitamente apresentado, devemos compreender que as técnicas de
avaliação de projetos de investimentos são aplicadas para ajudar o tomar decisões sobre futuros
investimentos de capital, isto é, sobre investimentos e resultados que ainda não aconteceram.

Os critérios de decisão formulam perguntas do tipo: A proposta de investimento deve ser aceita? O
projeto A é preferível ao projeto B? Em outras palavras, os critérios de decisão tentam antecipar
bons resultados no futuro, fazendo com que os investimentos selecionados no presente sejam
consistentes com o objetivo de aumentar o valor da empresa.

As medidas de desempenho tratam da questão: Como nos saímos? Ou seja, avaliam os resultados
obtidos após o investimento, isto é, tratam do passado, pois os investimentos já aconteceram. As
medidas de desempenho orientadas para a medição dos resultados da empresa aplicam conceitos de
contabilidade; preocupam-se com o lucro obtido no exercício, com a tendência apresentada pelos
lucros, com a variação entre o lucro projetado e o lucro realizado etc. As medidas de base contábil
pouco podem responder à pergunta do tipo: Que investimento deve ser realizado?

3. CUSTO DE OPORTUNIDADE E RETORNO REQUERIDO DO CAPITAL

O investidor tem mais de uma alternativa ou oportunidade de investir seu capital. Toda vez que ele
decide por uma alternativa de investimento deixa de lado outras alternativas, renunciando, portanto
ao lucro que teria recebido com uma dessas alternativas. Esse é o custo de oportunidade, cujo valor
é definido pelo custo da melhor alternativa rejeitada, mantendo o mesmo nível de risco do
investimento. Como conseqüência direta, devemos entender que:
- Os recursos monetários não são gratuitos, estão sempre gerando rendimentos.
- O custo de capital de uma empresa não é determinado pelas oportunidades da empresa, mas sim
pelas oportunidades que os investidores têm para investir no mercado de capitais.

O investidor participará de novos negócios se vier a receber, em um prazo determinado, algo mais
que o valor investido. A motivação para esta decisão está na expectativa de receber um retorno pelo
menos igual ao retorno que sacrificou, seu custo de oportunidade, por ter deixado de investir em
outra alternativa com nível de risco comparável.

A obrigação do usuário do capital é atender o motivo de lucro dos fornecedores do capital. Os


lucros e os juros são ingredientes necessários para formar o valor da taxa de juros que define a taxa
mínima de juros requerida pela empresa para atender suas obrigações. Essa taxa mínima, conhecida
como custo de capital, será usada pela empresa para avaliar os resultados dos fluxos de caixas
incrementais de novos investimentos.

O valor do custo de capital deve ser escolhido procurando maximizar os resultados da empresa. O
valor do custo de capital é definido levando-se em consideração diversos fatores:
- A quantidade de capital disponível para investimento, as fontes e os custos desses recursos (veja
Custo Médio Ponderado de Capital).
- O número disponível de bons projetos de investimento e seus objetivos, se é essenciais para
manter as operações correntes, ou são para expansão etc.
- O nível de risco dos projetos.
4. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO

O valor de uma empresa depende de seu fluxo de caixa futuro. Levando em consideração que $ 1
recebido hoje tem mais valor que o mesmo $ 1 recebido daqui a um ano, o valor da empresa poderá
ser medido pelo valor presente de seu fluxo de caixa futuro. O fluxo de caixa futuro é gerado pelos
ativos existentes e pelos novos ativos que serão adicionados à empresa aproveitando novas
oportunidades de investimento; portanto, parte da geração do lucro futuro da empresa será
proveniente de novos projetos de investimento. Não é suficiente que os novos projetos de
investimento gerem apenas retornos positivos. Eles devem gerar bons resultados. Portanto, devemos
estabelecer procedimentos de avaliação que permitam determinar que os retornos dos novos
projetos de investimento têm capacidade de gerar bons resultados.

Que procedimentos devemos aplicar para avaliar projetos de investimento?

Dentre os diversos métodos de avaliação existentes, conheceremos em nossa disciplina os seguintes


métodos:

- Método do Payback Simples;


- Método do Payback Descontado;
- Método do Valor Presente Líquido e
- Método da Taxa Interna de Retorno.

4.1 - MÉTODO DO PAYBACK SIMPLES - PBS

O Payback é uma das técnicas de análise de investimento mais comuns que existem.
Consiste em umas das alternativas mais populares ao VPL. Sua principal vantagem em relação ao
VPL consiste em que a regra do Payback leva em conta o tempo do investimento e
conseqüentemente é uma metodologia mais apropriada para ambientes com risco elevado.

Este método visa calcular o número de períodos ou quanto tempo o investidor irá precisar
para recuperar o investimento realizado. Um investimento significa uma saída imediata de dinheiro.
Em contrapartida se espera receber fluxos de caixa que visem recuperar essa saída. O PayBack
calcula quanto tempo isso irá demorar.

As pessoas (inclusive as que não tem muito conhecimento em finanças) usam


constantemente esse método e a formula para calcular o payback é:

Payback = Valor do Investimento ÷ Valor do Fluxo Periódico


Esperado

Período de payback => período exigido para que um investimento gere fluxos de caixa suficientes
para recuperar o custo inicial.

Exemplo: Suponha o seguinte fluxo de caixa de um projeto.


Ano 0 1 2 3 4

|_______|______|______|______|

- $ 50.000 $ 30.000 $20.000 $10.000 $5.000

O investimento inicial é de $ 50.000. Depois do primeiro ano, a empresa recupera $ 30.000,


deixando $ 20.000 a descoberto. O fluxo de caixa no segundo ano é exatamente igual a $ 20.000; ou
seja, o investimento “se paga” em exatamente dois anos.

Considere dois investimentos, longo (1) e curto (2):

Ano 0 1 2 3 4

|_______|______|______|______|

Investimento 1 - $ 250 $ 100 $ 100 $ 100 $ 100

Investimento 2 - $ 250 $ 100 $ 200 $0 $0

Payback => I (1) = 2 + $ 50/100 = 2,5 anos

I (2) = 1 + $ 150/200 = 1,75 anos

Se fosse considerado um período de corte de dois anos, o investimento 2 seria aceito e o


investimento 1 seria rejeitado.

OBS: Suponha que fosse exigido uma taxa de retorno de 15% para os investimentos. Calculando o
VPL teríamos: VPL (1) = $35,50 e VPL (2) = - $ 11,81.

Neste caso o I (1) aumenta o valor do capital dos acionistas e o I (2) diminui.

Vantagens:

1. De fácil compreensão;
2. Leva em conta a incerteza de fluxos de caixa mais distantes;
3. Tem um viés em favor da liquidez (quanto mais curto o tempo do retorno, ou quanto menor
o payback, maior a liquidez do projeto e, por conseguinte, menor o risco);
4. Mostra o ponto de equilíbrio contábil de um projeto ou de uma empresa.

Desvantagens:

1. Ignora o valor do dinheiro no tempo;


2. Exige um período de corte arbitrário;
3. Ignora fluxos de caixa além da data de corte;
4. Tem um viés contra projetos de longo prazo, tais como os de pesquisa e desenvolvimento e
novos projetos.

Exemplo 2: Se uma empresa está interessada em investir $ 600.000 num projeto, que apresenta
os retornos anuais líquidos (descontados os impostos), sucessivos, de $ 120.000, $ 150.000, $
200.000, $ 220.000, $ 150.000, $ 180.000 e $ 80.000, logo teremos os fluxos de caixa conforme
abaixo:

MÉTODO DO PAYBACK SIMPLES


Anos Capitais Acumulado Procura
0 ($ 600.000) ($ 600.000) do PBS
1 $ 120.000 ($ 480.000)
2 $ 150.000 ($ 330.000)
3 $ 200.000 ($ 130.000)
4 $ 220.000 $ 90.000 3,591
5 $ 150.000 $ 240.000
6 $ 180.000 $ 420.000
7 $ 80.000 $ 500.000
PBS = 3,59

Considerando que o critério da empresa é aceitar projetos de investimentos que tenham um PBS
menor que 4 anos, este projeto deverá ser aceito.

4.2 -Método do Payback Descontado - PBD

Diferente do payback simples, que é mais simplificado, o payback descontado leva em


consideração a taxa de juros e o fato de que nem sempre os fluxos esperados são constantes. Assim
uma análise mais apurada do mercado deve levar essa taxa em conta. Porém este método revela
algumas fraquezas dos modelos de avaliação de investimento. Assim como o VPL tem suas
limitações, com o Payback não poderia ser diferente. As principais limitações desse método são:

 Ter o enfoque total na variável tempo, não se preocupando com os possíveis fluxos de
caixa após o tempo de recuperação do investimento.
 Não desconta os fluxos de caixa adequadamente, pois para ele não importa a "sobra" do
investimento.
 Determinar o período de Payback é um tanto arbitrário, pois para que o Payback seja o
desejado pode incorrer em taxas de juros que não são as praticadas pelo mercado.

O Payback Descontado pode ser apreciado de duas formas:

- Acumulação do Valor Presente em cada ano do projeto – em cada ano, acumulamos o valor
presente desse ano com os valores presentes de todos os capitais do fluxo de caixa até esse ano; por
exemplo, o valor acumulado no ano 1 do exemplo anterior, será formado pela soma do presente do
valor presente do ano O mais o valor presente de capital do ano 1. O resultado será o valor
acumulado, até o ano, da data ). Consideremos, para tal, uma taxa de juros de 12% a.a.
Resultado
Custo Cap. k: 12% Valor Presente
Anos Capitais Saldo do Projeto
0 ($ 600.000) ($ 600.000) ($ 600.000)
1 $ 120.000 $107.143 ($ 492.857)
2 $ 150.000 $119.579 ($ 373.278)
3 $ 200.000 $142.356 ($ 230.922)
4 $ 220.000 $ 139.814 ($ 91.108)
5 $ 150.000 $ 85.114 ($ 5.994)
6 $ 180.000 $ 91.194 $ 85.200 5,059
7 $ 80.000 $ 36.188 $ 121.388

- Saldo do projeto com carregamento anual dos juros. Em cada ano, adicionamos os juros sobre o
saldo do projeto do ano anterior e o retorno desse ano. Utilizaremos o mesmo exemplo:

Resultado
Custo Cap. k: 12% PBD = 5,06 anos
Anos Capitais Juros Saldo do Projeto
0 ($ 600.000) $0 ($ 600.000)
1 $ 120.000 ($ 72.000) ($ 552.000)
2 $ 150.000 ($ 66.240) ($ 468.240)
3 $ 200.000 ($ 56.189) ($ 324.429)
4 $ 220.000 ($ 38.931) ($ 143.360)
5 $ 150.000 ($ 17.203) ($ 10.563)
6 $ 180.000 ($ 1.268) $ 168.169 5,059
7 $ 80.000 $ 20.180 $ 268.349

O Payback Descontado nos proporciona o Ponto de Equilíbrio Financeiro de um novo projeto de


investimentos.

4.3 – Método do Valor Presente Líquido - VPL

Valor presente líquido (VPL) - é o valor presente de pagamentos futuros descontados a uma taxa de
juros apropriada, menos o custo do investimento inicial. Basicamente, é o calculo de quanto os
futuros pagamentos somados a um custo inicial estaria valendo atualmente. Temos que considerar o
conceito de valor do dinheiro no tempo, pois, exemplificando, R$ 1 milhão hoje, não valeria R$ 1
milhão daqui a uma ano, devido ao custo de oportunidade de se colocar, por exemplo, tal montante
de dinheiro na poupança para render juros. É um método padrão nas finanças para a análise do
orçamento de capitais - planejamento de investimentos a longo prazo. Usando o método VPL um
projeto de investimento potencial deve ser empreendido se o valor presente de todas as entradas de
caixa menos o valor presente de todas as saídas de caixa (que iguala o valor presente líquido) for
maior que zero. Se o VPL for igual a zero, o investimento é indiferente, pois o valor presente das
entradas é igual ao valor presente das saídas de caixa; se o VPL for menor do que zero, significa
que o investimento não é economicamente atrativo, já que o valor presente das entradas de caixa é
menor do que o valor presente das saídas de caixa. Para cálculo do valor presente das entradas e
saídas de caixa é utilizada a TMA (Taxa Mínima de Atratividade) como taxa de desconto. Se a
TMA for igual à taxa de retorno esperada pelo acionista, e o VPL > 0, significa que a sua
expectativa de retorno foi superada e que os acionistas estarão esperando um lucro adicional a
qualquer investimento que tenha valor presente igual ao VPL. Desta maneira, o objetivo da
corporação é maximizar a riqueza dos acionistas, os gerentes devem empreender todos os projetos
que tenham um VPL > 0, ou no caso se dois projetos forem mutuamente exclusivos, deve escolher-
se o com o VPL positivo mais elevado.
O valor presente líquido para fluxos de caixa uniformes, pode ser calculado através da seguinte
fórmula, onde t é a quantidade de tempo (geralmente em anos) que o dinheiro foi investido no
projeto, n a duração total do projeto (no caso acima 6 anos), i o custo do capital e FC o fluxo de
caixa naquele período.
Se a saída do caixa é apenas o investimento inicial, a fórmula pode ser escrita desta maneira: Em
que FCj representa os valores dos fluxos de caixa de ordem "j", sendo j = 1, 2, 3, ..., n; FC0
representa o fluxo de caixa inicial e "i" a taxa de juro da operação financeira ou a taxa interna de
retorno do projeto de investimentos.
Possibilidades para o Valor Presente Líquido de um projeto de investimento

• Maior do que zero: significa que o investimento é economicamente atrativo, pois o valor
presente das entradas de caixa é maior do que o valor presente das saídas de caixa.
• Igual a zero: o investimento é indiferente pois o valor presente das entradas de caixa é igual
ao valor presente das saídas de caixa.
• Menor do que zero: indica que o investimento não é economicamente atrativo porque o
valor presente das entradas de caixa é menor do que o valor presente das saídas de caixa.

Entre vários projetos de investimento, o mais atrativo é aquele que tem maior Valor Presente
Líquido.

CÁLCULO DO VPL USANDO O VP ACUMULADO

Custo de Capital k: 10%


Anos Capitais VP Acumulado
0 ($ 2.500.000) ($ 2.500.000,00)
1 $ 350.000 ($ 2.181.818,18)
2 $ 450.000 ($ 1.809.917,36)
3 $ 500.000 ($ 1.434.259,95)
4 $ 750.000 ($ 921.999,86)
5 $ 750.000 ($ 456.308,87)
6 $ 800.000 ($ 4.729,73)
7 $ 1.000.000 $ 508.428,39

Comparando com o Payback descontado, percebemos que a coluna VP Acumlado é a mesma que
usamos para calcular o PBD na condição de valor presente. O PBD é igual a 6,01 anos, neste caso.

4.3.1 - Vantagens e Desvantagens do Método do VPL

A principal vantagem do método do VPL é informar se o projeto de investimento aumentará o valor


da empresa. Vejamos duas situações sobre um mesmo projeto de investimento.
- Se o valor do VPL for positivo, o projeto deverá ser aceito pois o capital investido será
recuperado, remunerado na taxa de juros que mede o custo de capital k e, ainda, o projeto gerará um
lucro extra, na data O, no valor igual a VPL. Portanto, ao investir nesse projeto se espera que o
valor da empresa tenha um acréscimo igual ao valor do VPL.

- Se o valor do VPL do projeto for negativo, o projeto não deverá ser aceito pois o projeto gerará
um prejuízo, na data 0, igual ao valor do VPL. Portanto, ao investir nesse projeto, apesar da
recomendação do próprio método de não aceitar o projeto, deve-se esperar que o valor da empresa
tenha um decréscimo igual ao valor do VPL.

Os pontos fortes do método do VPL são a inclusão de todos os capitais do fluxo de caixa e o custo
de capital. Como o valor da taxa de juros K que mede o custo de capital é usada para calcular o
valor do VPL, podemos entender que o método do VPL considera, também, o risco das estimativas
futuras do fluxo de caixa. As desvantagens do método do VPL são relacionadas com:

- A necessidade de conhecer o valor de k. Como a taxa de juros que mede o custo de capital k deve
inlcuir o risco do projeto, a tarefa de definir o valor de k nem sempre é fácil de realizar.

- O tipo de resposta em valor monetário no lugar de ser em porcentagem.

4.4 – Método da Taxa Interna de Retorno - TIR

O método da taxa interna de retorno consiste em calcular a taxa que anula o valor presente líquido
do fluxo de caixa do investimento que está sendo analisado. Será atrativo o investimento cuja
taxa interna de retorno for maior ou igual à taxa de atratividade do investidor.
Em comparações de investimentos, o melhor é aquele que tem a maior taxa interna de retorno.
Essa taxa não é, no entanto, facilmente calculada, devendo ser determinada pelo método da
tentativa e erro. Tenta-se uma taxa de valor provável – taxa % de juros informados - e a partir
daí fazem-se aproximações sucessivas. O nível de precisão na TIR do resultado é de 0,01%,
devendo ser obtida para um máximo de 10.000 interações.
Assim como nos cálculos de valor presente, a TIR é utilizada para trazer a para a data inicial
todos os fluxos de caixa.

Exemplo - Uma aplicação de R$ 650.00,00 rendeu dois pagamentos de R$ 150.000 nos períodos 2 e
3 mais uma renda perpétua de R$ 50.000 a partir do período 6, com crescimento de 5% por
período (por exemplo, inflação). Qual a taxa interna de retorno desse investimento?

Analiticamente:

Resolvendo por aproximações sucessivas:

TIR = 11,79% com precisão de 0,01%

Exemplo: O lançamento de um sabonete deverá ter sucesso, pois


atenderá à expectativa de novidades do mercado de cosméticos. Os
estudos de mercado, de produção e engenharia permitiram definir o
fluxo de caixa do projeto de investimento após os impostos,
registrados no DFC abaixo, onde os valores monetários se referem a
milhares ($000). Pede-se verificar se este projeto de investimento
de capital deve ser aceito, aplicando o método da TIR,
considerando que o custo de capital é igual a 10% ao ano.

CÁLCULO DA TIR COM A FUNÇÃO FINANCEIRA TIR

Anos Capitais
0 ($ 2.500.000)
1 $ 350.000
2 $ 450.000
3 $ 500.000
4 $ 750.000
5 $ 750.000
6 $ 800.000
7 $ 1.000.000

TIR= 14,96%

Como a TIR é maior que o custo de capital, o projeto deve ser


aceito.

5. PLANEJAMENTO TÁTICO, ESTRATÉGICO E OPERACIONAL

Como forma de complementar informações acerca de projetos, lembremos do conceito de


Planejamento, útil no estudo de novos investimentos:
“Planejamento é o processo de se estabelecer objetivos e de determinar o que deve ser feito para
alcançá-los”.

Níveis da informação e de decisão


5.1 - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

O Planejamento Estratégico pode ser conceituado como um processo de gestão que possibilita ao
executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas em obter um nível de
otimização na relação da empresa com o seu ambiente.

O nível estratégico de influência considera a estrutura organizacional de toda a empresa e a melhor


interação desta com o ambiente.

Neste caso o nível da informação é macro, contemplando a empresa como um todo, ou seja, meio
ambiente interno e/ou externo.

A Função do Planejamento Estratégico


O planejamento Estratégico é um importante instrumento de gestão para as organizações na
atualidade.
Constitui uma das mais importantes funções administrativas e é através dele que o gestor e sua
equipe estabelecem os parâmetros que vão direcionar a organização da empresa, a condução da
liderança, assim como controle das atividades.
O objetivo do planejamento é fornecer aos gestores e suas equipes uma ferramenta que os
mantenham informados para tomada de decisão, ajudando – os a atuar de forma pró-ativa,
antecipando-se as mudanças que ocorrem no mercado em que atuam.

5.2 - PLANEJAMENTO TÁTICO

Uma abordagem para distribuição conduzida pelo mercado e voltada para soluções que ajuda as
empresas a atingirem objetivos traduzindo a estratégia em execução eficaz.

O Planejamento Tático tem como finalidade aperfeiçoar determinada área de resultado ou função
empresarial e não a empresa como um todo.

O nível tático de influência considera determinado conjunto de aspectos homogêneos da estrutura


organizacional da empresa.

Neste caso o nível da informação é em grupo (agrupada ou sintetizada), contemplando a junção de


determinadas informações de uma Unidade Departamental e ou de um negócio.

5.3 - PLANEJAMENTO OPERACIONAL

O Planejamento Operacional pode ser considerado como formalização de processos, principalmente


através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento, respectivas normas e
implementação estabelecidas.

Cria condições para a adequada realização de trabalhos diários da empresa, onde o nível
operacional de influência considera uma parte bem específica da estrutura organizacional da
empresa.

Neste caso o nível da informação é detalhado (analítica), contemplando pormenores específicos de


um dado, de uma tarefa ou atividade.
Os níveis da informação empresarial têm suas relações com os níveis decisórios (estratégico, tático
ou gerencial e operacional) e os níveis hierárquicos.

O planejamento operacional pode ser considerado como a formalização, principalmente através de


documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação estabelecidas. Portanto,
nesta situação têm-se, basicamente, os planos de ação ou planos operacionais.

Os planejamentos operacionais correspondem a um conjunto de partes homogêneas do


planejamento tático.

Cada um dos planejamentos operacionais deve conter com detalhes:

• Os recursos necessários para o seu desenvolvimento e Implantação;


• Os procedimentos básicos a serem adotados;
• Os produtos ou resultados finais esperados;
• Os prazos estabelecidos;
• Os responsáveis pela sua execução e Implantação.

OBSERVAÇÃO: Anexo a esta apostila segue planilhas que permitem o cálculo dos
diferentes Métodos de Avaliação de Investimentos, para uso em Excel para Windows.

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