Nas universidades e nas redes sociais tem chamado a atenção a presença dos chamados Coletivos - novas formas de organização que pautam discussões relacionadas a marcadores sociais da diferença, tais como gênero, raça e orientação sexual. Embora seja um fenômeno contemporâneo e crescente, não existe literatura consolidada que explique o surgimento, formas de atuação e impacto desse tipo de mobilização. O presente trabalho tem como objetivo justamente analisar os Coletivos que atuam no Nordeste do Brasil, comparando-os com Coletivos já estudados por pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Especificamente serão investigados os fatores relacionados com o surgimento dessas organizações, assim como suas estratégias de atuação e a interação com o Estado. A pesquisa será feita por meio da consulta de trabalhos que tenham os Coletivos como objetos de estudo e realização de entrevistas qualitativas com membros de Coletivos que atuam no estado do Piauí, no Nordeste do Brasil. Dessa forma a pesquisa pretende preencher a lacuna nos estudos sobre os Coletivos, contribuindo assim para a reflexão sobre movimentos sociais.
Original Title
Surgimento e atuação dos Coletivos que discutem clivagens sociais
Nas universidades e nas redes sociais tem chamado a atenção a presença dos chamados Coletivos - novas formas de organização que pautam discussões relacionadas a marcadores sociais da diferença, tais como gênero, raça e orientação sexual. Embora seja um fenômeno contemporâneo e crescente, não existe literatura consolidada que explique o surgimento, formas de atuação e impacto desse tipo de mobilização. O presente trabalho tem como objetivo justamente analisar os Coletivos que atuam no Nordeste do Brasil, comparando-os com Coletivos já estudados por pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Especificamente serão investigados os fatores relacionados com o surgimento dessas organizações, assim como suas estratégias de atuação e a interação com o Estado. A pesquisa será feita por meio da consulta de trabalhos que tenham os Coletivos como objetos de estudo e realização de entrevistas qualitativas com membros de Coletivos que atuam no estado do Piauí, no Nordeste do Brasil. Dessa forma a pesquisa pretende preencher a lacuna nos estudos sobre os Coletivos, contribuindo assim para a reflexão sobre movimentos sociais.
Nas universidades e nas redes sociais tem chamado a atenção a presença dos chamados Coletivos - novas formas de organização que pautam discussões relacionadas a marcadores sociais da diferença, tais como gênero, raça e orientação sexual. Embora seja um fenômeno contemporâneo e crescente, não existe literatura consolidada que explique o surgimento, formas de atuação e impacto desse tipo de mobilização. O presente trabalho tem como objetivo justamente analisar os Coletivos que atuam no Nordeste do Brasil, comparando-os com Coletivos já estudados por pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Especificamente serão investigados os fatores relacionados com o surgimento dessas organizações, assim como suas estratégias de atuação e a interação com o Estado. A pesquisa será feita por meio da consulta de trabalhos que tenham os Coletivos como objetos de estudo e realização de entrevistas qualitativas com membros de Coletivos que atuam no estado do Piauí, no Nordeste do Brasil. Dessa forma a pesquisa pretende preencher a lacuna nos estudos sobre os Coletivos, contribuindo assim para a reflexão sobre movimentos sociais.
III Encontro Internacional Participao, Democracia e Polticas Pblicas
30/05 a 02/06/2017, UFES, Vitria (ES)
ST 12: Democracia, Participao e Polticas identitrias e interseccionais: limites,
impactos e horizontes
Surgimento e atuao dos Coletivos que discutem clivagens sociais
Olvia Cristina Perez
UFPI Resumo: Nas universidades e nas redes sociais tem chamado a ateno a presena dos chamados Coletivos - novas formas de organizao que pautam discusses relacionadas a marcadores sociais da diferena, tais como gnero, raa e orientao sexual. Embora seja um fenmeno contemporneo e crescente, no existe literatura consolidada que explique o surgimento, formas de atuao e impacto desse tipo de mobilizao. O presente trabalho tem como objetivo justamente analisar os Coletivos que atuam no Nordeste do Brasil, comparando-os com Coletivos j estudados por pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Especificamente sero investigados os fatores relacionados com o surgimento dessas organizaes, assim como suas estratgias de atuao e a interao com o Estado. A pesquisa ser feita por meio da consulta de trabalhos que tenham os Coletivos como objetos de estudo e realizao de entrevistas qualitativas com membros de Coletivos que atuam no estado do Piau, no Nordeste do Brasil. Dessa forma a pesquisa pretende preencher a lacuna nos estudos sobre os Coletivos, contribuindo assim para a reflexo sobre movimentos sociais. Palavras-chave: Coletivos. Movimentos sociais. Sociedade Civil. 1 INTRODUO
A ao coletiva no esttica e se reinventa, adicionando novos elementos e
retomando discusses passadas. Um tipo de ao coletiva denominada coletivo vem chamando a ateno nas universidades e nas redes sociais. Os coletivos debatem questes como gnero, raa, orientao sexual e outros marcadores sociais da diferena. Sabe-se que a nomenclatura no nova, tampouco as organizaes que se auto intitulam coletivos so todas recentes. No entanto, vem crescendo essa autodenominao, como se fossem novas formas de mobilizao, distantes dos mecanismos tradicionais de se fazer poltica via eleitoral e atravs de partidos. So poucos os estudos que tratam dos coletivos. No Brasil, apenas sete artigos cientficos tem essas organizaes como objetos de pesquisa (MESQUITA, 2008; BORELLI e ABOBOREIRA, 2011; SIQUEIRA e LAGO, 2012; COSTA e PAULON, 2012; MAIA, 2013; FERREIRA, 2015; AMADOR e CASTRO, 2016), enquanto cinco deles so frutos de reflexes de pesquisadores de outros pases - um da Venezuela (SAPRIEZA, 2015), outro do Chile (MORA e RIOS, 2009), ndia (DESOUZA, 2012) e dois dos Estados Unidos (BORDT, 1990; VALK, 2002) - segundo pesquisa realizada em artigos cientficos disponibilizados no portal de peridicos da Capes. Tais estudos se baseiam em estudos de caso, no permitindo uma sistematizao sobre o que so os coletivos e o que os diferencia de outras formas de ao coletiva. Mas fornecem pistas sobre essas formas de mobilizao social, como o foco na discusso sobre gnero. Os estudos e debates sobre desigualdades tm apontado que no somente a questo de renda que diferencia socialmente indivduos e grupos. Clivagens sociais tais como gnero, orientao sexual/sexualidade, raa-cor, gerao, religio, nacionalidade, deficincia e escolaridade esto relacionadas opresso, violncia, dificuldade de acesso a direitos, bens e servios (MOUTINHO, 2014). Tais clivagens so chamadas de marcadores sociais da diferena. Os marcadores no podem ser analisados de forma isolada. Por exemplo, assim como verdadeiro o fato de que todas as mulheres esto, de algum modo, sujeitas ao peso da discriminao de gnero, tambm verdade que outros fatores relacionados suas identidades sociais, tais como classe, casta, raa-cor, etnia, religio, origem nacional e orientao sexual, so diferenas que impactam na forma como vrios grupos de mulheres vivenciam a discriminao (CRENSHAW, 2002). A associao de sistemas mltiplos de subordinao tem sido abordada como uma interseccionalidade dos marcadores sociais. A superao das diferenas relacionadas s clivagens sociais so temas das teorias da justia. Partindo de uma perspectiva ampla, Nancy Fraser (2006) defende a necessidade do reconhecimento de identidades atrelada ao alcance de igualdade social, pois [...] a justia hoje exige tanto redistribuio como reconhecimento. (FRASER, 2006, p. 231). Logo, as desigualdades relacionadas gnero e classe necessitariam de aes nos dois sentidos. Os coletivos se inserem nessa discusso na medida em que promovem debates de clivagens sociais atentando para a interseccionalidade das mesmas. Os estudos tambm apontam que os coletivos so formas de ao coletiva pequenas e no institucionalizadas o que as distancia da literatura sobre organizaes no-governamentais e associaes. Parecem mais prximos das explicaes sobre movimentos sociais (cf. BORELLI e ABOBOREIRA, 2011). Em linhas gerais, duas correntes de anlises contemporneas se concentram na explicao sobre as caractersticas e o surgimento dos movimentos sociais: a teoria dos novos movimentos sociais (MELUCCI, 1989; MELUCCI, [1982], 2001; TOURAINE, 2003) e a teoria do confronto poltico (TARROW, 2009; McADAM, TARROW e TILLY, 2009; TILLY, 2010). Conforme o socilogo italiano Alberto Melucci (1989), os movimentos sociais como categoria analtica seriam uma forma de ao coletiva baseada na solidariedade e na reafirmao de demandas simblicas. A partir do estudo dos movimentos sociais surgidos na Europa e Estados Unidos em especial na dcada de 1960, os tericos passaram a explicar que no se tratavam mais de movimentos ligados a classes sociais ou pauta dos trabalhadores, mas sim de mobilizaes relacionadas expresso de demandas simblicas. Pelo fato das motivaes serem de ordem ps-material e voltadas para a construo ou o reconhecimento de identidades coletivas, o objetivo no seria combater ou conquistar o Estado (MELUCCI, 1989). Os novos movimentos sociais teriam como caractersticas a fluidez, a horizontalidade e o apartidarismo (MELUCCI, 1989). No entanto, so formas de ao coletiva heterogneas, ou seja, so mltiplas, variveis e entrelaam heranas do passado e particularidades do presente (MELUCCI, [1982] 2001). A mobilizao social no pode ser compreendida de modo alheio s especificidades dos contextos social e poltico. A teoria do confronto poltico - outra grande corrente de estudos sobre os movimentos sociais - justamente destaca a relao entre movimentos sociais e oportunidades proporcionadas pelo sistema poltico. Conforme um dos tericos dessa corrente, Charles Tilly (2010), os movimentos sociais so organizaes inclusivas compostas por vrios grupos de interesse, tais como: trabalhadores, grupos de mulheres e estudantes. Esses estratos da sociedade so articulados em torno de uma insatisfao comum. Na maioria dos casos, a percepo da falta de democracia em um contexto poltico especfico. Complementando, conforme Sidney Tarrow (2009), os movimentos sociais so desafios coletivos baseados em objetivos comuns e solidariedade social numa interao sustentada com as elites, opositores e autoridade. (TARROW, 2009, p. 21). Trata-se, portanto, de uma forma especfica de poltica contenciosa, pois envolve a elaborao coletiva de reivindicaes que, alcanando sucesso, conflitariam com os interesses de outros (TILLY, 2010). As mudanas operadas nas estruturas de oportunidades e restries polticas condicionam a motivao elementar para o engajamento na ao coletiva (McADAM, TARROW e TILLY, 2009). Ou seja, mudanas gerais nas condies polticas possibilitam ambientes favorveis para a ao coletiva na medida em que as pessoas tendem a acreditar que a mobilizao pode ser bem-sucedida (TARROW, 2009). Ademais, o sistema poltico muda e modifica o ambiente em que os atores sociais atuam, influenciando o incio, desenvolvimento e resultados da ao coletiva. Assim, so fatores polticos que explicam porque a ao coletiva emerge em alguns lugares e pocas e no em outros. Tilly (2010) aponta trs fontes de mudana e variao nos movimentos sociais: ambientes polticos globais (incluindo democratizao e des-democratizao); interaes que ocorrem no curso dos movimentos sociais (por exemplo, interaes entre os manifestantes e a polcia) e a comunicao entre os participantes de diversos movimentos (nesse processo os movimentos emprestam ideias, pessoas, retrica e modelos de ao). Nota-se que o carter relacional dos movimentos sociais com outros atores e instituies uma das tnicas da teoria do confronto poltico e suscita muitos tipos de estudos para a compreenso do mtuo impacto entre governos e movimentos sociais. No Brasil os movimentos sociais ganharam destaque na luta pela ampliao de direitos durante o regime militar (1964-1985). Os estudos acadmicos exaltavam o papel dos movimentos sociais que estariam construindo novas formas de sociabilidade. Mais do que isso: a ao coletiva construiria uma nova cultura poltica, no mais baseada no clientelismo, mas na garantia de direitos, em especial direito participao. Tais movimentos seriam diferentes dos antigos movimentos sociais que exigiam servios do Estado como favores (SADER, 1988). Com a redemocratizao, membros dos movimentos sociais passaram a atuar junto do Estado na formulao de polticas pblicas e execuo das mesmas. Essa aproximao com as esferas governamentais foi considerada por muitos tericos como uma cooptao ou descaracterizao dos movimentos (CARDOSO, 1994). J os estudos atuais destacam justamente a importncia da compreenso das mltiplas formas de interseco entre movimentos sociais e Estado, tais como a presena de movimentos sociais dentro do aparato estatal, assim como as redes que cruzam as fronteiras entre Estado e sociedade civil (ABERS e VON BLOW, 2011; LAVALLE e SWAKO, 2015). Considerando os ensinamentos dos tericos dos movimentos sociais, o presente trabalho traz uma sistematizao do que so os coletivos, suas estratgias de atuao, seus respectivos processos de criao e interao com o Estado a partir das concepes dos seus prprios membros.
2 METODOLOGIA
Os coletivos so fenmenos pouco estudados e com dados insuficientes,
impossibilitando uma sistematizao sobre eles. Logo, optou-se por realizar uma pesquisa exploratria para que fosse possvel levantar e analisar informaes sobre formas de ao coletiva na contemporaneidade. Optou-se por investigar os coletivos que se auto denominam dessa forma. Ou seja, no foi estabelecido um conjunto de critrios para que uma organizao fosse classificada como coletivo. O critrio foi a auto definio das organizaes. S assim foi possvel compreender do que se trata esse tipo de ao coletiva que vem crescendo. Primeiramente foi levantada uma lista dos coletivos que atuam na cidade de Teresina, capital do estado do Piau. A escolha do lcus de anlise foi intencional, levando em conta as dificuldades de pesquisas qualitativas exploratrias desenvolvidas fora do domiclio do pesquisador ou em mbito nacional.1 Para a localizao dos coletivos inicialmente foram consultados estudantes, membros de espaos de discusso, redes sociais e notcias da imprensa. Chegou-se ao nome de sete coletivos. Outros onze foram encontrados por meio da tcnica conhecida como snowball, ou snowball sampling (Bola de Neve). Essa tcnica uma forma de amostra no probabilstica em que so localizados participantes iniciais e esses indicam novos participantes at que se atinja o ponto de saturao, ou seja, os mesmos sujeitos comeam a ser indicados. Detalhando melhor, os entrevistados so solicitados a indicar o nome de outras organizaes que trabalhavam na rea e assim sucessivamente, gerando novas rodadas de entrevistas da a ideia de uma bola de neve. A tcnica recomendvel para rastrear populaes ocultas, pois os sujeitos
1 Pretende-se ampliar a pesquisa.
entrevistados no so definidos a priori, mas sim empiricamente pela indicao dos seus colegas. Por meio dessas tcnicas foram localizados dezoito coletivos que atuam na cidade. No foi possvel entrevistar os membros das dezoito organizaes, posto as dificuldades de realizao de entrevistas com esse pblico. Os problemas de entrevist- los so: 1- os coletivos por vezes so formados por poucos integrantes e nem sempre os mesmos tm um envolvimento efetivo com a organizao, o que dificulta a marcao de entrevistas; 2- alguns so criados e desfeitos em um curto espao de tempo, logo, existe a possibilidade de que alguns coletivos localizados nem existam mais; 3- pela falta de liderana alguns membros se recusam a ser entrevistados, com receio de que sejam divulgadas informaes no consensuais; 4- alguns coletivos tm maior presena nas redes sociais e poucos encontros reais, por conta disso seus membros no se sentem aptos a fornecer entrevistas. Ademais, duas entrevistas foram realizadas com organizaes que foram indicados pelos pares como coletivos, mas durante a entrevista seus membros ressaltaram que no se autodenominavam como coletivos (um se auto definiu como Liga e outro recusou uma definio). Tais entrevistas foram descartadas por no se encaixaram no critrio de autodenominao como coletivo. Considerando tais dificuldades, a pesquisa conseguiu localizar e realizar entrevistas qualitativas com membros de treze coletivos. Segue a lista dos coletivos, conforme auto nomeao dos seus membros: 1- Coletivo de Mulheres Olga Benrio; 2- Coletivo de Gays Mirindiba; 3- Ktias Coletivas; 4- Coletivo GPTRANS; 5- Coletivo Atitude Preta; 6- Coletiva Batuque Feminista; 7- Coletivo UJS; 8- Coletivo UJR; 9- Coletivo UJC; 10- Coletivo Correnteza; 11- Coletivo RUA; 12- Coletivo Zabel; 13- Coletivo Salve Rainha. As entrevistas foram feitas no primeiro semestre de 2017 nos locais de atuao dos coletivos quase todos atuam na Universidade Federal do Piau. O roteiro semiestruturado versava sobre a definio de coletivo, a rea e forma de atuao dos mesmos, bem como sobre o surgimento e interao com outros atores. Como os coletivos por vezes atuam sem formalizao oficial e ainda contra o sistema (seja ele universitrio, capitalista ou machista) optou-se pela no identificao dos seus nomes durante a apresentao dos resultados. Para complementar e comparar as informaes, tambm foi realizada uma pesquisa bibliogrfica sistematizada no segundo semestre de 2016 em que foram localizados todos os artigos cientficos disponveis para consulta no Portal Peridicos Capes (acesso via universidade) e que continham o descritor coletivo ou collective no seu ttulo. Aps essa verificao inicial, foi feita uma seleo nos artigos que tratavam de coletivos no sentido da presente pesquisa, ou seja, como formas de ao coletiva empreendidas por movimentos ou organizaes chamados de coletivos. Aps essa seleo foram analisados doze artigos cientficos escritos no Brasil e em outros pases que tinham os coletivos como objetos de estudo.
3 RESULTADOS
O primeiro ponto observado na pesquisa exploratria sobre coletivos foram suas
reas de atuao. Dos trezes coletivos pesquisados, seis dele tratavam de questes relacionadas a marcadores sociais da diferena (gnero, raa, sexualidade e interseces); quatro podem ser considerados como movimentos estudantis; outro ligado a temticas da juventude, um anarquista e outro (o mais conhecido na cidade) atua na rea de arte e cultura. Ou seja, existe um padro entre os coletivos: a atuao com questes debatidas nos ambientes acadmicos nos anos mais recentes: raa, gnero, sexualidade e a interseccionalidade desses marcadores. Inclusive, dois coletivos pedem para serem chamados de coletivas, reafirmando a importncia da desconstruo do padro masculino nas palavras e aes. O mesmo padro constatado nos artigos cientficos localizados no Portal de Peridicos da Capes que estudam coletivos. Dos doze artigos examinados, seis deles tratam da questo de gnero (os dois estadunidenses, um da ndia, outro da Venezuela e mais dois do Brasil); outros trs atuam na rea de arte e cultura, um com msica, outro com juventude e um com sade mental. A luta por demandas simblicas j era uma das caractersticas dos novos movimentos sociais que emergiram nos Estados Unidos e na Europa durante a dcada de 1960 (MELUCCI ([1982] 2001). Tais questes esto emergindo com mais fora nos ltimos anos, sendo inclusive englobadas dentro de um novo campo de estudo chamado de marcadores sociais da diferena (MOUTINHO, 2014). O debate mais atual em relao as clivagens sociais que levam opresso aponta para as suas interseccionalidade, que produzem outras formas de discriminao (CRENSHAW, 2002). Em consonncia com tais debates, chama a ateno em todas as entrevistas a conscincia acerca da interseccionalidade dos marcadores sociais das diferenas. Nenhum coletivo deixou de citar a importncia de debater questes relacionadas a gnero e raa alm das temticas j abrangidas. Inclusive, um dos coletivos se autodenomina feminista interseccional, pontuando o quanto a interseco entre gnero, raa e classe social est relacionada a outro tipo de tratamento e acesso a direitos. Logo, os coletivos apresentam uma estreita conexo com o debate acadmico sobre clivagens sociais que aponta a interseccionalidade entre os marcadores. Nota-se que a maior parte dos coletivos (onze deles) formado por estudantes universitrios que de alguma forma tem contato com essas discusses nos cursos. Ademais, a interseccionalidade est presente tambm nos debates virtuais. Alm de reproduzir tais discusses, os coletivos ajudam a divulgar e a construir uma certa compreenso a respeito das formas de opresso. A classe social central na fala dos entrevistados. Com exceo do coletivo da rea de arte e cultura, todos os outros em algum momento da fala acentuam a importncia da diminuio da desigualdade social ligada ao sistema capitalista. No entanto, a importncia da diminuio das desigualdades de classe aparece combinada com outras clivagens sociais. Somente um coletivo anarquista tem como objetivo principal a supresso do sistema capitalista. Se os novos movimentos sociais da dcada de 1960 se distinguiam da ao coletiva anterior pelo fato das suas demandas no estarem mais associadas as classes sociais, os coletivos combinam a luta pelo reconhecimento de identidades, com a garantia de direitos e a diminuio das desigualdades sociais provocadas pelo capitalismo. A importncia do reconhecimento de identidades aliada igualdade social tambm pontuada por tericos como Nancy Fraser (2006), pautada na ideia de que a justia s pode ser feita com reconhecimento e redistribuio. Mais uma vez os coletivos se mostram em sintonia com os debates acadmicos, o que aponta a interconexo entre academia e ao coletiva. Outra parte expressiva dos coletivos (quatro deles) atua com questes estudantis, principalmente dentro da universidade. Tal pauta no uma novidade, j que os movimentos estudantis so organizaes historicamente presentes dentro das universidades. Os movimentos estudantis so, inclusive, responsveis por promoverem debates e atuarem no sentido de ampliao e concretizao de direitos que facilitem as tarefas dos estudantes. Essa mistura de pautas aponta para a heterogeneidade dos movimentos que, como bem ensinou Melucci ([1982] 2001), combinam heranas do passado com particularidades do presente. Mas, se a luta estudantil antiga, porque seus militantes esto se auto intitulando coletivos e no mais movimentos ou organizaes? Os coletivos so entendidos pelos entrevistados como uma unio de pessoas em prol de um objetivo comum. Haveria um compartilhamento de ideias em comum que levaria a unio de todos, como uma coletividade. Diferente das organizaes tradicionais, os coletivos no teriam hierarquia, burocracia ou lideranas. As decises seriam tomadas pela coletividade por meio de consenso. Essas ideias esto expressas em um dos trechos das entrevistas em que os coletivos so explicados como: Juntar pessoas que sofrem opresses comuns sem burocracia (...); ou ainda, conforme outra entrevista, [coletivo ] Sem liderana ou hierarquia, [ um] aglomerado de pessoas, uma coletividade com compartilhamento. Afora os coletivos estudantis ligados a partidos polticos (dois deles), todos os outros pontuam o distanciamento que tm de partidos e do que caracterizaria a militncia partidria: a obedincia ao partido em detrimento da coletividade. O que importa para esses jovens que as decises sejam tomadas de modo compartilhado, considerando a necessidade do coletivo - e no o criticado dirigismo dos partidos polticos. Segundo uma entrevistada Tem partidos que lhe instrui para ter uma forma de se expressar mais dirigista e s vezes isso no legal dentro de um coletivo. Porque o que a gente tem que fazer coletivizar o conhecimento e fazer com que vrias pessoas se sintam empoderadas para poder falar. como se os partidos contaminassem as discusses e decises por sobreporem seus interesses aos do grupo. Coletivos, portanto, se diferenciam de outras organizaes pelo carter apartidrio, decises horizontais e pela ausncia de lideranas. So caractersticas pontuadas por tericos como Melucci (1989) ao interpretar os novos movimentos sociais como formas de ao coletiva baseadas na solidariedade e na reafirmao de demandas simblicas, fluidas, horizontais e apartidrias. Concluses similares foram encontradas em um dos artigos que tinham coletivos como objetos de estudo. Conforme Rebecca Bordt (1990), os coletivos possuem os seguintes aspectos:
[...] (a) a autoridade no uma, mas distribuda entre todos os
membros; (b) a liderana rotativa e temporria, facilitando o ingresso de cada um dos sujeitos integrantes nesse posto; (c) a tomada das decises essencialmente participativa; (d) a diviso do trabalho mnima; (e) informaes, recursos e recompensas so distribudos igualmente; (f) o poder visto mais como uma forma de empoderamento do que de dominao; (g) os processos de organizao so to valiosos quanto os resultados; (h) as relaes sociais so baseadas em ideias pessoais, comunitrias e holsticas (BORDT, 1990, p.134, traduo nossa).
Conforme esse trecho, os coletivos so formas de organizao que incluem a
horizontalidade e a rotatividade, em oposio s formas institucionalizadas. Os coletivos nesse sentido no possuem formalidades como um sindicato, um partido poltico ou mesmo movimentos sociais tradicionais, que com o desenvolvimento do processo histrico foram incorporando cada vez mais dispositivos formais sua estrutura. Os modos de atuao dos coletivos tambm apresentam diferenas e recusa hierarquizao e formalizao - que seriam caractersticas das organizaes tradicionais. A roda de debates a principal forma de atuao do coletivo. Outras formas de atuao so a participao em marchas, protestos e ocupaes. Eles no atuam cobrando do Estado ou em parceria com instituies estatais no sentido de executar servios, assim como as ONGs que se proliferaram na dcada de 1990. Somente dois coletivos - que por sinal j so grandes e registrados formalmente trabalham junto prefeitura na garantia de direitos e promoo de eventos culturais. No aparece na maior parte das demandas dos coletivos a exigncia de direitos por parte do poder pblico. As definies e explicaes da teoria do confronto poltico que enfatizam a poltica contenciosa subjacente aos movimentos sociais (TILLY, 2010) parece vazia no discurso da maioria deles (com exceo do coletivo anarquista e dos dois ligados a partidos polticos). O objetivo de dez deles combater discriminaes contra gays, lsbicas, travestis, transexuais, transgneros, mulheres e negros - alm de conseguir mais ateno das universidades em relao s demandas dos seus estudantes. O fato das falas dos entrevistados no demonstrarem ligao com o poder pblico no significa que tal relao inexista. Somente dois coletivos declararam que no tem nenhuma relao com pessoas e instituies governamentais, enquanto os outros onze pontuaram o contato com membros da prefeitura, que so tambm participantes de movimentos sociais. Logo, os coletivos tm contatos com a prefeitura e com vereadores, principalmente pelo fato de membros de movimentos sociais fazerem parte do governo. Tambm foram relatados contatos com vereadores e funcionrios do poder pblico que apoiam os coletivos. Os coletivos apresentados em outro artigo cientfico brasileiro (BORELLI, ABOBOREIRA, 2011) tambm possuam tal contato. A relao entre coletivos e governo apontada por Bordt (1990) como um dilema para os coletivos. Inclusive, um dos entrevistados diz que a organizao na rea da cultura em que atua era um coletivo, at crescer e estabelecer parcerias com a prefeitura, se transformando em associao. O discurso de distanciamento do Estado aparece mais nas falas dos membros dos coletivos quando tecem comentrios sobre os partidos polticos. Com exceo dos dois coletivos ligados a partidos, todos os outros onze criticam contundentemente os partidos e a poltica parlamentar, considerada distante da populao e responsvel por promover interesses privados nos espaos de discusso. No entanto, a relao com o Estado existe e inclusive fundamental para as organizaes maiores continuarem com suas atividades. A inter-relao entre movimento sociais e Estado especialmente ressaltada pela teoria do confronto poltico que destaca o carter relacional dos movimentos sociais (McADAM, TARROW e TILLY, 2009). A literatura brasileira tambm j vem apontando essa relao e a importncia de estud-la (ABERS e VON BLOW, 2011; LAVALLE e SWAKO, 2015). Afinal, uma das questes centrais dos estudos sobre movimentos sociais desvendar o impacto dos mesmos nas polticas pblicas e na conduo de governos, bem como o impacto das decises governamentais sobre os movimentos sociais. O impacto dos movimentos sociais nos governos e vice-versa est expressa na ideia de estruturas de oportunidades desenvolvida pelos tericos do confronto poltico. As estruturas de oportunidades polticas so variveis que interveem no crescimento dos movimentos sociais e tipos de atuao dos mesmos. Isso porque condies polticas possibilitam ambientes favorveis para a ao coletiva na medida em que as pessoas tendem a acreditar que a mobilizao pode ser bem-sucedida (TARROW, 2009). Para entender essa inter-relao foi perguntado como os coletivos surgiram. Quase todos os coletivos surgiram a partir de meados dos anos de 2010. As nicas excees foram dois coletivos ligado ao movimento estudantil que no tinham o nome de coletivos quando foram criados: um criado como uma espcie de brao juvenil do Partido Comunista Brasileiro, e outro que surgiu em meados da dcada de 1980. Ambos adotaram a autodenominao de coletivos recentemente. Conforme Tilly (2010) trs fontes de mudana produzem variao nos movimentos sociais: ambientes polticos globais, interaes que ocorrem no curso dos movimentos sociais e entre seus participantes. Atentando para esses trs aspectos possvel compreender melhor as formas atuais de ao coletiva. O Brasil passou por um processo de redemocratizao recente. A primeira Constituio promulgada ps-1964 foi lanada apenas em 1988 e nela o regime democrtico de direito foi reestabelecido. Afora essa conquista, em 2003 assumiu o ex-presidente Luiz Incio Lula da Silva (PT) com bandeiras mais prximas de grupos marcados por clivagens sociais. O governo petista permaneceu por quase quatro mandatos consecutivos, apresentando de fato avanos para esses grupos - como a srie de regulamentaes criadas para proteger mulheres, negros, ndios e deficientes. O Estatuto da Igualdade Racial, Lei n 12.288, foi promulgado em julho de 2010; o Estatuto das Pessoas com Deficincia, Lei n 13.146, em 2015; leis que visam o combate violncia contra a mulher, como a Lei Maria da Penha (Lei n 11.340) data de 2006 e a recente Lei do Feminicdio (Lei n 13.104 de 9 de maro) de 2015. No tocante aos direitos LGBTTs (lsbicas, gays, bissexuais, travestis e transgneros), houve avanos proporcionados pelo poder judicirio como, por exemplo, o reconhecimento pelo STF (Supremo Tribunal Federal) da equiparao da unio homossexual heterossexual, em 2011. Logo, existe uma ligao entre a formao de coletivos e o aumento de discusses sobre grupos oprimidos. Essa constatao tambm aparece em um estudo norte-americano sobre o tema. Conforme Valk (2002), parte considervel dos coletivos feministas foi surgindo na sociedade norte-americana no bojo da nova esquerda, no final dos anos 1960. No Brasil, se os movimentos sociais que atuavam durante o perodo ditatorial pautavam suas aes em um discurso anti-Estado e pela conquista de direitos (SADER, 1988). Com a redemocratizao vrios de seus membros passaram a atuar junto ao Estado em instituies de cogesto como os Conselhos Gestores e na prpria execuo de polticas pblicas. Tal aproximao gerou crticas entre os tericos que acusaram os governos de cooptao e os movimentos sociais de se distanciarem das suas bases (CARDOSO, 1994). A crtica aproximao dos movimentos sociais com o Estado explica parte das falas dos membros dos coletivos que reproduzem uma averso aos partidos e poltica parlamentar. Afora a aparente novidade sobre o tema, Manin (1995) j tratou da descrena em relao aos partidos polticos quando refletia sobre as metamorfoses do governo representativo. O nome coletivo indica o distanciamento em relao a partidos, organizaes burocratizadas e hierarquizadas e indica uma novidade em relao aos movimentos organizados. A adoo dessa nomenclatura tem relao com a interao entre os movimentos que pegam emprestadas ideias e formas de atuao (TILLY, 2010). Tambm um nome atrativo. Conforme um dos entrevistados sobre o termo coletivo: O nome chama a ateno e aproxima as pessoas , logo seria mais atraente e moderno. No mesmo sentido, conforme outro entrevistado: Essa forma de se organizar como coletivo, um novo formato, consegue atingir mais pessoas. Em suma, existe a necessidade de diferenciar os coletivos de organizaes hierrquicas e partidrias, mas tambm uma nomenclatura em voga e, portanto, atraente.
4 CONCLUSES
Vm crescendo nas universidades e redes sociais tipos de ao coletiva
autodenominadas coletivos. No entanto, no existem trabalhos que sistematizem dados sobre eles. Para contribuir com o conhecimento sobre os coletivos, a presente pesquisa exploratria realizou entrevistas qualitativas com membros de treze coletivos que atuam na cidade de Teresina, capital do estado do Piau. Tambm foram consultados artigos cientficos que tinham os coletivos como objetos de estudo. O referencial terico versava sobre movimentos sociais. Constatou-se que nos coletivos os jovens se juntam por objetivos comuns: geralmente o combate discriminao e ao machismo, e por mais assistncia aos estudantes. Os membros decidem de forma consensual sem a presena de lideranas. Os coletivos demonstram um distanciamento em relao aos partidos polticos, tidos como responsveis por promover as orientaes partidrias em mobilizaes formadas com outros objetivos. A autodenominao coletivos utilizada para reafirmar essa forma de mobilizao horizontal, apartidria e sem lideranas. Suas demandas esto relacionadas ao reconhecimento de identidades e concretizao de direitos, assim como os novos movimentos sociais estudados por Melucci ([1982] 2001). No entanto, os coletivos no desconsideram o intercruzamento entre as clivagens sociais, em especial o peso das classes sociais na opresso sofridas por mulheres ou populao LGBTT. Nesse sentido, os coletivos demonstram uma afinidade com os debates acadmicos acerca da interseccionalidade dos marcadores sociais da diferena (CRENSHAW, 2002; MOUTINHO, 2014). Eles surgem em meados dos anos 2010 em um contexto de aumento da discusso sobre polticas afirmativas, assim como apontou a teoria do confronto poltico com a ideia de estrutura de oportunidades (McADAM, TARROW e TILLY, 2009). Isso no significa que haja uma lei de causa e efeito entre a adoo dessas discusses pelo poder pblico e as pautas dos coletivos. Os coletivos reproduzem debates em voga e contribuem para a disseminao das discusses. Interessa justamente destrinchar essa relao inteno dessa pesquisa e sugesto para pesquisas futuras. Os resultados ora apresentados contribuem para preencher a lacuna de estudos sobre os coletivos, alm de somar reflexo sobre movimentos sociais. Ademais, considera-se que conhecer os coletivos um passo importante para que se incentive novas prticas de ao coletiva com vistas ampliao e concretizao de direitos. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABERS, Rebecca; VON BLOW, Marisa. Movimentos sociais na teoria e na prtica:
como estudar o ativismo atravs da fronteira entre Estado e sociedade? Sociologias, ano 13, n. 28, 2011. p.52-84. BORDT, Rebecca L. How alternative ideas become institutions: the case of feminist collectives. Nonprofit and Voluntary Sector Quarterly, vol.26, no.2, June 1990. p. 132- 155. BORELLI, Silvia. ABOBOREIRA, Aline. Teorias/metodologias: trajetos de investigao com Coletivos junis em So Paulo/Brasil. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niez y Juventud, 1 (9), 2011. p. 161 - 172. CARDOSO, R. A trajetria dos movimentos sociais. In Dagnino, E. (org.). Anos 90: poltica e sociedade no Brasil. SP: Brasiliense, 1994. COSTA, Diogo; PAULON, Simone. Participao social e protagonismo em sade mental: a insurgncia de um coletivo. Sade em debate Rio de Janeiro, v.36, n.95, 2012. p.572-582. CRENSHAW, K. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminao racial relativos ao gnero. Rev. Estud. Fem. Florianpolis , v. 10, n. 1, 2002. p. 171-188. DESOUZA, Shaila. The Strenght of Collective Processes: An Outcome Analysis of Womens Collectives in India. Indian Journal of Gender Studies. 19 (3), 2012. p. 373-392. FERREIRA, Glauco. Margeando ativismos globalizados: nas bordas do Mujeres Al Borde. Estudos Feministas, Florianpolis, n. 312, 2015. FRASER, Nancy. Da redistribuio ao reconhecimento? Dilemas da justia numa era "ps-socialista". Cadernos de Campo, n. 14/15, 2006. P.321-328. LAVALLE, A. G. e SWAKO, J. 2015. Sociedade civil, Estado e autonomia: argumentos, contra-argumentos e avanos no debate. Opinio Pblica, Campinas, vol. 21, n 1, abril, p. 157-187. MAIA, Gretha Leite. A juventude e os Coletivos: como se articulam novas formas de expresso poltica. Revista Eletrnica do Curso de Direito da UFSM. v.8, n.1/2013. p. 58-73. MANIN, B. As Metamorfoses do Governo Representativo. RBCS, n 29, 1995. p. 5-34. McADAM, Doug; TARROW, Sidney e TILLY, Charles. Para Mapear o Confronto Poltico. Lua Nova, So Paulo, 76, 2009. p.11-48 MELUCCI, A. A inveno do presente: movimentos sociais nas sociedades complexas. Petrpolis: Vozes, [1982] 2001. MELUCCI, Alberto. Um objetivo para os movimentos sociais? Lua Nova, So Paulo, n. 17, 1989. p. 49-66, MESQUITA, Marcos Ribeiro. Cultura e poltica: a experincia dos coletivos de cultura no movimento estudantil. Revista Crtica de Cincias Sociais, 81, Junho, 2008. p. 179 207. MORA, Claudia; RIOS, Marcela. De Poltica de Representacin a Poltica de Coalicin? Posibilidades de Movilizacin Feminista em el Chile Post-Dictadura. Polis, Revista de la Universidad Bolivariana, Volumen 8, N 24, 2009, p. 133-145. MOUTINHO, L. Diferenas e desigualdades negociadas: raa, sexualidade e gnero em produes acadmicas recentes. Cad. Pagu, Campinas , n. 42, 2014. p. 201-248. SADER, Eder. Quando novos personagens entram em cena: experincias, falas e lutas dos trabalhadores da Grande So Paulo (1970-80). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. SAPRIEZA, Gabriela. Nos habamos amado tanto. Aos revueltos. Mujeres, colectivos y la pelea por el espacio pblico. Estudos feministas, Florianpolis, 23 (3): 406, 2015. p.939-958. SIQUEIRA, Jos Luiz Dias; LAGO, Angela Maria Chagas Villaluso. Coletivo da msica: um estudo sobre relaes entre arte e sade mental. Estudos Interdisciplinares de Psicologia. Londrina. Vol.3. No.1, 2012. p. 93-111. TARROW, Sidney. O poder em movimento: movimentos sociais e confronto poltico. Petrpolis: Vozes, 2009. TILLY, Charles. Os movimentos sociais como poltica. In Revista Brasileira de Cincia Poltica, no.3, Braslia, janeiro-julho, 2010, p.133-160. TOURAINE, Alain. Poderemos viver juntos? Iguais e diferentes. Petrpolis: Vozes, 2003. VALK, Anne M. Living a Feminist Lifestyle: The Intersection of Theory and Action in a Lesbian Feminist Collective. Feminist Studies, vol.28, no.2, 2002. p. 303-332.
PEREZ, O. C.. Como Os Movimentos Sociais Se Adaptam Aos Contextos Políticos? Análise Das Estratégias e Narrativas Dos Movimentos Feministas e de Juventudes. In: Alacip, 2019. Anais Da Alacip, 2019.