(1) O documento discute as teorias de Hegel sobre conhecimento apresentadas em Fenomenologia do Espírito e a crítica de Eric Voegelin a Hegel. Voegelin acredita que Hegel transformou a história em um processo dialético e que ele mesmo se tornou Deus ao escrever Fenomenologia.
(1) O documento discute as teorias de Hegel sobre conhecimento apresentadas em Fenomenologia do Espírito e a crítica de Eric Voegelin a Hegel. Voegelin acredita que Hegel transformou a história em um processo dialético e que ele mesmo se tornou Deus ao escrever Fenomenologia.
(1) O documento discute as teorias de Hegel sobre conhecimento apresentadas em Fenomenologia do Espírito e a crítica de Eric Voegelin a Hegel. Voegelin acredita que Hegel transformou a história em um processo dialético e que ele mesmo se tornou Deus ao escrever Fenomenologia.
(1) A Fenomenologia do Esprito representa a teoria do conhecimento de Hegel.
Ela forma uma
rvore do saber que vai desde o conhecimento pelos sentidos, que o mais baixo da escala, at o saber Absoluto. A certeza sensvel a verdade mais pobre e abstrata e produz o universal. Hegel escreve sobre o tipo de certeza sensvel que podemos ter. Imaginemos uma casa. Em um momento olhamos para ela, mas quando nos viramos vemos uma rvore. O aqui uma casa, mas quando viramos o aqui se desvanece. Hegel escreve: o puro ser permanece como essncia dessa certeza sensvel enquanto ela mostra em si mesma o universal como a verdade do seu objeto; mas no como imediato, e sim como algo a que a negao e a mediao so essenciais. Por isso, no o que visamos como ser, mas o ser com a determinao de ser a abstrao ou o puro universal. Segundo Hegel, o saber e o objeto surgem primeiro, mas o objeto deixa de ser essencial porque ele se tornou o universal. A verdade est no meu objeto, ou seja, no visar (meinem). O objeto porque Eu sei dele. A certeza do objeto passa a depender do Eu. O fato de eu ver uma casa e meu amigo ver uma rvore gera uma dialtica que produz o Eu universal, que um ver simples que mediatizado pela negao da casa e da rvore. A cincia no pode dizer a priori o que uma coisa ou um homem, segundo Hegel. Se tenho a certeza sensvel de que isto uma rvore temos que buscar razes para esta afirmao. Se afirmo que isto uma rvore, nesse momento esta afirmao j passado e isto no mais uma essncia, segundo Hegel. Ele escreve: o agora e o indicar do agora no so assim um Simples imediato e sim um movimento. Este um Outro que posto, ou seja, o este suprassumido. O indicar o movimento que exprime o que em verdade o agora, a saber: um resultado ou uma pluralidade de agora rejuntados; e o indicar o experimentar que o agora um universal. A conscincia-de-si produz uma conscincia independente para a qual o ser-para-si a essncia, e outra que a conscincia dependente para a qual a essncia a vida. Uma o senhor e outra o escravo, segundo Hegel. O senhor, para Hegel, a conscincia para si essente que se relaciona mediatamente com o escravo por meio do ser independente. O senhor a potncia sobre esse ser, pois mostrou na luta que tal ser s vale para ele como negativo,escreve Hegel. Para ele, a verdade da conscincia independente a conscincia escrava. Essa definida por Hegel como tendo o senhor como essncia. Para ela a conscincia independente para si essente a verdade, porm a verdade ainda no est nela. O saber Absoluto a conciliao da conscincia-de-si com o esprito religioso. O saber absoluto conceituante, e a verdade igual certeza. O esprito manifestando-se conscincia produz a cincia. O saber em parte singular e tambm universal. O terceiro momento a essncia. Eles eliminam a oposio que resta e geram o saber do Eu, que o saber puro e universal. A reconciliao de esprito com a prpria conscincia se d em trs etapas: o agir, a diferena e a ciso, e o terceiro a universalidade ou a essncia. Falta ainda a unidade do conceito, que tem a forma de ser numa figura particular da conscincia. Essa figura chamada por Hegel de anima bella, ou bela alma. Essa anima bella a autointuio do divino. Eric Voegelin, em um artigo chamado Hegel: um estudo de bruxaria, acredita que o filsofo idealista transformou a Histria em um processo dialtico. Para Voegelin, a metstase do amante da sabedoria em um possuidor de conhecimento requer a metstase da Histria na dialtica da Fenomenologia. Segundo Voegelin, o filsofo antigo e medieval sabia muito bem a distncia que separava o homem de Deus. O simbolismo seria uma expresso da busca humana pela verdade. Voegelin acredita que Hegel desferiu um ataque conscincia humana por querer superar a histrica deficincia do ser humano na busca pela verdade. Ele nota que o tempo, para Santo Agostinho, comea com a criao do universo. Antes no havia tempo. Mas para Hegel, o tempo existiria antes de Deus, pois ele (Hegel) o Alfa e o mega da Histria real, diz Voegelin. A conscincia que Hegel tanto analisa na Fenomenologia no tanto a do homem nem mesmo a de Deus, mas sim a do prprio Hegel, segundo Voegelin. Esse ltimo escreve que a realidade divina do Cosmos participada noeticamente pelo filsofo e depois articulada em uma linguagem mitopotica. O prisioneiro de Plato contempla o Sol e o mundo das ideias e volta para comunicar aos prisioneiros da caverna, e isso o ajuda a compreender a natureza humana, mas nunca o faz abolir essa condio, de acordo com Voegelin. No livro Anamnese, Voegelin escreveu: a questo da arche reformulada no sentido de que j no indaga acerca do comeo do mundo, mas est preocupada com a integrao do homem na ordem do ser, atravs da harmonia do ser humano com o nous divino. A fim de apanhar essa integrao em sua singularidade, as seguintes incompreenses tm de ser evitadas: o nous no deve ser confundido nem com o ruach israelita de Deus, nem com o pneuma helenstico, cristo ou gnstico, nem com a ratio do iluminismo, nem com o Geist de Hegel. Deve ser entendido estritamente no sentido dos pensadores helnicos como o lugar do fundamento humano de ordem est em harmonia com o fundamento do ser. Entretanto, j que Aristteles levanta a questo desse lugar ao ligar o limite da ao humana com o nous, ele passa da imagem demirgica de Deus e do homem para o fundamento em si, que d congruncia das imagens sua legitimao. Quando deixa as imagens para trs, sua pesquisa acerca da peras de ao explode a definio da natureza humana como forma, pois quando a questo levantada acerca do limite do raio de ao do nous, isso no envolve forma, mas a forma realizada apenas atravs da ao. Portanto, no seu centro a natureza humana a abertura do saber que pergunta e da pergunta que sabe acerca do fundamento. Atravs dessa abertura, alm de quaisquer contedos, imagens e modelos, a ordem flui do fundamento do ser para o ser do homem. A expresso Deus est morto aparece em Hegel dcadas antes de Nietzsche. Eric Voegelin cr que Hegel no acreditava na revelao crist e at mesmo que ele (Hegel) tornou-se Deus quando escreveu a Fenomenologia. O livro ento seria uma forma do homem tornar-se Deus.