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FACULDADE UNILASALLE

Autorizado pela Portaria Ministerial Nº. 2.360 de 11/08/2004 – D.O.U de 12/08/2004

APOSTILA
DE
CONTABILIDADE GERAL

Curso: Ciências Contábeis

Professor: Wellington Milon Rodrigues.

2009
APOSTILA DE CONTABILIDADE GERAL - Prof: Wellington Milon Rodrigues

PLANO DE ENSINO
CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL
CARGA HORÁRIA: 68 HORAS
PROFESSOR: WELLINGTON MILON RODRIGUES.

OBJETIVOS DA DISCIPLINA: Apresentar ao aluno o conhecimento e conceitos fundamentais da ciência contábil,


fazendo com que ele entenda de forma prática e racional, o conjunto de regras que gerenciam o patrimônio de uma
entidade, bem como a importância da contabilidade como instrumento para a tomada de decisões no âmbito
empresarial.

Currículo Resumido do Professor

Mestrando em Administração na Universidad de La Empresa em Montevidéo – Uruguai; Pós - Graduado em Gestão


Contábil e Financeira pela UNINORTE – União Educacional do Norte; Contador - Bacharel em Ciências Contábeis pela
Faculdade “Nilton Lins” Manaus - Amazonas; Professor, 28 anos de Magistério, foi Professor de Contabilidade do Curso
de Administração e Ciências Contábeis na UNINORTE/AC, da FIRB/AC , FAMETRO/AM e MARTHA FALCÃO, das
Disciplinas Contabilidade Geral, Contabilidade Aplicada à Administração, Contabilidade II, Teoria da Contabilidade,
Auditoria, Gestão de Custos e professor titular da disciplina Contabilidade Rural; Orientador de TCC de 46 monografias;
Facilitador do SEBRAE/AC do Curso “Contabilizando o Sucesso” Módulo - Diagnóstico Empresarial; Administrador de
Empresas principalmente Indústrias Eletroeletrônicas e de geração de energia; Consultor de Empresas –
EMPRESARIAL – Consultoria e Treinamento; Auditor de Qualidade; Palestrante dos temas “ISO 9001/2000”; “5-S”;
“Legislação para Igrejas”, “O Contador do futuro” dentre outros, atualmente professor das faculdades, UNILASALLE e
UNINORTE/AM das disciplinas Contabilidade e Análise de Custos I e II, Teoria da Contabilidade, Contabilidade Rural,
Contabilidade Introdutória e Contabilidade Geral, Ética Geral e Profissional, Perícia Contábil e Estágio Supervisionado I
TCC I.

SUMÁRIO
1. Contabilidade (Conceito e Aplicação).......................................................................................03
2. Patrimônio..................................................................................................................................04

3. Situações Líquidas Patrimoniais................................................................................................08

4. Formação do Patrimônio Líquido...............................................................................................10

5. Atos e Fatos Administrativos.....................................................................................................14

6. Contas........................................................................................................................................16

7. Plano de Contas.........................................................................................................................17

8. Escrituração.............................................................................................................................. 22

9. Variações do Patrimônio Líquido...............................................................................................28

10. Operações com Mercadorias...................................................................................................31

11. Procedimentos Contábeis........................................................................................................39

12. Bibliografia...............................................................................................................................44

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1 – CONTABILIDADE (Conceito e aplicação).

1.1 - Conceitos de Contabilidade


“É a ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controle permanente do patrimônio
da empresa”.

“Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro


relativas à administração econômica”.– Conceito oficial formulado no Primeiro Congresso Brasileiro de
Contabilistas, realizado no Rio de Janeiro, de 17 a 27 de agosto de 1924.

“A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus

usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com

relação à entidade objeto de contabilização”.– Pronunciamento do Instituto Brasileiro de Contadores

(Ibracon), aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários através da Deliberação CVM nº 29/86.

“A Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controle
permanente do Patrimônio da empresa”.– Osni Moura Ribeiro, Contabilidade Básica, Editora Saraiva.

“É a ciência (ou técnica, segundo alguns) que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no
patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o
fim de oferece informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico
decorrente da gestão da riqueza patrimonial”.– Hilário Franco, Contabilidade Geral, Editora Atlas.

“A Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio à disposição das aziendas, em seus aspectos
estáticos e em suas variações, para enunciar, por meio de fórmulas racionalmente deduzidas, os efeitos da
administração sobre a formação e a distribuição dos créditos”.– Prof. Frederico Hermann Jr.

“A Contabilidade é uma arte. É a arte de registrar todas as transações de uma companhia que
possam ser expressas em termos monetários. E é também a arte de informar os reflexos dessas transações
na situação econômico-financeira dessa companhia”. – Nelson Gouveia, Contabilidade, Editora McGraw-Hill
do Brasil.

1.2 - OUTRAS INFORMAÇÕES IMPORTANTES

Azienda é uma palavra italiana que deriva de “agenda”, e etimologicamente significa “coisa a fazer”,
em geral, negócios, ocupações, afazeres: complexo de obrigações, bens materiais e direitos que constituem
um patrimônio, representado em valores ou como objeto de apreciação econômica, considerado juntamente
com a pessoa natural ou jurídica que tem sobre ele poderes de administração e disponibilidade.
Esse conceito já está superado e apresentamos apenas para seu conhecimento, considerando que
organizadores de concursos mais conservadores costumam incluí-lo em algumas provas.
Convém salientar, ainda, que no Aziendalismo (escola italiana – veja “Teoria das Contas”, no item 1.1
do Apêndice) a Contabilidade tinha, por objeto, o patrimônio das aziendas. Do aprimoramento do
Aziendalismo temos hoje o patrimonialismo, no qual o objeto da Contabilidade é o patrimônio das entidades
econômico-administrativas. A palavra “azienda” está em desuso, e vem sendo substituída por “entidade
econômica-administrativa”. Veja o conceito no item 8 deste capítulo.

1.2 – Campos de Aplicação da Contabilidade


A Contabilidade pode ser estudada de modo geral (para todas as empresas) ou em particular
(aplicada em certo ramo de atividade ou setor da economia).

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O enfoque desta apostila é a Contabilidade Geral, que pode ser aplicada a diversos ramos de
atividades. Quando a Contabilidade Geral for aplicada a empresas:
• Comerciais, denomina-se Contabilidade Comercial;
• Industriais, denomina-se Contabilidade Industrial;
• Públicas, denomina-se Contabilidade Pública;
• Bancárias, denomina-se Contabilidade Bancária;
• Hospitalares, denomina-se Contabilidade Hospitalar;
• Agropecuárias, denomina-se Contabilidade Agropecuária;
• De seguros, denomina-se Contabilidade Securitária etc.

1.3 - Objetos da Contabilidade


O objeto da contabilidade é o Patrimônio das entidades, com ou sem fins lucrativos.

1.4 - Finalidades da Contabilidade


A principal finalidade da contabilidade é fornecer informações sobre o patrimônio, informações
essas de ordem econômica e financeira, facilitando assim as tomadas de decisões, tanto por parte dos
administradores ou proprietários, como também por parte daqueles que pretendem investir na empresa.

1.5 - Usuários da Contabilidade


Os usuários da contabilidade são as pessoas que se utilizam da Contabilidade, que se interessam
pela situação da empresa e buscam na Contabilidade as suas respostas.
• Administradores: através dos relatórios produzidos pela contabilidade podem tomar decisões.
• Investidores: através dos relatórios contábeis eles podem avaliar a situação econômico-financeira
da empresa; dessa forma, o investidor tem em mãos os elementos necessários para decidir sobre
as melhores alternativas de investimentos. Os relatórios evidenciam a capacidade da empresa em
gerar lucros.
• Fornecedores: usam os relatórios contábeis para analisar a capacidade de pagamento da empresa
compradora.
• Bancos: utilizam relatórios para aprovar empréstimos, limites de crédito, etc.
• Governo: utilizam os relatórios contábeis com a finalidade de arrecadar impostos como também
para dados estatísticos, no sentido de melhor redimensionar a economia.
• Sindicatos: utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor, fator preponderante para
os reajustes de salários.
• Outros interessados: funcionários, órgãos de classes, Comissão de Valores Mobiliários - CVM,
Conselhos Regionais de Contabilidade, concorrentes, etc.

1.6 - Exercício:
1. O que é contabilidade?

2. Qual o objeto da Contabilidade?

3. Qual a finalidade da Contabilidade?

4. Cite dois usuários da Contabilidade e diga como os mesmos fazem uso dela.

5. Cite três exemplos de campo de aplicação da Contabilidade e comente.

2 - PATRIMÔNIO
Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigação, mensurável em dinheiro, pertencentes a uma
pessoa física ou jurídica.
PATRIMÔNIO DE UMA PESSOA OU DE UMA EMPRESA

Bens e Obrigações (a serem pagas)

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Direitos (a Receber)

2.1 - Bens
São as coisas úteis, capazes de satisfazer às necessidades das pessoas e das empresas e
suscetíveis de avaliação econômica.
O Código Civil brasileiro distingue os bens em:
• Bens imóveis: são aqueles vinculados ao solo, que não podem ser retirados sem destruição ou
danos: edifícios, construções, árvores etc.
• Bens móveis: são aqueles que podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas:
animais, máquinas, equipamentos, estoque de mercadorias, dinheiro etc.
Suponha-se que a Cia. Teresópolis tenha os seguintes bens: Em R$ mil
Edifícios 180
Móveis e Utensílios 90
Veículos 110
Máquinas 400
Terrenos 900
Marcas e Patentes 150
Total 1.830

Esses bens podem ser classificados da seguinte maneira: Em R$ mil


BENS Móveis Imóveis
Edifícios 180
Móveis e Utensílios 90
Veículos 110
Máquinas 400
Terrenos 900
Marcas e Patentes 150
Total 750 1.080

1.830

2.2 - Direitos
São todos os valores que a empresa tem a receber de terceiros (duplicatas a receber, promissórias
a receber, aluguéis a receber, etc.).
Após um mês de trabalho, desde que o pagamento estabelecido seja mensal, você tem o direito de
receber o seu salário.
Em relação à empresa, o direito a receber mais comum decorre das vendas a prazo. Quando se
vendem mercadorias a outras empresas e o pagamento não feito no ato, e sim no futuro: a empresa
vendedora emite uma duplicata como documento comprobatório. Esse direito denomina-se Duplicatas a
Receber.

Relação de Direitos da Cia. Teresópolis: Em R$ mil


ITENS VALORES
Bancos conta Movimento (depósitos) 680
Duplicatas a Receber 1.320
Títulos a Receber (notas promissórias) 500
Aluguéis a Receber 300
Total 2.800
2.3 - Obrigações
São dívidas com outras pessoas (salários a pagar, duplicatas a pagar, aluguéis a pagar, impostos a
pagar, etc.).
Em Contabilidade tais dívidas são denominadas obrigações exigíveis, Isto é, compromissos que
serão reclamados, exigidos na data de seus vencimentos.
Em caso de empréstimo bancário, você fica devendo ao banco (empréstimos a pagar) que será
exigido na data e seu vencimento.
Uma obrigação exigível bastante comum nas empresas é a compra de mercadorias a prazo. Essa
dívida é conhecida como Fornecedores.
Obrigações exigíveis da Cia Teresópolis:
Em R$ mi

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ITENS VALORES
Fornecedores 800
Empréstimos Bancários a Pagar (curto prazo) 400
Salários a Pagar 350
Encargos Sociais a Pagar (FGTS, INSS) 450
Impostos a Pagar (ou a Recolher) 900
Financiamentos a Pagar (empréstimos a pagar a longo prazo) 1.100
Contas a Pagar (diversas) 500
Total 4.500

2.4 - Representação Gráfica do Patrimônio


Visando atender ao aspecto didático, e para tornar mais fácil a compreensão do Patrimônio, a
representação gráfica do Patrimônio se dá em forma de T:
Patrimônio

Bens Obrigações
Direitos

Na representação gráfica apresentada temos, de um lado, os bens e os direitos, que formam o


grupo dos elementos positivos; e, do outro, as Obrigações, que formam o grupo dos elementos
negativos.
Patrimônio
ELEMENTOS POSITIVOS ELEMENTOS NEGATIVOS
Bens Obrigações
Móveis e Utensílios Salários a Pagar
Estoque de Mercadorias Duplicatas a Pagar
Caixa (dinheiro) Impostos a Pagar
Direitos
Duplicatas a Receber
Promissórias a Receber

O lado esquerdo do gráfico é chamado de lado positivo, pois os Bens e os Direitos representam,
para a empresa, a sua parte positiva (é o que ela tem efetivamente – Bens – e o que ela tem para receber –
Direitos).
O lado direito, por sua vez, é chamado lado negativo, pois as Obrigações representam a parte
negativa da empresa (é o que ela tem a pagar - Obrigações).

2.5 – Ativo
É o conjunto de bens e direitos de uma pessoa física ou jurídica. São os itens positivos do
patrimônio.

2.6 – Passivo
É o conjunto de obrigações de uma pessoa física ou jurídica. São os elementos negativos do
patrimônio.
Patrimônio
ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
Móveis e Utensílios Salários a Pagar
Estoque de Mercadorias Duplicatas a Pagar
Caixa (dinheiro) Impostos a Pagar
Direitos
Duplicatas a Receber
Promissórias a Receber

Na representação gráfica, colocam-se no lado esquerdo os bens e direitos e do lado direito as obrigações.
Isso ocorre, porém, por mera convenção. Psicologicamente, parece interessante colocar primeiro aquilo que
é positivo (Bens + Direitos) para em seguida colocar aquilo que é negativo (Obrigações).
Veja como ficaria a representação gráfica da Cia. Teresópolis:

Representação Gráfica do Patrimônio da Cia. Teresópolis

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BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES

Bens 1.830 Obrigações 4.500


Edifícios 180 Fornecedores 800
Móveis e Utensílios 90 Empréstimos Bancários a Pagar 400
Veículos 110 Salários a Pagar 350
Máquinas 400 Encargos Sociais a Pagar (FGTS, INSS) 450
Terrenos 900 Impostos a Pagar (ou a Recolher) 900
Marcas e Patentes 150 Financiamentos a Pagar 1.100
Contas a Pagar (diversas) 500
Direitos 2.800 Patrimônio Líquido 130
Bancos conta Movimento (depósitos) 680
Duplicatas a Receber 1.320
Títulos a Receber (notas promissórias) 500
Aluguéis a Receber 300
Totais 4.630 Totais 4.630

2.7 - Patrimônio Líquido


Parte do patrimônio que efetivamente sobra para seu proprietário após somar bens e direitos e
subtrair do total as obrigações; situação líquida; riqueza líquida; medida de riqueza da empresa.

Patrimônio Líquido = Bens + direitos ( - ) obrigações.


Patrimônio Líquido da Cia. Teresópolis:
PL = B + D – O
PL = 1.830 + 2.800 – 4.500
PL = R$ 130
2.8 - Exercício
1. O que é Patrimônio?

2. Que são Bens?

3. Como podem ser classificados os Bens?

4. Cite dois exemplos de Bens móveis.

5. Cite dois exemplos de Bens imóveis.

6. Que são Direitos? Cite três exemplos de direitos.

7. Que é Obrigação? Cite três exemplos de obrigações.

8. Defina Patrimônio Líquido.

9. Relacione a coluna da esquerda com a coluna da direita:


a) Direitos ( ) Duplicatas a Pagar
b) Bens Materiais ( ) Marcas e Patentes
c) Bens Imateriais ( ) Clientes
d) Obrigações ( ) Mesa

10. Dada a seguinte informação sobre a Empresa X: Bancos Conta Movimento R$ 80; Salários a Pagar R$
50; Veículos R$ 50; Financiamentos R$ 150; Títulos a Pagar R$ 120; Duplicatas a Receber R$ 130;
Máquinas R$ 150; Imóveis R$ 160; Fornecedores R$ 180. Calcule o Patrimônio Líquido da Empresa X.

Conta Bens Direitos Obrigações


• Bancos Conta Movimento 80
• Salários a Pagar 50
• Veículos 50
• Financiamentos 150
• Títulos a Pagar 120
• Duplicatas a Receber
150 130
• Máquinas
160
• Imóveis

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• Fornecedores 180

Total 360 210 500

11. Assinale a alternativa que contém apenas obrigações:


i. Fornecedores, Duplicatas a Receber, Dinheiro.
ii. Móveis, clientes, Fornecedores.
iii. Fornecedores, Salários a Pagar, Impostos a Pagar.

12. Assinale a alternativa que contém apenas Bens Móveis:


i. Dinheiro, Terrenos, Duplicatas.
ii. Fornecedores, Mesa, armários.
iii. Armários, Mesas, Computadores.

13. Coloque V se a afirmativa for verdadeira e F se for falsa:


( ) Elementos positivos são as Obrigações
( ) Elementos positivos são os Bens e as Obrigações
( ) Elementos positivos são os Bens e os Direitos
( ) Ativo é composto por Bens e por Obrigações
( ) Passivo é composto por elementos negativos
( ) Ativo e Passivo compõem o Patrimônio da empresa.

3 - SITUAÇÕES LIQUIDAS PATRIMONIAIS


A representação gráfica do Patrimônio, além dos Bens, Direitos e Obrigações, possui um quarto
elemento, chamado de Patrimônio Líquido.
Esse novo grupo vem completar a representação gráfica do Patrimônio, permitindo que o total do
lado esquerdo seja igual ao total do lado direito, dando-lhe forma de equação. No gráfico que representa o
Patrimônio, o Patrimônio Líquido vai ficar sempre do lado direito. Ele deve ser somado ou subtraído das
Obrigações de forma a igualar o lado do Passivo ao lado do Ativo, dando-lhe forma de equação patrimonial.
O Patrimônio Líquido é formado pelo total dos Bens mais o total dos Direitos menos o total das
Obrigações. Veja:

BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES = PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Para melhor compreender esse novo grupo de elementos, Patrimônio Líquido, vamos ver as
possíveis Situações Líquidas Patrimoniais.

3.1 - Ativos maiores que Passivo – A > P – SITUAÇÃO LÍQUIDA POSITIVA


Exemplo:
Bens R$ 200
Direitos R$ 100
Obrigações R$ 180
Aplicando a formula do Patrimônio Líquido temos:
Patrimônio Líquido = Bens + Direitos – Obrigações
Patrimônio Líquido = 200 + 100 – 180
Patrimônio Líquido = 300 – 180
Patrimônio Líquido = 120
Logo, o Balanço Patrimonial fica assim:

Patrimônio

ATIVO PASSIVO

Bens 200 Obrigações 180


Direitos 100 (+) Patrimônio Líquido 120
Total 300 Total 300

Neste caso dizemos que o Patrimônio apresenta:

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a) Situação Líquida Positiva


b) Situação Liquida Ativa
c) Situação Líquida Superavitária

Vejamos por que:


a) É chamada de Situação Líquida Positiva porque o total dos elementos positivos (Bens + Direitos)
supera o total dos elementos negativos (Obrigações)
b) É chamada de Situação Líquida Ativa porque o total do Ativo (Bens + Direitos) supera o total do
Passivo (Obrigações).
c) É chamada de Situação Liquida Superavitária por ser uma situação positiva. Suponha que haja
intenção de se liquidar a empresa neste momento. A soma dos bens mais os direitos (R$ 300)
superam a soma das obrigações (R4 180) sobrando para o proprietário da empresa R$ 120.

3.2 - Ativos menores do que Passivo – A < P = PASSIVO A DESCOBERTO


Exemplo:
Bens R$ 200
Direitos R$ 100
Obrigações R$ 340
Aplicando a formula do Patrimônio Líquido temos:
Patrimônio Líquido = Bens + Direitos – Obrigações
Patrimônio Líquido = 200 + 100 – 340
Patrimônio Líquido = 300 – 340
Patrimônio Líquido = (40)

Logo, o Balanço Patrimonial fica assim:

Patrimônio

ATIVO PASSIVO

Bens 200 Obrigações 340


Direitos 100 (-) Patrimônio Líquido ( 40 )
Total 300 Total 300

Neste caso dizemos que o Patrimônio apresenta:


a) Situação Líquida Negativa
b) Situação Liquida Passiva
c) Situação Líquida Deficitária
d) Passivo a Descoberto

Vejamos por que:


a) É chamada de Situação Líquida Negativa porque o total dos elementos negativos (Obrigações)
supera o total dos elementos positivos (Bens e Direitos)
b) É chamada de Situação Líquida Passiva porque o total do Passivo (neste caso representado
apenas por Obrigações) supera o total do Ativo (Bens e Direitos).
c) É chamada de Situação Liquida Deficitária por ser uma situação negativa. Suponha que haja
intenção de se liquidar a empresa neste momento. Vendendo todos os bens e direitos (R$ 300) não
é suficiente para pagar todas as obrigações (R$ 340).
d) É Passivo a Descoberto porque o total do Ativo não é suficiente para cobrir o total do Passivo.

3.3 - Ativo igual a Passivo – A = P – Situação Líquida Nula – Revela inexistência de riqueza própria

Exemplo:
Bens R$ 200
Direitos R$ 100
Obrigações R$ 300

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Aplicando a formula do Patrimônio Líquido temos:


Patrimônio Líquido = Bens + Direitos – Obrigações
Patrimônio Líquido = 200 + 100 – 300
Patrimônio Líquido = 300 – 300
Patrimônio Líquido = 0

Logo, o Balanço Patrimonial fica assim:

Patrimônio

ATIVO PASSIVO

Bens 200 Obrigações 300


Direitos 100
Total 300 Total 300

Neste caso, o Ativo é inteiramente absorvido pelas Obrigações, e a Situação Líquida é Nula,
inexistente.
Caso haja a liquidação da empresa nesse momento, tudo que se apuraria com a venda dos bens e
com o recebimento de todos direitos seria necessário para cobrir apenas as obrigações, não restando nada
para o proprietário.

3.4 - Exercício
1. Coloque V se a afirmativa for verdadeira e F se for falsa:
( ) A Situação Liquida Patrimonial é igual a soma do Ativo com o Passivo.
( ) A Situação Liquida Patrimonial será sempre negativa
( ) A Situação Liquida Patrimonial é igual ao Ativo menos as Obrigações

2. Leia com atenção as afirmativas:


I. Ativo maior que Obrigações = Situação Liquida ativa.
II. Situação deficitária ocorre quando o total do Ativo é igual ao total das
Obrigações.
III. Situação Liquida Passiva é o mesmo que Situação Liquida Negativa.
IV. A Situação Liquida será nula quando não houver Ativo.
Assinale a alternativa correta:
a) Todas estão corretas.
b) Somente a I está correta.
c) Somente a I e III estão corretas.
d) Nenhuma das alternativas está correta.

3. Complete:
a) Quando o total dos Bens e Direitos for menor que o total das Obrigações a Situação Liquida
será _________________.
b) Quando o Ativo for igual _______________, a Situação Liquida será nula.
c) Total de Obrigações menor que Ativo é igual à Situação Liquida _______________.
d) Situação Liquida Passiva é mesmo que Situação Liquida ______________.

4. Relacione a coluna da esquerda com a da direita, associando os sinônimos:


a) Situação Liquida Positiva ( ) Situação Liquida Ativa.
b) Situação Líquida Negativa ( ) Situação Liquida Inexistente.
c) Situação Liquida Nula ( ) Situação Liquida Deficitária.
( ) Situação Liquida Deficitária.
( ) Situação Liquida Superavitária.

4 - FORMAÇÕES DO PATRIMÔNIO LIQUIDAM

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Como já vimos o Patrimônio Líquido é o quarto grupo de elementos patrimoniais que, juntamente
com os Bens, os Direitos e as Obrigações, completa a Demonstração Financeira denominada de Balanço
Patrimonial.

Balanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO

Bens Obrigações
Direitos Patrimônio Líquido

O Patrimônio Líquido é composto pelos seguintes elementos:


• Capital
• Reservas
• Lucros ou Prejuízos Acumulados

Na fase de constituição da empresa, o Capital é a principal fonte do grupo do Patrimônio Líquido,


pois representa a soma dos valores que o proprietário investiu (colocou) na empresa.
O Lucro é o principal objetivo das empresas. No final do exercício (período em que a empresa
opera – geralmente um ano), a empresa poderá obter lucro ou prejuízo. No caso de lucro, ele terá vários
destinos, como Imposto de Renda, distribuição aos sócios, formação de Reservas, etc. A parte não
distribuída ficará retida para futuras aplicações com o título de Lucros Acumulados. Havendo prejuízo, este
poderá ser dividido entre os sócios, ou permanecer no Patrimônio com o título de Prejuízos Acumulados.

As Reservas correspondem a partes dos lucros que são retiradas (reservadas) para determinados
fins, como, por exemplo, a Reserva Legal, que pode ser utilizada para aumentar o Capital da Empresa.
Existem outras reservas como: Reserva de Reavaliação, Reserva para Contingências, Reserva Estatutária,
etc.
Para se constituir uma empresa é preciso que se tenha, inicialmente, um Capital. Quando a
empresa está sendo constituída, a palavra Capital é usada para representar o conjunto de elementos que o
proprietário da empresa possui para iniciar suas atividades. Por exemplo:
Lúcia vai abrir uma boutique. Ela possui, para esse fim, R$ 60.000 em dinheiro. Logo, esses R$
60.000 em dinheiro constituem o seu Capital Inicial.
O Capital Inicial pode ser composto por: Dinheiro, Móveis, Veículos, Imóveis, Promissórias A
Receber, etc.
Suponhamos que uma pessoa deseje iniciar suas atividades (abrir uma loja) e possua R$ 5.000 em
dinheiro e um caminhão no valor de R$ 60.000. Neste caso, seu Capital Inicial é R$ 65.000, sendo:
• Em dinheiro R$ 5.000
• Em Veículos R$ 60.000
Total do Capital Inicial R$ 65.000
Este Capital é conhecido por:
• Capital
• Capital Inicial
• Capital Nominal
• Capital Subscrito

4.1 - Exemplos de formação do Patrimônio e suas variações


Vamos acompanhar a formação do Patrimônio de uma empresa comercial e alguns exemplos de
sua movimentação, representando, a cada acontecimento, a Situação Patrimonial respectiva:

1. Luiz Felipe constitui uma empresa para explorar o comércio de tintas, com Capital Inicial, em dinheiro, de
R$ 50.000.
Vamos representar o Patrimônio de Luiz Felipe neste momento. Veja que ele está iniciando suas atividades
com R$ 50.000 em dinheiro. Evidentemente, dinheiro é Bem; portanto, ele terá esta importância no Ativo
representada pelo elemento Caixa.
Como estamos constituindo o Patrimônio de Luiz Felipe com um Capital Inicial de R$ 50.000 em
dinheiro, essa importância representará, no Balanço Patrimonial, a Situação Líquida Positiva, com o nome
de Capital. Veja como fica:

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Balanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO

Caixa 50.000 Capital 50.000

Total 50.000 Total 50.000

2. Em seguida surgem as aplicações desse Capital na compra de bens:


a) compra de móveis e utensílios, à vista: R$ 5.000
b) compra de um automóvel, à vista: R$ 30.000

Com essas compras veja o que aconteceu com o Patrimônio:

Balanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO

Caixa 15.000 Capital 50.000


Móveis e Utensílios 5.000
Veículos 30.000

Total 50.000 Total 50.000

Note que, embora tenha havido movimento no Patrimônio, o seu valor não se alterou. Apenas houve
troca de valores no Ativo. O Caixa diminuiu em R$ 35.000, mas esse valor apareceu novamente em Móveis
e Utensílios e Veículos. No passivo não houve alteração

3. Sentindo necessidade de adquirir outros Bens para se expandir, e sendo o seu Capital insuficiente, a
empresa compra a prazo:
• Compra a prazo de mercadorias (tintas), para revenda, da Casa de Tintas Taubaté, conforme aceite
de Duplicatas no valor de R$ 20.000, para vencimento em 30 e 60 dias.
Quando a empresa compra a prazo, ela passa a trabalhar com o capital de outras pessoas. Cria, assim,
Obrigações para futuros pagamentos. Neste caso tanto o Ativo quanto o Passivo serão aumentados. Veja
com fica o Patrimônio:
Balanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO

Caixa 15.000 Duplicatas a Pagar 20.000


Móveis e Utensílios 5.000 Capital 50.000
Veículos 30.000
Estoque de Mercadorias 20.000

Total 70.000 Total 70.000

Note que os elementos Caixa, Móveis e Utensílios, Veículos e Capital permanecem os mesmos.

4. Suponhamos, agora, que a empresa de Luiz Felipe efetue o pagamento, em dinheiro, de uma Duplicata,
no valor de R$ 5.000.
Esse pagamento acarretará uma diminuição no Ativo, pois o Caixa será diminuído de R$ 5.000, e uma
diminuição também no Passivo, pela extinção de parte das Obrigações em R$ 5.000. Veja como fica o
Patrimônio:
Balanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO

Caixa 10.000 Duplicatas a Pagar 15.000


Móveis e Utensílios 5.000 Capital 50.000

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Veículos 30.000
Estoque de Mercadorias 20.000

Total 65.000 Total 65.000

Como podemos observar, cada fato que ocorre na empresa modifica o seu Patrimônio,
apresentando uma nova Situação Patrimonial.

QUADRO - RESUMO
ATIVO PASSIVO e PATR. LÍQUIDO
(Aplicações de Recursos) (Fontes de Recursos)
(1) Passivo = Capitais de
• Bens Terceiros
• Direitos (2) Patr. Líquido = Capital
Próprio
(2.1) Capital = Capital Nominal
(2.2) Lucros e Reservas =
Variações
Capital Total à Disposição
(Recursos Totais) = (1) + (2)
Ou:

$$$$$$$$
Ativo P e PL (origens)
$$$
De terceiros $
Aplicações $$$$$$$$ e próprio
$$$$$$$$ $

4.2 - Exercício

Represente, através do Balanço Patrimonial, a situação do Patrimônio da firma individual de Vera Lúcio
Ribeiro, após cada fato ocorrido.
1. Vera Lúcia Ribeiro inicia suas atividades comerciais com um Capital de R$ 80.000
em dinheiro.

2. Compra à vista (em dinheiro):


a) Móveis e Utensílios R$ 3.000
b) Um automóvel R$ 25.000
c) Mercadorias R$ 20.000

3. Compra de mercadorias a prazo, mediante aceite de Duplicatas, no valor de R$


30.000.

13
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4. Compra a prazo de uma casa no valor de R$ 100.000, mediante emissão de Notas


Promissórias.

5. Venda de mercadorias:
a) à vista R$ 10.000.
b) a prazo, mediante aceite de Duplicatas R$ 8.000.

6. Pagamento de uma Duplicata, em dinheiro, no valor de R$ 10.000.

7. Recebimento de uma Duplicata, em dinheiro, no valor de R$ 2.000.

5 - ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS


O Patrimônio das empresas está em constante movimento em função dos acontecimentos que ocorrem
diariamente.
Esses acontecimentos podem ser divididos em dois grupos:
• Atos Administrativos
• Fatos Administrativos

5.1 - Atos Administrativos


São os acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam alterações no Patrimônio.
Exemplo: a admissão de empregados, assinaturas de contratos de compra, de vendas e de seguros
diversos, aval de títulos, fiança em favor de terceiros etc.

5.2 - Fatos Administrativos


São os acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais, podem ou não alterar o
Patrimônio Líquido.
Por modificarem o Patrimônio, devem ser contabilizados através das Contas Patrimoniais e das Contas
de Resultado. Os fatos administrativos podem ser classificados em três grupos:
• Fatos permutativos
• Fatos modificativos
• Fatos Mistos

5.2.1 - Fatos Permutativos


São aqueles que permutam os elementos componentes do Ativo e/ou Passivo, sem modificar o
valor do Patrimônio Líquido. Pode ocorrer troca entre os elementos do Ativo, entre os elementos do
Passivo e entre ambos ao mesmo tempo.

a) Permuta entre elementos ativos. Exemplo: recebimento de duplicatas em dinheiro no valor de R$


500,00. Neste caso, o caixa aumenta em R$ 500,00 e a conta Duplicatas a Receber diminui em R$
500,00, não alterando o Patrimônio Líquido.

b) Permuta entre elementos do passivo. Exemplo: suponhamos que na conta Salários a Pagar, no
valor de R$ 300,00, registrada no Passivo, representado o valor líquido dos salários que a empresa
tem a pagar a seus empregados, exista a importância de R$ 30,00, a títulos de Imposto de Renda.
Esse valor deveria ter sido retido dos empregados, mais ainda não foi. Para regularizar, vamos
retira-lo da conta Salário a Pagar e transferi-lo para a conta própria, Impostos a Recolher. Neste
caso a conta Salários diminui em R$ 30,00 e a contas Impostos a Recolher aumenta em R$ 30,00,
não alterando o Patrimônio Líquido.

c) Permuta entre elementos do Ativo e do Passivo. Exemplo: compra de Móveis e Utensílios a prazo,
no valor de R$ 700,00. Neste caso a conta Móveis e Utensílios aumentarão em R$ 700,00 e a conta
Duplicatas a Pagar também aumentará em R$ 700,00. Note que tanto o Ativo quanto o Passivo
aumentaram em R$ 700,00. Ocorrerá o contrário, quando a empresa fizer o pagamento de uma
Duplicata a vista. Haverá tanto diminuição no Ativo quanto no Passivo.

5.2.2 - Fatos Modificativos

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São aqueles que acarretam alterações, para mais ou para menos, no Patrimônio Líquido.
Os fatos modificativos envolvem Contas de Resultado (Receitas e Despesas) e, conseqüentemente,
alteram o Patrimônio Líquido.
Podem ocorrer duas situações:
a) Diminuição – ocorre diminuição do Patrimônio Líquido pelo pagamento de Despesas. Exemplo:
a empresa paga Despesa com Telefone no valor de R$ 100,00 em dinheiro. Tal fato diminuirá o
Caixa em R$ 100,00, pela saída do dinheiro, e, por ser uma despesa, diminuirá também o
Patrimônio Líquido no mesmo valor.
b) Aumento – ocorre aumento do Patrimônio Líquido pelo recebimento de Receitas. Exemplo: a
empresa recebe a importância de R$ 200,00, proveniente de Receita de Aluguel de Imóveis.
Esse fato aumenta o Ativo pela entrada do dinheiro na Conta Caixa e aumenta o Patrimônio
Líquido pela receita auferida.

5.2.3 - Fatos Mistos


O fato misto envolve, ao mesmo tempo, um fato permutativo e um fato modificativo. Pode, portanto,
acarretar alterações no Ativo e no Patrimônio Líquido, ou no Passivo e no Patrimônio Líquido, ou no
Ativo e no Passivo e no Patrimônio Líquido ao mesmo tempo. Também podem ocorrer duas
situações em relação ao Patrimônio Líquido:
a) Aumento – Exemplo: venda de Móveis e Utensílios da empresa que custaram R$ 700,00 e
foram vendidos à vista por R$ 750,00. Tal fato diminuirá o Ativo em R$ 700,00, pela saída de
Móveis e Utensílios; aumentará novamente o Ativo, pela entrada de R$ 750,00, em dinheiro, no
Caixa; e aumentará o Patrimônio Líquido, pelo Lucro auferido de R$ 50,00.
b) Diminuição – Exemplo: a empresa efetuou o pagamento de uma Duplicata no valor de R$
200,00, em dinheiro, tendo pago, também R$ 20,00 de Juros pelo atraso. Pagou, portanto, R$
220,00. Esse fato acarretará diminuição no Ativo, pela saída de R$ 220,00 do Caixa; diminuição
no Passivo, pela extinção da obrigação em Duplicatas a Pagar, no valor de R$ 200,00; e
diminuição no Patrimônio Líquido, pela redução dos Lucros em R$ 20,00, devido à Despesa
ocorrida.

Para facilitar a memorização dos tipos de Fatos Administrativos, veja o seguinte esquema:

• Fatos Permutativos: envolvem apenas Contas Patrimoniais.


• Fatos Modificativos: envolvem apenas uma Conta Patrimonial (que representa Bens,
Direitos ou Obrigações) e uma ou mais Contas de Resultado (Despesas ou Receitas) ou do
Patrimônio Líquido.
• Fatos Mistos: envolvem mais de uma Conta Patrimonial (Bens, Direitos ou Obrigações) e
uma ou mais Contas de Resultado (Despesas ou Receitas) ou do Patrimônio Líquido.

5.3 - Exercício
1. Complete:
a) Atos Administrativos são os acontecimentos que ocorrem na empresa e que
_________________modificações no Patrimônio.
b) Os Fatos____________________ são acontecimentos que provocam _____________ nos valores
patrimoniais, podendo ou não alterar o ___________.
c) Os Fatos Permutativos são aqueles que permutam os elementos componentes do Ativo e/ou do
___________________.
d) Os Fatos que provocam modificações no Patrimônio Líquido são chamados
___________________.

2. Coloque V se a afirmativa for verdadeira e F se for falsa:


( ) Atos Administrativos são os acontecimentos que modificam o Patrimônio Líquido.
( ) Fatos Mistos são aqueles que envolvem, ao mesmo tempo, um fato modificativo e um fato
permutativo.

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( ) Os Fatos Permutativos envolvem somente Contas Patrimoniais.


( ) OS Fatos Modificativos envolvem apenas uma Conta Patrimonial e uma ou mais Contas de
Resultado ou do Patrimônio Líquido.

3. Relacione a coluna da esquerda com a da direita, associando o tipo do fato.


a) Fato Permutativo ( ) Compra de Veículos à vista.
b) Fato Modificativo ( ) Venda de Mercadoria a prazo
c) Fato Misto ( ) Pagamento de Duplicatas com desconto
( ) Pagamento de Despesas de juros.

4. Indique o tipo de fato administrativo que corresponde a cada um dos acontecimentos a seguir:
a) Venda de Móveis, em dinheiro: _______________________________.
b) Recebimento de Juros de Mora, em dinheiro: ___________________________.
c) Recebimento de Duplicata, em dinheiro, com desconto: ____________________.
d) Pagamento de uma Duplicata: _____________________.
e) Compra de Mercadoria a prazo: _____________________.
f) Recebimento, em dinheiro, de Receitas de Aluguel: ______________________.
g) Compra de mercadorias, sem 50% a vista e o restante a prazo: ______________.
h) Recebimento de uma Duplicata, em dinheiro, com juros: ___________________.
i) Venda de um veículo com lucro: _____________________.
j) Pagamento de Despesas de Aluguel: _____________________.

6 - CONTAS
É o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio
Líquido) e aos elementos de resultado (Despesas e Receitas).
É através das Contas que a Contabilidade consegue desempenhar o seu papel. Todos os
acontecimentos que ocorrem na empresa, responsáveis pela gestão do Contador, como as compras, as
vendas, os pagamentos, os recebimentos, são registrados em livros através das Contas.

6.1 - Classificação das Contas


As contas podem ser classificadas de acordo com vários critérios. Entretanto, aquele que nos
interessa é o que as classifica em dois grupos (teoria patrimonialista).
• Contas Patrimoniais
• Contas de Resultado

6.1.2 - Contas Patrimoniais


São aquelas que representam os elementos do Patrimônio da empresa, ou seja, são aquelas que
representam os Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido. Dividem-se em ativas e passivas.
As Contas Patrimoniais representam o Patrimônio num dado momento, através do Balanço
Patrimonial. Veja:

ATIVO PASSIVO

Bens Obrigações
Caixa Fornecedores
Veículos Duplicatas a Pagar

Direitos Patrimônio Líquido


Duplicatas a Receber Capital
Promissórias a Receber Lucros Acumulados

6.1.3 - Contas de Resultado

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As Contas de Resultado dividem-se em Contas de Despesas e Contas de Receitas. Essas contas


aparecem durante o exercício social (exercício contábil – geralmente um ano), encerrando-se seus saldos
ao final de cada exercício.
Não fazem parte do Balanço Patrimonial, porém permitem apurar o resultado do exercício, através
do relatório chamado de Demonstração do Resultado do Exercício. Ao encerrar um exercício contábil,
fechamos o saldo dessas contas para verificar se a empresa gerou, durante o exercício, um Lucro ou um
Prejuízo.
Como já dissemos as Contas de Resultado são aquelas que representam, as Despesas e as
Receitas. Vejamos então o que é Despesa.

Despesa é todo sacrifício, todo esforço da empresa para obter Receitas. As despesas caracterizam-
se pelo consumo de bens e serviços. Por exemplo: a energia elétrica consumida, os materiais de limpeza,
os materiais de expediente, a utilização de serviços telefônicos. As despesas são registradas na
Contabilidade através das Contas de Resultado.
Abaixo estão relacionadas algumas Contas de Despesas; pela simples leitura identificamos o tipo
de despesa: Água e Esgoto – Material de Expediente – Salários – Energia – Despesas Bancárias – Fretes e
Carretos – Impostos – Descontos Concedidos – ECT.

Receitas representam os valores obtidos pela empresa, provenientes de vendas de bens ou


prestação de serviços. Exemplo: Vendas – Receita de Serviços – Descontos Obtidos – Juros Ativos – etc.

As Despesas têm saldo devedor e as Receitas têm saldo credor.

6.2 - Noções de Débito e Crédito


É preciso não confundir termos da linguagem comum, quando usamos a terminologia contábil.
DÉBITO – na linguagem comum significa:
• Dívida
• Situação negativa
• Estar em débito com alguém
• Estar devendo para alguém
• Etc.

Na terminologia contábil essa palavra tem vários significados, os quais raramente correspondem aos
significados da linguagem comum.
Na representação gráfica em forma de “T”, que foi usada para representar as contas que compõem
o Patrimônio, o lado do Ativo é o lado do débito, com exceção das contas retificadoras.
Na representação gráfica, também em forma de “T”, usada para as Contas de Resultado, o lado das
Despesas é o lado do débito.

CRÉDITO – na linguagem comum, significa:


• Ter crédito com alguém, em uma loja, etc.
• Situação positiva
• Poder comprar a prazo
• Etc.
Na terminologia contábil a palavra crédito também possui vários significados.
No gráfico das Contas Patrimoniais, o lado direito é o lado do crédito, exceto para as contas
retificadoras. Assim como no gráfico das Contas de Resultado, o lado direito é o lado do crédito.
Na realidade existe lógica em chamar de débito o lado do Ativo e de crédito o lado do Passivo.
Existem teorias que explicam esse fato, porém vamos ficar com a seguinte:
a) O lado do Ativo é igual a Débito porque as contas que o compõem são contas de natureza devedora
(exceto as contas retificadoras que, embora credoras, figuram no Ativo);
b) O lado do Passivo é igual a Crédito porque as contas que o compõem são contas de natureza
credora (exceção as contas retificadoras que, embora devedoras, figuram no Passivo).

Titulo da Conta Titulo da Conta


Débito Crédito Débito Crédito

Lado Lado 17
Lado Lado
esquerd esquerd
direito direito
o o
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7 – PLANO DE CONTAS
Plano de Contas é o agrupamento ordenado de todas as contas que são utilizadas pela
contabilidade dentro de determinada empresa. Portanto, o elenco de contas considerado é indispensável
para os registros de todos os fatos contábeis.
Cada empresa, de acordo com sua atividade e seu tamanho (micro, pequena, média ou grande),
deve ter seu próprio Plano de Contas. Não há razão, por exemplo, para uma empresa prestadora de
serviços relacionarem uma conta de “Estoque” no seu Ativo, pois, normalmente não realiza operações com
mercadorias.
Quando, por exemplo, um contador planeja o agrupamento de contas de uma indústria de
eletrodomésticos, no que tange a impostos incluirá as contas ICMS a Recolher (haverá circulação de
mercadorias e serviços), IPI a Recolher (haverá industrialização de bens) e, se houver perspectiva de a
empresa prestar serviços de assistência técnica num futuro bem próximo, incluirá, ainda, ISS a Recolher.

7.1 - Importâncias do Plano de Contas


Quando uma empresa efetua vendas a prazo, esse procedimento dá origem a uma conta a receber
no futuro cujo valor a receber é conhecido como Clientes (são os clientes da empresa que adquiriram seus
produtos), ou Duplicatas a Receber (o comprovante da dívida emitido após a venda), ou Contas a Receber
(são valores a receber).
Pode-se citar ainda muitos outros exemplos em que para uma mesma operação são conhecidas
diversas nomenclaturas, ou seja, diversos títulos de contas que querem dizer a mesma coisa.
O Plano de Contas com um único título para cada conta ou um único título de conta para
determinada operação evita, portanto, que diversas pessoas ligadas ao setor contábil (lançadores) registrem
um mesmo fato contábil ou uma mesma operação com nomenclaturas diferentes. Dessa forma, com a
padronização dos registros contábeis, mesmo que haja rotação de profissionais contábeis, não haverá não
ocorrerá perigo de falta de uniformidade das nomenclaturas.
Na prática, o Plano de Contas é numerado ou codificado de forma racional, o que facilita a
contabilização através de processos mecânicos ou processos eletrônicos.

7.2 - Plano de Contas Simplificado


O Plano de Contas a seguir foi codificado da seguinte maneira:
• Inicia-se com a unidade 1 para todas as contas do Ativo; com a unidade 2 para todas as contas de
Passivo; com a unidade 3 para todas as contas do Patrimônio Líquido; com a unidade 4 para as
contas de Receita e com a unidade 5 para as contas de Custos e Despesas.
• Em seguida, adiciona-se um segundo número que representa o grupo de contas do Ativo, do
Passivo, e assim por diante. Desse modo, observando-se o código 1.1, tem-se o Ativo Circulante (o
primeiro 1 é Ativo, o segundo 1 é Circulante), 1.2 Ativo Realizável a Longo Prazo, 1.3 Ativo
Permanente, etc.
• O terceiro dígito significa a conta do grupo. Assim, observando-se o código 1.1.1, tem-se:
1. Ativo
Ativo Circulante
Ativo Circulante – Caixa
Ativo Circulante – Bancos, etc.
Plano de Contas Simplificado
A - CONTAS PATRIMONIAIS
1 – ATIVO 2 - PASSIVO
20.0 PASSIVO CIRCULANTE
10.0 ATIVO CIRCULANTE 20.1 Fornecedores
10.1 Caixa 20.2 Duplicatas a Pagar
10.2 Bancos Conta Movimento 20.3 Promissórias a Pagar
10.3 Aplicações Financeiras 20.4 COFINS a Recolher
10.4 Clientes 20.5 ICMS a Recolhe
10.5 Duplicatas a Receber 20.6 PIS Sobre Faturamento a Recolher

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10.6 (-) Provisão para Créditos de Liquidação 20.7 Contribuições de Previdências a Recolher
Duvidosa 20.8 FGTS a Recolher
10.7 Promissórias a Receber 20.9 Salários a Pagar
10.8 ICMS a Recuperar 20.10 Dividendos a Pagar
10.9 Ações em Outras Empresas 20.11 Impostos e Taxas a Recolher
10.10 Estoque de Mercadorias 20.12 Provisão para Contribuição Social
10.11 Estoque de Material de Expediente 20.13 Provisão para Imposto de Renda

11.0 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 21.0 PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
11.1 Duplicatas a Receber 21.1 Duplicatas a Pagar
11.2 Promissórias a Receber 21.2 Promissórias a Pagar

12.0 ATIVO PERMANENTE 22.0 PATRIMÔNIO LÍQUIDO


12.1 Participações em Outras Empresas 22.1 Capital
12.2 Imóveis de Renda 22.2 Reservas
12.3 Computadores 22.3 Lucros ou Prejuízos Acumulados
12.4 Imóveis
12.5 Instalações
12.6 Móveis e Utensílios
12.7 Veículos
12.8 (-) Depreciação Acumulada
12.9 (-) Exaustão acumulada
12.11 Fundo de Comércio
12.12 Marcas e Patentes
12.13 Despesas de Organização
12.14 (-) Amortização Acumulada

B - CONTAS DE RESULTADO
3 - DESPESAS 4 - RECEITAS
30.0 DESPESAS OPERACIONAIS 40.0 RECEITAS OPERACIONAIS
30.1 Água e Esgoto 40.1 Receitas de Vendas
30.2 Aluguéis Passivos 40.2 Descontos Obtidos
30.3 Amortização 40.3 Juros Ativos
30.4 Café e Lanches 40.4 Receitas Eventuais
30.5 Combustíveis
30.6 Contribuições de Previdência 41. RECEITAS NÃO OPERACIONAIS
30.7 Depreciação 41.1 Ganhos com o Ativo Permanente
30.8 Descontos Concedidos
30.9 Despesas Bancárias
30.10Encargos Sociais
30.11FGTS
30.12Fretes e Carretos
30.13Luz e Telefone
30.14Material de Expediente
30.15Salários
30.16Despesas Eventuais

31.0 DESPESAS NÃO OPERACIONAIS


31.1 Perdas com o Ativo Permanente

BALANÇO PATRIMONIAL - EMPRESA xxxxxx DATA: 31/12/XX

ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE CIRCULANTE

. disponível .obrigações comerciais


Caixa titulos a pagar
Banco conta movimento fornecedores
......outras contas duplicatas a pagar
fretes a pagar
. Créditos ... outras contas...
icms a recuperar

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Duplicatas a receber .obrigações fiscais


outras contas a receber Icms a recolher
(-) duplicatas descontadas Pis a recolher
(-) provisão para dev. Duvidosos Cofins a Recolher
...outras contas.. Provisão para Contribuição Social
Provisão para Imposto de Renda
. estoques ...outras contas...
Mercadorias
produtos em elaboração . Obrigações trabalhistas
...outras contas..... salários a pagar
provisão para 13º salário
. Despesas do exercício seguinte
FGTS a recolher
Prêmio seguros a apropriar
INSS a recolher
..outras contas.....
..outras contas...
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
. Outras obrigações
. Créditos financiamentos bancários
Duplicatas a receber alugueis a pagar
...outras contas.... . ...outras contas.....
PERMANENTE
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
.investimentos financiamentos bancários
ações de outras cias duplicatas a pagar
obras de arte ...outras contas.....
...outras contas.....
RESULTADO DO EXERC. FUTURO
.imobilizado . Receitas antecipadas
Veículos receita de exercicios futuros
Moveis (-) custos
Imóveis
Maquinas PATRIMÔNIIO LÍQUIDO
(-)depreciação acumulada . Capital social
(-) exaustão acumulada . Reservas de capital
(+/-) ajustes de avaliação patrimonial
. Intangível .reservas de lucros
bens incorpóreos (-) ações em tesouraria
fundo de comércio adquirido (-) prejuízos acumulados

.diferido
depesas pré-operacionais
(-) amortização acumulada

7.3 - Informações sobre o Plano de Contas simplificado


Código das contas: é o número que você encontra à esquerda de cada conta e serve para facilitar o
seu manuseio. Note que os códigos das contas começam pelos seguintes algarismos:
ALGARISMOS CONTAS
1 Contas do Ativo
2 Contas do Passivo
3 Contas de Despesas
4 Contas de Receitas

Sabemos que as Contas Patrimoniais são aquelas que representam, através do Balanço
Patrimonial, a situação do Patrimônio da empresa, dividindo-se em Ativo e Passivo. Porém, essas Contas
Patrimoniais são agrupadas no Balanço Patrimonial em grupos e subgrupos.

7.4 - CONTAS PATRIMONIAIS

7.4.1 - ATIVO

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No Ativo encontramos todas as contas que representam os Bens e os Direitos, devidamente


classificados em três grupos:
10. Ativo Circulante
11. Ativo Realizável a Longo Prazo
12. Ativo Permanente
A ordem de disposição, segundo a legislação vigente, é a ordem decrescente do grau de liquidez
dos elementos nelas registrados.
Grau de Liquidez é o maior ou menos prazo no qual Bens e Direitos podem ser transformados em
dinheiro.

7.4.2 - Ativo Circulante


Neste grupo encontramos todas as contas que representam os Bens e os direitos que, devido a sua
finalidade, e em sua maioria, estão em constante circulação. Correspondem aos recursos aplicados em
elementos que estão em franco movimento, como, por exemplo, a conta Caixa, que a todo instante está
sendo movimentada (entra e sai dinheiro); o mesmo ocorre com as contas de Estoque, Bancos conta
Movimento, etc.

7.4.3 - Ativo Realizável a Longo Prazo


Neste grupo encontram-se classificadas todas as contas que representam Direitos cujos
vencimentos ocorram após o término do exercício social subseqüente. Por exemplo, os Títulos a Receber
(duplicatas, Promissórias, etc.)

7.4.4 - Ativo Permanente


Neste grupo encontram-se classificadas todas as contas que representam os Bens e os Direitos
que, pela sua finalidade, representam recursos aplicados na empresa de maneira permanente. Por
exemplo, os móveis de uso da empresa, os veículos de uso da empresa, etc.

Nota
Contas Retificadoras do Ativo: essas contas mesmo sendo de natureza credora, por força de lei, elas
figuram no Ativo, (que tem suas contas de natureza devedora), retificando seus valores.

Qualquer Conta do Ativo


Débito Crédito
$ $
Aumentos Diminuições
7.5 - PASSIVO
No Passivo encontramos as contas que representam as Obrigações e o Patrimônio Líquido,
devidamente classificadas em três grupos, (existe um quarto grupo-Resultado de Exercícios Futuros que
veremos mais adiante):

7.5.1 - Passivo Circulante


Neste grupo entram-se classificadas as contas que representam as Obrigações da empresa que
vencem no curso do exercício seguinte.

7.5.2 - Passivo Exigível a Longo Prazo


Neste grupo encontram-se classificadas as contas que representam as Obrigações da empresa que
têm vencimento após o término do exercício seguinte.

7.5.3 - Patrimônio Líquido


Neste grupo encontram-se as contas que representam o Patrimônio Líquido:
• Capital
• Reservas
• Lucros ou Prejuízos Acumulados
Nota

21
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Também no lado do Passivo são encontradas Contas Retificadoras que, mesmo sendo de natureza
devedoras, figuram no Passivo (que tem suas contas de natureza credora). Por exemplo, a conta Lucros ou
Prejuízos Acumulados, quando a empresa apresenta prejuízos acumulados.

Qualquer Conta do Passivo


Débito Crédito
$ $
Diminuições Aumentos

REGRAS GERAIS:
 Todo aumento de Ativo (lança-se no lado esquerdo do razonete):
debita-se.
 Toda diminuição de Ativo (lança-se no lado direito do razonete):
credita-se.
 Todo aumento de Passivo e PL (lança-se no lado direito do

PASSIVO e
ATIVO (- PL(-
+ +
+ Aumen Dimin
) Dimin
) Aumen +
+ +
+
ta ui ui ta +
+ +
+ +
+
DÉBITO CRÉDITO +

7.6 - Exercícios
1. Relacione a coluna da esquerda com a da direita:
a) Ativo Circulante ( ) Fornecedores
b) Ativo Permanente ( ) Caixa
c) Passivo Circulante ( ) Imóveis
d) Patrimônio Líquido ( ) Água e Esgoto
e) Despesas Operacionais ( ) Receita de Serviços
f) Receitas Operacionais ( ) Clientes
( ) Juros Ativos
( ) FGTS a Recolher
( ) Estoque de Mercadorias
( ) Capital
( ) Veículos
( ) Fretes e Carretos
( ) Reserva Legal
( ) Salários
( ) Salários a Pagar

2. Indique a natureza das contas, colocando as seguintes letras de referência:


D – Devedoras C – Credora
( ) Caixa ( ) Bancos Conta Movimento
( ) Estoque de Mercadorias ( ) Fundo de Comércio
( ) Fornecedores ( ) Duplicatas a Receber
( ) Salários ( ) Capital

22
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( ) Salários a Pagar ( ) Juros Passivos


( ) Veículos ( ) Impostos
( ) Receitas de Serviços ( ) Impostos a Pagar
( ) Vendas ( ) Móveis e Utensílios

3. Responda:
a) O que é Plano de Contas?

b) Existe um Plano de Contas que deve ser usado por todo e qualquer tipo de empresa?

c) Atualmente o Plano de Contas deve obedecer às disposições contidas em que Lei?

d) Em quantos grupos principais se divide o Ativo? Quais São?

e) Que tipos de contas devem figurar no Passivo Circulante? Cite três exemplos.

f) Como se divide o Passivo?

g) Que tipo de contas deve figurar no Patrimônio Líquido? Cite dois exemplos.

h) Como de divide as Contas de Resultado?

i) Cite três exemplos de Despesas Operacionais.

j) Cite dois exemplos de Receitas Operacionais.

8 - ESCRITURAÇÃO
Escrituração é uma técnica que consiste em registrar nos livros próprios (Diário, Razão, Caixa, etc)
todos os Fatos Administrativos que ocorrem na empresa.
O controle contábil das empresas começa com a escrituração dos fatos no livro Diário,
completando-se, depois, nos demais livros de escrituração.
É através dos Fatos Administrativos que ocorre a gerência do Patrimônio das empresas, e esses
fatos são registrados por meio da escrituração.

8.1 - Livros utilizados na escrituração


Dos livros usados pelas empresas, vamos mencionar apenas os utilizados pela contabilização dos
Atos e Fatos Administrativos.
Classificação dos Livros de Escrituração
Quanto à utilidade:
a) Principais – utilizados para o registro de todos os eventos do dia-a-dia da entidade, como ocorre
com os livros Diários e Razão.
b) Auxiliares – utilizados para o registro de eventos específicos, como os livros Caixa, Contas
correntes, Registros de Duplicatas e Razão Auxiliar em UFIR, além de todos os livros fiscais que
podem servir de suporte para a escrituração do Diário.

8.2 - Livro Diário


O Diário é um livro obrigatório (exigido por lei) em todas as empresas. Registra os fatos contábeis
em partidas dobradas (para cada débito ou débitos corresponde um crédito ou créditos de igual valor) na
ordem cronológica do dia, mês e ano.
O livro Diário deve ser encadernado com folhas seguidamente, devendo os registros ser feitos
diariamente. Quem empregar escrituração mecanizada poderá substituir o Diário por fichas seguidamente
numeradas (mecanicamente ou tipograficamente). Quando se usa o computador, as folhas são numeradas
automaticamente pelo programa e, no final do período, o livro será encadernado.
O livro Diário deve conter, ainda, os Termos de Abertura e Termo de Encerramento e ser submetido
à autenticação do órgão competente do Registro do Comércio. O atraso na escrituração do Diário não
poderá ultrapassar 180 dias, sob pena de multa prevista pelo Imposto de Renda.
Os requisitos básicos de um livro Diário Geral são:
• Data da operação (transação).
• Titulo da conta de débito e da conta de crédito.
• Valor do débito e do crédito.

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• Histórico: alguns dados fundamentais sobre a operação em registro: número da nota fiscal, cheque,
terceiros envolvidos, etc.

Portanto, o Diário registra oficialmente todas as transações de uma empresa. Veja a seguir um exemplo
de escrituração no livro Diário:
Suponha-se que em fevereiro de 2002 a empresa “X” Ltda faça as seguintes operações:
a) 20/02/2002: compra de equipamento, a vista, da Calígula e Cia, conforme Nota Fiscal série B nº
25.451, por R$ 800.000,00.
b) 26/02/2002: deposita no banco do Brasil S/A a quantia de R$ 900.000,00.

Caixa Equipamentos Banco C/Movimento

$$$ 800.000 (20/02) (20/02) 800.000 26/02) 900.000


900.000(26/02)

Como fica no Livro Diário:

Data Títulos das Contas e Histórico Código Débito Crédito


Da Conta
2002
Fev. 20 Equipamentos - 800.000,00
Caixa - 800.000,00
N.F. 25.451-série B de Calígula & Cia
26 Bancos C/Movimento - 900.000,00
Caixa - 900.000,00
Depósito no Banco do Brasil S/A

8.3 - Livros Razão


O Razão é um livro atualmente obrigatório, que foi durante muito tempo facultativo. Em virtude de
sua eficiência, é indispensável em qualquer tipo de empresa: é o instrumento mais valioso para o
desempenho da Contabilidade. Por isso, pela legislação contábil, é um livro obrigatório (artigo 14 da Lei nº
8.218, de 29/08/1991)
O registro no razão é realizado em contas individualizadas; tem-se assim um controle por conta. Por
exemplo, abre-se uma conta Caixa e registra-se todas as operações que, evidentemente, afetam o Caixa;
debitando-se ou creditando-se nesta conta, a qualquer momento apura-se o saldo.
O Razão pode ser Analítico e Sintético. Quando a ficha razão abrange a conta como um todo,
denomina-se Razão Sintético ou razão Geral. Todavia, quando há o desdobramento de conta para um
melhor controle, denomina-se Razão Analítico ou Razão Auxiliar. Exemplo de Livro Razão, utilizando os
mesmos lançamentos do livro Diário:

Conta: Caixa Código: X.X.X (Plano de Contas)


Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C
31/01/02 Saldo (já existente) - - 2.000.000,00 D
20/02/02 Compra de equipamento - 800.000,00 1.200.000,00 D
26/02/02 Depósito no Banco do Brasil S/A - 900.000,00 300.000,00 D

Conta: Equipamentos Código: X.X.X (Plano de Contas)


Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C
20/02/02 Compra de equipamento 800.000,00 - 800.000,00 D

Conta: Bancos C/Movimento Código: X.X.X (Plano de Contas)


Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C
20/02/02 Depósito no Banco do Brasil S/A 900.000,00 - 900.000,00 D

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O Razão. Portanto, engloba as Contas Patrimoniais (as contas de Balanço, também conhecidas
como contas integrais) e as Contas de Resultado (as contas de Receitas e Despesas, também
conhecidas como contas diferenciais), de forma individual, havendo controle conta por conta.

8.3.1- Razonetes

Uma simplificação da representação gráfica da conta, muito utilizada para simplificar as ilustrações,
explicações e resoluções de problemas, que também utilizaremos em nosso trabalho (após os lançamentos
contábeis), é a denominada Conta em T ou Razonete. Sua forma gráfica é seguinte:

8.4 - Método de Escrituração


O método utilizado para a escrituração dos Fatos Administrativos é o método das partidas dobradas.
Esse método, que é de uso universal e foi divulgado pelo frade franciscano Lucca Pacioli, no século
XV, consiste no seguinte: Cada débito corresponde um crédito de igual valor.

8.5 - Lançamentos
Lançamento é o meio pelo qual se processa a escrituração. Os Fatos Administrativos são
registrados através do lançamento, inicialmente no Livro Diário, mediante documento que comprovem a
legitimidade da operação (nota fiscal, recibo, contratos, etc.)
O lançamento, de acordo com o método das partidas dobradas, é feito em ordem cronológica (data),
e os elementos que compõem obedecem a uma determinada disposição, conforme foi visto no item 2 (livros
utilizados na escrituração).

8.6 - Disposições sobre a Escrituração Mercantil


Entende-se por escrituração mercantil os registros contábeis realizados no Diário. Tais registros são
obrigatórios e determinados pela legislação comercial brasileira.
De uma maneira geral, o pequeno empresário está dispensado da escrituração, isto é, a
microempresa e as empresas que trabalham à base de lucro presumido não precisam apresentar
escrituração mercantil para fins de Imposto de renda.
Conforme a legislação comercial, todavia, estas empresas não estão dispensadas da escrituração
mercantil.

8.7 -Quadro auxiliar da escrituração


Para identificar mais facilmente a conta a ser debitada e a conta a ser creditada, observe o quadro a
seguir:

I. Para elementos Patrimoniais:


a) Toda vez que aumentar o Ativo, DEBITAR a respectiva conta.
b) Toda vez que diminuir o Ativo, CREDITAR a respectiva conta.
c) Toda vez que aumentar o Passivo CREDITAR a respectiva conta.
d) Toda vez que diminuir o Passivo DEBITAR a respectiva conta.
II. Para os elementos de Resultado:
e) Toda vez que ocorrer uma Despesa, DEBITAR a respectiva conta.
f) Toda vez que se realizar uma Receita, CREDITAR a respectiva conta.
Veja agora esse mesmo quadro de maneira simplificada:

ATIVO PASSIVO

Débito Crédito Débito Crédito

Aumento Diminuição Diminuição Aumento

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DESPESA RECEITA

Débito Crédito Débito Crédito

Quando ocorrer Estorno ou encerramento Estorno ou encerramento Quando ocorrer


Despesa de exercício de exercício Receita

Esquema ilustrativo de débito e crédito:

DÉBITO

PATRIMÔNIO
ATIVO PASSIVO LÍQUIDO

Aumento Diminuição Diminuição


do valor do valor do valor

Aplicação
Aplicação Aplicação
de recursos
de recursos de recursos
CRÉDITO

PATRIMÔNIO
ATIVO PASSIVO LÍQUIDO

Diminuição Aumento Aumento


do valor do valor do valor

26
Origem
Origem Origem
de recursos
de recursos de recursos
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8.8 - Fórmulas de Lançamento


• 1a FÓRMULA: quando aparecem no lançamento uma conta debitada e uma conta creditada.
• 2a FÓRMULA: quando aparecem no lançamento uma conta debitada e mais de uma conta
creditada.
• 3a FÓRMULA: quando aparecem no lançamento mais de uma conta debitada e apenas uma conta
creditada.
• 4a FÓRMULA: quando aparecem no lançamento mais de uma conta debitada e mais de uma conta
creditada.
Exemplos:

1a. FORMULA – Compra de um veículo a vista, pago em dinheiro, no valor de R$ 50.000,00


Contas envolvidas na operação: Veículos, que será debitada pelo valor da aquisição e Caixa, que
será creditada pela saída do dinheiro, R$ 50.000,00.

2a. FORMULA – Compra de um veículo, sendo: a vista R$ 10.000,00 e o restante em 4 parcelas iguais no
valor de R$ 10.000,00 cada, mediante o aceite de duplicatas.
Contas envolvidas na operação: Veículos, que será debitada pelo valor da aquisição, Caixa, que
será creditada pelo valor pago a vista, R$ 10.000,00 e Duplicatas a Pagar, que registrará a dívida contraída,
no valor de R$ 40.000,00.

3a. FORMULA – Agora imagine que sua empresa é a vendedora do veículo nas mesmas condições.
Contas envolvidas na operação: Caixa, que será debitada pelo valor de R$ 10.000,00, Duplicatas a
Receber, que será debitada pelo receber de R$ 40.000,00 e Estoque de Veículos, que será creditada pela
baixa dos R$ 50.000,00, referente a saída do veículo.

4a. FORMULA – Agora imagine que essa empresa compre 5 veículos e peças para revenda, sendo: valor
dos veículos R$ 80.000,00 e peças R$ 20.000,00. Paga a vista, em dinheiro R$ 50.000,00 e o restante, R$
50.000,00 em 5 parcelas iguais de R$ 10.000,00 cada.
Contas envolvidas na operação: Estoque de Veículos, que será debitada por R$ 80.000,00, pela
aquisição dos veículos, Estoque de Peças, que será debitada por R$ 20.000,00, pela aquisição das peças;
Caixa, que será creditada pelo pagamento de R$ 50.000,00 feito a vista e Duplicatas a Pagar, que será
creditada pelo registro da dívida contraída de R$ 50.000,00.

8.9 – Balancete de Verificação


O Balancete de Verificação é elaborado com base nos saldos de todas as contas do razão
(razonetes). Segundo o método das partidas dobradas, de forma que, apurando-se os saldos das contas do
razão num determinado momento, a soma dos saldos devedores deve, obrigatoriamente, ser igual à soma
dos saldos credores.
O principal objetivo do Balancete de Verificação é o de testar (verificar) se o método das partidas
dobradas foi respeitado; portanto, o único erro de escrituração que o mesmo aponta ou representa é o da
troca de saldos (devedores por credores e vice-e-versa).

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO EM___/ ___/ ____

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Saldos
Contas
Devedores Credores

Totais.................................................................................... =============== ===============

8.10 – Exercícios
1. Em relação ao texto abaixo, assinale a afirmativa falsa.
O princípio básico do Método das Partidas Dobradas – não há débito sem crédito correspondente –
permite que se chegue às seguintes conclusões:
a) a soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos;
b) a soma dos saldos devedores é sempre igual à soma dos saldos credores;
c) a soma das despesas é sempre igual à soma das receitas;
d) a um débito ou a mais de um débito, numa ou mais contas, deve corresponder um crédito equivalente em
uma ou mais contas;
e) o total do Ativo será igual à soma do Passivo Exigível com o Patrimônio Líquido.

2 . Aumentam os saldos das contas do Patrimônio Líquido, Ativo e Passivo, os lançamentos nela efetuados
que representam, pela ordem:
a) crédito, débito e crédito;
b) débito, débito e crédito;
c) crédito, crédito e débito;
d) débito, crédito e débito;
e) crédito, crédito e crédito.

3 . Assinale a alternativa que contém contas cujos saldos no Balanço Patrimonial são devedores:
a) Fornecedores e Honorários a Pagar;
b) Capital Social e ICMS a Recolher;
c) Lucros Acumulados e Contas a Pagar;
d) Duplicatas a Receber e Móveis e Utensílios;
e) Duplicatas a Pagar e Aluguéis a Pagar.

4. Assinale abaixo o lançamento errado, considerando que todos os históricos estão corretos:
a) Caixa
a Bancos conta movimento
Valor de nosso depósito bancário nesta data 15.000,00
b) Veículos
a Bancos conta Movimento
Nossa aquisição nesta data, paga em cheque 15.000,00
c) Impostos a Pagar
a Caixa
Para pagamento de impostos nesta data 15.000,00
d) Caixa
a Clientes
Pelo recebimento de créditos nesta data 15.000,00
e) Mercadorias
a Fornecedores
Pela compra a prazo nesta data 15.000,00

5. Os saldos das contas do Razão ca Cia Juruá Ltda., em 30-11-X2, eram (em R$): Caixa 260,00;
Equipamentos 840,00; Contas a Receber 420,00; Veículos 240,00; Móveis e Utensílios 168,00;
Fornecedores 48,00; Contas a Pagar 200,00; Títulos a Pagar 120,00; Capital 1.040,00; Despesas com
Energia Elétrica 392,00; Despesas de Pessoal 528,00; Dividendos a Pagar 200,00; Receitas de Serviços
1.240,00.
Durante o mês de dezembro de 20X2, ocorreram as seguintes operações: (em R$)
1) recebimento de Receitas de Serviços do mês................................................................................ 60,00
2) pagamento de Despesas de Manutenção de Veículos..................................................................120,00
3) pagamento de Despesas de Impostos........................................................................................... 56,00
4) recebimento de Contas a Receber.................................................................................................200,00
5) pagamento de Dividendos a Pagar aos acionistas.........................................................................180,00
6) compra, a prazo, de Móveis e Utensílios........................................................................................400,00
7) pagamento de Despesas de Manutenção de Equipamentos.......................................................... 48,00

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8) recebimento de Receitas de Serviços do mês................................................................................. 80,00


9) recebimento de Contas a Receber..................................................................................................160,00
10) pagamento de Salários do mês.....................................................................................................200,00
11) pagamento da conta de Energia Elétrica do mês.......................................................................... 40,00

Pede-se:
a) Razonetes com saldos de 30-11-X2
b )Balancete de Verificação em 30-11-X2;
c) Contabilização das operações de dezembro de 20X2;
d) Razonetes com saldos de 31-12-X2;
e) Balancete de Verificação em 31-12-X2.

9. VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

9.1 - Despesa, Receita e Resultado.


As causas principais que fazem variar o Patrimônio Líquido são:
a) O investimento inicial de capital e seus aumentos posteriores ou desinvestimentos (devolução de
capital) feitos na entidade;
b) O resultado obtido do confronto entre contas de receita e despesas dentro do período contábil.

9.1.1 - Receita
Entende-se por Receita a entrada de elementos para o ativo, sob a forma de dinheiro ou dinheiros a
receber, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços.
Um receita também pode derivar de juros sobre depósitos bancários ou títulos e de ganhos eventuais.
A obtenção de uma Receita resulta, pois, num aumento de Patrimônio Líquido.

9.1.2 - Despesa
Entende-se por Despesa, o consumo de bens ou serviços, que, direta ou indiretamente, ajuda a
produzir uma receita. Diminuindo o Ativo ou aumentando o Passivo, uma Despesa é realizada com a
finalidade de se obter uma Receita cujo valor se espera seja superior à diminuição que provocou no
Patrimônio Líquido.

9.1.3 - Resultado
Caso as receitas obtidas superem as despesas incorridas, o Resultado do período contábil será
positivo (lucro), que aumenta o Patrimônio Líquido. Se as despesas forem maiores que as receitas, este fato
ocasiona um prejuízo que diminuirá o Patrimônio Líquido.

9.2 - Mecanismo de Débito e Crédito


Os registros de aumentos e de diminuições das contas de Patrimônio Líquido obedecem à seguinte
regra: os Aumentos são registrados por créditos e as Diminuições por débitos.
Em decorrência dessa regra geral, as receitas obtidas, por aumentarem o Patrimônio Líquido,
deverão ser creditas em contas de receita. As despesas incorridas, por diminuírem o Patrimônio Liquido,
deverão ser debitadas em contas de despesa.
Uma despesa é, portanto, elemento que diminui o resultado (e conseqüentemente, o patrimônio
liquido), enquanto uma receita é elemento que aumenta o resultado (e o Patrimônio Liquido, por
decorrência).
Para que haja condições de análise e informações detalhadas dentro de uma empresa, receitas e
despesas constituem apenas os grupos principais, sendo desdobradas em cada classe, em diversas contas
componentes, segundo a natureza e o tipo de cada uma delas.
Exemplo:

Receitas Despesas
• De Serviços • De Aluguel
• Venda de Mercadorias • De Água e Esgoto
• De Comissões • De Salários
• De Juros • De Juros

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• Etc. • Etc.

9.3 - Períodos Contábeis


Entre os princípios contábeis, que veremos com maiores detalhes mais adiante, destacamos, o
Princípio da Continuidade, o qual presume que a empresa, normalmente, operará indefinidamente.
O Resultado exato de uma empresa, portanto, somente poderá ser apurado no final de sua vida,
após a venda de todo seu Ativo e o pagamento de suas obrigações para com terceiros. O Resultado do
empreendimento será medido pela diferença entre o Patrimônio Liquido apurado no final da sua vida e o
Patrimônio Liquido Inicial, considerando também aumentos de capital e distribuição de lucros havidos
durante esse período.
Entretanto, a administração não pode esperar até que a empresa seja liquidada ou encerrada; a
informação do Resultado das várias operações deve ser fornecido a intervalos regulares, de tempo de um
ano, de seis meses, de um mês. Assim, a Contabilidade registra e resume todas as mudanças no
Patrimônio Líquido que ocorrem durante o período escolhido e apresenta o resultado obtido.
O período contábil, espaço de tempo escolhido para que a Contabilidade mostre a situação
patrimonial e financeira na evolução dos negócios da empresa, quando de um ano, é também denominado
de Exercício Social.
Para finalidades externas, o período normalmente é de um ano e, muitas vezes corresponde ao
ano-calendário.
Para finalidades internas, as informações dos resultados devem ser mostradas em intervalos
menores, por exemplo, mês a mês. A fim de que a administração acompanhe mais amiúde o
desenvolvimento dos negócios, por meio das demonstrações elaboradas.

9.4 - Encerramentos de Contas de Receita e Despesa


Toda empresa necessita fazer a apuração do resultado pelo menos uma vez por ano. O lucro ou
prejuízo de um exercício está na dependência do confronto das contas de receita e de despesa, e esse
resultado líquido é apurado na conta de Resultado.
Para efeito de apurar o Resultado da empresa, as contas de receita e de despesa são periódicas,
isto é, somente deverão conter registros para um ano ou período menor, conforme a duração do período
contábil, o que significa que todas as contas de receita e de despe devem possuir saldo zero no início dos
períodos.
Para que isso ocorra, no final de cada período deve-se proceder ao encerramento das contas de
resultado, por meio dos lançamentos de encerramento. O encerramento das contas de receita é realizado
pela transferência (débito) de seus saldos credores para crédito da conta de Resultado. As contas de
despesa são encerradas pela transferência (crédito) de seus saldos devedores para débito da conta
Resultado.
Pelo menos uma vez por ano todas as entidades – empresas e entidades sem fins lucrativos – precisam apurar o resultado
do exercício. O lucro ou prejuízo de um exercício depende do confronto das Receitas e das Despesas, e esse resultado líquido é
apurado numa conta denominada Resultado. Essa conta é também conhecida como A.R.E – Apuração do Resultado de Exercício.
Para que se possa apurar o resultado de um período, as contas de Receitas e de Despesas são periódicas, isto é, somente
deverão conter registros do período que se deseja apurar – ano, semestre, trimestre ou mês – isso vale dizer que as contas de receita e
despesa devem estar zeradas – apresentar saldo zero – no início dos períodos a serem apurados.
Para realizar apuração, no final de cada período (a ser apurado) deve-se proceder ao encerramento das contas de resultado,
por meio de lançamentos de encerramento.
O encerramento das contas de receita é realizado pela transferência (débito) de seus saldos credores para crédito da conta
de Resultado (ARE).Desp.
Recei
As contas de despesa são encerradas pela transferência (crédito) de seus saldos devedores para débito da conta Resultado
(ARE). Como16.0 Salários
poderá ser visto no exemplo abaixo: ta
16.00 45.00 45.0
00
Desp. 0 0 00
Receit
Desp.Mat.Escritório
Salários a
16.00 7.00 45.00
0 0 0
Resultado
(A.R.E.)
16.00 45.00
0 0
7.000

Desp.Mat.Escrit
ório
7.0
7.000
00 30
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9.5 - Distribuições de Resultados


Pelo exposto no tópico anterior, a conta de Resultado recebe, por transferência, a débito o valor dos
saldos das contas de despesa e a crédito os saldos das contas de receita. Se o total dos créditos da conta
Resultado for superior ao total dos débitos, teremos um lucro líquido; se, ao contrário, o total dos débitos
superar o total dos créditos, chegaremos a um prejuízo.
Ocorrendo Lucro ou Prejuízo, o resultado apurado será transferido para a conta Lucros ou Prejuízos
Acumulados.
Após sua transferência para a conta de Lucros ou Prejuízos acumulados, o Resultado do exercício
poderá ser distribuído para outras contas do Patrimônio Líquido (reservas) e do Passivo (dividendos a
pagar).
Mesmo com saldo devedor, a conta deverá aparecer no Balanço, no grupo Patrimônio Líquido, da
seguinte forma:

R$ mil

Patrimônio Líquido 49.000

Capital 50.000
(-) Prejuízos Acumulados (1.000)

Diante do exposto no tópico anterior, a conta Resultado (ARE) recebe, por transferência, a débito, o valor dos saldos das
contas de despesa e a crédito os saldos das contas de receita.
Se o total dos créditos da conta Resultado (ARE) for superior ao total dos débitos, teremos lucro líquido; se, ao contrário, o
total dos débitos superar o total dos créditos será apurado um prejuízo.
Ocorrendo Lucro ou prejuízo, o resultado apurado (na A.R.E.) será transferido para a conta Lucros ou Prejuízos
Acumulados.
Após a transferência do resultado apurado para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, o Resultado do Exercício poderá
ser distribuído (destinado) para outras contas do PL e do Passivo. (Este assunto será tratado posteriormente)

Balanço DRE (Apuração do


Patrimonial
_______ Resultado)
Ativ Passivo e Receita
___ Recei
o PL (-) +
_______ ta
___ ______ ___ Despesa
+
P. Líquido
_______ _______
___ ___
Lucros/Prej. Lucr Lucr
_______ P o o
___ Acumulados + +
L
_______
___
Mesmo que apresente saldo devedor (quando as despesas superarem as receitas), esse prejuízo deverá figurar no PL:

Patrimônio Líquido

31
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Capital . . . . . . . . . . . . . . . . . .50.000
(-) Prejuízos Acumulados . . ( 1.000) . . . . . . . 49.000

9.6 - Demonstrações do Resultado do exercício


A conta Resultado serve, pois, de intermediária na apuração do Lucro ou Prejuízo de um exercício.
Entretanto, não basta apenas a conta do razão Resultado, onde aparecem as contrapartidas das contas de
despesa e de receita encerradas no fim do exercício. É necessário também a Demonstração do Resultado
do Exercício, onde aparecerão, detalhadamente e dentro de critérios de classificação, as contas de Receita,
Despesa e o Lucro ou Prejuízo Líquido.
Nessa demonstração, deve ser observado um cabeçalho composto de:
a) Nome ou denominação da empresa;
b) Nome da demonstração; e,
c) O período coberto.
Entre as muitas finalidades da Demonstração do Resultado do Exercício, pode-se citar as mais
importantes:
a) Os acionistas e quotistas são informados sobre o resultado das operações da empresa;
b) Os bancos podem apurar, por meio dele, a rentabilidade das empresas para atender aos
financiamentos solicitados pelas mesmas;
c) Interessa aos investidores de ações e debêntures;
d) Aos próprios administradores para medirem sua eficiência e, quando necessário, alterarem a
política dos negócios da empresa, como, por exemplo: alteração de preços, aumento de produção,
expansão da propaganda, etc.
Deve-se advertir que, para algumas das finalidades mencionadas, haverá a necessidade de um exame
conjunto do Balanço Patrimonial.

9.6.1 - Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício


A Demonstração do Resultado do Exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da
empresa em determinado período, normalmente de 12 meses. É apresentada de forma dedutiva (vertical),
ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo).

9.6 2 - Modelo de Demonstração do resultado do Exercício

Receita Bruta
(-) Deduções da Receita Bruta
(=) Receita Líquida
(-) Custo da Receita
(=) Lucro Bruto
(+) Outras Receitas Operacionais
(-) Outras Despesas Operacionais sentido vertical (dedutivo)
(=) Lucro Operacional
(+) Receitas Não Operacionais
(-) Despesas Não Operacionais
(=) Resultado Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social
(-) Provisão Para o Imposto de Renda e Contribuição Social
(-) Participações de Empregados
(=) Lucro / Prejuízo Líquido

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


EMPRESA xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx DATA: 31/12/XX

RECEITA OPERACIONAL BRUTA/FATURAMENTO BRUTO


vendas/serviços

(-) DEDUÇÕES E ABATIMENTOS


vendas canceladas/devolução de vendas

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icms sobre vendas


pis sobre faturamento
cofins sobre faturamento
descontos incondicionais concedidos

(=) RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA

(-) CUSTOS
.CPV; CMV, CSP, outras

(=) RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (LUCRO/PREJUÍZO BRUTO/RCM)

(-) DESPESAS OPERACIONAIS


.vendas
comissões do vendedor;
Fretes sobre vendas
propaganda e publicidade
..outras contas..
.administrativas
despesas com água
despesas salariais
despesas de depreciação
..outras contas..
.resultado financeiro liquido
(+)despesas financeiras
(-)receitas financeiras
.outras despesas operacionais
amortização de ágio de investimentos
resultado negativo em participações societárias
..outras contas..
(+) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS
resultado positivo em participações societárias
reversão de provisões
receitas de aluguéis
.....outras contas....
(=) RESULTADO OPERACIONAL LIQUIDO

(+/-) RESULTADO NÃO OPERACIONAL


receitas de vendas do ativo permanente
(-) custo contábil dos bens do ativo permanente

(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL


(-) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LIQUIDO
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
(-) PROVISÃO DO IMPOSTO DE RENDA
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO DEPOIS DO IR
(-) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES
(, empregados, administradores outros)

(=) RESULTADO LIQUIDO DO EXERCÍCIO (LUCRO OU PREJUIZO LIQUIDO)

A DRE pode ser simples para micro ou pequenas empresas que não requeiram dados
pormenorizados para a tomada de decisão, como é o caso de bares, farmácias, mercearias. Deve

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evidenciar o total de despesas deduzido da receita, apurando-se, assim, o lucro sem destacar os principais
grupos de despesas.
A DRE completa, exigida por lei, fornece maiores minúcias para a tomada de decisões: grupos de
despesas, vários tipos de lucro, destaque dos impostos etc.

10 - OPERAÇÕES COM MERCADORIAS


Mercadorias, contabilmente falando, é o nome com o qual se designam todos os bens adquiridos
por um estabelecimento comercial, para serem revendidos.
É a operação de compra e venda de mercadorias que constitui o objeto da empresa comercial. É ela
que gera a mais importante fonte de Receita da empresa – Receita Bruta de Vendas – e responde por seu
principal Custo – Custo das Mercadorias Vendidas. As principais operações com mercadorias são:
a) Compra – é o ato através do qual a empresa adquire a propriedade sobre bens, objeto do seu
comércio.
b) Venda – é o ato do qual a empresa comercial transfere a propriedade dos bens, objeto de seu
comércio a terceiros, auferindo sua principal fonte de Receita.

10.1 - Registros Contábeis das Operações de Compra


A Constituição Federal, em seus artigos 153, parágrafo 3º, inciso II (para o IPI) e 155, parágrafo 2º,
inciso I (para o ICMS, determina que os valores devidos em cada operação serão compensados com o
montante cobrado nas operações anteriores – princípio constitucional da não-cumulatividade.
O ICMS - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a
Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação é de competência
estadual e incide sobre a circulação de mercadorias e sobre a prestação de alguns serviços, como o
fornecimento de energia elétrica, transporte e comunicações.

10.1.2 - Contabilização de compra de mercadorias com incidência do ICMS recuperável


O valor do ICMS está, regra geral, incluído no preço das mercadorias. Assim ao comprarmos uma
mercadoria para revenda no valor de R$ 50.000, com alíquota de 17% poderíamos assim separar os
valores:
Valor de Compra R$ 50.000
ICMS Sobre Operação (17%)-incluído no preço R$ 8.500
Valor líquido da mercadoria R$ 41.500

Ao pagarmos R$ 50.000 na aquisição das mercadorias, estamos pagando R$ 8.500 a título de


ICMS que o fornecedor (vendedor das Mercadorias) irá recolher aos cofres públicos. Para nós
(compradores das mercadorias) esse valor de R$ 8.500 representa um adiantamento do imposto que será
devido pela revenda dessa mercadoria. Portanto, para o comprador, esse ICMS pago na aquisição das
mercadorias significa um direito contra o Estado, devendo ser reconhecido na escrituração, através de uma
conta própria, que chamamos de ICMS a Recuperar. Como representa um direito para a empresa, é uma
conta de Ativo.
Essa conta ICMS a Recuperar tem o seguinte funcionamento: quando da aquisição das mercadorias
é debitada pelo valor embutido no preço e destacado na nota fiscal. Quando do encerramento do período de
apuração do imposto é Creditada para a transferência de seu saldo para a conta ICMS a Recolher (que é o
valor do ICMS incidente sobre as vendas). Veja como fica a contabilização do exemplo anterior:
a) Compra à vista
Diversos
a Caixa
Mercadorias R$ 41.500
ICMS a Recuperar R$ 8.500 R$ 50.000

b) Compra com cheque


Diversos
a Bancos Conta Movimento
Mercadorias R$ 41.500
ICMS a Recuperar R$ 8.500 R$ 50.000

c) Compra a Prazo
Diversos

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a Duplicatas a Pagar
Mercadorias R$ 41.500
ICMS a Recuperar R$ 8.500 R$ 50.00

d) Compra de metade à vista e metade a prazo


Diversos
a Diversos
Mercadorias R$ 41.500
ICMS a Recuperar R$ 8.500
a Caixa R$ 25.000
a Fornecedores R$ 25.000

Observação: Muitas empresas costumam utilizar uma única conta para substituir as contas ICMS a
Recuperar e ICMS a Recolher. Esta conta é chamada de Conta Corrente ICMS. É Debitada pelas
operações de aquisição de mercadorias e Creditada pelo valor do ICMS incidente nas operações de venda
de mercadorias. Assim, no final do período de apuração do imposto, essa conta poderá apresentar saldo
devedor ou saldo credor.

⇒ Saldo Devedor apurado na Conta Corrente ICMS indica que a empresa tem um Direito de crédito
contra a Fazenda Pública a ser compensado nos períodos-base subseqüentes.
⇒ Saldo Credor indica o valor a ser recolhido, sendo, portanto, uma Obrigação da empresa junto a
Fazenda Pública.

Podemos concluir que se a Conta Corrente ICMS apresentar saldo Devedor, sendo um direito da
empresa, a mesma deverá ser classificada no Ativo. Porém, se a conta apresentar saldo Credor, sendo uma
obrigação, a mesma deverá ser classificada no Passivo.

10.2 - Registros contábeis das operações de vendas


A escrituração das vendas de mercadorias se faz sempre a Débito de uma conta representativa de
disponibilidades (Caixa, Bancos Conta Movimento), no caso de venda à vista, ou de uma conta
representativa de um direito de crédito (Clientes, Duplicatas a Receber), no caso de venda a prazo. A
contrapartida será a Crédito de uma conta de receita (Vendas ou Mercadorias quando usada como conta
mista). Exemplo de contabilização de vendas:
a) Venda de Mercadorias à vista
a Caixa
A Receita Bruta de Vendas R$ 200.000

b) Venda de Mercadorias a prazo


Clientes
a Receita Bruta de Vendas R$ 200.000

c) Venda de Mercadorias, metade à vista e metade a prazo


Diversos
A Receita Bruta de Vendas
Caixa R$ 100.000
Clientes R$ 100.000

10.2.1 - Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas


Quando uma empresa vende mercadorias, a totalidade da receita não pertence à empresa. Isto
ocorre porque no preço de venda estão embutidos impostos e contribuições incidentes sobre o valor das
vendas, que deverão ser recolhidos aos cofres públicos nos prazos fixados em lei.
Os imposto e Contribuições incidentes sobre o valor das vendas ou serviços são os seguintes:

√ Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transportes Interestadual e


Intermunicipal e de Comunicações – ICMS.
√ Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN.
√ Imposto de Exportação – IE
√ Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS.
√ Contribuição Social sobre o Faturamento – COFINS

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Observação: O Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI não integra a Receita Bruta de Vendas,
portanto, não pode ser deduzido como imposto incidente sobre vendas. Será deduzido do Faturamento
Bruto para apuração da Receita Bruta de Vendas.
Os demais impostos e contribuições integram o valor da receita bruta de vendas, para apuração da
Receita Líquida de Vendas. As alíquotas do PIS e do COFINS são 0,65% e 3% respectivamente. O ICMS e
o IPI têm alíquotas diversificadas, variam de acordo com o tipo de mercadoria, produtos ou serviços e
região.

Exemplo: contabilização de mercadoria vendida à vista e com incidência de ICMS de 17%, no valor de
R$ 100.000:
a) Pela revenda da Mercadoria:
Caixa
a Receita Bruta de Vendas R$ 100.000
b) Pelo reconhecimento dos impostos e contribuições incidentes sobre a venda:
Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas - ICIV
a Diversos
a ICMS a Recolher R$ 17.000
a PIS a Recolher R$ 650
a COFINS a Recolher R$ 3.000 R$ 20.650

Podemos notar que a conta ICIV foi debitada, pois é uma conta de Resultado e que irá deduzir a
conta de Receita Bruta de Vendas. A contrapartida foi efetuada a contas Patrimoniais, que representam
Obrigações da empresa junto as Fazendas Públicas, portanto, contas de Passivo.

10.3 - Fatos que alteram o valor das compras e das vendas


Nas transações comerciais, é comum ocorrerem fatos que alterarem o valor das compras e das
vendas. Esses fatos são:
a) Devoluções de Compras
b) Devoluções de Vendas ou Vendas Canceladas
c) Abatimentos sobre Compras
d) Abatimentos sobre Vendas
e) Descontos Incondicionais ou Comerciais
f) Descontos Condicionais ou Financeiros

10.4 - Resultados com Mercadorias (RCM)


Quando adquirimos mercadorias para revenda, inicialmente o seu custo de aquisição será
registrado em uma conta de Ativo, por representar um bem para a empresa, indicando o valor dos estoques
disponíveis para venda.
À medida que essas mercadorias vão sendo vendidas, ocorrem, simultaneamente, duas situações
contábeis:

1. Realização da receita de venda e seu conseqüente registram a Crédito de uma conta de Resultado
– Venda de Mercadorias.
2. Reconhecimento do custo incorrido, necessário à percepção econômica dessa receita, com registro
a Débito de uma conta de Resultado – Custo das Mercadorias Vendidas.

Resultado com Mercadorias - RCM é a diferença entre a Receita Líquida de Vendas – RLV e o Custo
dessas mercadorias que foram vendidas - CMV. Se positivo, o Resultado com Mercadorias é chamado de
Lucro Bruto e se negativo é chamado de Prejuízo Bruto.
O conhecimento desse Resultado Bruto é de grande importância para as empresas comerciais que
trabalham com Compra e Venda de Mercadorias.
Ao vender Mercadorias, o preço de venda é certo. Porém, a empresa precisa apurar o preço de
custo dessas mercadorias vendidas. Geralmente as empresas adquirem mercadorias de diversos
fornecedores e por diferentes preços. Como determinar que a mercadoria vendida veio deste ou daquele
fornecedor?
Quando a empresa é de pequeno porte, não podendo levantar o custo das mercadorias a cada
venda o CMV é calculado apenas no final do período quando é feito um levantamento físico (Inventário) das
mercadorias em estoque. O inventário, nesse caso, é denominado Inventário Periódico e a apuração do
RCM pode ser feita de duas formas:

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a) Conta Mista Mercadorias - consiste em utilizar uma única conta, que poderá ser chamada de
Mercadorias, ou Estoque de Mercadorias, ou outra similar, para registrar todas as operações com
mercadorias (estoque inicial e final, compras, vendas, devoluções de compras e devoluções de
vendas).
b) Conta Mercadorias com Função Desdobrada – consiste em utilizar as três contas básicas: Estoque
de Mercadorias (para registrar os estoques inicial e final), Compras de Mercadorias e Vendas de
Mercadorias. Podem, ainda, ser utilizadas as contas Compras Anuladas, (para registrar as
devoluções de compras) e Vendas Anuladas (para registrar as devoluções de vendas).

Já as empresa maiores e mais organizadas procuram controlar os custos de cada venda, mantendo
uma ficha de estoque para cada mercadoria, na qual são anotados as entradas e seu respectivo preço e
as saídas, com seu custo determinado por um dos três métodos seguintes:

a) PEPS (Primeiro que Entra Primeiro que Sai)


b) UEPS (Último que Entra Primeiro que Sai)
c) PMP (Preço Médio Ponderado)

Neste caso, trata-se do Inventário Permanente.


Independente da forma que a empresa vai adotar para apurar o Resultado com Mercadorias - RCM
existem os seguintes sistemas para apurar o Custo das Mercadorias Vendidas:

1) Inventário Periódico – quando as vendas são efetuadas sem um controle paralelo e concomitante
do Estoque, e, portanto, sem controlar o Custo das Mercadorias (CMV). Quando se deseja apurar o
Resultado obtido com a venda das Mercadorias (RCM), faz-se um levantamento físico para
avaliação do Estoque de Mercadorias existente naquela data; e pela diferença entre o total das
Mercadorias Disponíveis para Venda durante o período e esse Estoque Final (apurado
extracontabilmente), chega-se ao Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) nesse período.
2) Inventário Permanente – quando controlamos de forma contínua o Estoque de Mercadorias, dando-
lhe baixa, em cada venda, pelo Custo dessas Mercadorias Vendidas (CMV). Esse controle
Permanente é efetuado sobre todas as Mercadorias que estiverem a disposição para venda, isto é,
esse controle é efetuado sobre as Mercadorias Vendidas (CMV) e sobre as Mercadorias que não
foram vendidas (Estoque Final). Pela soma dos Custos de todas as Vendas, teremos o Custo das
Mercadorias Vendidas (CMV) total do período.

10.5 - Inventários Periódico


Ocorre quando os estoques existentes são avaliados na data do balanço, através de contagem
física. O estoque, assim avaliado, é denominado Estoque Final. O preço utilizado para sua avaliação é o de
Custo ou de mercado, dos dois o menor. Aqui será utilizado sempre o preço de custo.

10.5.1 - Conta Mista Mercadorias


Nesta forma de apuração, todas as operações envolvendo mercadorias, ocorridas durante o
período, estão concentradas numa só conta, no Livro Razão ou razonete. Esta conta é denominada mista,
pois mescla, em seu interior, contas Patrimoniais e de Resultado. Assim, no final do período, no débito da
conta Mercadorias, encontraremos registrado o valor do Estoque Final, as Compras e as Devoluções de
Vendas, além dos Abatimentos sobre Vendas e dos Descontos Comerciais Concedidos. No Crédito,
encontraremos registrados os valores correspondentes às Vendas e às Devoluções de Compras, além dos
Abatimentos sobre Compras.
Para se apurar o resultado, é preciso inicialmente conhecer o saldo da conta Mercadorias e, em
seguida, efetuar o levantamento das mercadorias existentes em estoque no último dia do período, ou seja, o
Estoque Final. Ficaremos, então, diante de dois valores:
• Saldo da conta Mercadorias (que poderá ser devedor ou credor, uma vez que é uma conta Mista e
recebe valores tanto de contas Patrimoniais como valores de contas de Resultado);
• Valor do Estoque Final
A partir desses dois valores, pode-se proceder de duas formas para apurar o Resultado com
Mercadorias. Na primeira utiliza-se a Conta Mista Mercadorias como Conta Patrimonial devendo refletir o
valor do Estoque de Mercadorias, e devemos assim proceder:

1. Transferir o saldo da conta Mercadorias para a conta Resultado com Mercadorias;


2. Registrar o valor do Estoque Final a débito da conta Mercadorias e a crédito da conta
Resultado com Mercadorias;

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3. Apurar no razonete o saldo da conta Resultado com Mercadorias, sendo devedor será igual
a Prejuízo sobre Vendas; sendo credor, será igual a Lucro sobre vendas ou Lucro Bruto.

Na segunda forma utiliza-se a Conta Mista Mercadorias como conta de Resultado, indicando o valor
do Resultado com Mercadorias, devendo o valor do estoque final ser refletido em uma outra conta, que
podemos denominar Estoque de Mercadorias.

10.5.2 - Conta Mercadorias com Função Desdobrada


O lançamento, nessa hipótese, deverá ser efetuado na conta que melhor representar o fato
ocorrido, assim poder-se-á ter as seguintes contas:
• Mercadorias em Estoque
• Compras
• Vendas
• Resultado com Mercadorias – RCM
• Custo das Mercadorias Vendidas – CMV

Caso haja fatos que modifiquem compras e vendas, haverá também lançamentos nas seguintes contas:
• Devolução de Compras
• Abatimentos sobre Compras
• Descontos Incondicionais Concedidos
• Devolução de Vendas
• Abatimentos sobre Vendas

Durante o período-base, a conta de Mercadorias em Estoque representará o Estoque Inicial, pois as


mercadorias adquiridas durante o período, neste caso, foram contabilizadas na conta de Compras.
No final do período-base, o Estoque Inicial será encerrado a débito do CMV.
Para apurar o Resultado com Mercadorias, podemos utilizar as seguintes fórmulas:

RCM = V – CMV
CMV = EI + C - EF

Onde:
RCM = Resultado com Mercadorias
V = Vendas
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
EI = Estoque Inicial
C = Compras
EF = Estoque Final

Obs.: No caso de ocorrerem eventos que afetem as compras e as vendas, tipo devoluções e descontos, os
mesmos devem ser diminuídos do seu grupo de contas.

10.6 - Inventários Permanente


Nas médias e grandes empresas, principalmente, há a necessidade de controle contínuo do valor
do estoque de Mercadorias. Consegue-se isso fazendo com que haja a baixa, em cada venda, do custo da
mercadoria vendida.

10.6.1 - Contabilização
Nesse sistema, temos preferencialmente, que registrar todas as compras diretamente na conta
Mercadorias.
Contabilização na compra:
Mercadorias
a Fornecedores (ou Caixa, Bancos Conta Movimento)
Na venda, porém, há necessidade de dois lançamentos:
Clientes (ou Caixa)
a Vendas (pelo valor da venda) (conta de Receita) e

Custo das Mercadorias Vendidas (conta de Despesa)


a Mercadorias (pelo valor do custo das mercadorias vendidas)

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Desta forma, após cada operação de Venda e sua contabilização, tem-se a conta de Vendas
atualizada, a de CMV com o total do custo acumulado até a data e a de Mercadorias refletindo o valor exato
do estoque.

Exemplo: se uma empresa possui estoque de Mercadorias no valor de R$ 15.000, e vende a


metade dele por R$ 10.000, a prazo, temos:

a) Clientes
a Vendas R$ 10.000

b) Custo das Mercadorias Vendidas


a Mercadorias R$ 7.500

Se, após essas transações, adquirisse mais Mercadorias por R$ 6.000, a prazo, e apurasse o Resultado:
a) Mercadorias
a Fornecedores R$ 6.000

E, encerrando as contas de resultado, temos:


b) Venda
a Resultado R$ 10.000

c) Resultado
a Custo das Mercadorias Vendidas R$ 7.500

Mercadorias Vendas CMV

15.000 7.500 10.000 10.000 7.500 7.500


6.000

Saldo 13.500

Fornecedores Resultado

6.000 7.500 10.000


2.500

Aplicando as Fórmulas (item 5.1.2) RCM = V – CMV e CMV = EI + C – EF, teremos:


CMV = 15.000 + 6.000 – 13.500
CMV = 21.000 – 13.500
CMV = 7.500

RCM = V – CMV
RCM = 10.000 – 7.500
RCM = 2.500

No sistema de inventário permanente, o controle do estoque de Mercadorias pode ser simplificado


com o uso de uma Ficha de Controle. Seu modelo varia de acordo com as necessidades de cada empresa.

10.7 - Atribuições de Preços aos Inventários


Sabemos que vários fatores influenciam os preços de todo o tipo de Mercadoria: concorrência,
variações de índices de preços (inflação e deflação), tabelamento imposto pelo governo ect. E com isso,
dificilmente teremos durante o período compras feitas pelo mesmo preço. E em decorrência disso, como
avaliar o Custo das Mercadorias Vendidas? A seguir os critérios aceitos para essa determinação.

10.7.1 - Preço Específico


Quando é possível fazer a determinação do preço específico de cada unidade em estoque, pode-se
dar baixa, em cada venda, por esse valor; com isto, no estoque final, seu valor será a soma de todos os

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custos específicos de cada unidade ainda existente. Podemos citar como exemplo uma empresa que
comercializa automóveis.

10.7.2 - PEPS – Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai


Com base nesse critério, a baixa no custo é feita da seguinte maneira: o Primeiro que Entra é o
Primeiro que Sai (peps). Assim, à medida que ocorrem as vendas, a baixa é feita a partir das primeiras
compras, o que equivale ao raciocínio de vender primeiro as primeiras unidades compradas.

Exemplo:
- Se tivermos um Estoque Inicial, em 01/09/00, composto de 30 unidades de carros novos (iguais),
adquiridos por R$ 40.000 cada um, num total de R$ 1.200.000 e no mês ocorrer a seguinte
movimentação:

- 02/09/00 – Compra de 10 unidades por R$ 42.000 cada uma.


- 03/09/00 – Venda de 3 unidades por R$ 50.000 cada uma.
- 04/09/00 – Venda de 28 unidades por R$ 45.000 cada uma.
- 05/09/00 – Compra de 5 unidades por R$ 41.000 cada uma.
- 06/09/00 – Venda de 10 unidades por R$ 48.000 cada uma.

A baixa da venda será feita pelo preço do custo mais antigo em estoque (primeiro que entra é o primeiro
que sai)

Ficha de Controle de Estoque - Critério PEPS


Entrada Saída Saldo
Valor Valor
Quanti- Quanti- Quanti- Valor
Unitário Total R$ Unitário Total R$ Total R$
dade dade dade Unitário R$
Data R$ R$
1/9/2000 - - - - - - 30 40.000 1.200.000
30 40.000 1.200.000
2/9/2000 10 42.000 420.000 - - - 10 42.000 420.000
3/9/2000 - - - 3 40.000 120.000 27 40.000 1.080.000
10 42.000 420.000
4/9/2000 - - - 27 40.000 1.080.000 -
- 1 42.000 42.000 9 42.000 378.000
5/9/2000 5 41.000 205.000 - - - 9 42.000 378.000
- - 5 41.000 205.000
6/9/2000 - - - 9 42.000 378.000 -
- 1 41.000 41.000 4 41.000 164.000
SOMA 15 625.000 41 1.661.000 4 41.000 164.000

O CMV total do período (1 a 6/9) será, portanto, de R$ 1.661.000 e o valor do estoque, R$ 164.000. Com
base nesse critério, teremos, sempre, um valor de estoque baseado nas compras mais recentes e o CMV
nas mais antigas.

10.7.3 - UEPS – Última a Entrar é a Primeira a Sair


Pode-se fazer o contrário do sistema anterior, dando como custo o valor da última mercadoria
entrada: assim, a Última a Entrar é a Primeira a Sair (Ueps). Usando a mesma movimentação do sistema
anterior, teríamos:

Ficha de Controle de Estoque - Critério UEPS


Entrada Saída Saldo

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Valor Valor
Quanti- Quanti- Quanti- Valor
Unitário Total R$ Unitário Total R$ Total R$
dade dade dade Unitário R$
Data R$ R$
1/9/2000 - - - - - - 30 40.000 1.200.000
30 40.000 1.200.000
2/9/2000 10 42.000 420.000 - - - 10 42.000 420.000
3/9/2000 - - - - - - 30 40.000 1.200.000
- - 3 42.000 126.000 7 42.000 294.000
4/9/2000 - - - 7 42.000 294.000 -
- 21 40.000 840.000 9 40.000 360.000
5/9/2000 5 41.000 205.000 - - - 9 40.000 360.000
- - 5 41.000 205.000
6/9/2000 - - - 5 41.000 205.000 -
- 5 40.000 200.000 4 40.000 160.000
SOMA 15 625.000 41 1.665.000 4 40.000 160.000

O CMV será, agora, de R$ 1.665.000 e o valor do estoque final de R$ 160.000. O CMV está
baseado nas compras mais recentes e o estoque final nas mais antigas.

Observação: Este método não é aceito pela Legislação do Imposto de Renda.

10.7.4 - Média Ponderada Móvel


Para evitar o controle por lotes, como nos métodos anteriores e para fugir aos extremos, existe a
possibilidade de se dar como custo o valor médio das compras. Entretanto, o mais utilizado e mais lógico
também, é o valor médio do custo do estoque existente. Chama-se Ponderada Móvel, pois o valor meio de
cada unidade em estoque altera-se pela compra de outras unidades por um preço diferente. Assim, ele será
calculado dividindo-se o custo total do estoque pelas unidades existentes. Utilizando a mesma
movimentação dos critérios anteriores, teremos:

Ficha de Controle de Estoque - Critério Média Ponderada Móvel


Entrada Saída Saldo
Valor Valor
Quanti- Quanti- Quanti- Valor
Unitário Total R$ Unitário Total R$ Total R$
dade dade dade Unitário R$
Data R$ R$
1/9/2000 - - - - - - 30 40.000 1.200.000
2/9/2000 10 42.000 420.000 - - - 40 40.500 1.620.000 (1)
3/9/2002 - - 3 40.500 121.500 37 40.500 1.498.500
4/9/2000 - - - 28 40.500 1.134.000 9 40.500 364.500
5/9/2000 5 41.000 205.000 - - - 14 40.678 569.500 (2)
6/9/2000 - - - 10 40.678 406.780 4 40.678 162.712
SOMA 15 625.000 41 1.662.280 4 40.678 162.712

(1) 1.620.000: 40= R$ 40.500


(2) 569.500: 14= R$ 40.678

O CMV apurado, agora, foi de R$ 1.662.280, e o estoque final R$ 162.712.

10.8 - Diferenças entre os Métodos


No exemplo utilizado, para os três critérios apresentados, as vendas foram:
Em 03/09 - 3 unidades a R$ 50.000 = R$ 150.000
Em 04/09 – 28 unidades a R$ 45.000 = R$ 1.260.000
Em 06/09 – 10 unidades a R$ 480.000 = 480.000
Total das vendas R$ 1.890.000
Comparando-se os resultados obtidos para os critérios apresentados, temos:

PEPS UEPS Média Ponderada Móvel

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Vendas 1.890.000 Vendas 1.890.000 Vendas 1.890.000


(-) CMV 1.661.000 (-) CMV 1.665.000 (-) CMV 1.662.280
Resultado 229.000 Resultado 160.000 Resultado 227.720

Estoque Final 164.000 Estoque Final 160.000 Estoque Final 162.712

Vemos assim que, se três empresas tivessem adquirido mercadorias, nas mesmas qualidades,
pelos mesmos preços, e vendido nas mesmas condições, suas situações reais seriam, com a mesma
quantidade de estoque, porém suas demonstrações financeiras seriam diferentes, porque usamos critérios
também diferentes, embora todos se baseassem no custo de aquisição.
Critérios diferentes levam a valores de estoque e resultados líquidos também diferentes.

11 - PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS

11.1 - Depreciação, Amortização e Exaustão.


Depreciação é a diminuição do valor dos bens do ativo imobilizado, resultante do desgaste pelo uso,
ação da natureza ou obsolescência normal. A Depreciação é aplicada aos bens materiais (tangíveis).
A maior parte dos Ativos Imobilizados (exceção feita praticamente a Terrenos e Obras de Arte) tem
vida útil limitada, ou seja, serão úteis à empresa por um conjunto de períodos finitos, também chamados de
períodos contábeis. Os Bens Materiais que comumente aparecem no Ativo Imobilizado e estão sujeitos à
depreciação são:
• Computadores,
• Imóveis (exceto terrenos)
• Instalações
• Móveis e Utensílios
• Veículos

Por que depreciar?


Quando a empresa compra bens para uso próprio, ela efetua um gasto. Esse gasto, por ser
considerado investimento, não pode ser contabilizado como despesa. Entretanto, esses bens, sendo
utilizados pela empresa, desgastam-se e perdem o valor. Por esse motivo é feita à depreciação. Através
dela, a empresa pode considerar como despesa o valor gasto na aquisição dos seus bens de uso.
É evidente que para se depreciar o valor gasto na aquisição de um bem é preciso atender a
algumas exigências legais, tendo em vista, principalmente, o tempo de vida útil do bem.
Os bens não duram eternamente; eles têm um tempo de vida útil o qual, desgastados pelo uso ou
em função da natureza ou mesmo pela obsolescência, deixam de ser convenientes para a empresa.
Quais os procedimentos a serem tomados para se contabilizar a depreciação?
O primeiro passo é estimar o tempo de vida útil para o bem e, conseqüentemente, fixar a taxa anual
de depreciação.
Os prazos usualmente admitidos, bem como as respectivas taxas de depreciação são:

Contas Prazos Admitidos Taxas Anuais


Computadores 5 anos 20%
Imóveis, exceto terrenos 25 anos 4%
Instalações 10 anos 10%
Móveis e Utensílios 10 anos 10%
Veículos 5 anos 20%

Estabelecidos o tempo de vida útil e a respectiva taxa anual de depreciação, vamos verificar qual
método de depreciação devemos adotar.
Existem vários métodos de depreciação, como método linear ou em linha reta, método da soma dos
dígitos, método do saldo crescente, ect.
O mais usado é o método linear ou em linha reta, que consiste em aplicar taxas constantes durante
o tempo de vida útil estimado para o bem. Por exemplo, se o tempo de vida de um bem foi determinado em
10 anos, à taxa anual de depreciação será de 10%. Por ser o mais utilizado, utilizaremos este método em
nossos exercícios.
A depreciação pode ser anual ou mensal. A anual é calculada e contabilizada uma única vez ao
ano. O valor da quota anual é obtido aplicando-se a taxa normal de depreciação sobre o valor do bem.
A mensal é calculada e contabilizada mensalmente. O valor da quota mensal é obtido dividindo-se o
valor da quota anual por 12.

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A depreciação pode ser, ainda, normal ou acelerada, diferenciado-se tão somente em relação à taxa
aplicada, que poderá variar conforme o número de turnos de utilização do bem a ser depreciado (cada turno
corresponde a período de 8 horas).
Assim, se o bem for utilizado durante um único turno, a ele será aplicada à taxa normal; se for
utilizado durante dois turnos, será aplicada à taxa multiplicada pelo coeficiente 1,5; e se for utilizada durante
três turnos, será aplicada a taxa multiplicada pelo coeficiente 2,0.
Para se conhecer o valor da depreciação do bem em cada exercício, basta aplicar a taxa sobre o
valor desse bem. Veja:
Vamos calcular o valor da quota de depreciação da conta Móveis e Utensílios, sabendo que o saldo
da conta é de R$ 50.000 e a taxa anual é de 10%.

Temos:
Taxa x valor do bem
= Quota de Depreciação
100

Veja os cálculos:
10 x 50.000
= R$ 5.000
100

A contabilização da quota de depreciação é feita através do seguinte lançamento:

Depreciação
a Depreciação Acumulada de Móveis e Utensílios
Depreciação anual sobre Móveis e Utensílios pela de
10% a. a., referente a esse período............................5.000
Observações:
• A conta debitada, Depreciação, é uma conta de Resultado e corresponde à despesa ou ao custo do
período.
• A conta creditada, Depreciação Acumulada de Móveis e Utensílios, é Patrimonial e representará,
sempre, o valor acumulado das depreciações efetuadas durante o tempo de vida útil do bem.
• No Balanço Patrimonial, a conta Depreciação Acumulada de Móveis e Utensílios aparecerá do lado
do Ativo como Conta Retificadora da conta do Ativo Permanente que serviu de base para ser
cálculo.
• Quando o bem for adquirido durante o ano, a taxa de depreciação do referido ano deverá ser
proporcional ao número de meses durante o qual o bem foi utilizado.

11.2 - Amortização
Amortização é a diminuição do valor dos Bens imateriais em razão do tempo.
Enquanto a depreciação é usada para os Bens Materiais (tangíveis). A amortização é usada para os
Bens Imateriais (intangíveis), como Benfeitoria em Imóveis de Terceiros, Marcas e Patentes, Despesas de
Organização etc.
O cálculo das quotas de amortização é semelhante ao das quotas de depreciação. Veja:
Para conhecer a valor da quota de amortização, basta aplicar a taxa sobre o valor da conta a ser
amortizada.
Suponha que a conta Despesas de Organização apresente saldo de R$ 90.000, o qual deve ser
amortizado à taxa de 10% a.a. Temos:
90.000 x 10
= R$ 9.000
100
Neste caso o valor a ser amortizado é de R$ 9.000 e a contabilização será:

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Amortização
a Amortização Acumulada
Quota anual de amortização, sobre Despesas de Organização,
pela taxa de 10% a. a., referente a esse período.............9.000
Observações:
• A conta debitada, Amortização, é Conta de Resultado (despesa ou custo) do período, apropriada
gradativamente em função do investimento efetuado em Bens de Imateriais.
• A conta creditada, Amortização Acumulada, é Conta Patrimonial e representará, sempre, o total
acumulado das amortizações. Essa conta é Retificadora do Ativo Permanente que serviu de base
para seu cálculo.

11.3 - Exaustão
A Exaustão consiste na diminuição, ao longo do tempo, do valor dos Bens ou Direitos do Ativo
Imobilizado relativos a recursos minerais e florestais. Essa diminuição decorre de sua exploração (extração
ou aproveitamento).
Ao contrário das propriedades que se deterioram física ou economicamente, os Recursos Naturais
se esgotam. O esgotamento é a extinção dos recursos naturais e a exaustão é a extinção do custo ou do
valor desses recursos naturais (mina, floresta, poço petrolífero etc.).
Assim, à medida que se extingue o Recurso Natural, registra-se a Exaustão do valor desses
recursos. O calculo da exaustão é semelhante ao cálculo da Amortização.

11.4 - Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa


No final de cada exercício social é permitido que as empresas criem a Provisão para Créditos de
Liquidação Duvidosa, aplicando um percentual sobre o montante dos direitos existentes nesta data.
Somente poderão compor a base de cálculo dessa provisão os Direitos oriundos da exploração da
atividade econômica da empresa, decorrentes da venda de bens e/ou da prestação de serviços,
normalmente contabilizados nas contas Duplicatas a Receber, ou Clientes.
Por que criar a Provisão?
È sabido que ao final do exercício social as empresas possuem Direitos a receber de terceiros,
geralmente provenientes de vendas de mercadorias a prazo (se a empresa for comercial). Para cobrir
possíveis não-recebimentos desses Direitos é criada a Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa.
Sendo assim, essa Provisão tem por finalidade absorver as perdas que provavelmente ocorrerão no
recebimento desses Direitos existentes no final de cada exercício. O cálculo dessa provisão pode ser feitos
de diversas maneiras, e as mais usadas são as seguintes:
a) Pela análise individual dos devedores, verificando-se em cada caso a possibilidade de recebimento
futuro. Esta análise deve levar em consideração, principalmente, os débitos já vendidos e os
pertencentes a pessoas ou empresas que estejam em dificuldades financeiras. Evidenciados os
débitos duvidosos, são eles somados, do que resulta o valor ser adotado para a constituição da
provisão.
b) Pela determinação da provisão mediante a aplicação de um percentual sobre as vendas. O
percentual deve ser escolhido com base na experiência anterior da empresa. Suponhamos que
certa empresa tinha realizado, durante o ano de 1998, um total de R$ 100.000 de vendas e que,
examinando seus registros anteriores, se constatou o seguinte:

Prejuízo com Devedores Incobráveis Percentual dos Prejuízos


Ano Vendas Ocorridos no Ano Imediatamente Posterior sobre as Vendas
1997 80.000 640 0,80
1996 50.000 310 0,62
1995 40.000 240 0,60
Total 170.000 1.190 0,70

Percentagem média dos três anos: 0,70%.


Aplicado o percentual médio de 0,70% sobre o valor das vendas de 2000, obtém-se a importância
de R$ 700, que constituirá a provisão para fazer face às perdas de 1999.
c) Pela determinação da provisão mediante a aplicação de um percentual sobre o saldo dos créditos a
receber no fim do ano. Esta é a maneira utilizada pela grande maioria das empresas brasileiras.

A contabilização é feita da seguinte maneira:


Despesa com Créditos de Liquidação Duvidosa

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a Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa


Provisão constituída nesta data.........................R$ 700
Observações:
• A conta debitada, Despesa com Créditos de Liquidação Duvidosa é Conta de Resultado (despesa).
• A conta creditada, Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa é Conta Patrimonial e
Retificadora do ativo Circulante e vem logo abaixo da conta (Duplicatas a Receber ou Clientes).
• A partir de 1º de janeiro de 1997, ficou vedada a constituição desta provisão para fins tributários,
conforme estabelecem os artigos 9 a 14 da Lei nº 9.430, de 27/12/96.

11.5 - Regimes de Competência


Este regime é universalmente adotado, aceito e recomendado pelo Imposto de Renda. Evidência o
resultado da empresa (Lucro ou Prejuízo) de forma mais adequada e completa. As regras básicas para
contabilidade pelo regime de competência são:
• A receita será contabilizada no período em que for gerada, independente do seu recebimento.
Assim, se a empresa vendeu a prazo em dezembro do ano T1 para receber somente em T2, pelo
regime de competência, considera-se que a receita foi gerada em T1; portanto, ela pertence a T1.

• A despesa será contabilizada como tal no período em que for consumida, incorrida, utilizada,
independente do pagamento. Assim, se em 10 de janeiro de T2, a empresa pagar seus funcionários
(que trabalharam em dezembro de T1), a despesa compete a T1, pois nesse período ela incorreu
efetivamente.

11.6 - Regime de Caixa


O regime de Caixa é uma forma simplificada de contabilidade, aplicado, basicamente, às
microempresas ou às entidades sem fins lucrativos, tais como igrejas, clubes, sociedades filantrópicas etc.

As regras básicas para a contabilidade por esse regime são:


• A receita será contabilizada no momento do seu recebimento, ou seja, quando entrar dinheiro no
caixa (encaixe).
• A despesa será contabilizada no momento do pagamento, ou seja, quando sair dinheiro do caixa
(desembolso).
Assim, o lucro será apurado subtraindo-se toda a despesa (saídas de dinheiro do caixa) da receita
recebida (entrada de dinheiro no caixa).

11.7 - Exemplo de Regime de Caixa e de Competência:


A Cia. Ventríloca vendeu em X1 R$ 20.000 e só recebeu R$ 12.000 (o restante receberá no futuro);
teve como despesa incorrida R$ 16.000 e pagou até o último dia do ano R$ 10.000.

DRE Regime de Competência Regime de Caixa

Receita 20.000 12.000


(-) Despesas (16.000) (10.000)

Lucro 4.000 2.000

11.8 – Exercícios
1. A Cia Xapurí apresentou o seguinte Balanço Patrimonial em 31-12-20X3:

BALANÇO EM 31-12-20X3
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante (AC) Passivo Circulante (PC)
Disponível 1.300,00 Fornecedores 4.200,00
Clientes 11.000,00 Obrigações Tributárias 900,00
Estoques 7.800,00 Obrigações Trabalhistas 2.400,00
Despesas Antecipadas 900,00 21.000,00 Provisão para IR e CSLL 1.600,00 9.100,00
Ativo Realizável a Longo Prazo (ARLP) Exigível a Longo Prazo (ELP)

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Empréstimos a Coligadas 1.000,00 Financiamentos 1.800,00


Ativo Permanente (AP) Patrimônio Líquido (PL)
Imobilizado 40.000,00 Capital 14.600,00
(-) Depreciação Acumulada (16.000,00) 24.000,00 Reserva de Capital 6.000,00
Reserva Legal 2.200,00
Lucros Acumulados 12.000,00 35.100,00

TOTAL 46.000,00 TOTAL 46.000,00

No exercício de 20X4, ocorreram os seguintes fatos contábeis (não estão em ordem cronológicas):

Fatos administrativos ocorridos em 20X4 R$


1. Compra de Mercadorias a prazo.................................................................................................47.200,00
2. Venda de Mercadorias a prazo....................................................................................................69.000,00
3. Estoque final de Mercadorias em 31-12-X3.................................................................................11.000,00
4. Recebimentos de clientes............................................................................................................50.000,00
5. Pagamentos a fornecedores........................................................................................................49.000,00
6. Despesas incorridas e pagas....................................................................................................... 6.500,00
7. Despesas de Depreciação........................................................................................................... 4.000,00
8. Demais despesas incorridas a serem pagas em X5.................................................................... 2.500,00
8.1 *Obrigações Tributárias.......................................................................................................... 1.000,00
8.2 *Obrigações Trabalhistas....................................................................................................... 1.500,00
9. Pagamento de obrigações tributárias e trabalhistas incorridos em 20X3..................................... 3.300,00
10. Recolhimento do IR e CSLL relativo a 20X3................................................................................. 1.600,00
11. Aumento do capital.......................................................................................................................20.000,00
11.1 *Com incorporação de lucros acumulados...........................................................................12.300,00
11.2 *Em dinheiro.......................................................................................................................... 7.700,00
12. Empréstimos de longo prazo......................................................................................................... 5.000,00
13. Aquisição de bem do Ativo Imobilizado à vista............................................................................. 2.800,00
14. Venda de terreno à vista, cujo custo era de R$ 3.000,00............................................................. 3.500,00
15. Provisão para IR e CSLL............................................................................................................... 3.000,00
16. Apuração do Resultado do Exercício............................................................................................ ?
17. Acréscimo da reserva legal – 5% do lucro líquido do exercício.................................................... ?
18.Dividendos a pagar......................................................................................................................... 5.000,00

Pede-se:
a) Contabilizar os fatos administrativos ocorridos em 20X4;
b) Elaborar razonetes em 20X4;
c) Elaborar Balancete de Verificação em 20X4;
d) Elaborar DRE (Demonstração de Resultado do Exercício) em 20X4;
e) Balanço Patrimonial em 20X4.

2. Assinale a opção que não contém Conta Retificadora do Ativo ou do Patrimônio Líquido:
a) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa;

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b) Depreciação Acumulada de Móveis e Utensílios;


c) Provisão para o Imposto de Renda sobre Lucro Inflacionário a Realizar;
d) Ações em Tesouraria;
e) Provisão para Perdas Prováveis na Realização de Investimentos em Participações Societárias.

3. Não se classifica no Ativo:


a) Depreciação Acumulada;
b) Provisão para o Imposto de Renda;
c) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa;
d) Provisão para Ajuste de Bens ao Valor de Mercado;
e)Provisão para Perdas na Alienação de Investimentos.

4. Bibliografia Básica

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 8a. Edição - Editora Atlas, 2004.
SILVA, César Augusto Tibúrcio e TRISTÃO, Gilberto. Contabilidade Básica. 2a. Edição - Editora Atlas, 2000.
FRANCO, Hilario. Contabilidade Geral. 23a. Edição - Editora Atlas, 1997.

5. Bibliografia Complementar

MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 7a. Edição - Editora Atlas, 2004.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica. 24 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
Equipe de Professores da FEA/USP. Contabilidade Introdutória. 9a. Edição – Editora ATLAS, 1998.
ALMEIDA, M. Cavalcanti. Princípios Fundamentais de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade. SP:
Atlas, 2000.
BRASIL. Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades Anônimas. Disponível em <www.planalto.com.br>
C.F.C. Conselho Federal de Contabilidade. Princípios Fundamentais de Contabilidade e Normas Brasileiras de
Contabilidade. CFC : Brasília, 2000.
IUDÍCUBUS, S; MARTINS, E; GELBCKE, E.R. Manual de contabilidade das sociedades por ações: aplicável
também às outras sociedades. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1995.
IUDÍCUBUS, Sérgio de. Contabilidade Comercial. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1999.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Et Al. Contabilidade introdutória. 9 ed. São Paulo: Atlas, 1998..

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