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Curso de Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva

Vol.2

Unidade 8 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO

1) Conceito: "Um conjunto de depósitos de responsabilidade dos


empregadores, em função de suas relações individuais de emprego,
em contas bancárias de que são titulares os empregados, destinas à
formação de um patrimônio retributivo da energia investida em favor
da empresa, com movimentação vinculada, de acordo com hipótese
prevista em lei."José Augusto Rodrigues Pinto - Curso de direito
individual do trabalho, 2. Ed. p. 472

2) Natureza jurídica:

"Complexa ou prismática, caracterizando de acordo com o campo do


direito para o qual se volta, cada uma de suas múltiplas faces:
trabalhista, civil, fiscal, tributária etc." JARP

"Os depósitos para o FGTS constituem um crédito, uma poupança


forçada do trabalhador a fim de acudi-lo na aquisição da casa própria,
na situação de desemprego ou de inatividade, assim como garantir um
patrimônio para si, ou seus herdeiros, quando a morte
sobrevier.”( João de Lima Teixeira Filho – Instituições de Direito do
Trabalho)

a) Garantia de tempo de serviço.

b) Indenização por dispensa arbitrária ou sem justa causa.

3) Prescrição dos depósitos ou levantamento do FGTS.

Súmulas TST 206, 295, 362 e OJ –SDI -1 128 e 344

OJ nº 344. FGTS. MULTA DE 40%. DIFERENÇAS DECORRENTES DOS EXPURGOS


INFLACIONÁRIOS. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. LEI COMPLEMENTAR Nº 110/01.
O termo inicial do prazo prescricional para o empregado pleitear em juízo diferenças da
multa do FGTS, decorrentes dos expurgos inflacionários, deu-se com a vigência da Lei
Complementar nº 110, de 30.06.01, salvo comprovado trânsito em julgado de ação
anteriormente proposta na Justiça Federal que reconheça direito à atualização do saldo
da conta vinculada.

Nº 206 FGTS. INCIDÊNCIA SOBRE PARCELAS PRESCRITAS - Nova redação -


Res. 121/2003, DJ 21.11.2003
A prescrição da pretensão relativa às parcelas remuneratórias alcança o respectivo
recolhimento da contribuição para o FGTS.

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4) Competência para as ações de levantamento de depósitos -


Súmula 176 – TST (cancelada em 12/05/2005)

A Justiça do Trabalho (JT) é o órgão competente para o


exame de pedido do trabalhador para a expedição do alvará judicial
necessário à liberação do saque dos depósitos do Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço (FGTS) junto à Caixa Econômica Federal (CEF). Esse
entendimento foi firmado pelo Pleno do Tribunal Superior do Trabalho
após exame de incidente de uniformização de jurisprudência. A definição
tomou como base a ampliação da competência da JT, decorrente da
promulgação da Emenda Constitucional nº 45 de 2004 (Reforma do Poder
Judiciário).

O posicionamento expresso pelo Ministro João Oreste


Dalazen (relator) também levou ao cancelamento da Súmula nº 176 do
Tribunal Superior do Trabalho, cuja redação foi estabelecida em novembro
de 2003. O texto previa que "a Justiça do Trabalho só tem competência
para autorizar o levantamento do depósito do Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço na ocorrência de dissídio entre empregado e
empregador".
A hipótese examinada pelo Pleno do TST envolveu um caso
do que se convencionou chamar "jurisdição voluntária". Corresponde à
situação em que o Judiciário não resolve um conflito de interesses entre
as partes (jurisdição comum ou contenciosa), apenas examina a
solicitação de uma providência sobre a qual não existe controvérsia
judicial. Essa peculiaridade levou muitos juristas a classificar a jurisdição
voluntária como uma atividade administrativa desenvolvida pelo
magistrado.

5) Opção retroativa.

OJ 146 SDI-1 Nº 98 FGTS. INDENIZAÇÃO. EQUIVALÊNCIA.


COMPATIBILIDADE. (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 299 da
SBDI-1) - Res. 129/2005 - DJ 20.04.2005
I - A equivalência entre os regimes do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
da estabilidade prevista na CLT é meramente jurídica e não econômica, sendo
indevidos valores a título de reposição de diferenças. (ex-Súmula nº 98 - RA
57/1980, DJ 06.06.1980)
II - A estabilidade contratual ou a derivada de regulamento de empresa são
compatíveis com o regime do FGTS. Diversamente ocorre com a estabilidade legal
(decenal, art. 492 da CLT), que é renunciada com a opção pelo FGTS. (ex-OJ nº
299 - DJ 11.08.2003)

6) Contumácia. Decreto-Lei 368/68

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7) Fraudes.

8) Beneficiários

Todos os empregados e trabalhadores avulsos, e, por


liberalidade do empregador, os empregados domésticos (art. 3º-A da Lei
n° 5.859/72, acrescentado pela Lei nº 10.208 de 23/03/2001) e os
diretores não-empregados que exerçam cargo de administração previsto
em lei, estatuto ou contrato social nas empresas sujeitas ao regime
celetista (art. 16, da Lei n° 8.036/90).

8.1 Contra nulo por violação do art. 37, II, da Constituição Federal.

Conforme a jurisprudência majoritária cristalizada na


Súmula 363 do TST,[0,5] mesmo no caso de contrato de emprego nulo
por ausência de concurso público (art. 37, II, § 2º da C.F.), o empregado
tem direito aos depósitos do FGTS, nos termos do art. 19-A da Lei nº
8.036/90.

9. INCIDÊNCIA DO FGTS.

DA IDENTIFICAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO

Art. 12 Para fins do disposto no art. 8º, consideram-se remuneração, as


seguintes parcelas, sem prejuízo de outras, onde seja identificado caráter
de contraprestação do trabalho:
I - salário-base, inclusive as prestações in natura;
II - horas extras;
III - adicionais de insalubridade, periculosidade e do trabalho noturno;
IV - adicional por tempo de serviço;
V - adicional por transferência de localidade de trabalho;
VI - salário-família, no que exceder o valor legal obrigatório;
VII - gratificação de férias, de qualquer valor, até 30 de abril de 1977;
VIII - abono ou gratificação de férias, desde que excedente a vinte dias do
salário, concedido em virtude de cláusula contratual, de regulamento da
empresa, ou de convenção ou acordo coletivo;
IX - valor de um terço constitucional das férias;
X - comissões;
XI - diárias para viagem, pelo seu valor global, quando excederem a
cinqüenta por cento da remuneração do empregado, desde que não haja
prestação de contas do montante gasto;
XII - etapas, no caso dos marítimos;
XIII - gorjetas;
XIV - gratificação de natal, seu valor proporcional e sua parcela incidente
sobre o aviso-prévio indenizado; inclusive na extinção de contrato a prazo

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certo e de safra, e gratificação periódica contratual, pelo seu duodécimo;


XV - gratificações ajustadas, expressas ou tácitas, tais como de
produtividade, de balanço, de função ou por exercício de cargo de
confiança;
XVI - retiradas de diretores não empregados, quando haja deliberação da
empresa, garantindo-lhes os direitos decorrentes do contrato de trabalho;
XVII - licença-prêmio;
XVIII - repouso semanal e feriados civis e religiosos;
XIX - aviso prévio, trabalhado ou indenizado; e
XX - quebra de caixa.
Parágrafo único. As contribuições mencionadas no art. 8º incidirão
também sobre:
I - o valor contratual mensal da remuneração, inclusive sobre a parte
variável, calculada segundo os critérios previstos na CLT e na legislação
esparsa, atualizada sempre que ocorrer aumento geral na empresa ou
para a categoria a que pertencer o trabalhador afastado na forma do art.
9º;
II - o valor da remuneração que o trabalhador licenciado para
desempenho de mandato sindical com remuneração paga pela entidade de
classe perceberia caso não licenciado, inclusive com as variações salariais
ocorridas durante o licenciamento, obrigatoriamente informadas pelo
empregador à entidade de classe.
III - o salário contratual e o adicional de transferência devido ao
trabalhador contratado no Brasil e transferido para prestar serviço no
exterior; e
IV - a nova remuneração percebida pelo trabalhador que passar a exercer
cargo de diretoria, gerência ou outro cargo de confiança imediata do
empregador, salvo se a do cargo efetivo for maior.

Art. 13 Não integram a remuneração, para fins do disposto no art. 8º,


exclusivamente:
I - participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa,
quando paga ou creditada de acordo com a Lei n.º 10.101, de 19 de
dezembro de 2000;
II - abono pecuniário correspondente à conversão de um terço das férias
em pecúnia e seu respectivo adicional constitucional;
III - abono ou gratificação de férias concedido em virtude de contrato de
trabalho, de regulamento da empresa, de convenção ou acordo coletivo de
trabalho, cujo valor não exceda a vinte dias do salário;
IV - o valor correspondente ao pagamento em dobro da remuneração de
férias concedidas após o prazo legal;
V - importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo
adicional constitucional;
VI - indenização por tempo de serviço anterior a 5 de outubro de 1988, de
empregado não-optante pelo FGTS ;

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VII - indenização relativa à dispensa de empregado no período de trinta


dias que antecede sua data base, de acordo com o disposto no art. 9º da
Lei n.º 7.238, de 29 de outubro de 1984;
VIII - indenização por despedida sem justa causa do empregado nos
contratos com termo estipulado de que trata o art. 479 da CLT;
IX - indenização do tempo de serviço do safrista, quando do término
normal do contrato de que trata o art. 14 da Lei nº 5.889, de 8 de junho
de 1973;
X - indenização recebida a título de incentivo à demissão;
XI - indenização de quarenta por cento sobre o montante de todos os
depósitos de FGTS realizados na conta vinculada do trabalhador, como
proteção contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, conforme o
disposto no inciso I, do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias - ADCT;
XII - licença-prêmio indenizada;
XIII - ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em
decorrência de mudança de localidade de trabalho do empregado, na
forma do art. 470 da CLT;
XIV - ajuda de custo, em caso de transferência permanente, e o adicional
mensal, em caso de transferência provisória, recebidos pelo aeronauta nos
termos da Lei n.º 5.929, de 30 de outubro de 1973;
XV - diárias para viagem, desde que não excedam a cinqüenta por cento
da remuneração mensal percebida pelo empregado;
XVI - valor da bolsa de aprendizagem, garantida ao adolescente até
quatorze anos de idade, de acordo com o disposto no art. 64 da Lei n.º
8.069, de 13 de julho de 1990, vigente até 15 de dezembro de 1998;
XVII - valor da bolsa de complementação educacional de estagiário,
quando paga nos termos da Lei n.º 6.494, de 7 de dezembro de 1977;
XVIII - cotas do salário-família e demais benefícios pagos pela Previdência
Social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade e auxílio-
acidente;
XIX - parcela in natura recebida de acordo com os programas de
alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e Emprego- MTE;
XX - vale-transporte, nos termos e limites legais, bem como transporte
fornecido pelo empregador para deslocamento ao trabalho e retorno, em
percurso servido ou não por transporte público;
XXI - valor da multa paga ao trabalhador em decorrência do atraso na
quitação das parcelas constantes do termo de rescisão contratual;
XXII - importâncias recebidas a título de ganhos eventuais e abonos
expressamente desvinculados do salário, por força de lei;
XXIII - abono do Programa de Integração Social - PIS e do Programa de
Assistência ao Servidor Público - PASEP;
XXIV - valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação
fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em
localidade distante de sua residência, em canteiro de obras ou local que,

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por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as


normas de proteção estabelecidas pelo MTE;
XXV - importância paga ao trabalhador a título de complementação ao
valor do auxílio-doença, desde que este direito seja extensivo à totalidade
dos empregados da empresa;
XXVI - parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria
canavieira, de que trata o art. 36 da Lei n.º 4.870, de 1º de dezembro de
1965;
XXVII - valor das contribuições efetivamente pagas pelo empregador a
título de previdência privada;
XXVIII - valor relativo a assistência médica, hospitalar e odontológica,
prestada diretamente pelo empregador ou mediante seguro-saúde;
XXIX - valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros
acessórios fornecidos ao trabalhador e utilizados no local de trabalho para
prestação dos respectivos serviços;
XXX - ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do trabalhador,
quando devidamente comprovadas;
XXXI - valor relativo à concessão de educação, em estabelecimento de
ensino do empregador ou de terceiros, compreendendo valores relativos a
matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático;
XXXII - valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais;
XXXIII - reembolso-creche pago em conformidade com a legislação
trabalhista, para ressarcimento de despesas devidamente comprovadas
com crianças de até seis anos de idade;
XXXIV - reembolso-babá, limitado ao valor do menor salário-de-
contribuição mensal, pago em conformidade com a legislação trabalhista e
condicionado a comprovação do registro na Carteira de Trabalho e
Previdência Social - CTPS, para ressarcimento de despesas de
remuneração e contribuição previdenciária de empregado que cuide de
crianças de até seis anos de idade; e
XXXV - valor das contribuições efetivamente pagas pelo empregador a
título de prêmio de seguro de vida e de acidentes pessoais.
(Instrução Normativa Nº 25, de 20 de dezembro de 2001 - Secretária de Inspeção do
Trabalho -Publicada no Diário Oficial da União nº 245, de 27 de dezembro de 2001,
Seção 1, págs 255 a 258)

Nº 63 FUNDO DE GARANTIA
A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço incide sobre a
remuneração mensal devida ao empregado, inclusive horas extras e adicionais
eventuais.
(RA 105/1974, DJ 24.10.1974)

2. INCIDÊNCIA DO FGTS. SOBRE O AVISO PRÉVIO

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O pagamento relativo ao período de Aviso Prévio, mesmo


que indenizado, está sujeito à contribuição para o FGTS. Súmula 305 TST

10. Despedida por culpa Recíproca ou força maior.

Ocorrendo despedida por culpa recíproca ou força maior,


reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de indenização por
despedida arbitrária ou sem justa causa (Multa do FGTS) será de apenas
20% sobre o saldo do FGTS, nos termos do art. 18, § 2º da Lei nº
8.036/90.

...........

Há FGTS na licença para serviço militar e acidentes do trabalho , art. 15, §


5º, Lei nº 8.0326/90

JURISPRUDÊNCIA:

Nº 54 OPTANTE
Rescindindo por acordo seu contrato de trabalho, o empregado estável optante
tem direito ao mínimo de 60% (sessenta por cento) do total da indenização em
dobro, calculada sobre o maior salário percebido no emprego. Se houver recebido
menos do que esse total, qualquer que tenha sido a forma de transação,
assegura-se-lhe a complementação até aquele limite.
(RA 105/1974, DJ 24.10.1974)

Nº 98 FGTS. INDENIZAÇÃO. EQUIVALÊNCIA. COMPATIBILIDADE. (incorporada a


Orientação Jurisprudencial nº 299 da SBDI-1) - Res. 129/2005 - DJ
20.04.2005
I - A equivalência entre os regimes do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
da estabilidade prevista na CLT é meramente jurídica e não econômica, sendo
indevidos valores a título de reposição de diferenças. (ex-Súmula nº 98 - RA
57/1980, DJ 06.06.1980)
II - A estabilidade contratual ou a derivada de regulamento de empresa são
compatíveis com o regime do FGTS. Diversamente ocorre com a estabilidade legal
(decenal, art. 492 da CLT), que é renunciada com a opção pelo FGTS. (ex-OJ nº
299 - DJ 11.08.2003)
Histórico:
Redação original - RA 57/1980, DJ 06.06.1980
Nº 98 FGTS. Indenização. Equivalência
A equivalência entre os regimes do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e da
estabilidade prevista na CLT é meramente jurídica e não econômica, sendo
indevidos valores a título de reposição de diferenças.

Nº 125 CONTRATO DE TRABALHO. ART. 479 DA CLT


O art. 479 da CLT aplica-se ao trabalhador optante pelo FGTS admitido mediante

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contrato por prazo determinado, nos termos do art. 30, § 3º, do Decreto nº
59.820, de 20.12.1966.
(RA 83/1981, DJ 06.10.1981)

21.11.2003
É trintenária a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento da
contribuição para o FGTS, observado o prazo de 2 (dois) anos após o término do
contrato de trabalho.

Nº 206 FGTS. INCIDÊNCIA SOBRE PARCELAS PRESCRITAS - Nova redação - Res.


121/2003, DJ 21.11.2003
A prescrição da pretensão relativa às parcelas remuneratórias alcança o
respectivo recolhimento da contribuição para o FGTS.

Nº 295 APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. DEPÓSITO DO FGTS. PERÍODO


ANTERIOR À OPÇÃO - Nova redação - Res. 121/2003, DJ 21.11.2003
A cessação do contrato de trabalho em razão de aposentadoria espontânea do
empregado exclui o direito ao recebimento de indenização relativa ao período
anterior à opção. A realização de depósito na conta do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço, de que trata o § 3º do art. 14 da Lei nº 8.036, de 11.05.1990,
é faculdade atribuída ao empregador.

Nº 305 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA SOBRE O


AVISO PRÉVIO
O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito
a contribuição para o FGTS.
(Res. 3/1992, DJ 05.11.1992)

TST esclarece prazo de prescrição de parcela do FGTS


O prazo para o trabalhador buscar na justiça os valores relativos ao Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço (FGTS) - incidente sobre parcelas salariais não pagas pelo
empregador - é de cinco anos. O entendimento sobre a prescrição, em relação aos
recolhimentos indiretos à conta vinculada do Fundo, foi manifestado pela Terceira Turma
do Tribunal Superior do Trabalho durante exame e deferimento parcial de um recurso de
revista, cujo relator foi o ministro Carlos Alberto Reis de Paula.
A questão examinada pelo TST foi proposta pelo Banco do Estado do Rio Grande do Sul
(Banrisul) contra posicionamento adotado pelo Tribunal Regional do Trabalho gaúcho
(TRT-RS). Durante exame de processo envolvendo a instituição financeira e um bancário
aposentado, o órgão regional declarou como de trinta anos o prazo para o ingresso de
ação destinada ao ressarcimento de diferenças do FGTS incidentes sobre a verba de
alimentação devida ao ex-empregado.
A aplicação da prescrição trintenária ao caso concreto – prevista na Súmula 95 do TST
para reclamar contra o não recolhimento do FGTS - foi afastada, contudo, pelo Tribunal
Superior do Trabalho. De acordo com o relator do recurso no TST, o entendimento
judicial aplicado pelo TRT-RS foi equivocado, uma vez que contrariou a Súmula nº 206 do
TST.
Esta jurisprudência estabelece que a prescrição a ser aplicada sobre resíduos do FGTS
decorrentes de parcelas remuneratórias segue o mesmo prazo previsto, na Constituição,
para o ajuizamento das ações trabalhistas: cinco anos durante o curso da relação de
emprego e dois anos após a extinção do contrato de trabalho.
“O entendimento da Súmula nº 206 consagra que, ocorrendo a prescrição da parcela
principal, objeto de pedido em reclamação trabalhista, dá-se também a prescrição da
parcela acessória, ou seja, do respectivo recolhimento para o FGTS”, observou o ministro
Carlos Alberto.

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O relator do recurso no TST também frisou a existência dos dois sistemas de prescrição
em relação ao Fundo de Garantia: “O FGTS incidente sobre as parcelas remuneratórias
efetivamente pagas ao longo do contrato de trabalho e sobre as quais o empregador não
efetuou os depósitos do FGTS, ou o fez incorretamente e os depósitos do FGTS devidos
sobre parcelas salariais não pagas ao longo do contrato de trabalho”.
“Na primeira situação, é aplicável a prescrição trintenária, nos termos da Súmula nº 95
do TST”, esclareceu o ministro. “No que tange ao FGTS devido sobre as parcelas salariais
não pagas pelo empregador, como no caso de que se cogita (verba de alimentação), é
aplicável a prescrição qüinqüenal sobre os depósitos do FGTS, já que o direito de
reclamar o reconhecimento judicial às parcelas salariais é de cinco anos. O recolhimento
do FGTS, como acessório, se sujeita à prescrição incidente sobre a parcela objeto do
pedido principal, nos termos da Súmula nº 206 do TST”, concluiu antes de declarar a
incidência da prescrição qüinqüenal dos valores devidos pelo Banrisul. (RR – 473611/98)

PROCESSO: RR-323.854/1996.0 - TRT DA 2.ª REGIÃO - (AC. 1.ª TURMA)


RELATOR: MIN. MARIA DE FÁTIMA MONTANDON GONÇALVES
EMENTA: FGTS. ÔNUS DA PROVA. Postuladas pelo Autor diferenças de depósitos do
FGTS e tendo o empregador, em contestação, afirmado ter efetuado corretamente o
recolhimento em questão, atraiu para si os "onus probandi", à vista do disposto no artigo
818 consolidado, do qual deve se desincumbir a contento, sob pena de ver-se condenado
à satisfação de tais parcelas. Recurso a que se nega provimento.
Publicado no DJ n.º 212. 05/11/99. p. 133.

PROCESSO: RR-323.114/1996.1 - TRT DA 2.ª REGIÃO - (AC. 1.ª TURMA)


RELATOR: MIN. MARIA DE FÁTIMA MONTANDON GONÇALVES
EMENTA: DIFERENÇA DE FGTS. Do exame dos autos, constata-se que o Reclamado
não trouxe aos autos os documentos comprovando os depósitos do Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço efetuados na conta vinculada do Reclamante durante a vigência do
contrato de trabalho e tampouco apresentou-os ao perito, conforme solicitado. A não-
apresentação dos documentos gera presunção juris tantum da veracidade das alegações
do Reclamante. Recurso a que nega provimento.
Publicado no DJ n.º 226. 26/11/99. p. 109.

PROCESSO: RR-323.115/1996.9 - TRT DA 2.ª REGIÃO - (AC. 1.ª TURMA)


RELATOR: MIN. MARIA DE FÁTIMA MONTANDON GONÇALVES
EMENTA: ENESA. FGTS. ÔNUS DA PROVA DO EMPREGADOR. O ônus da prova
referente ao FGTS do Reclamante compete ao empregador, devendo ele provar, como
fato extintivo do pedido, não só os depósitos, mas a exatidão das importâncias
depositadas, de acordo com os salários pagos. Recurso de Revista conhecido e não
provido.
Publicado no DJ n.º 226. 26/11/99. p. 109.

PROCESSO: RR-350.337/1997.0 - TRT DA 2.ª REGIÃO - (AC. 5.ª TURMA)


RELATOR: MIN. RIDER NOGUEIRA DE BRITO
EMENTA: DIFERENÇAS DE FGTS/ÔNUS DA PROVA. Levando-se em consideração o
disposto nos arts. 333, I, do CPC e 818 da CLT, e a possibilidade de o empregado obter
gratuitamente junto à Caixa Econômica Federal o extrato de sua conta vinculada, o ônus
da prova é do Reclamante e não do Reclamado. Estando, pois, sendo postuladas
diferenças decorrentes de recolhimento a menor do FGTS, cabe ao Autor indicar, na
inicial, em que mês ou meses os referidos depósitos foram efetuados a menor e
comprovar seu pretenso direito mediante a apresentação dos respectivos extratos.
Revista conhecida e provida parcialmente.

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Publicado no DJ n.º 106. 02/06/2000. p. 318.

PROCESSO: RR-347.832/1997.7 - TRT DA 15.ª REGIÃO - (AC. 4.ª TURMA)


RELATOR: MIN. IVES GANDRA MARTINS FILHO
EMENTA: INCOMPATIBILIDADE ENTRE A ESTABILIDADE E O REGIME DO FGTS.
INEXISTÊNCIA. O art. 19 do ADCT não estabelece qualquer distinção entre optantes e
não optantes pelo sistema do FGTS, permitindo, por conseguinte, a convivência entre a
estabilidade e o regime do FGTS. Recurso de revista a que se nega provimento.
Publicado no DJ n.º 91 - E. Seção 1. 12/05/2000. p. 366.
Publicado no DJ n.º 48. 10/03/2000. p. 65.

PROCESSO: RR-354.465/1997.8 - TRT DA 15.ª REGIÃO - (AC. 4.ª TURMA)


RELATOR: MIN. IVES GANDRA MARTINS FILHO
EMENTA: 1) PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DO
SINDICATO DA CATEGORIA PARA FIGURAR NO PÓLO PASSIVO DA DEMANDA -
FGTS. O artigo 25 da Lei nº 8.036/90 confere expressamente poderes ao Sindicato para
atuar como substituto processual da categoria a ele vinculada para compelir a empresa a
efetuar o depósito das importâncias devidas a título de FGTS. Recurso a que se nega
provimento. 2) GRATIFICAÇÃO SEMESTRAL. Não tratando, a jurisprudência
colacionada, da circunstância específica do pagamento da gratificação semestral com
habitualidade antes da promulgação da CF/88, torna-se inespecífica para estabelecer a
divergência ensejadora do cabimento da revista. Recurso de revista não conhecido, em
face da Súmula nº 296 do TST.
Publicado no DJ n.º 91 - E. Seção 1. 12/05/2000. p. 366.
Publicado no DJ n.º 48. 10/03/2000. p. 65.

PROCESSO: AC-510.719/1998.5 - (AC. SBDI2)


RELATOR: MIN. MILTON DE MOURA FRANÇA
EMENTA: MEDIDA CAUTELAR INCIDENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA -
ALVARÁ JUDICIAL PARA LIBERAÇÃO DO FGTS - LEGITIMIDADE DA CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL, NA CONDIÇÃO DE OPERADORA DO FGTS, PARA OPOR-SE
AO LEVANTAMENTO - LIMINAR DEFERIDA - CONCESSÃO DEFINITIVA DA
CAUTELAR, UMA VEZ PRESENTES OS PRESSUPOSTOS DO FUMUS BONI IURIS E
DO PERICULUM IN MORA. Demonstrada de forma inequívoca a legitimidade da Caixa
Econômica Federal para ingressar em juízo em defesa do FGTS (art. 20 da Lei nº
8.036/90 e Orientação Jurisprudencial pacificado TST), resulta que a decisão que a
proclama parte ilegítima e ainda denega a segurança que impetrou, com objetivo de
impedir a movimentação do FGTS por servidores públicos municipais, em período
expressamente vedado pelo art. 6º, § 1º da Lei nº 8.162, de 8 de janeiro de 1991, que
passaram do regime da CLT para o estatutário, desafia remédio jurídico extremo, qual
seja, a concessão de cautelar incidental para emprestar efeito suspensivo ao seu recurso
ordinário. Desconhecer o manifesto fumus boni juri e a inquestionável irreparabilidade de
dano decorrente da liberação do FGTS, no contexto fático-legal descrito, atento
exclusivamente a uma ortodoxia processual, é negar a próprio razão de ser do Estado-
Juiz. No universo das providências jurisdicionais, cabe ao juiz, atento à dinâmica das
relações jurídicas e da realidade processual, encontrar a solução que preserve o direito.
Publicado no DJ n.º 212. 05/11/99. p. 88/89.

PROCESSO: RR-459.197/1998.8 - TRT DA 18.ª REGIÃO - (AC.


SECRETARIA DA 1.ª TURMA)
RELATOR: MIN. ALTINO PEDROZO DOS SANTOS
RECORRENTE(S): JONSHTON DE CASTRO PACHECO E OUTROS
ADVOGADA: DRA. CÁCIA ROSA DE PAIVA

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Curso de Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva
Vol.2

RECORRIDO(S): ESTADO DE GOIÁS


PROCURADOR: DRA. SONIMAR FLEURY FERNANDES DE OLIVEIRA
EMENTA: PRESCRIÇÃO DO FGTS. ENUNCIADO N.º 95 DO TST. Conforme decidido
na sessão do Tribunal Pleno desta Corte, quando do julgamento do Processo TST-IUJRR-
272.181/1996, permanece o entendimento de que é trintenária a prescrição do direito de
reclamar contra o não recolhimento da contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço, mesmo após o advento da Constituição Federal de 1988. Recurso de Revista
conhecido e provido.
Publicado no DJ nº 152-E, de 24.08.2001, Seção I, pág. 774.

PROCESSO: RR-323.854/1996.0 - TRT DA 2.ª REGIÃO - (AC. 1.ª TURMA)


RELATOR: MIN. MARIA DE FÁTIMA MONTANDON GONÇALVES
EMENTA: FGTS. ÔNUS DA PROVA. Postuladas pelo Autor diferenças de depósitos do
FGTS e tendo o empregador, em contestação, afirmado ter efetuado corretamente o
recolhimento em questão, atraiu para si os "onus probandi", à vista do disposto no artigo
818 consolidado, do qual deve se desincumbir a contento, sob pena de ver-se condenado
à satisfação de tais parcelas. Recurso a que se nega provimento.
Publicado no DJ n.º 212. 05/11/99. p. 133.
PROCESSO: RR-323.114/1996.1 - TRT DA 2.ª REGIÃO - (AC. 1.ª TURMA)
RELATOR: MIN. MARIA DE FÁTIMA MONTANDON GONÇALVES
EMENTA: DIFERENÇA DE FGTS. Do exame dos autos, constata-se que o Reclamado
não trouxe aos autos os documentos comprovando os depósitos do Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço efetuados na conta vinculada do Reclamante durante a vigência do
contrato de trabalho e tampouco apresentou-os ao perito, conforme solicitado. A não-
apresentação dos documentos gera presunção juris tantum da veracidade das alegações
do Reclamante. Recurso a que nega provimento.
Publicado no DJ n.º 226. 26/11/99. p. 109.

PROCESSO: RR-323.115/1996.9 - TRT DA 2.ª REGIÃO - (AC. 1.ª TURMA)


RELATOR: MIN. MARIA DE FÁTIMA MONTANDON GONÇALVES
EMENTA: ENESA. FGTS. ÔNUS DA PROVA DO EMPREGADOR. O ônus da prova
referente ao FGTS do Reclamante compete ao empregador, devendo ele provar, como
fato extintivo do pedido, não só os depósitos, mas a exatidão das importâncias
depositadas, de acordo com os salários pagos. Recurso de Revista conhecido e não
provido.
Publicado no DJ n.º 226. 26/11/99. p. 109.

PROCESSO: RR-350.337/1997.0 - TRT DA 2.ª REGIÃO - (AC. 5.ª TURMA)


RELATOR: MIN. RIDER NOGUEIRA DE BRITO
EMENTA: DIFERENÇAS DE FGTS/ÔNUS DA PROVA. Levando-se em consideração o
disposto nos arts. 333, I, do CPC e 818 da CLT, e a possibilidade de o empregado obter
gratuitamente junto à Caixa Econômica Federal o extrato de sua conta vinculada, o ônus
da prova é do Reclamante e não do Reclamado. Estando, pois, sendo postuladas
diferenças decorrentes de recolhimento a menor do FGTS, cabe ao Autor indicar, na
inicial, em que mês ou meses os referidos depósitos foram efetuados a menor e
comprovar seu pretenso direito mediante a apresentação dos respectivos extratos.
Revista conhecida e provida parcialmente.
Publicado no DJ n.º 106. 02/06/2000. p. 318.

PROCESSO: RR-347.832/1997.7 - TRT DA 15.ª REGIÃO - (AC. 4.ª TURMA)


RELATOR: MIN. IVES GANDRA MARTINS FILHO
EMENTA: INCOMPATIBILIDADE ENTRE A ESTABILIDADE E O REGIME DO FGTS.
INEXISTÊNCIA. O art. 19 do ADCT não estabelece qualquer distinção entre optantes e
não optantes pelo sistema do FGTS, permitindo, por conseguinte, a convivência entre a

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Curso de Direito do Trabalho Resumido - Edson Braz da Silva
Vol.2

estabilidade e o regime do FGTS. Recurso de revista a que se nega provimento.


Publicado no DJ n.º 48. 10/03/2000. p. 65.

Alterada em 22/03/2007

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