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492 SANTO AGOSTINHO (354-430) O mais profundo filésofo da era patristica e um dos maiores génios teoldgicos de todos os tempos foi santo Agostinho, cuja influéncia plasmou a Idade Média. Nasceu em Tagaste (Numidia), filho de um funcionSrio municipal, Patricio, e de Ménica, fervorosa ctisté, que a Igreja vencra como santa, Como estudante, vivia desregradamente, Contraiu uma ligagio — que iria durar até 384, e da qual teve um filho, Adeodato, Em 374, lendo o Hortensius, de Cicero, sentiu-se atraido por uma vida menos sensual e mais dedicada 4 busca da verdade, Passou a freqilentar as ligdes dos maniqueus, que Ihe pareciem propor a auténtica forma de cristianismo, em oposiao a doutrina da Igreja, “uma historia de velhas”. ‘De 375 a 383 estabeleceu-se em Cartago, como professor de eloqiiéncia, e dai por diante obteve exercer 2 mesma fungio do outro lado do mar, em. Mildo. Jé o inquie- tavam agora fortes diividas sobre a verdade do maniqueismo. Em Milo, travou conhecimento com 0 neoplatonismo. Ao mesmo tempo ouvia regularmente os semoes de santo Ambrésio, onde percebia um catolicismo mais su- blime do que o imaginado, e lia sio Paulo. Um dia, julgando ouvir a voz de uma crianga: “Tolle, lege”, abriu ao acaso as Epjstolas de sao Paulo, que tinha ao lado e passcu a sentir que “todas as trevas da diivida se dissipavam™. Fez-se batizar no sdbedo santo de 387, com seu filho © com seu amigo Alipic. Pouco depois morria a mic, que muito havia orado por sua conversio, Voltando a Africa, viveu varios anos em retiro de oragdes e estudos. Em 390, perdeu o filho, Tanta era a fama que granjeara, de ciéncia ¢ virtudes, que 0 povo o escolheu para o sacerdécio, Em 395 foi sagrado bispo no pequeno porto de Hipona. Ali entéo desenvolveu a intensa ati- vidade teclégica e pastoral, dando maxima expressio a seus dotes extraordindrios no plano da especulagéo, da exegese e da penetracdo psicolégica da alma humana. Lutou contra as heresias da época, 0 maniqueismo, 0 donatismo, o arianismo e o pela. Bianismo, Morreu em Hipona a 28 de agosto de’ 430 Principais. obras: Confissies, autobiografia escrita entre 397 e 400, uma das obras-primas da literatura universal; A Cidade de Deus, apologia da antiguidade cris: tae ensaio de filosofia da Histéria; De Trinitate; Enchiridion, compéndie de doutti- ha etista; obras polémicas vérias contra as heresias mencionadas, entre as quals Contra Foustum, De spiritu et littera, De natura et gratia, De gratia’ et libero arbitrio, De correptione et gratia, De praedestinatione sanctorum; obras exegéticas, como Enarratio- nes in Psalmos, De genesi ad litterarz, Tratado sobre 0 Evangelho de 40 Jodo, obtas pastorais, como De catechizandis rudibus; cerca de 400 setmoes e muites cartes. Inimeras edigGes modernas de sto. Agostinho. Mais acessiveis so, em texto bi lingite, as da BAC, 22 vols.; as da colegio “Bibliothéque Augusticnne”, Pari as da’ ‘Nuova Bibl. Agostiniana”, Roma, etc. By gence vel DAS “CONFISSOES” (Liv. VIII, cap. 12: PLL, 32, 761-764) : Sua conversao Quando, meditando profundamente, arranquei do mais {ntimo toda a minha miséria, e a juntei perante meu coracao, levantou-se imensa tempestade numa torrente de ligrimas, ee | DAS “CONFISSOES” 333 seus gemidos, afasteime da pre- solidio mais propicia ao choro. er pesada a sua presenca. Era o Para as derramar todas, com senca de Alipio, por me parecer a Retirei-me o bastante para néo me s estado em que me encontrava. Alipio bem o adivi ; : . is Mes aie adivinhou, porque, julgo eu, havia alguma coisa e Loa bratniger © tom pesado que o pranto dava ao timbre da basa rme erguido entio. No auge do assombro, Alfpio ficou imével no lugar onde estivéramos, lio ji 7 ae Neo, sei como, fui para debaixo de uma figueira, e pus-me a choras. Brotaram ‘os dos meus olhos, Era-vos agradével este sa- criffcio. Muitas perguntas vos fiz, no propriamente pot estas pa- lavras, mas por outras, assim: “E vds, Senhor, até quando? Até sando continuareis irado? Nao vos lembreis das nossas antigas ini qiiidades! _ Sentia ainda que elas me prendiam. Soltava gritos de lamen- tagio: “Por quanto tempo, por quanto tempo, andarei a clamar: — ‘Amanha, amanha?’ Por que nao h4 de ser agora? Por que nao ha de vir j4 o fim das mimhas torpezas?” Desta maneira falava ¢ chorava, oprimido pela amargura do coragio. Eis que, de repente, ougo uma voz da casa préxima. Nao sei se era de menino ou de menina, Freqiientes vezes cantava e repetia: — “Toma ¢ Jé”. Mu- dando o semblante, logo comecei a refletir com atengio, se as criangas costumavam cu nao cantarolar essa cancio nalgum dos jogos. Vendo que em parte alguma a tinha ouvido, reprimi o im- peto das l4grimas, e levantei-me, interpretando_ que Deus uma sé coisa me mandava: abrir o livro ¢ ler o primeiro capitulo que en- contrasse, Tinha ouvido que Antio, escutando por acaso uma lei. tura evangélica, fora por ela advertido, como se 0 trecho que se lia the fosse ditigido pessoalmente: — “Vai, ene madd 9 ae . s As n 3 y possuis, dé-o acs pobres e terds um tesouro 10 pi 2 te ordculo se converteu a vds. © segue-me” ?; e que com esi 0 § ay a «onde Alipio estava sentado, pois af ti- ‘Imptessionado, voltei aon ip s : lc Fe ‘Apéstolo, ao levantar-me, Agarrei-o, abri-o nha colocado 0 livro do pdstole 20 que pus os olhos: — “Nio ¢ li em siléncio o primeiro COPS pringuez, nfo em desonestidades caminheis em glutonarias ¢ na 3 eam i A das e emulagdes, mas revesti-vos do € dissolugdes, nao em content r = is cui da carne em suas concupis- Senhor Jesus Cristo e nao tenhais ct ey eerie céncias” 3, Nao quis ler mais, nem ce que utbe Iz dé serenidede, ler estas frases, penetrou-me 0 coragao Mt teando entfo com © ‘dedo! ou € todas as trevas da divida fugiram. 18 outro qualquer sinal, fechei 0 livro: 1 Sl 73,8, 2 Mt 19,21. 3 Rm 13,13, 493 334 SANTO AGOSTINHO. Jé de rosto trangiiilo, revelei tudo 2 Alipio. Por sua vez, também ele me revelou o que nele se passara € que cu THO a Pe. diu-me para ver o trecho que lera. Mestrei-o; ele pi sseguly, indo adiante do que eu tinha lido. Eu, tote eat ° texto seguinte, que era este: “Acolhei ao fraco ee fe adverts @ _ a si préprio esta passagem, e mostrou-ma. Com eee fir meu-se no desejo e bom propésito, perfeitamente le com seus costumes, em cuja pureza, desde hd muito sebe cies @ enor- me distancia de mim. Juntou-se a mim, sem qualquer hesitacao tur- bulenta. Em seguida, vamos ter com minha mie, € contamos lhe 9 st cedido, Ela rejubila. Dissemos-lhe como o caso se passou. Exulta e triunfa, bendizendo-vos, Senhor, a vés “que sois poderoso para fazer todas as coisas mais superabundantemente do que pedimos ou entendemos” *, Ela vos bendizia porque via, em mim, que lhe th nheis concedido muito mais do que costumava pedir, com tristes e chorosos gemidos. De tal forma me convertestes a vos, que ja nao procurava esposa, nem esperanga alguma do século, mas permanecia firme naquela regra de fé em que, tantos anos antes, me tinheis mos- trado_a ela. . . E transformastes a sua tristeza em alegria muito mais abundan- te do que cla desejava, e muito mais querida e casta do que a que podia esperar dos netos nascidos da minha carne. Sermia “NA VIGILIA DA PASCOA” (BL. 38, 1087s) 494 O bem-aventurado apéstolo Paulo, exortando-nos a que o imi- temos, da entre outros sinais de sua virtude o seguinte: “freqiiente nas vigilias” 1. Com quanto maior jébilo nio devemos também nés_ vigiar nesta vigilia, que é como a mae de todas as santas vigilias, na qual 0 mundo todo vigia? Nao 0 mundo, do qual esté escrito: “Se alguém amar o mundo, nele nfo estd a caridade do Pai, pois tudo o que hé no mundo € concupiscéncia dos olhos ¢ ostentacio do século, € isto nio procede do Pai”, ’ Sobre tal mundo, isto é, sobre os filhos da iniqiiidade, reinam @ deménio e seus anjos. E 0 Apéstolo diz que é contra estes que se dirige a nossa luta: “Nao contra a carne € © sangue temos 4 Ef 3,20. 1 2Cor’ 11,27. 21Jo 2,15. “NA VIGILIA DA PAscoa” 335 de lutar, mas contra inci; i nadores do mundo desta uevegss ©“ PtHHES conta os dom Ora, maus assim fomos nés também, mos luz no Senhor. Na Luz da Vigtlia re res das trevas. Nao é, portanto, esse o hoje, mas aquele do’ qual est , uma ver; agora, porém, so- sistamos, pois, aos dominado- mundo que vigia na solenidade de consigo o mundo, em Cristo nig tre an ees eaeava. econciliando © é as alan ‘0, no Ihe imputando os seus pecados” *. i € tao gloriosa a celebridade desta vigilia, que compele a vi- giarem na carne mesmo os que, no coracéo, nao digo dormirem, mas até jazerem sepultos na impiedade do tértaro. Vigiam também eles esta noite, na qual visivelmente se cumpre o que tanto tem- po antes fora prometido: “E a noite se iluminard como o dia” >. Realiza-se isto nos coragdes piedosos, dos quais se disse: “Fostes outrora trevas, mas agora sois luz no Senhor”, Realiza-se isto tam- bém nos que zelam por todos, seja vendo-os no Senhor, seja inve- jando ao Senhor. Vigiam, pois, esta noite, 0 mundo inimigo e o mundo reconciliado. Este, liberto, para louvar o seu Médico; aquele, condenado, para blasfemar o seu Juiz. Vigia um, nas mentes pie- dosas, ferventes e luminosas; vigia o outro, rangendo os dentes e consumindo-se. Enfim, ao primeiro é a catidade que Ihe nao permite dormir, ao segundo, a iniqiiidade; ao primeito, 0 vigor cristo, 20 segundo 0 livor diabélico. Portanto, pelos nossos préprios inimigos sem o saberem eles, somos advertidcs de como devamos estar hoje vigiando por nés, se por causa de nds nfo dormem também os que nos invejam. : Dentre ainda os que nio esto assinalados com o nome de cristios, muitos sdo os que nao dormem esta noite por causa da dor, o& por vergonha, Dentre os que se aprosimam da. fé hé os que nao dormem por temor. Por motivos varios, pois, gor la hoje a vigilia a solenidade (da Péscoa). Por isso, como nao deve vigiar com alegria aquele que é amigo de Cristo, se até 0 inimigo iado? Como nao deve atder 0 cristo por vi o faz, embora contrariado: a ¥ z iat ‘icacio tao grande de Cristo, se até o pagio se en- giar, nessa glorificagio Wo grane® : » Sentiu a fome, a sede, a fa- diga, dormiu, realizou coisas admirdveis, padeceu duras coisas, foi flagelade, coroado de espinhos, cobertg escatros, esbofeteado, pregado no lenho, transpassado pela lanca, posts me sepulcro; mas No terceito dia ressurgiu, acabando. i ndo a morte, Ela, tende’ Id 0s'vossos elhos pq “ements mortendo 8 ; = ssutreicao de Cristo: Porque tanto quis o Pai engrandecer 6 ea @° ie ee ae SsonRE A RESSURREIGKO DE CRISTO” 338 sears vide. nao nesta terra se encontra o que bem-aventurada, Mas aqui nao reside Boa coisa a que desejas, desejas. Que desejas? A’ ela. Se procurasse: sabendo a eda ouro num lugar onde nio houvesse, alguém, eer Ouetned ex stare haveria de te dizer: “Por que estds les & terra? Fazes um: “al bd. 2 a foss descer, na qual nada encontrarés!” a na qual hés de apenas ue re: eri: 1 i Que responderias a tal conselheiro? “Procuro ouro”, Ele te diria: “Nao nego que exista o j jue desejas, ai i curas”. q jas, mas nao existe onde o pro- Assim também, quando dizes: “Quero ser feliz”. Boa coisa / queres, mas aqui nao se encontra. Se aqui a tivesse tido o Cristo igualmente a teria eu, Vé o que ele encontrou nesta regido da tua morte: vindo de outros péramos, que achou aqui senfo o que existe em abundancia? Sofrimentos, dores, morte. Comeu contigo do que havia na cela de tua miséria, Aqui bebeu vinagre, aqui teve fel. Eis 0 que encontrou em tua morada. Contudo, convidou-te [3 sua grande mesa, a mesa do Céu, 3 mesa dos anjos, onde ele mesmo é 0 pio.) Descendo até cd, € tantos males recebendo de tua cela, nao sé nao rejeitou a tua mesa, mas prometeu-te a sua. E que nos diz ele? “Crede, crede que chegareis aos bens da minha mesa, pois no recusei os males da vossa”. Tirowte o mal e néo te daré o seu bem? Sim, dilo-. Pro- meteunos sua vida, mas ainda mais incrivel o que fez: ofere- ceu-nos a sua morte, Como se dissesse: “A minha mesa vos con- vido. Nelaninguém motte, nela esté a vida verdadeiramente feliz, nela o alimento nao se corrompe, mas refaz e nao se acaba. Eia para onde vos convido, para a morada dos anjos, para a amizade do Pai e do Espirito Santo, para a ceia eterna, para @ fratemnidade op; migo; enfim, a mim’ mesmo, & minha vida eo yos eonclamal; Nao quereis crer que vos darei a minha vida? Retende, como penhor a minha morte”. ‘Agora, pois, enquanto vivemos nest oe ¢ dos costumes, ramos com Cristo pela conversao pelo amor da justiga. id bemaventurada senfo quan- Nio haveremos de receber @ YIC1, °°" Guando comesarmos. & do chegarmos aguele que velo até m6, © viver com aquele que por nds mores: e corruptivel, mor- ‘vivamos com Cristo 499 500 340 SANTO AGOSTINHO Do livro A DOUTRINA CRISTA (1. 2, cc, 21, 23: PL. 34, Sls) Astrologia ¢ supersticio Nao devemos julgar isentos de ruinosa supersti¢go os que se di- zem “genetlfacos”, porque estudam o dia do nascimento, hoje comu- mente chamados astrdlogos. Investigando a posigao dos astros no ins- tante do nascimento de cada um, esforcando-se por deduzir disso nossas aces ou os eventos de nossa vida, e passando entdo a prevé-los, cometem um grande erro € proporcionam aos homens, a prego bara- to, penosa escravidio. Realmente, todo hcmem livre que vai con- sultar os tais astrélogos, page-lhes para sair escravo de Marte, Vénus, ou quicd de todos os astros. A estes astros, os primeiros que se dedicaram a tal erro e 0 transmitiram, atribufram-lhes nomes de animais, por causa de uma gualaver semelhanga, ou de certos homens, para honré-los... Mas é f4cil compreender que antes os astros viajavam no céu sem nome algum e que os homens estavam pretendendo elevar ao céa aqueles que desejavam honorificar, por razdes de poder régio ou da prépria vaidade. Mas de qualquer forma que venham a ser designados, per- manecem sendo astros, criados, ordenados e queridos por Deus; cujo movimento fixo serve para distinguir e determinar o tempo. E simples notar este movimento, no dia do nascimento de cada pessoa, estabelecer a respectiva relagio, segundo as regtas que os astrdlogos descobriram ¢ transmitiram, Porém a Escritura reprovou isto dizendo: se puderam chegar a tanta ciéncia para chegar a determinat temp, por que no descobriram antes o Senhor>” ©. © 0 Ria Querer predizer os costumes, atos € eventos, baseandose esse tipo de observacées é um grande erro © desvario. A refutar essa superstig#o aos préprios olhos dos que a transmitem. .. YS no tos sae nde oa ts Smee sim do 7 tro, que nao se ‘Consiga perc de tempo para fixar, a partir daf, com célculos, a dive Necessariamente nao poucos aeons constelago, Ora, as suas acdes e os seus tea percebeu-se que Segurava com aozinha Certamente nao se podiam Sankey eles is, as entdo sua constelagio foi idéntica; mas a Eserineg td 5 es 1 Sb 139. “SOBRE A CORRECAO E 4 GRACA™ "i 341 em todas as linguas, Para atestar como in deles, Suas agdes, suas penas ¢ seus éxit isto € que a fracdo minima e imperceptivel de pon ees, aria, os dois partos, tem . esa! velocidade altissima dos ae poder atural, inclusive por causa da Portanto, mesmo as opinides a : santo, me: que se presumiram deduziveis de 501 alguns sinais ‘reais, sio para A evallstes Soe ae acon se computarem no rol dos ajustes e «, FOMUe, Pot oculto designio divino, acontece que os homens, cipidos de experiéncias més, venham a ser abandonados 80 escdimio € a0 ludfbrio, como merece sua vontade: escarnecem deles ¢ os enga- nam os anjos prevaricadores, aos quais, conforme uma grandiosa ordem das coisas, foi entregue, por leis providenciais, esta parte mais baixa do universo. E pelos seus escérnios e enganos acontece que neste plano de adivinhagdes supersticiosas e. perniciosas, os as- trdlogos anunciem muitos eventos passados e futuros, os quais se realizam como eles dizem. Sio fatos que se desenrolam segundo as observagdes deles, tornando-cs convencidos e levando-os a se en- tregarem com mais paixdo as pesquisas, para se envolverem cada vez mais pelos lagos do pernicioso erto... O cristéo deve repudiar e fugir completamente das artes dessa supertiggo mals e nociva, baseada sobre maléfico acordo entre ho- mens e deménics, que € quase um pacto de amizade na infelicidade e no engano... Essas artes nfo sao notoridmente institufdas para o amor de Deus e do préximo; fundamentam-se no desejo privado dos bens temporais e arrufnam assim o coracio. Em doutrinas deste género, portanto, deve-se temer e evitar a sociedade com os deménios que, juntamente com seu principe, o diabo, nfo buscam outra coisa senso fechar e obstruir a esttada de nosso retorno... 5 s “SOBRE A CORREGAO D e seus 4 ve as 915918) imo irma ino ¢ vés que © Carfssimo irmao Valentino € Depois ae ter lido a carta que ee meio do irmao Floro e dos que viene por ter conhecimento de voss@ P’ SANTO AGOSTINO 342 na verdade, de vosso fervor na catidade, O inimigo tentou subverter ee isericordioso, em sua admirdvel bon. alguns dentre yds, mas Deus miserico! » seule dade, fez revertet_a tentacéo em progresso, para seus servos, de sorte que 0 inimigo nao conseguiu prejudicar qadiequer | centre vés, dando ainda ocasifo para alguns se instruirem mals’ per. feitamente. Assim, nao tenho necessidade de volver as questées su. ficientemente debatidas no livro que vos enderecei cuja acolhida, per parte de vés, se atesta na resposta enviada. Nao penseis, porém, que uma sé leitura baste para que o conhegais. Se quiserdes dele tira proveito, procurai relélo, a fim de conhecerdes exatamente a natureza das dificuldades consideradas € para as quais se nos propée uma autoridade nao jd humana, mas divina, da qual nfo nos de- vemos apartar, se quisermos chegar aonde almejamos. © préptio Senhcr ndo apenas nos mostra que mal devamos evitar e que bem devamos praticar — € isso 0 que pode a letra da Lei — mas também nos ajuda a evitar o mal ¢ fazer o bem — | algo de que ninguém é capaz sem o espirito da graca: faltando esta, a lei s6 serve para fazer culpados e levélos a perdigao. Por isto diz 0 Apéstolo: “A letra mata, 0 espitito vivifica” *, Quem, pois, usar legitimamente a lei, aprende nela o mal e o bem, € nao se fiando em suas prdprias forcas refugia-se na graca, a fim de poder evitar o mal e praticar o bem. E quando é que o homem recorre A graca senfio quando seus passos sao dirigidos pelo Senhor, de modo que deseje os caminhos do Senhor? Donde segue que jd o desejar o auxilio da graca € comeco da graca, conforme diz o salmista: “eu disse: comecei agora e esta mudanca me vem da destra do Altissimo”?, E preciso confessar, pois, que nés temos um livre arbitrio para fazer o mal e o. bem; mas a0. fazermos o mal, somos livres quanto a justica e servos do pecad a0 passo que para fazer o bem no somos livres sendo bertados por Aquele que disse: “se o Filho vos libertar, reis verdadeiramente livres” ’. E nao de modo tal que, 0 tados do dominio do pecado, j4 nao necessitemos do tador, mas sim ouvindo dele a palavra: “Sem min zet”‘, seré preciso que digamos ainda: Pie prey tain que digamos ainda: “Sede mew 503 Esta fé, sem diivida a verdadeira, a apéstolos, a f€ catélica, alegro-me de a’ te nosso irmao Floro; ¢ assim, séo antes SG que devem ser cortigidos;, mas penso j4 tudo compreenderam, bs 1 2Cor 36. > 2 SL 76,23, : ie Be ‘ jo 15,5, 531 269. é “SOBRE A CORREGKO © A Gragg” Sim, a graca de De 343 ser bem compreendida; e ea por Jesus Cristo nosso Senhor, deve e sem ela nio fazem hen Por C8 08 homens so libertos do. mal, mento, seja pela vontade ou an qualquer bem, seja por pensa- é somente uma indicagao aaa ro amor, seja pela acdo. Ela nao mas um auxilio que Thes dé realizar com > cong ad ge Era esta infusto de ting’ agetlzat com o coragio © que conhecem. dia, para aqueles aos mee womtede © obra que 0 ApSstolo. pe nada de mal, ndo a fim tle ae Togamos a Deus que nao facais para que realizeis o que é Patecermos Provados nés mesmos, mas ue ce gus 20 Sar go Dane det Fg ssi freer 0 bem? Bois o aegecwemes, tanto 0, evar © mal como 0 advertimos, repreende! ae lo nao diz: “exortamos, ensinamos, ede wa reeendemos”, mas: “rogamos a Deus que nio facais nada de mal, e sim realizeis o que é bom”. __E todavia ele Ihes falava fazendo também tudo isso: exortava, ensinava, advertia, repreendia, mesmo sabendo que tudo isso, feito externamente, na agao de plantar e regar, de nada valeria, se no rece- besse secretamente o incremento daquele que tivesse ouvido sua prece. Come disse o Doutor das nagdes: “Nao é quem planta ou quem rega que vale, pois Deus da o crescimento” ’. Nao se iludam, porém, os que dizem: “Por que se nos prega e se nos ordena de evitar o mal ¢ 0 praticar o bem, se nfo scmos nds que o fazemos, se é Deus que nos dé o querer ¢ o fazer?” Com- preendam antes, se sdo filhos de Deus, que o Espirito de Deus os move para que facam o que devem, e quando o fizerem déem gtagas Aquele por quem foram movidos. Séo, com efeito, movidos para agir, ndo para nada fazer; e se Ihes prega o que devem fazer pata que, ao procederem como convém, isto é com 0 amor ¢ deleite da justica, se alegrem de ter recebido do Senhor esse prazer de verem a terra frutificar. E quando nio fizerem o bem, seja nao © fazendo de modo algum, seja nao o fazendo por amot, rezem para receber o que ainda nao receberam... Pois que terao sem rece- berem? Ou que tém, que nao receberam? : “Mas nesse caso”, dizem eles, “que ne SSE NR a tem de nos ordense 0 ae, deveros (ze ¢ de 298 Bt Hp mos, mas nfo nos reper haan nose ‘doutores,da cleteia,, que Gra’ tudo isso. eles. devem faves, pois os Sours , Notai, ele ndo diz: “conheceré a Deus” — isto seria presungao perigosa — mas: “€ conhecido por ele”, E quando escreveu em outro lug. agora conhecestes a Deus”, como que se corrigiu ajuntando: “ou melhor, fostes conhecides por Deus’ 4, Sobretudo naquela passagem: “Irmio, no creio ter ale perfeicio) mas, esquecendo o que fica pata’ tr4s, lan quista do que tenho pela frente e como: até o alv prémio da soberana vocagio de Deus no Cristo. perfeitos temos de sentir isto’ mesmo” 7, ¢ desta vida o esquecimento do que fica para t para a meta que temos pela frente, Essa te ee. 9 1Cor 6,7-9. 1017s 312, | : 1 SI 68,33. L* :sib 2 SI 1041. 2 3 4 if Gl 49. SOBRE A SANTISSIMA ‘TRINDADE, efeito, 0 recurso mais se Saal eeu Bun enauanto, no, aleangamos aquilo para irctalel team para além de nds mesmos. Mas s6 g seen tensa ue procede da f&. Fois é a certeza da fé que sth coed Seabada apes e CuBem do conhecimento; uma certeza que s6 a ips a presente vida, na visio “face a face” *. Tenha- mos isto na lembranca e veremos ser mais segura a atitude de buscar a verdade do que a presuncio de tomar o desconhecido. por conhecido, Busquemos como es que héo de achar, e achemos co- pincipis” 7. buscar. “Quando o homem cré acabar € entéo que vem Mio _duvidemoe como infdis das coisas que se bio de crer ati] no lqueiétde (eit ae sobre 0 que ainda se deve investi- Pas s de seguir a autoridade, no que é de in- vestigacio temos de buscar a verdade. No que se refete & nossa questo, cremos que o Pai, o Filho eo Espirito Santo séo um sé Deus, Criador e Governador de tudo que 0 Pai nfo é 0 Filho, que o Espirito Santo ndo é 0 Pai ou © Filho, € que a Trindade consiste numa mtitua relacio de pessoas e na unidade de uma s6 igual esséncia. Tratamos de investigar isto, implorando 0 auxilio daquele a quem tencionamos conhecer, com 2 aspiragio de poder explicar — na medida a nés concedida — com suma diligéncia ¢ solicita piedade, 0 que entendermos, e sem- pre de medo que se afirmarmos uma coisa’ em vez de outra, nada ao menos digamos de indigno. Por exemplo, se dissermos do Pai o que em sentido estrito nfo Ihe convém, que isso 20 menos seja aplicdvel ao Filho, ao Espirito Santo ou & Trindade; te algo afirmarmos do Filho, que nao lhe convier propriamente, possa 20 menos aplicar-se 20 Pai, ao Espirito Santo ou a Trindade; fe algo asseverarmos que nfo se harmonize com propriedade so Espirito Santo, nao seja entretanto alheio 20 Pai, a0 Filho ou ao Deus uno e trino. i ‘Agora, por exemplo, desejamos saber se 0 Espitito Santo é em sentido’ propric, a Caridade excelsa;, pois se nao © © entse 2 Sere © Pai, ou o Filho ou a Trindade, j4 que io podemos contradizes, a {é de’ Cristo nem a autoridade inconcussa da Eee gue os ai “Deus € caridade” *. Mas nunca cometamos © ages aa i a buir & Trindade 0 que convém a criatura, nao a8. 5 que é apenas fruto das vas ficgoes da nossa ea say Seca Se aim fas 4 MeN cos oa mo Ie mos encontrado, Nao falamos i tcfetimmos ginda 20, Pai, 0, EURO) ch80 Espirito Santo, mas a essa i » pois tab imagem imperfeita, contudo imagem, que é o homem, pois talvez 6 1Cor 13,12. 7 Eclo 18,6, 8 Lo 48.16. 507 346 SANTO AGOSTINO: isso vejamos mais familiar ¢ facilmente, na fraqueza de nosso in. telecto, Eis-me, por exemplo, eis-me que busco. Canes algo, hé entio trés coisas: eu, aquilo que amo e 0 a dh rw de, © amor, se nio me amo, que amo; nao hé amor onde nada é amado, Eis, portanto, trés coisas: 0 que ama, 0 amado eo aates i Mas que dizer quando sé me amo a mim mesmo? Nao sexfo duas entiio as realidades: 0 que amo, ¢ 0 amor? Pois quando alguém Se ama a si mesmo, quem ama e o que ama se identificam, como se identificam também o amar e o ser amado... Quando se diz que alguém se ama e é amado por si mesmo, repete-se a mesma coisa duas vezes. Nao so, pcis, duas realidades: amar e ser amado, como tampouco sio duas coisas diferentes o amante e o amado. O amor, porém, ¢ objeto amado permanecem ainda aqui duas realidades dis- tintas. Porque se alguém se ama a si mesmo néo € o amor, a nao ser que seja amado o amor. Uma coisa é amar-se a si mesmo e outra amar seu amor. Nao & amado 0 amor se no quando algo se ama: quando nada se ama nic hé amor. Por conseguinte, quando alguém se ama a si mesmo, ha duas realidades nela: 0 amor ¢ 0 cbjeto amado. E entio © que ama e o que é amado sfo uma coisa s6. Assim, nao parece correto dizer-se que onde ha amor hd trés coisas. Prescindamos, nessa considetaco, dos miltiplos elementos cons- titutivos do homem, e a fim de esclarecer enquanto possivel estas matérias consideremos apenas a mente. 509A mente, ao amarse a si mesma, evidencia duas coisas: a propria mente ¢ o amor. Ora, que é amar a si mesma, senio um ardente desejo de gozar da presenga do eu? E quando quer set como é, a vontade é igual a mente, e 0 amor igual ao amante. E se © amor € substincia, certamente nao € corpo, mas espitito; ¢ a mente também € espirito, no corpo. Contudo, a mente e 0 amor 40 um espirito, nao dois espiritos; uma esséncia, nio duas esstm. j cias; € no entanto, 0 amante © o amor, ou — dizendo de outro modo — © amor ¢ o que se ama sio duas realidades que formam | certa unidade, E ambas dizem uma relagio miitua: o amanve diz | relagio ao amor e o amor ao amante. O que ama, ama por amor, € © amor pertence a alguém que ama, Ora, a mente € > espitito sto termos essenciais, nao relativos. Nem pelo fato dé-setem tents © espirito do homem, existem como mente e espfrito, Abstrat do homem © que o constitui, sua ligacio a0 compos absirat ‘corpo, Cee eae S anal a een Abattall ponent aa setteea Tea cxiste 0, amor; abstial ©. amor, ‘evolase “9 amante, Parca. quanto dizem relacio miitua, sio duas tealidades; considera Si, cada ‘umra'é espirito © ‘as’ dias S80 6 esto’ @Gaite, cada uma € mente e as duas sio uma iinica menve 510 Mas entio, onde vamos encontrar uma ttindade? Cor SOBRE A SANTISSIMA TRINDADE 0 carne os corpos, mas os raios que . os objetos que né ae ; fazer refletir ¢ ten zh woS due nos contemplamos nfo os podemos ‘Ornar-se sobre eles, a nao ser Ih espelho. Essas explicagdes sio objeto de suit ¢ tbo eee até que se ad Pilcagdes so objeto de sutis e obscuras discussdes, eae re Se as ccisas sio assim ou nfo. Mas, de qual- quer FO es erst GE permite a nosscs olhos verem, seja ela Ceol nit coisa — no & com os olhos que podemos vé-la; é 9 ,esPitito que buscamos «, se possivel, que compreendemos a sua explicasio. Assim, se a mente coleta, pelos sentidos corpéreos © counecimento que tem das realidades corpéreas, 0 conhecimento que cla oem das realidades incorpéreas colhe por si mesma. Logo, cla se conhece por si mesma, sendo incorpérea. Porque se nio se conhece n&o se ama. Ora, assim como so duas coisas, a mente e seu amor, quando 511 ela se ama, também sao duas coisas a mente e seu conhecimento, quando se conhece. Portanto, a propria mente, seu amor e seu co- nhecimento sao trés coisas, mas as trés coisas sio uma s6. E quando sao. perfeitas, sio também iguais. Pois se a mente se ama mencs do que é, como, por exemplo, se limita 0 amor de si ao grau de amor que merece seu corpo, entéo peca, sendo mais que © corpo, e seu amor nao € perfeito. Se ao contrétio 0 amor que cla tem’ por si ultrapassa a medida e chega a amarse com © amor que se deve a Deus, entéo peca gravemente, pois cla é incomparavelmente menor que Deus, ¢ seu amor néo € perfeito, Mais perverso e iniquo todavia é seu pecado se cla ama seu corpo com 0 amor que deve a Deus. : Tgualmente nao é perfeita se seu conhecimento & menor que aquilo que € conhecido, e que é plenamente conhecivel. Mas se € maior, entéo € porque a natureza que conhece é superior a conhecida, assim como é maior o conhecimento fa So ioe c eno can conhecido. O conhecimento, na verdade, & vida’ na vs i nao é vida. E a vida, qualquer que conhece, ao passo que © corpo Nao | rca biaesanmnas fecotareae seja, € sempre maior que 0 CO*Pt: ea si mesma, nfo. é superada te, porém, se g i Se a mente, Pt ois é ela que conhece ¢ ela que € conhecida. por seu conhecimento, Pp da mais, seu conbecimento se The torna » > E se se conhece toda, sem aac’ Tt que o tira, 0 se conhecer. Quan- igual, ndo sendo de outra natut ‘no inferiot nem superior do se experimenta toda, sem nada mais, 348 SANTO AGOSTINHO a seu conhecimento. Logo, foi com razdo que dissemos serem essas trés coisas iguais quando sao perfeitas. : 512 A mesma reflexio nos leva ainda a pensar, na medida do pos. sivel, que essas duas ccisas coexistem na alma e af se desenvol. vem numa espécie de involugdo miitua, de sorte a se deixarem per. ceber e enumerat a titulo de substincia, ou por assim dizer, de esséncia; elas nao estéo af como num substrato, 4 maneita como a cor, a figura ou qualquer outra qualidade cu quantidade estéo num cerpo. Tais propriedades nfo excedem o substrato no qual estio, Tal cor, tal figura, sdo as de tal corpo ¢ nao podem ser as de outro. Jé a alma, pelo amor com que se ama, pode amar algo diverso“de si. Ela igualmente no se conhece apenas a si, mas a muitas outras coisas. Portanto, 0 amor e o conhecimento nao sio inerentes 4 mente como a um substrato, mas af esto, como a pré- pria mente, a titulo de substdncia, Mesmo quando os dizemos de um modo relativo, relacicnando-os reciptocamente, cada um nio deixa de permanecer em sua propria substincia. No € como a cot € 0 cbjeto colorido, que s4o relativos um ao outro, no sentido de que a cor esté no objeto coloridc sem ter em si sua prdpria substincia: © objeto colorido é substéncia, a cor esté numa substancia. Seria antes como no caso de dois amigos, que séo também dois homens, portanto, duas substancias; quando os designamos com o titulo de homens, isto nfo implica nenhuma relagéo, ao contrério de quando os designamos como amigos. 513 Assim, a mente que ama e conhece € substancia, seu conheci- mento € substancia, seu amor é substéncia; mas a mente que ama € seu amor, a mente que conhece e seu conhecimento, sfo termos relativos, como © sio entre si pessoas amigas; ao contrétio, a mente apenas ou o espirito no implicam por si relagdes, como tampouco pessoas amigas, enquanto pessoas humanas. Resta, porém, que amic gos podem separar-se; j4 a mente que ama e seu amor, a mente que conhece e seu conhecimento, nao podem separar-sé. & verdade que também os amigos, mesmo separados. corporalmente, s40 mo- talmente insepardveis, enquanto amigos, mas pode acontecen que um venha a odiar o outro, deixe de ser seu ami saiba, continuando a amélo. Porém se cessa 0 amor com + mente se ama, ela entio cessa de amar; se cessa com © qual se conhece, ela entio cessa de se on hé abc sem corpo que a sustente; a cabeca eo termos relativos, € a0 mesmo tempo. substancias po lidades fisicas; mas no havendo. cabeca nd nao — para sustenté-la, Mas... poder-se-ia cortar a ¢ corpo, © que setia impossfvel nas coisas da alma, 514 HA corpos absolutamente indivisiyeisn rete. tassem de partes nao setiam corpos. A parm an telativo ao todo, toda parte é parte de um, SOBRE A SANTISSIMA TRINDADE uas partes. oe Seu meds sete, S29 oes, fo se diem sont eee ‘a mente ee substancialmente. Nao poderia tes, que en Sao que se conhece, fossem como suas par- pastes iguais, dae aeege “o™mPariam 0 todo? "Nao poderiam ser és Ora, nenhuma parte abran tanto a mente se conh Br 0 tedo do qual € parte; e no en- ece toda inteira, isto é, perfeitamente, seu conhecimento penetra seu amor peneia to oe seu ser, © quando se ama perfeitamente 515 0p leria ser entao com A i gue, compbem una nica bide? Cals utes te’ oo vette Bo conjunto, etmanecendo tuts coisas (pols mao bd ‘ume porslo 6a, bebida que io es contenha; os lguidos no extio ali sereadocy seuo, B& mistura de agua ¢ dleo, e sim intimaments 3 todos sio substancias e todo o liquido nao é, de certo modo, senféo uma substancia feita de tés). Uma conclusio assim nfo vale sobre a coexisténcia da mente, de seu conhecimento ¢ de seu amor? Nao, pois a agua, o vinho e o mel nfo so de uma tinica subs- tancia, embora sua mistura se torne a tnica substincia da bebida. ‘Ao contrétio, as trés realidades da alma, como nfo pertenceriam & mesma substancia, se é a alma que se ama, a alma que se conhece © se a uniao das trés realidades é tal que, amada ou conhecida, a alma nao o é por alguma dessas duas outras realidades? Todas as trés so, pois, necessariamente de uma tinica e mesma esséncia, e se af estivessem como fundidas numa mistura, nio lograriam ser trés ou estat em relagdo mitua. Se de um sé € mesmo ouro se fazem trés anéis semelhantes ¢ encadeados entre si, eles estardo em relacdo miétua pelo fato de serem semelhantes (todo semelhante € seme- Ihante a algo), ha uma trfade de anéis num tinico ouro, mas se os fundimos numa sé massa, eesaparos sotalcnenis a wines e lal enns nao s6 um ouro, como quando havia trés anéis, mas de um a ae nao estd em trés realidades, Mas naquelas trés realidades da mente, quando a mente, se conhetegeisessamaiiny zaaaesseae e > conhecimento, e nao hé af mistura trindade: a mente, 0 amor, © s oncaeid nem confusio. Cada uma estd em st © apesat A intei todas inteiras, cada uma nas duas outras, toda inteira nas outras todas em todas. ; cada) uma. Portanto, as os oe a ‘em si mesma, pois quando se fala dela, se fala 516 dela i nee considerada quandopeonlccey 22 canbe deo - imento; ou quando ‘ nada a seu) conhecimentos * conhecivel, passa a ecu ee ‘a set referida em relagdo ao amor sndo, mada 0 ake Pa eu bora ei A ent com als . Eo bém que conbeds ou & conhecida, oneal crtonhecimento, com feito, conhecente. em telagio ast MESEO* 350 SANTO AGOSTINHO com o qual a alma se conhece, nao € desconhecido de si mesmo, Eo amor, embora se refira & alma que ama, é também amor em re. lagi a si mesmo, de modo que esté também em si, pois também ° amor é amado e nio pode set amado senao pelo amor, isto é por si mesmo. Assim, cada uma dessas realidades esta em si mesma. Sao porém presentes umas as cutras. A mente que ama est4 em seu amor, 0 amor no conhecimento da mente que ama, € 0 co- nhecimento na mente que conhece. Cada uma esté nas outras duas. ‘A mente que se conhece e se ama esté no seu conhecimento e no seu amor; o amor da mente que se ama € Se conhece esté na mente e em seu conhecimento; e 0 conhecimento da mente que se conhece e se ama esté na mente e em seu amor, porque ela se ama enquanto conhecente, e se conhece enquanto amante. Por conseguin- te, as duas outras estao também em cada uma; a mente que se conhece e se ama esté com seu conhecimento no amor e ccm seu amor no conhecimento; 0 amor e o conhecimento esto simultaneamente na mente que conhece e se ama. Vimos acima como cada uma est4 toda inteira nas cutras (to- das inteiras) quando a mente se ama tcdz, se ccnhece toda, conhece seu amor inteiro, ama scu conhecimento inteiro. Isto ocorre quando essas trés realidades sao perfeitas em relagdo a si mesmas. Assim, essas | trés realidades so estranhamente insepardveis umas das outras; € t0- davia cada uma delas, tomada A parte, é substancia, e todas em con- junto sdéo uma sé substincia ou uma sé esséncia, apesar de, toma das relativamente, se deverem dizer opostas umas as cutras. SOBRE A SANTISSIMA TRINDADE. (Liv, XV, cap. 23: PLL. 42, 1090s), 517 Uma coisa é a Trindade em si imagem da num realidade, a qual, por causa denim ell ser dita imagem; assim como se diz i Bo. $6 0 tao sobre ala mat Prépta tea, 4 Seen a, na excelsa Trindade, incomparavelmente as coisas, as trés pessoas io de tal mode iments trindade'de homens jamais se ditia um o6 hy sabe existir um sé Deus. A Trindade no € um sé Deus. ae De ut lao, gem, o homem: este possui tré como bonne Oe Pai e 0 Espitito do Pai e do Bike © __Evverdade que a meméria humana — ¢ tia que os animais nao possuem, aquela SOBRE A SANTfssIMA ‘TRINDADE inteligiveis, nao Procedente neira, na imagem trinitdria seja, com o Pai. Eo enteni proferido ¢ conhecide, ee m0 do homem, otiundo do pensamento formulado em nenhume ling © verbo interict, 0 verbo ainda nio grandes. diferencas, oferece eusge™ 5 entendimento, apesar de pois © amor do homem, procedente de at com Filho. E de- gante da meméria a ineleeeeeme de seu cenhecimento «conju 20 que é gerado, senda Benei® como algo comum ao que gera ¢ x mesmo tempo distinto do que gera e do em ele oferece _alguma semelhanga, mesmo se Me ee ie apesar disso, enquanto nessa 518 ' ', tes tealidades nao sao um tnico homem e, waideace em oe nica homem, na excelsa Trindade sao trés bee renas pertencem a um sé Deus mas sio um i » petmanecendo embora trés pessoas © nfo uma sé. Eis af algo de admirdvel e inexprimivel: se na imagem da Trindade nfo ha mais que uma pessoa, na excelsa Trindade hé trés pessoas, e contudo essa Trindade de trés Pessoas é mais insepar4vel que a de uma sé. Porque ela esté na natureza da divindade (ou melhor, da deidade) onde c que existe € Deus; ¢ € imutavelmente sempre igual nao tendo havido tempo em que nao tenha existido ou tenha existi do de outro modo, nao havendo tempo em que nfo existiré ou existiré de outro modo. Ao contrario, as trés realidades que se tém na imperfeita imagem da Trindade, embora nio sejam separdveis pelo espagc (elas nao so corpéreas), sio-no pela grandeza, aqui nesta vida, Mesmo na auséncia de massa material, nio é verdade que em tal homem a meméria € maicr do que a inteligéncia, em tal outro ocorrendo o contrétio, e que em outro ainda o amor ul- trapasse meméria ¢ inteligéncia, iguais ou nao entre si? Acontece assim que duas destas sejam inferiores a uma sé, uma s6 as duas cutras, ou uma A outra, menores a maiores. E quando, curadas da imperfeigéo prdpria a esta vida, forem iguais entre si, mesmo entao essa realidade que por graca seré subtraida vicissitude, nao sera igual & realidade que por natureza € imutivel, pois 9 criatura nao iguala jamais ac Criador ¢ 0 fato mesmo de set curada de sun fra: jueza terd sido para cla mudanca. i a Porém, na esto “face a face pero pal ara 519 a Trindade’ sumamente incozpérea e verdedeiramente, imutivel, mals clara e certamente do que sci vem a ae: “qu nés somos. Os que a contemplam ne cen ny satin ele conforme se concede na vida presente, TX 111% 5 6. ue vem em sua mente as realidades que temo® Tt ie relacionat 6 que sua mente como imagem, isto € 05 AIC i ents é imagem, de véem, de algum modo, Aquele ee seseam também. pressentr sorte que através da visio desta imagem Poa eeade,_ 0) Apion © que ainda nao contemplam fac 352 SANTO AGOSTINHO Jo nao diz: nés vemos agcra um espelho, mas “nds vemos agora através de um espelho” (1Cor 13,12). SOBRE A SANTISSIMA TRINDADE (Liv. XV, cap. 28: P.L. 42, 1097s) Coneluséo dos livros 520° _Senhor Deus nosso, ctemos em ti, Pai, Filho e Espirito Santo. A Verdade nao teria dito: “ide, batizai a’ todos os poves no no- me, do Pai e do Filho e do Espirito Santo” 1, se no fosses ‘Trim dade, Nem nos ordenarias, Senhor Deus, que fOssemos batisados no nome de alguém que nio fosse o Senhor Deus, Nem seria dito com voz divina: “ouve, Israel, o Senhor teu Deus € um tinico Deus” ®, se nfo fosses ‘uma Trindade tal que fosses também um Unico Senhor Deus. E se tu, Deus Pai, fosses o mesmo que o Filho, teu Werbo, Jesus Cristo, o mesmo Dom que é o Espirito Santo, nao lerfamos nas Escrituras da verdade: “enviou Deus eu Filho” %; Barn gi, S ,Unisénito, ditias do Espirito Santo: “o Espirito q Pai enviard em meu nome”‘, e “Aquele que ea wos enviarei parte do Pai”, eae Ditiginde a esta regra de f¢ minha intencd Enquanto me fizeste poder, procurei-te, desejei ves To em que cteio, ¢ muito disccrti e muito eral Senhor Deus meu, tnica esperanca minha, teen duc, fatigado, jd nao te procure, mas sig ardentemente a tua face. Tu dis as forcas « fizeste achar-te, e mais, me deste a espe ti estio minha firmeza'e minha frag Diante de ti esto minha ciéncia ¢ ah recebe-me ao ingressar; onde me fecharra © vme eu de ti, conheca-te a ti, ame-te ee “me por intelto’ k Bly 521 Sei que esta escrito: « cado” §, Mas, oxalé, Nao sé fugitia do ainda que muito f, jomem, a q DA “CIDADE DE DEUS” A » = inoportunamente”, Acaso se trata de pronunciar tua pal: 86 lpia oe que te agrada, nao e i lesta multidao de palavras. Mas meus varios, Dime patos, bem os conheces, pensamentos humanos e arios. = entit neles e se alguma vez me deleitam, dé&me rechacé-los ¢ nfo demorar-me em seus afagos. Jamais exer. gam sobre mim seu poderio ou pesem em minhae acées. Com tua profecao seja meu julgamento seguro e minha consciéncia esteja ao abrigo de seu influxo. Falando 0 Sébio sobre ti, no livro conhecido como Eclesidstico, disse: “muitas coisas proferimos sem jamais acabar; seja a conclusio de nosso discurso: Ele € tudo” ?, Quando, pcis, chegarmos a ti, cessario muitas coisas que dis- semos sem entender, e tu sozinho permanecerés tudo em todos, ¢ entao cantaremos sem fim uma s6 coisa, louvando-te na unidade e tornados também unidos em ti. Senhor Deus tinico, Deus Trindade, 0 que disse nestes livros, de teu, reconhegam-no os teus; o que neles disse de meu, perdoa-me Senhor, e perdoem-me os teus. Amém. te rogaria que me livrasses d DA “CIDADE DE DEUS” (liv. X, ec. 3, 4, 5: PLL, 41, 280-283), O verdadeiro culto de Deus dni isquer outros de seus seguidores, co- 522 Jlaténicos ou quaisque ; nhecendo a Deus © tivessem glorificado ¢ the Bien seers no estaria obnubilads sua mente insensta’, nfo setam parsalmet: te autores dos etros dos povos ¢ $ aUhUGCTh Tai. 6 felizes — opor-lhes resisténcia; confessatia nés, mortais e miserdveis i yresumiam, 4 50, tanto sles ae a i 36. Deus dos desea idles e ea, — temos de ado! an ieicdo — grego Y A Ele devemos a prestacio, de sujelea 7) Mi cin nds mesmos, tréia” — seja através de slguns 20s Tem. pattcular, templo Somes, com feito, todos jaiOs © S01. todos e em cada im seu, pois Ele se digna habitar na co! Se 7 Eclo 43,29. 1Ce 121. 12 Antologia dos santos padres 354 SANTO AGOSTINEG cm particular; sem ser maior em todos do que em cada um, pois sug grandeza nfo é extensiva nem diminui pela participagao. Quando hosso coragio se eleva até Ele, torna-se seu altar; com 0 sacerdécio de seu Unigénito ¢ aplacamos; ofetecemoslhe vitimas cruentas quando lutamos por sua verdade até o sangue; oferecemos-lhe suavissimo incenso quando estamos em sua presenca abrasados de religioso santo amor; oferecemos-lhe ¢ devolvemcs-lhe seus dons em nds, e a ndés mesmos neles; dedicamos-lhe e consagramos-lhe a meméria de seus beneficios, nas solenidades e nos dias prescritos, a fim de que, com 0 passar do tempo, nfo venham a ser esquecidos; sacrificamos he com o fogo candente do amor a héstia da humildade e de louvos na ara de nosso corpo. Para chegar a vé-lo como possa ser visto, ¢ para unir-nos a Ele, Purificamo-nos de toda mancha de pecado e de maus desejos; em seu Rome nos consagramos. Ele é fonte de nossa felicidade, e meta de Rossa aspiracio, Escolhendo-o, ou melhor, re-escclhendo-o — pois 0 haviames perdido por negligéncia — tendemos a Ele por amor, a fim de chegarmos a nosso repouso e sermos felizes, alcangando nossa per. feicao. 523 Todo nosso bem — sobre cujo escopo debatem os filésofos = to € outro sendo unir-nos a Ele, Seu amplexo imortal, se assim se pode dizer, fecunda a alma imcrtal e a enche das verdadeiras vir- tudes. Somos preceituados de amar a esse Bem com todo o coracio, toda a alma, todas as forcas. A esse Bem devemos levar os que ams mos, a ele devemos ser levados pelos que ncs amam. Assim se cum alma, e ccm toda a tua mente; mesmo”?. Precisamente para 4 mesmo, foi ele mesmo posto ante sua meta, em di dirigir tudo 0 que fizesse Para ser feliz. E esta meta Pois bem, quando se manda a alguém, capaz mo, que ame ao préximo como a si, que cut seno que o encaminhe, na medida do Possivel, Este é 0 culto de Deus; esta, a verdadens, piedade; este 0 servigo de sujeigdo devide seguinte, todo poder imortal, por grande que s a si mesmo, deseja ver-nos, Para sermos felj: mesmo a quem se submete a si Préprio, Deus, € miserdvel porque est Privado” a Deus, nfo quer ser adorado como Deus, confirma com a forca de seu amor 4 senteng sudo quem oferecet secifcios aoy gente 2 Mt 2237-40, 3 Ex 22,20. DA “CIDADE DE DEUS” 355 ; 56 @ Deus se oferece 0 Sacrificio Deixemos de lado culto @ Deus; ninguany ug0U#8 homenagens elas quais prestamos 524 Deus. Outras hontes cs homens, Regaria que o sactificio se res a erva apenas a 7 2 ae culto divino para serem dadas eoeecnvt humildade, seja por repulsiva adulacio; Tarem-se homens aqueles aos quais eram pres. eee dois irmaos Caim e Abel, dos quais Deus re- P © sacrificio do primeiro ¢ aceitou © do segundo. Os sacrificios que 0 Senbor quis como significativos __De resto quem haveria de pensar serem necessétias a Deus as 525 coisas que se oferecem nos sacrificios? Para nao nos estendermos muito citemos apenas, da Sagrada Escritura, o texto do salmo: “Disse eu ao Senhor: tu és meu Deus e nao necessitas de meus bens” 4. Por conseguinte, sabemos que Deus nio necessita, seja de rebanhos ou de qualquer coisa corruptivel e terrena, seja da propria retidao do homem; e tudo aquile com que se dé culto a Deus aproveita para o homem, nio para Deus. Como ninguém pensaria favorecer a fonte, quando bebe; ou a luz, quando vé. Nem aquilo que, a respeito dos sactificios dos antigos pais, feitos com vitimas animais, e que o povo de Deus ainda hoje conhece, mas no mais pratica, nem aquilo se pensaré significasse outra coisa se- no o que se realiza em nés para unir-nos a Deus ¢ conduzir 0 nosso préximo ao mesmo fim. O sacrificio vistvel, portanto, € 0 sacramento ou sinal do sacrificio invisivel. Assim, diz o penitente coin © profeta, cu simplesmente 0 profeta, ao querer a propiciagao ee esa oe pecados: “se quisesses sactificio, eu © ofereceria; ae ragsasea Teitas com holocaustos; meu sactficio €| um ee b um coragao contrito € yumilhado tu nee a cits Vejamos como, a0 acrificio do anim: porém que Deus 0 quer. Deu quer 0 do coragao contrite. centa o que ele quer. modo como os igparos En sua alegria. Se porém contrite’ & inumilhado pela dor nas que fossem sinalizados por. 84° P na Lei antiga. Esses deveriam vo evel aes 4 SL 15,2. 3 $1 50,18-19. 356 SANTO AGOstINNo de se pensar que foram desejados pelo mesmo Deus ou aceitaveis em nés, ao invés daquilo que neles se sinaliza. we Por isto se diz em outra passagem de um salmo: “Se tivesse fo. me, eu nao te diria, pois meu é 0 orbe da terra com tudo o que tem; ‘acasc comerei carne de tcuros ou beberei sangue de cabri. tos?” Por outras palavras: ainda que me fossem_necessétias estas coisas no as pediria a ti pois estfio em meu poder. Em seguida, acres. centando o que elas significavam, diz: “imcla a Deus um sactificio de louvor, cumpre teus votos para com o Altissimo ¢ invoca-me no dia do perigo: eu te livrarei e tu me glorificards” 7. Também se 1é em outro profeta: “Com que me apresentarei a Senhcr, inclinando-me ao Deus do céu? Apresentar-me-ei com holo- caustos, com bezertos criados? Aceitaré o Senhor um milhar de car neitos ou dez mil medidas de dleo? sactificarthe-ei pela minha culpa © meu primogénito, o fruto de minhas entranhas por meus préprios pecados? Jé te foi dito, 6 homem, o que convém, 0 que o Senhor reclama de ti: que pratiques a justica, que ames a bondade, e que an- des com humildade diante do teu Deus” §, Nestas palavras do pro- feta estio bem distintas e separadas duas coisas: Deus nio exige aque- les sactificios por si mesmes, exige os sacrificios que eles expressam, Igualmente na carta aos hebreus esté escrito: “Nao negligencieis a beneficiéncia ¢ a liberalidade, porque de tais sacrificios é que Deus se agrada”’. Daf se tem que naquele texto: “quero a misericérdia antes que o sacrificio” ", deve-se entender a preferéncia de Deus, de uum sactificio sobre outro — pois o que todos chamam sactificio € 0 sinal co verdadeito sacrificio, A misericdrdia € um verdadeito st crificio; por isto se disse o que citamos hé pouco: “de tais saci & que Deus se agrada”, : aaa Todas as prescrigdes divinas, Pottanto, e ta lem a respeito dos sactificios no ministério elo tal plo, tendem a significar o amor de Deus e do f mandamentos dependem a Lei ¢ os. 526 527 Assim, Pois, o verdadeiro -nos a Deus em santa alianca, que pode fazer-nos verdader, DA “CIDADE DE pEus” cérdia com que se vem fl pa O sacrificio, mesmo se feitg =; i divina: tal & 0 ‘significed id es ieee pélavra, Donde, o proprio e oferecido a Beus, no sentis c lo de que morre para o mundo. a fim de viver para Deus’ é sacrifide, yt neP io. Com cfeito, também i a mised de cada un ancora amb eo pees compadece-te de tua alma fazendo-a agradével » Deus” Tgualmente € sactificio o castigo que infligimos a nosso corpo ela temperanga se, como devemcs, o fazemos por cause de Deve Him de nao usar de nossos membros como armas da iniquidade pa te 0 pecado, mas como de armas de justiga para Deus. E ao que nos exorta o Apéstolo: “exortc-vos, irmaos, na compaixaéo de Deus, @ que oferecais vossos corpos como sactificio vivo, consagrado, agra. dével a Deus, como vesso culto auténtico”™. Se o corpo, de que se serve a alma como de um ministrante ou instrumento, quando bem usado e em referéncia a Deus, é sacrificio, quanto mais nao 0 serd a prépria alma, na medida em que se relaciona a Deus, desejando ver acesa no fogo do amor sua cobica do mundo, desejando ser refor- mada a imagem do Imutével, tornada agradével 2 Deus porquanto iluminada por sua formosura? Acrescenta isto mesmo o Apéstolo lego a seguir: “e nao queirais conformar-vos a este mundo, mas reformai-vos por uma nova mentalidade, a fim de serdes capazes de discernir qual seja a vontade de Deus, 0 que seja bom, conveniente ¢ erfeito” 2 iserit se Os verdadeiros sactificios so, portanto, as obras de misericér- ‘= mesmos, s¢ja para com o préximo; obras de dia, seja para com né seja para com 0. prdx as de miserierdia que nao tém outza finalidade além de livrar-nos da mi- sétia e fazer-nos felizes, Isto nia se consesut a stat em, d i di i i © 1800 a7 ls +e 3 ual fl dio; “para mio (ee relma, ou et @ ne ap aqui resulta qu ei ee D 2a gacio ¢ seciedade dos santos, se gies aoe universal por meio do grande Sassi’ ies a ofereceu a si mesmo pct Do ie to fr 4 mos membros de tal Cabesa,. eel dor, nela é sacerdote, nel Por isto exortou-nos | corpos como sactiffcio vivo, coe nosso culto auténtico, ¢ 4 2a? ate sim a ir-nos reformando por w! a trar-nos qual é a vontade d¢ 2B Eclo 30,24. 4 Rm 121” 9 Rm 12,2. 6 $1 72,28. ar SANTO AGOSTINHO © agradavel, j4 que o sacriffcio total somos nés mesmos, acrescenta: “Em virtude do dom que recebi, digo a cada um de vés, que nio se tenha por mais do que deve ter-se, ¢ sim que se considere com moderagio, segundo a medida de fé que Deus distribuiu a cada qual, Porque no corpo, sendo um, hd muitcs membros e chem todos tém a mesma funcao; assim também nds, embora muitcs, formamos, unidos a Cristo, um sé corpo, e em relacio aos demais cada qual € membro, mas com dons diferentes, segundo a graca que Deus nos concedeu” ”, E este o sacrificio dos cristéos: “unidos a Cristo, for- mamos um sé corpo”. Este é 0 sacramento do altar, tao conhecido dos figis, que a Igreja celebra assiduamente, e no qual se manifesta a si como cferecida, naquilo mesmo que oferece. “A CIDADE DE DEUS” (L. XIV, cap, 28: PLL. 41, 436) As duas cidades 529 Dois amores construiram duas cidades: 0 amor até o desprezo de Deus construiu a cidade terrestre, Deus até o desprezo de si mesmo, a cidade cell case em si, a outra no Senhot; uma busca a homens, a outra no testemunho da censciéncia: fronte erguida, com soberba, na embriaguez d a outra diz a Deus: — “Wés sois a mink ’ Numa, os chefes. sio_dominados stiditos, na cutra os chefes e os stidi aguees pela sua paternal administra ima lisonjeia-se na pessoa d rc a outta diz a Deus: By ype ectoees a minha forga” ? oa Também os sdbios da cidade terrest mens, nfo procuram senio os bens do ambos 0 mesmo tempo, Se. glans, °° renderam a honra eas ho; desvairaram na vaidade do na cegueira proclamando-se sébicg hse samente na sua sabedoria, “tears on do homem corruptivel ea finn a honra que sé adorar os {dolos, menagens: S seus a Deus pette » ou cles prépri 17 Rm 12,36, ; 2 SI 3,4, a ae vid. 22. Bow. 2 3 4 gi “A CIDADE DE pEuUs” soberano da criatura i 0 1 ‘a 20 culto vi sees don gas do Criador, bendito para sempre nos Na cidade s ee Bee ae a pn nao hd sabedoria que nio 20s verdadei Pensa na sociedade dos. santcs, compost ue, Petando a recom- : c S, composta ni de a Ba a S sta nao apenas de homens, n de anjes, “para que Deus scja toto eos é “A CIDADE DE DEUS” (liv. XIX, 13: PL. 41, 640) A paz: “ordinata concordia” A paz do corpo é a ordem harmoniosa de suas partes. A paz da 530 alma istacional € a calma ordenada dos apetites, “A paz da alma racional € © consentimento ordenado entre pensamento ¢ acio. A paz entre a alma e o corpo é vida ordenada e a satide no ser vivente. A paz do homem mortal com Deus é a obediéncia ordenada na fé sob a lei eterna, A paz entre os homens é a concérdia bem ordenada. A paz da casa € a concérdia ordenada dos habitantes, no comandar © no obedecer. A paz de uma cidade € a concérdia bem ordenada dos cidaddos no comandar e no obedecer. A paz da cidade celeste € a sociedade perfeitamente ordenada e perfeitamente harmoniosa no gozo da presenga de Deus € no gozo reciproco.em Deus. A paz a das as coisas é a tranqiiilidade da ordem. ‘A ordem éa Sere 4 seres iguais e desiguais, com um lugar prdprio assindlado para cada um. Trecho da CARTA nf 189, an ifacio, um m) dirigida a Bonifcio, 6 A guerra ¢ @ pat har, pense primeiro que 531 armas re ita mancina, THO pensas je Deus. peas. E necessétio guatdar Quando “pean ae a prépria forca fisica contra a Boe de um dom de Deus ; com quem se esté_em 0 inimigo bate! Deve a f& prometida, mesmo Paes attra Ror ae ; a, pata que Deus guerra: quanto mais Pee ~ constrangido is rea teciea : juan erve No) se querer-se a paz, q! imento € nos cons ral \quistar a nos livre do constrangi as faz-se a BU para con ; mi @ paz para provocar a guetta, 5 Ibid. 25. 6 1Cor 15,26. yg SANTO. A 8 la por que ‘fi erra, e vela por que a tug yi, paz. Sé, pois, pacifico, rman pated Vitérig eve os trotas ao bem da paz, 2 eg i em GE eo Sh, ome chamados filhos de Deus” '. Se a paz bomen eee oe cidade temporal dos mortais, rear ortantD,. pi pe diving i e anjos! , » Pi felicidade eterna dos anjos! no por vontade, que abatas o inimigo na juts. & asim como a violéncia ao adversdrio que se eee ane ee ea sed usar de miserieérdia para com o vencido € 0 p , Daa mente se isso ndo compromete a paz. z AO EV. DE S. JOAO (tract. XXIV) DO COMENTARIO \PL. 33, 15925) A linguagem dos milagres 532 Os milagres realizados por Nosso Senhor Jesus Cristo. sfo obra divinas e convidam o espirito humano a elevar-se das coisas vist. veis ac conhecimentc de Deus. E como Deus nao é de natures, que possa ser visto pelos olhos do corpo; e como, de outro lado, o milagres que ele realiza ao governar e administrar a Criacao, tam-se téo comuns pela sua freqiiéncia, que ninguém presta a a admirével e espantosa agio de Deus na menor semente, vourse, em sua misericérdia, a realizacio de certos fatos, tos oportunos, fora do curso habitual da natureza, As passam a ficar admirados, presenciando fatos maiores do que 0s que se consideran duidade co Quem sustenta ainda que, a partir de poucas semer uma operacio divina, A i sulta a produgio das Alaa moltiplicou o$ cinco pies,” 533 Nas macs de Cristo es certo “modo, sementes. multiplica a8 por aqi COMENTARIO AO. EVANGELHO pp SAO JOR 0 Mas nfo € a tni 361 Fi nica cois, de Cristo. Pergunte Bue devemos consid i Caan ‘guntemos aos Ptéprios mila lerar nos milagres le Cristo: se soubermes oo milagres © que eles nos dizem linguagem. ™Preendé-los, veremos que eles tem a can isto € 0 Verbo nés ura palavra, de Deus, e todo ato tealizado pelo Verbo é para a notames, pela Fo fei milagre, a multiplcagag ae feita_no evangelho, a grandeza deste fundeza. Nao nos deleitemo: Paes. Investiguemos agora a sua pro- feto, perscrutemos seu sepre ‘ apenas com a aparéncia exterior do coisa de intimo, Bredo, pois o fato externo tem alguma snnein TOS: COmtemplamos, alguma coisa de grande, de sublime, ¢ de intergmente divino, pois sé Deus 0 pode realizar, ¢ enti’ pula consideracdo da cbra, ‘somos levados a louvar 0 autor. Se vissemos, em qualquer parte, uma carta muito bem escrita, nao nos bastaria elo- giat © copista que desenhou as letras com tanta beleza ¢ perfei¢io, mas deverfamos ler 0 que elas exprimem. Da. mesma fora, quem observa o fato, agrada-se com sua beleza, e admira seu autor; mas quem compreende o sentido faz por assim dizer a sua leitura. Uma coisa € ver uma pintura, contentar-se com ver ¢ louvar esse trabalho. Jé 0 mesmo nao se dé com uma carta, pois somos convidados a ler © que ela diz. Quando vés uma carta e no a sabes ler, perguntas: “que estd escrito aqui?” Jé vés algo, e tcdavia ainda perguntas. E aquele a quem pedes o entendimento do que vés te mostrard algo mais, Ele tem um poder de visio, tu tens outro. Seré que nao vés como ele os caracteres? E, no entanto, nao conheces como ele i sinais, Vés e admiras; ele vé, admira e compreende..._ DO COMENTARIO AO EVANGELHO DE SAO | | 35) 19514853), “Nao vds me escolbestes, ¢ ando nao tin antes, ser humilde pecadcres” 7? Nao, Nem sequer Bt Thidos. Se_nds excolneseiy escolhia. Ele disse, porém: que foi “a sua misericérdi SANTO AGostiNgeg Por af se vé quanto é destitufda a eee de racio, A sciéncia de Deus contra a gragg cinar dos que defend Pthidos “antes da. constitu do: mp i fomos esi a . Bes Dae ta ue, de oto a tle mesmo nos haveria de fazer bens. Ora, no isto © que diz dl quando diz: “Nio fostes vés que me escolhestes”. Senos tivesse es colhido porque previra que haviamos de ser, bons, teria igualmente previsto que nés primeiramente o havfamos de escolher. Nao podia. mos ser bons de outro modo: a nao ser que se chamasse bom m nao escolheu o bem. " se Que escolheu cle nos gue no so bons? Nao foram escolhids por terem sido bons. Nunca seriam bons se n&o tivessem sido esco. lhidos. Se sustentarmos que j4 havia méritos, a graga j4 nao seria graca. : di « ‘A escolha é cbra da graca, como diz o Apéstolo: “no te presente subsiste um resto, por causa da escolha da graca” *, E acres. centa: “se isto foi pela graca, nao foi pelas obras; de cutra sorte, a graca jd nfo seria graca”. Ouve-me, 6 ingratc, ouve-me! “Nao fostes vés que me esco- Ihestes, mas eu que vos escolhi”. Nao tens razdo para dizer: fui escolhido porque j4 acreditava. Se acreditavas nele, j4 o tinhas es cclhido. Mas ouve: “Nao fostes vés que me escolhestes”. Nao tens tazdo_ para dizer: antes de acreditar, jd realizava boas acées, e pot isso fui escolhide. Se 0 Apdstolo diz: “o que nao procede da f é pecado” ®, que cbras boas podem existir anteriores 4 £62 Ao ouvit dizer: “Nao fostes vés que me escolhestes”, que devemos pet Que éramos maus e fomcs escolhidos pata nos tornarmos pela graga de quem nos escolheu, A gtaca nao teria raza ser se os méritos a precedessem, Mas a graca é gtaca. Nao mérites, foi a causa dos méritos. Vede, carissimos nao escolhe os bons mas escolhe para fazer Eu vos escolhi e vos constitus para frutos, e 0 vosso fruto permaneca” 7. 535 Refetira-se a esse fruto quando deis fazer”, Escolheu, Pe Eo ioe 362 zirmos fruto, set de nossa eleicac, “Py ra produzir. Ele Pid 1 Pata, que vamos, E para que voss des ao Pai em men Si Ele mesmo seté o nosso fruto. O ee Pod abundancia, mas pelo ome do Filh, adm nos, tudo o que pedi n ) ° ae) no-lo concederé o Pai, Nao Pamela @ do Salvador. $6 podemos pedir em nome ‘a salvacao, Constituiu-nos em situa amarmos mutuamente. Nu: a sua coopetacao, assit 40 de produzirmos fruto, isto é, de nos 536 a ance poderfamos produzir este fruto sem ae i 10 Os ramo: i a videira. A caridade, portanto, tal ant “ae a my odie sem cida de um coracio puro, da boa consciéncia e da fé nao fingida” éo nosso frute. E com ela que nos amamos uns acs outros e que amamos a Deus. Nunca pederfamos amar-nos mutuamente com verdadeito amor se nfo améssemos a Deus. Ama o préximo como a si mesmo aquele que ama a Deus. Se nao ama a Deus nio se ama a si mesmo. “Nestes dois mandamentos se compendiam toda a Lei e os Profetas” °. E este nosso fruto, e o Senhor nos deu um preceito quanto a este fruto ao dizer-nos: “o que vos mando é isto: que vos ameis uns aos outros” ". Quando o apdstclo Paulo queria recomendar os frutos do Espirito em oposigaéo as obras da carne colocou em primeiro lugar, a maneira de cabeca, este: “o ftutns do Espirito és 2 ae af depois enumerou os demais, nascidos ¢ intimamen i bepa: “a alegria, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fé, a mansidao e a continéncia” ” nash Como pode alegrar-se Cann de onde procede a alegria? Como com aquele a quem. verdadeiramente sé rar no bem com longanimided ee Quem pede ser benigno se nao pode ser bom se nao se '0 pode ter uma fé efetiva’s panhe de obras? nfo sao proveitosos sem os cutros bens, 9 1Tm 15. 10 Mt 22,40. M Jo 15,17. 2 GI 5,22. SANTO AGosry 364 nit DESTINACAO DOS SANTOS ‘ = 10 ¢ 15: PL. 44, 974s. 981s) A diferenca entre a predestinagio e a graga 537 Entre a graca ¢ a predestinacdo existe unicamente esta diferen. Ga: que a predestinagéo é uma preparagdo para a graca, e a graca é jd a doacio efetiva da predestinacdo oe ‘ E assim, 0 que diz ¢ Apéstolo: “(a salvagio) nfo provém das obras, pata que ninguém se vanglctie; pois somos todos cbra de Deus, criados no Cristo Jesus para realizar boas obras”! significa a graca; mas o que segue: “as quais Deus de antemio dispés para ca- minharmos nelas”, significa a predestinagao, que nao se pode dar sem a presciéncia, por mais que a presciéncia possa existir sem a predes- tinagio. Fela predestinagac Deus teve presciéncia das coisas que have: tia de realizar; por isto foi dito: “Ele fez o que ia ser”, Mas a presciéncia pode versar também scbre as coisas que Deus nao faz, como 0 pecado — de qualquer espécie que seja. Embora haja pecados que sao castigos de outros pecados, conforme fci dito: “entregou-os Deus a uma mentalidade depravada, para que fizessem o que nio nvinha” *, néo hé nisto pecado per parte de Deus, mas justo juizo, Fortanto, a predestinacio divina, que versa sobre 0 que € Le Cunt Pieparacio para a graca, como jé disse, sendo que a graga é si RO que se tefere 40 cul © que Thes man prometeu; de € nao dk ‘A PREDESTINAGRO Dos santos 365 ptega o verbo “predizer” ou “pré- € poderoso para predizer e pré-conhe- Poderoso para realizar”, € portanto, promessa”‘. O Apéstolo no em vconhecer” (na verdade Deus ¢ cer as coisas), mas ele ae nao obras alheias, mas suas’ Pois bem; porventura » cendéncia haveria as boas dbo liza, sem prometer também homens? E entao Ele teria ti cia”? Nao € certamen prometeu_a Abraao filhos, ¢ nho da fé: isto o afitme rometeu Deus a Abrafio que em sua des- ‘as dos povos, como coisa que Ele rea- a £€ — como se esta fosse obra dos ido, quanto a essa fé, apenas “prescién- te © que diz o Apéstclo, mas sim que Deus s quais seguiriam suas pisadas no cami- clarissimamente, Jesus Cristo, exemplar supremo da predestinagio O mais ilustre exemplar da predestinagio e da graca é o préprio 538 Salvador, do mundo, mediador’ entre Deus © os homens,” Jesus Cristo. Pois para chegar a ser tudo isto, com que méritos antetiores — seja de obras, seja de f€ — péde contar a natureza humana que nele reside? Peco que me respondam: aquele homem? que foi assumido, em unidade de pessoa, pelo Verbo cceterno com o Pai, para ser Filho Unigénito de Deus, de onde mereceu isto? Houve algum mérito que tivesse ocorrido antes? Que fez ele, que creu, que pe- diu previamente para chegar a tal inefavel exceléncia? Nao foi acaso pela virtude e assungio do mesmo Verbo que aquele homem, desde que comecou a existir, comesou a ser Filho vinico de Deus? Nao foi acaso o Filho tinico de Deus aquele que a mulher, cheia de graca, concebeu? Nao foi o tinico Filho de Deus quem nasceu da Virgem Maria, por obra do Espirito Santo, sem a concupiscéncia da carne © por graca singular de Deus? Acaso se péde temer que aquele homem chegasse a pecar, quando, crescesse na idade ¢ usasse, o_livre arbitrio? Acaso carecia de vontade livre ou nao era esta tanto mais livre, nele, quanto mais impossivel que estivesse sujeita 20 pe cado? Todos estes dons, sin # que se possam dizer, em plena ea maneira singular, nele, a nossa Le quaisquer merecimentos Deus ed Tnterpele entao algu' val sou assim?” E se, ouvingo,@ © ta pedires contas a Dew srk Sea SANTO 4 Xs og ame ten, : ancia: “por que ougo_ homem — impradencte ie eseutando, isto & hei de ser 0 mesmo gue sone a “falando — por que nao hel perfeito! E por ; Fela one ‘Deus ele € tio grande sal? Certamente, nao alee a Fela graga 7 atureza € 1g! £ i a) diferente» e6 sc oas? quem setia 0 louco, jé nem digo g us acepgao > Ss, naquele que é n sso Figue manifesta, portanto, pare rrnide nae todos os aca ca, a propria fonte da grasa ofa am. Tal € a graca, pela qual se bres, conforme a medida de mento em que principia a crer, cer; @ cristo un homem deem unido. a0, Verbo, desde 0 primeing mesma pela qual o hom js i \ifesto que mento seu, foi feito Jesus cee quan Cele nad Baa ee ao ee a do mesmo Espirito Santo, Por ra de quem cada 7 3 quem se verifcau isensio de ieee ee homem © por quem ifi és a remi B ic HS ALT eld se a a E esta a predestinagio dos santos, que se manifesta de modo mais eminente no Santo dos santos; quem poderia negé-lo, dentre os que en. tendem retamente os ensinamentos da verdade? Pcis sabemos que também o Senhot da glétia foi predestinado, enquanto homem op nado Filho de Deus. Preclamao 0 Doutor das Gentes no comegp de. suas epistclas: “Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado pata se apdstolo, escolhido para o Evangelho de Deus, que Ele de antemio havia prometido por meio dos profetas, nas santas Escrituras, acerca de seu Filho, 0 que nasceu da estirpe de Davi segundo a carne e fo senstituido Filho de Deus, podetoso segundo o. Espirito de s dade desde sua ressurrei¢io entre os mottos”, Jesus foi, predestinado: aquele que segundo a carne haveria de ser Davi seria também Filho de Deus poderoso, segundo o Es; santificagio — pois nasceu do Espirito Santo 540 Vemos as vezes -lhe seus Préstimos, Eis tem de posses tem de 9 Cl 3,25, wg Rin ti, DO CCMENTARIO AO sarmo 125 roupa para . 367 pobre, mais aed resftiar-se, adoecer, morrer... Chega um mola ao tico. Prepatado. Ajuda o rico a atravessar, faz es- Portanto, nj ; dinheito. Obce Wee ca considerem Pobres somente os que nfo tém sob outro aspecto © po um em que € pobre, porque talvez seja rico com teus bragos e a Ssa prestar ajuda. Talvez possas ajudar alguém Aquele 14 precisa de qn’® 40 sue se 0 ajudasses com teu dinheiro. € um conselho e tu sabes dé-lo; nisto ele € po- bre e és rico, i » € ent a ¢ fazthe tua’ cena a nada tens a perder: dé-lhe um bom conselho Neste momento, irma: ; Fi » itmfos, enquant i 7 digos diante de Da quanto falo convosco, sois como men. us nos da, . 7 mos dele, o tinico rico. , € nds damos a vés; todos recebe- en posoest © corpo de Cristo, assim se entrelacam seus 1 na caridade € no vinculo da paz: quando alguém Possui ¢ sabe dar a quem nao possui. No que tens, é& rico; e é pobre quem no tem o mesmo. Amai-vos pois, e quereivos bem. Nao cuideis apenas de vés, pensai nos precisados que vos rodeiam. E embora isto acarrete fadigas e softimentos, nesta vida, nao percais a coragem: semeai nas Idgrimas, colhereis na alegria. Pois nio é assim, irmaos meus? O agricultor, quando lavra a terra e pde as sementes, nao esté as vezes receoso do vento frio ou da chuva? Olha o céu e o vé ameacador, treme de frio, mas vai em frente ¢ semeia, para nao acontecer que, esperando um dia sereno, passe o tempo e j4 nao possa semear. Nao adieis vossas boas obras, irmaos! Semeai no inverno, semeai boas obras mesmo quando chorais, pois “quem semeia nas légrimas, colhe na alegria” *. a > “ed, stile “inttott Och oati leq °uobid ot style’ opetns ae, AGS 1 SI 125,5.

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