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1- Conceito:
Legal:
- O artigo 19 da Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991 conceitua como acidente do trabalho "aquele
que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos
segurados especiais, provocando, direta ou indiretamente, lesão corporal, doença ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para
o trabalho".
-Prevencionista:
- Do ponto de vista prevencionista, entretanto, essa definição não é satisfatória, pois o acidente é
definido em função de suas conseqüências sobre o homem, ou seja, as lesões, perturbações ou
doenças.
Visando a sua prevenção, o acidente, que interfere na produção, deve ser definido como "qualquer
ocorrência que interfere no andamento normal do trabalho", pois além do homem, podem ser
envolvidos nos acidentes, outros fatores de produção, como máquinas, ferramentas, equipamentos
e tempo.
- Tipos de acidentes:
Considera-se acidente do trabalho quando uma das situações abaixo é verificada:
1- doença profissional, ou seja, aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho
peculiar a determinada atividade e constante de relação elaborada pelo MPAS;
2- doença do trabalho, ou seja, aquela adquirida ou desencadeada em função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante de relação
do MPAS;
3- equiparam-se também ao acidente do trabalho, segundo a Lei n.º 8213/91:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou
produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
2- Fatores de acidentes
Agente da lesão é aquilo que, em contato com a pessoa determina a lesão. Pode ser por exemplo
um dos muitos materiais com características agressivas, uma ferramenta, a ponta de uma máquina.
A lesão e o local da lesão no corpo, é o ponto inicial para identificarmos o agente da lesão.
Convém observar qual a característica do agente que causou a lesão. Alguns agentes são
essencialmente agressivos, como os ácidos e outros produtos químicos, a corrente elétrica, etc.,
basta um leve contato para ocorrer a lesão. Outros determinam ferimentos por atritos mais
acentuados, por batidas contra a pessoa ou da pessoa contra eles, por prensamento, queda, etc. Por
exemplo: a dureza de um material não é essencialmente agressiva, mas determina sempre alguma
lesão quando entra em contato mais ou menos violento com a pessoa. O mesmo se pode dizer do
peso de objetos; o peso, em si, não constitui agressividade, mas é um fator que aliado à dureza do
objeto, determina ferimentos ao cair sobre as pessoas.
Condição insegura:
Condição insegura em um local de trabalho são as falhas físicas que comprometem a segurança do
trabalhador, em outras palavras, as falhas, defeitos, irregularidades técnicas, carência de
dispositivos de segurança e outros, que põem em risco a integridade física e/ou a saúde das
pessoas, e a própria segurança das instalações e dos equipamentos.
Nós não devemos confundir a condição insegura com os riscos inerentes a certas operações
industriais. Por exemplo: a corrente elétrica é um risco inerente aos trabalhos que envolvem
eletricidade, ou instalações elétricas; a eletricidade, no entanto, não pode ser considerada uma
condição insegura, por ser perigo Sa. Insta1ações mal feitas ou improvisadas, fios expostos, etc.,
são condições inseguras; a energia elétrica em si, não.
A corrente elétrica, quando devidamente solada do contato com as pessoas, passa a ser um risco
controlado e não constitui uma condição insegura.
Apesar da condição insegura ser possível de neutralização ou correção, ela tem sido considerada
responsável por 16% dos acidentes. Exemplos de condições inseguras:
proteção mecânica inadequada;
Condição defeituosa do equipamento (grosseiro, cortante, escorregadio, corroído, fraturado,
qualidade inferior, etc.), escadas, pisos, tubulações (encanamentos); - Projeto ou construções
inseguras;
Processos, operações ou disposições (arranjos) perigosos (empilhamento perigoso, armazenagem,
passagens obstruídas, sobrecarga sobre o piso, congestionamento de maquinaria e operadores,
etc.);
Iluminação inadequada ou incorreta;
Ventilação inadequada ou incorreta.
Ato inseguro:
Acidente-tipo:
A expressão "Acidente-tipo" está consagrada na prática para definir a maneira como as pessoas
sofrem a lesão, isto é, como se dá o contato entre a pessoa e o agente lesivo, seja este contato
violento ou não.
Devemos lembrar que a boa compreensão do Acidente-tipo, nos facilitará a identificação dos atos
inseguros e condições inseguras.
A classificação usual estabelece os seguintes acidentes-tipo:
*Batida contra..: a pessoa bate o corpo ou parte do corpo contra obstáculos. Isto ocorre com mais
freqüência nos movimentos bruscos, descoordenados ou imprevistos, quando predomina o ato
inseguro ou, mesmo nos movimentos normais, quando há condições inseguras, tais como coisas
fora do lugar, má arrumação, pouco espaço, etc.
Batida por...: nestes casos a pessoa não bate contra, mas sofre batidas de objetos, pecas, etc. A
pessoa é ferida, às vezes, por colocar-se em lugar perigoso, ou por não usar equipamento adequado
de proteção e, outras vezes, por não haver protetores que isolem as partes perigosas dos
equipamentos ou que retenham nas fontes os estilhaços e outros elementos agressivos.
Queda de objetos: esses são os casos em que a pessoa é atingida por objetos que caem. Essas
quedas podem ocorrer das mãos, dos braços ou do ombro da pessoa, ou de qualquer lugar em que
esteja o objeto apoiado - geralmente mal apoiado.
Embora nesses casos a pessoa seja batida por, a classificação é à parte pois a ação do agente da
lesão é diferente das demais - queda pela ação da gravidade e não arremesso - e as medidas de
prevenção também são específicas.
Duas quedas se distinguem; a pessoa cai no mesmo nível em que se encontra ou em nível inferior.
Em alguns casos, para estudos mais acurados desdobra-se esse Acidente-tipo nos dois acima
citados. Porém, onde há pouca possibilidade de ocorrer quedas de níveis diferentes, esse
desdobramento é dispensável pois trará mais trabalho do que resultado compensador.
*Quedas da pessoa: a pessoa sofre lesão ao bater contra qualquer obstáculo, aparentemente como
no segundo Acidente-tipo, classificado como batida contra...0 acidente em si, isto é, a ocorrência
que leva a pessoa, nestes casos, a bater contra alguma coisa é específica, assim como o são
também os meios preventivos. A pessoa cai por escorregar ou por tropeçar, duas ocorrências quase
sempre, de condições inseguras evidentes, cai por se desequilibrar, pela quebra de escadas ou
andaimes e, muitas vezes simplesmente abuso do risco que sabe existir.
*Prensagem entre ..: é quando a pessoa tem uma parte do corpo prensada entre um objeto fixo e
um móvel ou entre dois objetos móveis. Ocorre com relativa freqüência devido a ato inseguro
praticado no manuseio de peças, embalagens, etc., e também devido ao fato de se colocar ou
descansar as mãos em pontos perigosos de equipamentos. A prevenção desse Acidente-tipo, assim
como dos dois exemplificados anteriormente, além de dispositivos de segurança dos
equipamentos, requer, dos trabalhadores, muitas instruções, treinamento e responsabilidades no
que diz respeito às regras de segurança.
*Esforço excessivo ou "mau jeito ": nesses casos a pessoa não é atingida por determinado agente
lesivo; lesões com distensão lombar, lesões na espinha, etc., decorrem da má posição do corpo, do
movimento brusco em más condições, ou do super esforço empregado, principalmente na espinha
e região lombar. Muito se fala, se escreve e se orienta sobre os métodos corretos de levantar e
transportar manualmente volumes e materiais e, por mais que se tenha feito, sempre será
necessário renovar treinamentos e insistir nas práticas seguras para evitar esse Acidente-tipo.
*Exposição à temperaturas extremas: são os casos em que a pessoa se expõe à temperaturas muito
altas ou baixas, quer sejam ambientais ou radiantes, sofrendo as conseqüências de alguma lesão ou
mesmo de uma doença ocupacional. Prostração térmica, queimaduras por raios de solda elétrica e
outros efeitos lesivos imediatos, sem que a pessoa tenha tido contato direto com a fonte de
temperatura extrema, são exemplos desse Acidente-tipo.
*Contato com produtos químicos agressivos: a pessoa sofre lesão pela aspiração ou ingestão dos
produtos ou pelo simples contato da pele com os mesmos. Incluem-se também os contatos com
produtos que apenas causam efeitos alérgicos. São muitos os casos que ocorrem devido a falta ou
má condição de equipamentos destinados a manipulação segura dos produtos agressivos, ou à falta
de suficiente conhecimento de perigo, ou ainda, por confusão entre produtos. A falta de ventilação
adequada é responsável por muitas doenças ocupacionais causadas por produtos químicos.
*Contato com eletricidade: as lesões podem ser provocadas por contato direto com fios ou outros
pontos carregados de energia, ou com arco voltaico. O contato com a corrente elétrica, no trabalho,
sempre é perigoso. Os acidentes-tipo de contato com eletricidade são potencialmente mais graves,
pois, o risco de vida quase sempre está presente. Muitos casos ocorrem por erros ou falta de
proteção adequada, mas uma grande percentagem deve-se ao abuso e à negligência.
*Outros acidentes-tipo: como é fácil notar, alguns dos tipos relacionados agrupam acidentes
semelhantes mas que poderiam ser considerados, individualmente, um Acidente-tipo. E lícito um
desdobramento desde que seja vantajoso, para o estudo que se propõe efetuar, cujo objetivo deve
ser uma prevenção sempre mais positiva dos acidentes.
O tipo queda da pessoa poderá ser subdividido, como já foi explicado. Isto naturalmente será
vantajoso em empresas com trabalhos em vários níveis, como na construção civil.
Numa indústria química, certamente será útil desdobrar o tipo que se refere a contato com
produtos químicos agressivos; por outro lado, em outro gênero de indústria o resultado desse
desdobramento poderá não compensar. Num armazém de carga e descarga com muito trabalho
manual, poderá ser vantajoso subdividir o tipo esforço excessivo ou "mau jeito" e, numa empresa
de instalações elétricas certamente será vantajoso desdobrar o tipo contato com eletricidade.
Além dos citados, existem outros tipos menos comuns, que pela menor incidência não requerem
uma classificação específica. Eles podem ser identificados por não se enquadrarem em nenhum
dos acidentes-tipo aqui relacionados.
Mais uma vez, é bom lembrar que a classificação aqui proposta baseia-se na maneira pela qual a
pessoa sofre a lesão, ou entra em contato com o agente lesivo, e nada tem a ver com a ocorrência
física do ambiente - acidente-meio - e nem com o gênero ou extensão das lesões.
Um mesmo acidente-meio pode causar diferentes acidentes-tipo. Numa explosão, uma pessoa
poderá ser batida por algum estilhaço, outra poderá sofrer uma queda, outra ainda poderá ser
atingida por uma onda de calor. Portanto, o Acidente-tipo aqui referido está bem caracterizado,
desde a sua definição até à sua interpretação na prática.
A classificação será, eventualmente, um pouco difícil nos casos em que o acidente puder,
aparentemente, pertencer a dois tipos. Porém conhecendo-se bem os pontos mais importantes para
a classificação não haverá qualquer dificuldade. Por exemplo: uma pessoa recebe contra o corpo
respingos de ácido e sofre queimaduras; o Acidente-tipo é "contato com produto químico" e não
batida por. . . pois o que determinou a lesão não foi o impacto, mas sim a agressividade química do
agente. Uma pessoa recebe um choque que a faz cair e bater com a cabeça no chão; sofre um
ferimento; se o ferimento foi só devido a queda, o tipo é queda da pessoa se, eventualmente,
sofresse também lesão de origem elétrica teriam ocorrido dois acidentes-tipo e o caso deveria ser
assim registrado.
Em alguns casos, apesar de todo o cuidado, poderá restar alguma dúvida, pelo fato de a
classificação proposta ser apenas genérica. Porém, para ganhar tempo, ou melhor, para não
desperdiçar tempo em detalhes que podem não compensar o esforço e o tempo despendidos em
sua análise, é preferível optar pela generalidade e dentro dela dar a devida atenção aos fatos
específicos de destaque que possam servir para a conclusão geral do relatório - que é objetivo
visado - isto é, o que fazer para prevenir novas ocorrências.
É a característica mental ou física que ocasiona o ato inseguro e que em muitos casos, também
criam condições inseguras ou permitem que elas continuem existindo.
Na prática, a indicação do fator pessoal pode ser um tanto subjetiva, mas no cômputo geral das
investigações processadas, e para fim de estudo, essas indicações serão sempre úteis.
Os fatores pessoais mais predominantes são:
*atitude imprópria (desrespeito às instruções,
*má interpretação das normas,
*nervosismo,
*excesso de confiança,
*falta de conhecimento das práticas seguras
*incapacidade física para o trabalho.
3- Causas de Acidentes
Estudos técnicos, principalmente no campo da engenharia, são capazes de, com o tempo, eliminar
as condições inseguras. Quando se fala, porém, do elemento homem, apenas técnicas não são
suficientes para evitar uma falha nas suas atitudes.
Sob o ponto de vista prevencionista, causa de acidente é qualquer fator que, se removido a tempo
teria evitado o acidente. Os acidentes não são inevitáveis, não surgem por acaso, eles, na maioria
das vezes, são causados, e portanto possíveis de prevenção, através da eliminação a tempo de suas
causas. Estas podem decorrer de fatores pessoais (dependentes, portanto, do homem) ou materiais
(decorrentes das condições existentes nos locais de trabalho).
Vários autores, na analise de um acidente, consideram como causa do acidente o ato ou a condição
que originou a lesão, ou o dano. No nosso entendimento, devem ser analisadas todas as causas,
desde a mais remota, o que permitirá um adequado estudo e posterior neutralização ou eliminação
dos riscos.
4- Prevenção de Acidentes
- Tendo em vista que as causas de acidentes se devem a falhas humanas e falhas
materiais a prevenção de acidentes deve ser:
*a eliminação da pratica de atos inseguros
• a eliminação das condições inseguras
• a eliminação da pratica de atos inseguros
Os primeiros poderão ser eliminados inicialmente através de seleção proficional e
exames médicos adequados e posteriormente através da educação e treinamento e as
segundas , através de medidas de engenharia que garantam a remoção das condições
de insegurança no trabalho.
Nesse particular, convém lembrarmos da ``Regra EDE´´, relativa aos problemas de
segurança do trabalho:``E´´ engenharia, isto é, medidas que visam que os métodos de
trabalho seguro sejam devidamente observados; ``D´´ disciplina, isto é, medidas que
visam que os métodos de trabalho seguro sejam devidamente observados;deve
convencer a administração a corrigir as condições inseguras de trabalho reveladas pela
engenharia, instalar e subvencionar um programa de segurança, treinar os trabalhadores
,obter seu apoio para o programa e conquistar a cooperação de todos os supervisores.
``A segurança do trabalho não é somente um problema de pessoal, mas envolve uma
engenharia, um conhecimento de legislação específica, cujo sucesso é função direta da
habilidade de vencer o programa à gerencia e aos trabalhadores´´.
sem lesão;
lesão leve (acidente sem afastamento) ;
lesão incapacitante (acidente com afastamento).
Acidente :
Sem afastamento
Com afastamento
*incapacidade temporária
*incapacidade parcial
*incapacidade total.
Incapacidade temporária
É a perda total da capacidade de trabalho por um período limitado de tempo, nunca superior a um
ano. É aquela em que o acidentado, depois de algum tempo afastado do serviço, devido ao
acidente, volta ao mesmo serviço executando suas funções normalmente, como fazia antes do
acidente.
Incapacidade parcial
A comunicação de acidentes será tanto mais complexa quanto mais grave for a sua conseqüência.
Os acidentes que não ocasionam lesão (como a simples queda de um fardo de algodão da
respectiva pilha) tornam-se importantes pela possibilidade de que, no caso do exemplo citado,
havendo repetição do fato, o fardo pode atingir algum operário. De verão , portanto , ser estudadas
as causas dessa queda para evitar fatos semelhantes, acionando-se o encarregado do setor, o chefe
do departamento e o Serviço Especializado de Segurança do Trabalho, quando houver, ou então a
CIPA. No caso de um acidente sem afastamento, com uma lesão leve portanto, alem dos elementos
citados anteriormente também o enfermeiro ou médico será envolvido
Quando em virtude do acidente ocorre lesão ou perturbação; funcional que cause incapacidade
temporária total, incapacidade permanente parcial ou total, ou a morte do acidentado, as
providencias a serem tomadas quanto à sua comunicação no âmbito da empresa são:
A empresa deverá comunicar ao INSS, em, no máximo, vinte e quatro horas, da ocorrência do
acidente, através do preenchimento da ficha de Comunicação de Acidente do Trabalho.
Essa ficha (conhecida como CAT) solicita uma serie de informações, tais como:
Se doença profissional , quais os empregadores acometidos anteriormente nos ltimos dois anos.
Observações: O INSS exige duas testemunhas (CAT) oculares ou circunstanciais , e quando
ocorrer a morte do acidentado, deverá ser informada a autoridade policial.
O sistema de comunicação de acidentes, portanto, difere de acordo com as conseqüências.
- Importância
Qualquer acidente do trabalho acarreta prejuízos econômicos para o acidentado, para a empresa,
para a Nação. Se encararmos o acidente do ponto de vista prevencionista (não ha necessidade de
efeito lesivo ao trabalhador em virtude da ocorrência), a simples perda de tempo para normalizar a
situação já representa custo. Por exemplo, a queda de um fardo de algodão mal armazenado, em
princípio, teria como conseqüências:
a) O empregado encarregado da reamarzenagem despendera esforço para o trabalho, inclusive
passando novamente pelo risco inerente a atividade, desnecessário se a armazenagem inicial
tivesse sido corretamente feita;
Se, no exemplo anterior, um trabalhador for atingido pelo fardo e necessitar de um afastamento
temporário para recuperação, citamos como conseqüências
O custo total do acidente do trabalho pode ser em duas parcelas: o custo direto e o custo indireto,
ou seja:
C.T. = C.D.+ C.I.
O custo direto não tem relação com o acidente em si. É o custo do seguro de acidentes do trabalho
que o empregador deve pagar ao Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS, conforme
determina do no artigo 26 do decreto 2.173, de 05 de março de 1997. Essa contribuição é calculada
a partir do enquadramento da empresa em três níveis de risco de acidente do trabalho (riscos leve,
médios e graves) e da folha de pagamento de contribuição da empresa, da seguinte forma:
I – 1 % (um por cento) para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de
acidente do trabalho seja considerado leve;
II – 2 % (dois por cento) para a empresa em cuja atividade preponderante esse risco de acidente do
trabalho seja considerado médio;
III – 3 % (três por cento) para a empresa em cuja atividade preponderante esse risco de acidente do
trabalho seja considerado grave.
Conclusão
Pode-se notar, portanto, que o custo de acidentes envolve vários fatores de produção:
1o) pessoal
2o) maquinas e equipamentos;
3o) matéria-prima
4o) tempo;
5o) instalações.
Pessoal
Maquinas e equipamentos
Inclui ferramentas, carros de transporte diretamente ligados à produção, maquinas, que podem ser
danificados em caso de acidente, exigindo reparos, substituição de peças e serviço extra das
equipes de manutenção.
Matéria - prima
Compreende os três estágios, entrada, processamento e saída como produto acabado. Material
perecível, por exemplo, pode ser perdido em caso de parada repentina do processo em virtude de
um acidente.
Tempo
Invariavelmente, qualquer acidente acarreta, com perda de tempo, tanto na produção como na
mão-de-obra.
Instalações Gerais
7- Estatísticas de Acidentes
- Há diversos indicadores que podem ser construídos visando medir o risco no trabalho. A OIT
utiliza três indicadores para medir e comparar a periculosidade entre diferentes setores de
atividade econômica de um país (ILO, 1971): o índice de freqüência, o índice de gravidade e a
taxa de incidência.
Já a NBR nº 14.280/99, sugere a construção dos seguintes indicadores: taxas de freqüência (total,
com perda de tempo e sem perda de tempo de atividade), taxa de gravidade e medidas de avaliação
da gravidade (número médio de dias perdidos em conseqüência de incapacidade temporária total,
número médio de dias perdidos em conseqüência de incapacidade permanente, e tempo médio
computado). Vários estudos elaborados por especialistas sugerem, ainda, a adoção de um
indicador que permita avaliar o custo social dos acidentes do trabalho.
É importante ressaltar que a recomendação internacional é que, no cálculo dos indicadores, devem
ser incluídos os acidentados cuja ausência da atividade laborativa tenha sido igual ou superior a
uma jornada normal, além daqueles que exercem algum tipo de trabalho temporário ou informal,
situação em que o acidentado não se ausenta formalmente do trabalho, porém fica impedido de
executar sua atividade habitual.
Os indicadores de acidentes do trabalho, além de fornecerem indícios para a determinação de
níveis de risco por área profissional, são de grande importância para a avaliação das doenças
profissionais. Além disso são indispensáveis para a correta determinação de programas de
prevenção de acidentes e conseqüente melhoria das condições de trabalho no Brasil. Alguns
indicadores são de interesse especial para a área de saúde do trabalhador (tais como a taxa de
mortalidade e a taxa de letalidade). Outros são vitais para o estabelecimento de ações de controle
por parte do Ministério do Trabalho e Emprego (como, por exemplo, a incidência acumulada). O
objetivo deste trabalho é buscar um conjunto de indicadores que combine a freqüência e a
gravidade dos acidentes, bem como o custo gerado com o pagamento de benefícios pela
Previdência Social.
Desta forma, dentre uma série de indicadores sugeridos, três foram eleitos como básicos para
análise: índices de freqüência, gravidade e custo. A seguir é definida a conceituação e a
metodologia de cálculo adotada para cada um dos indicadores, considerando as peculiaridades dos
dados disponíveis sobre acidentes do trabalho no Brasil, e os objetivos de avaliação e controle dos
acidentes, e o reenquadramento das atividades econômicas por grau de risco.
O Índice de Freqüência (If) mede o número de acidentes que geraram algum tipo de benefício,
ocorridos para cada 1.000.000 de homens-horas trabalhadas, podendo ser escrito como,
(1)
onde HHT representa o número total de homens-horas trabalhadas, sendo calculado pelo
somatório das horas de trabalho de cada pessoa exposta ao risco de se acidentar, aproximado pelo
produto entre o número de trabalhadores, jornada de trabalho diária, e número de dias trabalhados
no período em estudo, ou seja
O número de trabalhadores é obtido a partir do número médio de vínculos no ano. Desta forma,
pessoas que mantiveram o vínculo empregatício ao longo dos 12 meses do ano, contribuem com
uma unidade na média, enquanto que aquelas que trabalharam apenas uma quantidade y de meses,
contribuem com y/12 unidades na média, garantindo a correta mensuração de exposição ao risco.
A informação de número de dias trabalhados no período considerado deve ser estimada. Foi
utilizada uma média de 22 dias úteis como estimativa de dias trabalhados por mês. Como o
período de análise considerado é anual, o total de dias trabalhados adotado foi de 264, ou seja, 12
meses no ano * 22 dias por mês = 264 dias.
O numerador do índice inclui apenas os acidentes do trabalho que geraram algum tipo de benefício
previdenciário (aposentadoria por invalidez, auxílio-doença, auxílio-acidente e pensão por morte),
a fim de não penalizar as empresas com boa declaração de sinistralidades, e favorecer aquelas que
só declaram os acidentes mais graves (os quais, obrigatoriamente, envolvem a necessidade de
registro oficial). Se o numerador considerasse todos os acidentes registrados, empresas com grande
número de notificações apresentariam resultados mais elevados, ainda que não causassem ônus
para o sistema previdenciário.
O Índice de Gravidade (Ig) mede a intensidade de cada acidente ocorrido, a partir da duração do
afastamento do trabalho, permitindo obter uma indicação da perda laborativa devido à
incapacidade, sendo dado por
(2)
Segundo a OIT, esse indicador deve ser multiplicado por 1.000 (ILO, 1971), tal como apresentado
acima. A NBR 14.280/99, por outro lado, recomenda a multiplicação por 1.000.000. A
metodologia sugerida pela OIT foi a adotada, por gerar índices de gravidade da mesma ordem de
grandeza que os índices de freqüência.
É recomendado que no numerador sejam computados os dias perdidos em função de todos os
acidentes ocorridos no período, incluindo os afastamentos por menos de 15 dias e o tempo de
permanência como beneficiário de auxílio-doença. Além disso, devem ser computados os dias
perdidos em função de acidentes que causaram a morte, a incapacidade total permanente e a
incapacidade parcial permanente. Neste último caso, o cálculo do número de dias perdidos deve
seguir normas preestabelecias.
Segundo a 6a Conferência Internacional de Estatísticas do Trabalho, realizada em 1947, cada
acidente que resultasse na morte ou na incapacidade total permanente deveria ser computado como
7.500 dias de trabalho perdidos. Entretanto, o cálculo desse índice não era feito uniformemente.
Cada país utilizava um fator para cálculo dos dias perdidos. Desta forma, a 10a Conferência
Internacional de Estatísticas do Trabalho determinou que futuras pesquisas deveriam ser
elaboradas a fim de fixar um parâmetro para uso internacional (ILO, 1971).
A NBR 14.280/99, determina que cada ocorrência de morte ou incapacidade permanente total seja
computada como equivalente a 6.000 dias de trabalho perdidos. Este é o critério adotado pela
grande maioria dos países, tal como propõe o American National Standards Institute, e foi o
critério aqui considerado na metodologia de cálculo do índice de gravidade. É importante destacar,
entretanto, que esse valor foi obtido a partir de uma estimativa conjunta entre duas variáveis: idade
ao se acidentar e expectativa média de vida. Com a recente queda da mortalidade verificada na
população, e os conseqüentes ganhos na expectativa de vida, poderia ser avaliada, em um futuro
próximo, a possibilidade de revisão desse valor.
Em caso de incapacidade parcial permanente, os dias a debitar, segundo a NBR 14.280/99, devem
obedecer a critérios pré-definidos conforme a parte do corpo atingida, ainda que o número de dias
realmente perdidos seja maior ou menor do que o número de dias a debitar, ou até mesmo quando
não haja dias perdidos. Entretanto, a contabilização das causas da incapacidade parcial
permanente, com o nível de detalhe proposto pela NBR 14.280/99, demandaria tabulações
extremamente complexas. Por outro lado, a escolha a priori de um valor médio a ser atribuído para
todos os casos de incapacidade parcial permanente poderia gerar distorções. O ideal seria a
elaboração de um estudo que subsidiasse essa escolha.
Uma tentativa foi feita utilizando dados do estado de Santa Catarina, uma vez que este dispõe de
um sistema próprio para controle das CAT’s, armazenando informações sobre a natureza da lesão
e a parte do corpo lesionada (DATAPREV, 1998). Foi constatado que, como não estava disponível
a informação detalhada sobre membros amputados (por exemplo, qual o dedo e em que altura foi
amputado) ou a perturbação funcional ocasionados pelo acidente, a atribuição de um valor médio
não é uma questão trivial (DATAPREV, 1998). O ideal seria melhorar a forma de coleta e
armazenamento das informações, de tal forma que a correta associação entre lesão e dias perdidos
pudesse ser feita. Como os dados disponíveis não permitem tal associação, foi adotado um total de
2.500 dias perdidos para os casos de incapacidade parcial permanente.
Resumindo, para as ocorrências de aposentadorias por invalidez e pensões por morte o total de
dias perdidos foi calculado como o produto entre a quantidade de concessões desses benefícios e a
constante 6.000. No caso dos auxílios-acidente, em que a determinação dos dias perdidos depende
do tipo de lesão sofrida pelo segurado, foi adotada uma média de 2.500 dias. Ou seja, o total de
dias perdidos foi calculado como o produto entre a quantidade de concessões de auxílios-acidente
e a constante 2.500. Finalmente, para as ocorrências de auxílios-doença três parcelas devem ser
consideradas:
Número de dias perdidos desde a data de ocorrência do acidente até a concessão do auxílio-
doença. Obtido pela diferença entre a data de início do benefício – DIB e a data de ocorrência do
acidente, no caso de acidentes ocorridos no ano em estudo. À esta parcela deve ser somado o
tempo de duração do auxílio-doença, que pode ser dado por uma das duas situações:
Para benefícios com data de cessação – DCB diferente de zero, ou seja, o benefício foi concedido
e cessado no mesmo ano, calcular os dias perdidos como a diferença entre a DCB e a DIB
(expressa em dias).
Para benefícios com DCB igual a zero, ou seja, o benefício foi concedido no ano analisado, porém
não cessou nesse ano, calcular os dias perdidos como a diferença entre a DIB e o final do ano em
questão.
Finalmente, a fim de garantir a mesma base de cálculo utilizada no índice de freqüência, serão
computados os dias perdidos dos acidentes que geraram algum tipo de benefício previdenciário, ou
seja, não serão considerados os casos de simples assistência médica e afastamentos inferiores a 15
dias.