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Objetivo:

Aprender a utilizar e calibrar um potenciômetro;

A partir da utilização de vários padrões, traçar a curva de calibração do


eletrodo e posteriormente por meio desta, descobrir em que pH se encontra
a amostra de refrigerante de cola;

Testar o desempenho do potenciômetro utilizado, por meio de teste da


resposta do eletrodo indicador, teste do ponto isoelétrico, teste de
reprodutibilidade e teste do tempo de resposta;

Testar o medidor de potencial por meio do teste do ponto zero e teste da


pilha de Weston.

Procedimento:
A amostra de refrigerante de cola a ser analisada, já estava
previamente desgaseificada.

Calibração do aparelho e determinação do pH:

Foi utilizada a calibração automática com dois pontos. Para utilizá-la,


precisou-se de apenas dois tampões.

Primeiro, a fonte do potenciômetro foi ligada na tomada da bancada e


ao terminal “DC”. Em seguida, o eletrodo de vidro foi conectado no terminal
BNC e o potenciômetro foi ligado. Aguardou-se o auto teste e configurou-se
o equipamento.

Após isso, a tampa de proteção da membrana de vidro sensível foi


retirada e foi lavada, cuidadosamente, com água deionizada. Depois, ele foi
seco. O próximo passo foi retirar a tampa do orifício de reposição do
eletrólito combinado e ajustá-lo ao suporte.

Após a montagem, mediu-se a temperatura do tampão de pH 4,0 e de


7,0 com o termômetro do aparelho. Depois, começou-se a calibração do
equipamento com o primeiro tampão, com pH igual a 7,00. Seguiu-se as
instruções do POP do equipamento para fazer esta calibração. Basicamente,
esta etapa se baseou em dizer ao aparelho qual o pH que estávamos
colocando para ele reconhecer e se estabilizar. Depois da calibração deste
primeiro ponto, o eletrodo combinado foi limpo e seco nas mesmas
condições anteriores, e foi submetido ao tampão de pH igual a 4,00.
Novamente seguiu-se as instruções do POP, usando a mesma filosofia da
calibração do primeiro ponto.
Com o eletrodo calibrado desta maneira, buscando a maior exatidão,
foi feita a calibração com vários pontos. Com isso, foi possível traçar a curva
de calibração do eletrodo utilizando vários padrões. Usando o mesmo
método, tampões de pH igual a 2,02; 6,86; 9,12 e 10,10. Nessas medições,
o aparelho foi configurado para fornecer o valor de ΔE (valores fornecidos
em mV) . Com estes valores, foi construída a curva de calibração ΔE x pH.

Testes de desempenho:

Antes de começar a fazer os testes de desempenho, alguns


parâmetros foram verificados. Verificou-se se o nível de solução interna dos
eletrodos estava acima do nível da solução a ser medida; se a abertura
lateral estava livre; se o medidor acusava muita oscilação no sinal devido à
falta de aterramento do aparelho, ou a junção porosa não estava em
contato com a solução a ser medida, ou devido a algum cabo no eletrodo; e
se havia turvação nas soluções internas.

Depois, foi feito o teste da resposta do eletrodo indicador. A equação


da reta foi obtida a partir do gráfico ΔE x pH. O teste seguinte foi o teste do
ponto isoelétrico. Este teste teve seu resultado conferido também no
gráfico. Em seguida, foram feitas dez determinações de pH de uma mesma
solução tampão e foi determinado o desvio-padrão. Por último, foi feito o
teste de tempo de resposta. O tempo necessário para o valor de mV ou de
pH se estabilizar foi medido com um cronômetro.

Testes do Medidor de Potencial:

Para realizar o teste do ponto zero, foi aplicado um curto-circuito nos


terminais de medição usando o cabo com um terminal BNC e dois jacarés.
Depois, foi feito o teste da pilha padrão de Weston. A pilha padrão de
Weston foi ligada ao medidor usando o mesmo cabo.

Finalização:

Após a realização de todos os testes, o eletrodo foi limpo e seco,


devidamente desconectado e colocado na tampa. Foi observado se houve
algum tipo de contaminação ou se haviam impurezas obstruindo a junção
do eletrodo. Após, o aparelho foi desligado.
Equipamentos utilizados:
Água deionizada

Becher de 250 mL

Bechers de 5 mL

Potenciômetro Bel engineering w3B

Pilha padrão de Weston Standard Cell - The Eppley Laboratory - Newport,


R.I.

Leituras obtidas:
- Calibração do aparelho e determinação do pH:

Valores de milivoltagem observados, ao analisarmos tampões com pHs


conhecidos e a amostra de refrigerante de cola:

ΔE (mV) pH

352 2,02

232 4,00

63 6,86

54 7,00

-71 9,12

-118 10,1

O pH encontrado na amostra de refrigerante de cola: 2,58

A milivoltagem encontrada na amostra de refrigerante de cola: 321

-Testes de desempenho:

Teste de resposta do eletrodo indicador:


Através da curva de calibração obteve-se o valor de 58,609 mV.

Teste do ponto isoelétrico:

Através da curva de calibração obteve-se para ΔE igual a 0, um pH igual a


8.

Teste de reprodutibilidade:

Valores de pH encontrados para uma mesma amostra:

4,04

4,04

4,03

4,04

4,03

4,03

4,02

4,02

4,03

4,03

Teste do tempo de resposta:

Obteve-se um tempo de resposta de 10 segundos.

-Testes do medidor de potencial:

Teste do ponto zero:

Ao se aplicar um curto circuito no sistema obteve-se a leitura de 0 mV.


Teste da pilha padrão de Weston:

Ao se ligar o sistema a pilha de Weston obteve-se a leitura de 1018 mV.

Cálculos:
Equação da curva de calibração: y=-58,60 x + 467,2

Cálculo do ponto isoelétrico: 0=-58,60 x + 467,2 x=>7,97

Cálculo do coeficiente linear ideal para se ter pH igual a 7,00 no ponto


isoelétrico: 0=-58,60. 7 +Z Z=>410,2

Cálculos teste de reprodutibilidade:

Σ(xi
2
xi (xi - x*) -x*)2

0,0004
1 4,04 8,1E-05 9

2 4,04 8,1E-05

3 4,03 1E-06

4 4,04 8,1E-05

5 4,03 1E-06

6 4,03 1E-06

0,00012
7 4,02 1

0,00012
8 4,02 1

9 4,03 1E-06

1
0 4,03 1E-06

x*= 4,031

(Σ(xi – x*)2 /(n – 1))0,5 = 0,007378647 aprox.: 0,01


Legenda

X* - Média dos xi

Discussão dos resultados obtidos:


Calibração do aparelho e determinação do pH:

-Calibração automática com dois pontos: A calibração foi feita utilizando-se


dois tampões, um de pH igual a 4,00 e outro de pH igual a 7,00. Isso foi
realizado dessa forma para se ter calibrado o pH 7,00 que é o pH neutro e
utilizando-se o tampão de pH 4,00 calibrou-se um pH ácido próximo ao da
amostra que já era previamente conhecida que era de meio ácido. Assim o
sistema ficou calibrado para análise nessa faixa com uma razoável precisão.

-Calibração com vários pontos: A calibração foi feita utilizando-se além dos
dois tampões previamente utilizados, mais quatro tampões de pH
conhecidos. Através dessas seis análises pode-se traçar a curva de
calibração para a análise da amostra de refrigerante de cola. A calibração
com vários pontos, uma vez que utilizou-se um número maior de pHs para
calibração, possuí uma maior precisão na análise porem há uma maior
perda de tempo no processo em relação a calibração de dois pontos. Então
vale ao analista considerar o grau de precisão necessário na análise para
saber qual procedimento tomar: se utiliza uma calibração de dois pontos
que tem a vantagem de ser mais rápida porém menos precisa ou usar a de
vários pontos que é mais trabalhosa porém com maior precisão.

-Determinação do pH da amostra: Ao se analisar a amostra de refrigerante


de cola, obteve-se leitura de 321 mV. Ao se utilizar esse valor na curva de
calibração do experimento encontra-se um valor de pH igual a 2,50. Ao
analisarmos o valor do pH da amostra no equipamento, leu-se o valor de
2,58, valor este muito próximo ao teórico, comprovando assim o sucesso
do experimento.

Vale mencionar que o eletrodo utilizado na prática foi o eletrodo de vidro


que pode ser explicado conforme o esquema abaixo:
1-É uma membrana seletiva de vidro que possui uma solução de íons H+
fixa.

2-Eletrodo de referência interno - é o eletrodo de referencia que fica em


contato com a solução de íons H3O+ com atividade fixa.

3-Cerâmica porosa que é a região que permite a passagem de íons para o


eletrodo externo.

4-Eletrodo de referencia externo – é o eletrodo que fica em contato com a


solução a ser analisada.

5-Cabo coaxial- Contém 2 fios elétricos, um interno ao outro, com materiais


isolantes entre eles.

Testes de desempenho:

-Teste da resposta do eletrodo indicador: Conforme teoria, um eletrodo em


bom funcionamento teria uma sensibilidade próxima ao fator de Nernst.
Sendo este igual a -59,15/n correspondendo n a carga do íon a ser analisado
teremos como base o valor de -59,15 mV uma vez que estamos analisando
o pH, ou seja, o íon monovalente H3O+ que está em estudo e assim nosso n
é igual a 1. Com os valores das análises dos tampões colocados em um
gráfico de ΔE X pH e assim realizando-se uma regressão linear para se obter
a melhor reta para análise obtemos a curva de calibração e sua equação da
reta. Sendo o coeficiente angular da curva de calibração correspondente a
sensibilidade do eletrodo podemos constatar a boa sensibilidade, pois o
valor encontrado foi de -58,609 mV algo muito próximo do valor de -59,15
mV sendo equivalente a uma sensibilidade de 99,085% caracterizando a
boa resposta do eletrodo indicador.

-Teste do ponto isoelétrico: A solução interna do eletrodo possui pH igual a


7,00 assim quando ΔE for igual a 0 o valor lido deve ser algo entre 6,5 e 7,5
para considerarmos que os eletrodos de referência estão em bom estado.
Ao analisarmos a curva de calibração constatamos que o valor de pH,
correspondente ao ΔE igual a 0, é 8 estando assim um pouco fora da faixa
aceitável. Porém pela pequena diferença em relação a faixa aceitável e por
essa diferença ser constante em todas as análises, pode-se proceder com o
uso do sistema. Ao observarmos a equação da reta, veremos que o
coeficiente linear interfere diretamente no valor de pH do ponto isoelétrico.
Encontrou-se experimentalmente um coeficiente linear igual a 467,27 o que
corresponderá a um pH igual a 8 no ponto isoelétrico, porém, para termos
um pH igual a 7 no ponto isoelétrico teríamos de ter encontrado um
coeficiente linear igual a 410,26 na equação da reta.

-Teste de reprodutibilidade: Os resultados obtidos do pH experimental,


pelo potenciômetro, de uma solução tampão de pH 4,0, apresentaram um
desvio padrão de 0,01. Este desvio é considerado aceitável em um teste de
reprodutibilidade em que se muda a condição de trabalho (trocando o
analista, por exemplo). Naturalmente, uma precisão maior seria alcançada
se as condições não fossem modificadas. O teste de reprodutibilidade é um
bom parâmetro para se estimar a confiabilidade do potenciômetro.
Portanto, o resultado obtido pelo potenciômetro em questão foi satisfatório.

-Teste do tempo de resposta: O tempo de resposta de um eletrodo de


membrana de vidro é entre 10 e 20 segundos. Ao se realizar esse teste
obteve-se o tempo de resposta de 10 segundos caracterizando uma boa
resposta do eletrodo.

Testes de medidor de desempenho:

-Teste do ponto zero: Esse teste é aplicado para se constatar a exatidão do


aparelho e com isso seu bom funcionamento. Ao se obter resultado zero
obteve-se sucesso no experimento constatando assim a exatidão do
equipamento.
-Teste da pilha padrão de Weston: Esse teste também é aplicado para
medir a exatidão do aparelho. O teste consiste em medir um ΔE conhecido e
observar se o valor observado está próximo a teoria. Uma pilha padrão de
Weston possui ΔE de 1018 mV e o valor obtido no aparelho foi exatamente
1018 mV demonstrando assim a precisão do equipamento.

Conclusão
Pode-se concluir que o potenciômetro nos dá uma medida precisa de pH
e/ou mV, mas é necessário sempre calibrá-lo e ficar atento a possíveis erros.
A calibração é um parâmetro importante, porque a falta dela pode alterar
no valor real de pH. Também pode-se concluir que o potenciômetro utilizado
na prática, apresenta razoável precisão. E nos testes feitos, não apresentou
erros, embora no teste do ponto isoelétrico ele apresentasse um erro devido
possivelmente ao fato da solução interna do eletrodo estar "velha" sendo
assim aconselhável a manutenção deste eletrodo.

Bibliografia:
Skoog, D. A.; West, D. M.; Holler, F. J.; Crouch, S. R. "Fundamentos de
Química Analítica". Pioneira São Paulo. 2006.

Apostila de Análise Instrumental CEFET-Química

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