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Bacharelado em Direito
Descrio etnogrfica
(Uma etnografia dos carcereiros)
Salvador
2017
Sumrio
1. Introduo..................................................................3
2. Problemas...................................................................4
3. Captulos.................................................................6
1. Introduo
As cadeias brasileiras nunca esto vazias, alis na maioria das vezes esto superlotadas,
com uma populao enorme de presidirios (711.463 pessoas)1, e com o aumento
exponencial do nmero de presos, no bastar pouco tempo para que 10% da populao
brasileira esteja ou j tenha estado entre as grades. Com tanta gente na deteno a
funo de um profissional desvalorizado torna-se cada vez mais imprescindvel. Os
agentes penitencirios, ou carcereiros, so os profissionais invisveis perante a
sociedade, j que tem um contato intimo com os marginalizados que transitam
diariamente entre a privao e a liberdade. Pode parecer supervalorizao de uma
profisso to comum quanto as outras, mas entender o comportamento e a condio
dessas pessoas que conhecem a privao de liberdade to intimamente apesar de nunca
terem a experimentado um ponto essencial para a compreenso das relaes de poder
num ambiente dentro e fora do crcere.
3.Captulos
No dia 19/07/2017, falamos sobre o trabalho de Jos Lus. Ele me contou que
conseguiu o emprego por intermdio do seu irmo, j que estava desempregado
aps trabalhar na construo civil, no queria trabalhar nesse local com
presidirios, pois achava bem perigoso. Perguntei-o se ele concorda com a frase
bandido bom bandido morto e como foi lidar com a situao de trabalhar no
presdio (no convvio com os presos etc.) e ele me confidenciou que durante boa
parte da sua vida pensou assim, mas que trabalhando no presdio ele mudou de
opinio ao perceber que preso tambm gente, que preso tem famlia, tem
esposa, e que nem sempre esto presos porque so maus. Ele me confidenciou
tambm que no incio possua medo de ter contato com os detentos, mas que a
frase de um presidirio o marcou: relaxe novato, que aqui todo mundo
inocente, ningum vai te fazer mal, Lus destaca tambm que continua a no
gostar do trabalho que tem, mas entende que esse foi um papel que Deus lhe
deu. O que ele mais aprendeu nesse convvio com os detentos dentro da
penitenciaria (hoje ele trabalha na delegacia) foi a se humanizar e que todas as
pessoas so humanas, nesse ponto a religio dele (ele evanglico da igreja
Batista) o ajudou muito.