You are on page 1of 5

AULA 1

TÓPICOS DA AULA:
 CONCEITO
 OBJETO
 OBJETIVO
 CAMPO DE APLICAÇÃO
 EXERCÍCIO FINANCEIRO

CONCEITO

A Contabilidade Pública, agora muito recentemente chamada de Contabilidade


Aplicada ao Setor Público, na mais é que um dos ramos da Contabilidade que a
Administração Pública se utiliza para registro de seus atos e fatos. Como na área
pública o Administrador só pode fazer aquilo que a Lei determina, o diploma legal
da Contabilidade Pública é a lei 4.320/64.

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) publicou resolução (NBC T 16.1 –


2008) onde tratou de conceituar a Contabilidade Aplicada ao Setor Público como
sendo o ramo da ciência contábil que aplica, no processo gerador de informações,
os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as normas contábeis direcionados
ao controle patrimonial de entidades do setor público.

A mesma resolução conceitua entidades do setor público como:


Órgãos, fundos e pessoas jurídicas de direito público ou que,
possuindo personalidade jurídica de direito privado, recebam,
guardem, movimentem, gerenciem ou apliquem dinheiros, bens e
valores públicos, na execução de suas atividades. Equiparam-se,
IMPORTANTE
para efeito contábil, as pessoas físicas que recebam subvenção,
benefício, ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público.
Ou seja, mesmo que for PESSOA FÍSICA, se recebeu subvenção,
benefício ou incentivo (por exemplo, para uma pesquisa
científica) = É considerado ENTIDADE DO SETOR PÚBLICO, para
efeito contábil, ou seja, no tocante aos aspectos contábeis da
prestação de contas.
OBJETO

O objeto da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o patrimônio público.

É o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis,


onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos,
mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que
seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou
futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à
exploração econômica por entidades do setor público e suas
obrigações.

No entanto, com relação os chamados “bens de uso comum do povo”, que são
aqueles de uso geral pela população, como rios, mares, estradas, ruas, praças, há
um detalhe que o amigo concurseiro deve ficar atento:

A NBC T 16-10, que é a Norma do CFC que trata de avaliação e mensuração de


ativos e passivos em entidades do setor público, estabelece que os bens de uso
comum que absorveram ou absorvem recursos públicos, ou aqueles
eventualmente recebidos em doação, devem ser incluídos no ativo não circulante
da entidade responsável pela sua administração ou controle, estejam, ou não,
afetos a sua atividade operacional.

Este parágrafo é de suma importância, pois é ele quem dá a possibilidade de


mensuração e avaliação dos bens de uso comum, restringindo esta
mensuração para aqueles bens que absorveram ou continuam absorvendo
recursos, ou para aqueles doados.
Então, se o bem de uso comum não foi uma doação ou não absorveu/absorve
recursos, ele não será mensurado pela Contabilidade Pública.

Se, ocorrer a mensuração (pelas hipóteses apresentadas pela norma), a


mensuração dos bens de uso comum será efetuada, sempre que possível, ao
valor de aquisição ou ao valor de produção e construção.

A lei 4.320/64 também determina que a Contabilidade Pública tenha como objeto
o ORÇAMENTO e sua execução durante o ano.
VEJA:
Art. 90 A contabilidade deverá evidenciar, em seus registros, o montante dos créditos
orçamentários vigentes, a despesa empenhada e a despesa realizada, à conta dos
mesmos créditos, e as dotações disponíveis.
O CFC veio ratificar este posicionamento com a NBC T 16-5:
O patrimônio das entidades do setor público, o orçamento, a execução
orçamentária e financeira e os atos administrativos que provoquem efeitos de
caráter econômico e financeiro no patrimônio da entidade devem ser mensurados
ou avaliados monetariamente e registrados pela contabilidade.

A Lei 4.320/64 também se preocupa com o controle dos contratos da


Administração Pública, tendo determinado em seu artigo 87 que haverá controle
contábil dos direitos e obrigações oriundos de ajustes ou contratos em que a
administração pública for parte.
Pode-se estender esta regra de controle dos contratos para os convênios,
cauções, fianças, avais e outros.

OBJETIVO

O objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é fornecer aos usuários


informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza
orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor
público e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de decisão; a
adequada prestação de contas; e o necessário suporte para a instrumentalização
do controle social.

Há também a chamada função social da Contabilidade Aplicada ao Setor Público


que deve refletir, sistematicamente, o ciclo da administração pública para
evidenciar informações necessárias à tomada de decisões, à prestação de contas
e à instrumentalização do controle social.

Outros objetivos importantes:


 Registrar a previsão da receita e a fixação da despesa
 Escriturar e efetuar o acompanhamento da execução do orçamento
 Controlar as operações de crédito, a dívida ativa e as obrigações do ente
público
 Apresentar as variações no patrimônio público
CAMPO DE APLICAÇÃO

A própria Lei 4.320/64, em seu artigo 1º, explica que as normas gerais de Direito
Financeiro por ela estabelecidas deve ser observada para elaboração e controle
dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal. Ou seja, abrange todos os Entes da Federação.

A NBC T 16.1 complementa, definindo:


O campo de aplicação da Contabilidade Aplicada ao Setor Público abrange todas
as entidades do setor público.
As entidades abrangidas pelo campo de aplicação devem observar as normas e as
técnicas próprias da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, considerando-se o
seguinte escopo:
(a) integralmente, as entidades governamentais, os serviços sociais e os
conselhos profissionais;
(b) parcialmente, as demais entidades do setor público, para garantir
procedimentos suficientes de prestação de contas e instrumentalização do
controle social.

PONTO IMPORTANTE:
As empresas públicas (EP) e sociedades de economia mista (SEM) NÃO-
DEPENDENTES (segundo a LRF) não seguem as normas da Lei 4.320/64.
Somente as normas da lei das S/A (6.404/76), ainda que estejam vinculadas e
pertençam à Administração Pública. (Sérgio Jund).
Empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente
controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal
ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles
provenientes de aumento de participação acionária;

UTILIZAM
Contabilidade Pública (4.320/64) Contabilidade Empresarial (6.404/64)
Administração direta
Autarquias e Fundações Públicas
EP e SEM dependentes EP e SEM (TODAS)
EXERCÍCIO FINANCEIRO

Por determinação legal da Lei 4.320/64, o exercício financeiro coincidirá com o


ano civil.
Então,
INÍCIO = 01/JAN
FIM = 31/DEZ

REFERÊNCIAS

Mota, Francisco Glauber Lima. Contabilidade Aplicada ao Setor Público – 1ª


Edição, 2009

Jund, Sérgio. AFO – Administração Financeira e Orçamentário. Ed.Campus – 4ª


Edição, 2009

Normas do Conselho Federal de Contabilidade, disponíveis em www.cfc.org.br

You might also like