e repetio de uma origem que escapa a toda determinao histrica; o outro a destina a ser
interpretao ou escuta de um j-dito que seria, ao mesmo tempo, um no-dito. preciso
renunciar a todos esses temas que tm por funo garantir a infinita continuidade do discurso e sua secreta presena no jogo de uma ausncia sempre reconduzida. preciso estar pronto para acolher cada momento do discurso em sua irrupo de acontecimentos, nessa pontualidade em que aparece e nessa disperso temporal que lhe permite ser repetido, sabido, esquecido, transformado, apagado at nos menores traos, escondido bem longe de todos os olhares, na poeira dos livros. No preciso remeter o discurso longnqua presena da origem; preciso trat-lo no jogo de sua instncia. Essas formas prvias de continuidade, todas essas snteses que no problematizamos e que deixamos valer de pleno direito, preciso, pois, mant-las em suspenso. No se trata, claro, de recus-las definitivamente, mas sacudir a quietude cora a qual as aceitamos; mostrar que elas no se justificam por si mesmas, que so sempre o efeito de uma construo cujas regras devem ser conhecidas e cujas justificativas devem ser controladas; definir em que condies e em vista de que anlises algumas so legtimas; indicar as que, de qualquer forma, no podem mais ser admitidas. Seria bem possvel, por exemplo, que as noes de "influncia" ou de "evoluo" originassem uma crtica que as colocasse - por um tempo mais ou menos longo - fora de uso. Mas a "obra", o "livro", ou ainda estas unidades como a "cincia" ou a "literatura", ser