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Título: Arte Para Quem?

Como o ensino da Arte se desenvolve diante das


diferentes classes socias.

Título: Arte para quién? Como la enseñanza del arte se desarrolla en


diferentes clases sociales.

SILVA, Pâmela Souza da. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Resumo: Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de elaborar algumas questões
referentes ao ensino da arte, enfatizando e analisando a forma como é desenvolvido
nas escolas, questões nas quais não prestamos atenção cotidianamente por já
fazerem parte constitutiva das relações do sistema de ensino e do ensino da arte
especialmente, ou quando atentamos para elas, as vemos como anomalias que
devem ser eliminadas, produto de pessoas ignorantes. Estas questões precisam ser
apreendidas, absorvidas e modificadas pelo caráter negativo e poder de exclusão que
possuem, tornando necessárias mudanças urgentes e efetivas na forma de atuação
dos profissionais da arte diante dos alunos e de suas contribuições culturais, ainda
que não sejam os professores os únicos responsáveis.
Resumen: Este trabajo se llevó a cabo para preparar algunas cuestiones relativas a la
enseñanza del arte, haciendo hincapié en el análisis y la forma en que se desarrolla en
las escuelas, cuestiones en las que ya no la atención a las relaciones cotidianas son
parte constitutiva del sistema educativo y enseñanza del arte en particular, o cuando
buscan las anomalías que vemos la forma en que deben ser eliminadas, el producto
de gente ignorante. Estas cuestiones deben ser aprendidas, absorbido y modificado
por el carácter negativo de la exclusión y el poder que tienen, lo que requiere medidas
urgentes y eficaces a los cambios en la forma de actuación de los profesionales de la
técnica frente a los estudiantes y sus contribuciones culturales, incluso si los
profesores no son los únicos responsables.

Palavras-chave: Ensino de arte; Sociologia do ensino da arte; Cotidiano


escolar; Educação.

Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil.


"Se o inferno atravessa o mundo da Educação,
ele pode aterrorizar seu pensamento."
CORAZZA, Sandra Mara.1

A epígrafe que inicia este texto foi retirada do livro de Sandra Mara Corazza
"Para uma filosofia do inferno na educação", e como a própria autora diz no
primeiro capítulo do mesmo: "Ao realizar uma experimentação do inferno, o
livro busca formular novas indagações, valorar outros valores, conceber novos
afetos, adensar diferentes emoções.", e este é um dos objetivos deste trabalho,
um novo ângulo para enxergar o ensino da Arte, diferente do que taxamos de
"normal", onde tudo está no seu devido lugar, institucionalizado.

1. Questões que rondam o ensino da Arte hoje.


Olhar para o ensino da arte hoje na maioria das vezes é enxergar o arcaico e
discutir o ensino da arte ainda é ter discussões acerca de assuntos que apesar
de necessários, como a organização da classe dos professores e a luta por
melhores salários, a luta por melhores condições para a realização do trabalho,
que são questões comuns a todos os profissionais do ensino, e questões que
nos dizem respeito especificamente como: se devemos ensinar o método
triangular, ou qualquer outro método ou como desenvolver trabalhos plásticos,
assuntos estes que terminam por ocupar o lugar de outros, de maior relevância
dentro desta área de ensino como os alunos e o que eles pensam da arte e dos
professores de arte, o que podemos e devemos fazer para mudar e melhorar
nossa forma de atuação diante deles e principalmente, como romper algumas
barreiras e resistências que são erguidas por ambos os lados. Nos
preocupamos muito mais e levantamos discussões mais calorosas a respeito
do que os outros professores das outras disciplinas, ditas "importantes" dentro
da escola, pensam sobre o ensino da arte e do que com o desenvolvimento e
aperfeiçoamento do ensino da arte propriamente. Tratando-se dos alunos, a
maioria de nós, professores os enxergamos como indivíduos em formação e
por isso ser julgado por eles não nos afeta profundamente, nos incomodamos
muito mais com a falta de reconhecimento pelo trabalho que temos em
apresentar-lhes algo tão maravilhoso quanto à arte.

O trecho abaixo foi extraído de um livro destinado a profissionais do ensino de


arte e resume a forma como a maioria dos profissionais da área se questiona
em relação ao ensino.

Alguma vez você já se perguntou por que arte na escola? Em caso positivo, que respostas você
encontrou para justificar o tempo a ela destinado no currículo escolar? A maioria das pessoas não duvida,
por exemplo, da importância das aulas de matemática, língua portuguesa ou ciências... Mas arte? Para
quê? Além disso, outra questão se coloca: será que aquilo que se tem ensinado nas aulas de arte é de
fato arte?2

Estas perguntas se encaixam na educação contemporânea? A sensação que a


leitura deste parágrafo causa é que o tempo parou e aguarda as nossas
respostas, o mundo não gira, os alunos estão sentados em suas cadeiras
aguardando. Felizmente não é isso que acontece e a sociedade está em
constante mudança, mudanças estas que alcançam e tornam-se parte da vida
primeiramente dos mais jovens, portanto devemos partir para questões mais
abrangentes e que tenham efeito na sociedade de forma uniforme e
democrática, devemos ir além destes questionamentos, mas ainda sim
podemos explorá-los e analisa-los e como foi comentado, avista-los de um
novo ângulo. Podemos encontrar respostas para as perguntas a seguir que
saem do âmbito comum e do que estamos acostumados a ouvir normalmente.
"Alguma vez você já se perguntou por que arte na escola? Em caso positivo,
que respostas você encontrou para justificar o tempo a ela destinado no
currículo escolar?"3

A arte é ensinada dentro das escolas por ser considerada representação da


cultura e todo indivíduo para ser considerado "culto" precisa estar em contato e
entender-la. A escola é considerada um espaço de formação do indivíduo e do
cidadão, portanto acredita-se que as crianças precisam ter contato com a
verdadeira cultura, a erudita, sendo a arte uma forma de transmitir cultura, no
artigo 26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional fala-se o seguinte
sobre o ensino da Arte:
Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser
complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada,
exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. (...)
2º O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de
forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.4

O tempo destinado às disciplinas de arte é este por que assim foi instituído
pelas autoridades governamentais e estudiosos da educação que constituíram
a lei que rege a educação do nosso país. Podemos verificar que este não é o
caso apenas da disciplina do ensino da Arte, também ocorre com o ensino da
filosofia, sociologia. Deveríamos questionar por que este tempo é destinado a
disciplinas que não tem importância para a construção das futuras mãos de
obra. BARBOSA diz o seguinte:

Todas as classes têm direito de acesso aos códigos da cultura erudita, porque esses são os códigos dominantes -
os códigos do poder. É necessário conhecê-los, ser versado neles, mas tais códigos continuarão como um
conhecimento exterior a não ser que o indivíduo tenha dominado as referências culturais da sua própria classe, a
porta de entrada para a assimilação do "outro". A mobilidade social depende da interrelação entre os códigos
culturais das diferentes classes sociais e o entendimento do mundo depende de uma ampla visão que integre o
erudito e o popular.5

Este parágrafo extraído do livro "Inquietações e Mudanças no ensino da arte"


praticamente explica como nós, do universo da arte, definimos porque a arte é
tão importante dentro e fora da escola e porque deve ser ensinada, mas como
o objetivo deste trabalho não é satisfazer-se com o comum ao fazer uma
analise frase a frase podemos concluir que:

1- Acreditamos que os indivíduos devem aprender os códigos daqueles que


estão no poder e consequentemente estes nunca perderam seu status, pois se
todos aprendem seus códigos o poder nunca mudará de mãos;

2- Mas para isso deve se reconhecer o seu próprio lugar, portanto, se os


códigos daqueles que estão no poder é o que há de melhor, o lugar das outras
"classes" é inferior, sendo assim, o pior;

3- Tudo isso precisa ser reconhecido para que o mundo continue em harmonia,
cada indivíduo em seu devido lugar;

4- O termo "mobilidade social" é bastante adequado, pois a relação descrita


trata apenas da movimentação das classes ditas "populares" em aprender a
cultura de valor.

Deveríamos avaliar se não passa da hora de inserir um novo conceito dentro


do ensino da arte, que em lugar da "mobilidade social" promova uma
mutabilidade social, uma forma de ensino cujas trocas sejam valorizadas e não
apenas a imposição da cultura da classe dominante. As mudanças dentro do
ensino da arte se fazem extremante necessárias por ser a arte um objeto de
exclusão social de todo indivíduo que não se encaixe dentro do universo que é
de seu domínio. Como evitaremos a segregação cultural e a opressão
acreditando que todos devem se orgulhar de seu ego cultural, quando esse ego
não é valorizado ou quando reconhecer esse ego é admitir não estar inserido
na cultura dominante?

Enquanto educadores deveríamos solicitar mais tempos para as aulas, mas


com o objetivo de tornar nossos alunos indivíduos esclarecidos em relação aos
mecanismos que tentam domina-los independentemente de classe.

A necessidade da estética é algo entranhado em todos nós e não deve ser


negada a ninguém, todos os indivíduos dependem cotidianamente da estética e
ter valorizado apenas o que é de uma classe dominante é um jogo cruel com
os demais, em primeiro lugar por diminuir o que está fora deste padrão e definir
pejorativamente de Popular e em segundo lugar por deixar claro para o "resto"
que nunca chegaram a usufruir deste status, pois para isso precisam
principalmente de capital financeiro.

"A maioria das pessoas não duvida, por exemplo, da importância das aulas de
matemática, língua portuguesa ou ciências... Mas arte? Para quê?" (ibid: nota
2)

A maioria das pessoas pensa desta forma por que estão completamente
excluídas do que definimos como arte, e não fazem parte do público ao qual
esta arte é destinada, podemos verificar em escolas particulares que atendem
a classe A a forma como a área de arte é valorizada e em muitas vezes serve
de chamariz para os pais dos alunos, diferentemente das escolas públicas e
daquelas que atendem as classes mais baixas, certamente ao longo das vidas
práticas das classes sociais menos favorecidas esse saber não fará falta,
diferentemente de saber ler e escrever corretamente a língua pátria ou fazer
um cálculo matemático.

"será que aquilo que se tem ensinado nas aulas de arte é de fato arte?"
Para responder a esta questão devemos primeiramente recorrer a outras
perguntas: o que é arte? Ou arte de quem?

O trecho a seguir foi extraído de um texto de Ana Mae Barbosa retirado do livro
"Inquietações e mudanças no ensino da Arte" organizado pela mesma, e
mostra dificuldade de atualização dos professores de arte, ainda que descreva
esta dificuldade especificamente na prática profissional e não nas idéias, serve
como forma de ilustrar o problema que temos para revolver as raízes do ensino
da arte.

A falta de um aprofundamento dos professores de ensino fundamental e médio pode retardar a nova Arte-
Educação em sua missão de favorecer o conhecimento nas e sobre Artes Visuais, organizado de forma a relacionar
produção artística com análise, informação histórica e contextualização. Nas Artes Visuais, estar apto a produzir
uma imagem e ser capaz de ler uma imagem e seu contexto são habilidades interrelacionadas, o desenvolvimento
de uma ajudando no desenvolvimento da outra. (Analice D. Pillar e Denise Vieira)6

É extremamente importante que saibamos articular nossas aulas com


conteúdos da História da arte oficial e não-oficial (leia-se "erudita" e "popular"),
os movimentos culturais e que possamos desenvolver atividades plásticas para
que nossos alunos experimentem os materiais e dêem formas às suas idéias,
podemos levá-los a conhecer outras formas de se comunicar com o mundo, a
conhecer imagens que lhes são estranhas e outras linguagens, e devemos
incita-los a criticá-las de acordo com seus pontos de vista.

Além de tudo isso precisamos principalmente aceitar que ainda que tenhamos
estudado muitos anos a arte, e tenhamos conhecimentos a passar para os
nossos alunos isso não significa que eles não tenham seus próprios códigos
estéticos ou que não dominem outras linguagens e que estes devem ser
ignorados, também devemos levar em consideração a bagagem que eles
carregam e o fato de se comunicarem com o mundo todo o tempo. Não é a
partir do momento que são matriculados na escola que começam a
desenvolver a linguagem.

É bastante importante que pensemos que nada do que mostrarmos aos alunos
terá significado se não souberem por que realmente precisam ter aulas de arte
e se precisam, para que e porque a arte existe, que terrenos domina e que eles
podem escolher gostar dela ou não, resumidamente falando, ainda que todos
os conteúdos da História da Arte sejam ensinados aos nossos alunos e eles
aprendam o domínio de todas as técnicas das Artes Visuais, será necessário
que haja uma educação política e social a respeito da arte, talvez assim
sejamos capazes de amenizar os embates e as barreiras cruéis interpostas
pela própria arte entre ambos os lados, professores/ alunos, ricos/ pobres.

Nós deveríamos ser mais específicos: que memórias, mitos, símbolos, valores e identidades podem ser oferecidos
por uma cultura global, dirigida basicamente ao comércio e, no caso da cultura, organizada por apenas alguns
conglomerados culturais operando globalmente?7
2. Classe de arte ou arte de classe
Assim, nossas questões como professores
de arte são: que conteúdo de arte deveríamos
ensinar, quais histórias devemos revelar e
quais interesses culturais e sociais devemos
promover?8
Donald Soucy

Porque em escolas que atendem a pessoas de maior poder aquisitivo, o ensino


da arte tem grande destaque. Porque isso acontece? Poderíamos justificar
dizendo que isso ocorre porque nestas escolas existem materiais fartos e
disponíveis, locais específicos para a prática das atividades plásticas, melhores
salários, além disso, alunos de "boa educação", "boa família" e "cultos". Serão
essas as motivações para que as aulas sejam melhores? E qual será a
justificativa para que estas escolas invistam e valorizem o ensino da arte?

Roger L. Taylor escreve o seguinte sobre o sistema de ensino e


especificamente sobre o ensino da arte:
Na sociedade contemporânea, a sustentação da tradição da arte e o crescimento dela derivam dos
processos sociais dentro da classe média alta ou da burguesia. Por exemplo, nas escolas, os valores culturais
que o sistema educacional tenta inculcar não são os mesmos da maioria dos alunos, nem de seu meio social, a
experiência cultural imposta a eles é a alta cultura, algo bem-aceito, bem-vindo e parte integrante da vida
burguesa.9

A colocação de Taylor, apesar de falar de algo que ocorre na Inglaterra, pode


representar a realidade de diversas partes do mundo, inclusive no Brasil e diria
que isto não ocorre apenas na contemporaneidade, a imposição cultural não é
algo dos dias atuais, como exemplo entre tantos, podemos lembrar o século XV
durante a disputa pela conquista de novos territórios quando inúmeras nações
supostamente tiveram a cultura devastada e foram obrigadas a aderir à cultura
européia com a justificativa de que estavam sendo civilizadas, sendo assim,
beneficiadas. Os alunos de menor poder aquisitivo são expostos a realidades
que não fazem parte do seu meio de convivência e nem sempre fazemos
esforços para nos adequar ou leva-los a entender porque a forma como vivem
as diferentes classes equivalem a mundos tão distintos, e exigimos que estes
aceitem o que lhes ensinamos, é a mesma relação imposição/ aceitação/
agradecimento criada pelos europeus em relação às outras culturas.
Donald Soucy escreveu no texto "Não existe expressão sem conteúdo 10" uma
situação que aconteceu nos Estados Unidos e que ainda que não tenha sido
oficializada é possível reconhecê-la nos cotidianos sociais, a "população
branca" domina o mundo e inclusive o universo da arte e sabem exatamente a
razão, os valores atribuídos à arte ultrapassam o conceito de beleza e
envolvem cifras muito altas, para o que é considerado por essa mesma classe
"obra de arte".

A arte, é claro, por muito tempo tem sido usada para promover idéias de superioridade e, conseqüentemente, de
inferioridade cultural e étnica. E, penso eu, da mesma forma tem sido usado o ensino da arte. Tomemos, por
exemplo, a posição adotada, em 1985, por um relatório enviado ao congresso dos Estados Unidos sobre o ensino
de arte nas escolas o relatório referia-se à "importância, poder e destino das populações protestantes de língua
inglesa da Terra" (Clarke, p. Cciii). Segundo o relatório, essa população branca alcançaria seu destino mais
rapidamente se ela fosse educada em valores e habilidades artísticas específicas.11

Para mudar essa realidade talvez fosse necessário menos um investimento


material para execução de trabalhos e mais uma mudança nas idéias,
precisamos analisar a forma como trabalhamos com as diversas classes e
encontrar uma forma democrática de ensinar, que não favoreça a apenas um
grupo e contribua para renegar ainda mais o outro, pois é nessa injusta
gangorra que ronda as nossas relações sociais, para nos afirmarmos é preciso
mostrar que todo resto não é bom, como vemos no trecho abaixo também
escrito por Soucy.

Através da criação de "outros", inventamos a nós próprios, já que sabemos quem somos pela exclusão de quem
não somos. Através da criação de "outros" os grupos dominantes tornam-se mais poderosos. Os professores de
arte podem ver como os conteúdos da história da arte criaram "outros". Como as mulheres e as minorias culturais
são todas como outros, como pessoas de importância secundária?12

Quando afirmamos para nossos alunos de classes sociais com menor poder
aquisitivo que sua cultura é ruim, além de rebaixarmos sua alto estima, os
afastamos ainda mais da arte e de qualquer possibilidade de interagir com ela,
enquanto professores devemos trabalhar para minimizar os estragos causados
por essa gangorra social ainda que seja apenas no universo da arte, pois a arte
é apenas uma das muitas áreas onde estes conflitos acontecem, obviamente
estas ações não são apenas responsabilidade dos professores e mudanças
efetivas envolvem as outras tantas áreas que rondam o nosso sistema político
e econômico, mas essas mudanças precisam iniciar de alguma forma e para
que haja cobrança aos demais setores é necessário que a consciência social
esteja "consciente".
Estamos acostumados a não romper ou questionar algumas estruturas sociais
estabilizadas, estruturas estas que colocam alguns indivíduos em um pedestal
superior em relação aos demais, e nós, professores de arte, estamos inseridos
neste esquema, pois além de sermos professores nós dominamos os códigos
artísticos oficiais e estamos encarregados de ensiná-los a quem supostamente
nada sabe sobre o assunto.

Nas escolas, esses são alguns dos sentimentos com os quais convivem os
professores. Concordo com Roger L. Taylor quando escreve que:
As tradições e atividades teóricas da nossa sociedade, bem como as teorias, colocam-se diante da massa como
algo extremamente distante. Isso produz uma sensação de ignorância e inadequação, que no entanto é
facilmente descartada por muitas pessoas com o argumento de que essas atividades, das quais são excluídas, são
todas um tanto inúteis. Há o sentimento comum de terem muito pouco a ver com o mundo real como o
vivenciam.13

Nenhum indivíduo sente-se satisfeito por estar à margem de alguma situação


social, e no caso da arte ela deliberadamente expulsa aqueles que não estão
de acordo com seus argumentos, o que quer dizer, que não estão
economicamente sintonizados.

Enquanto não mudarmos nossas atitudes dentro do sistema de ensino, nossa


ação continuará sendo inútil, pois, continuaremos contribuindo para a
desigualdade e o desrespeito às culturas diferentes da dominante.

1 CORAZZA, Sandra Mara. Para uma filosofia no inferno da educação. Página 12.
2 MARTINS, Celeste Mirian; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles. Didática do ensino da
Arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer a arte. Página 10.
3 Idem.
4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm
5 BARBOSA, Ana Mae (org.). Inquietações e mudanças no ensino da arte. Página 20.

7 BARBOSA, Ana Mae (org.). Inquietações e mudanças no ensino da arte. Página 15


8 SOUCY, Donald. Não existe expressão sem conteúdo. In: Arte educação contemporânea:
consonâncias
internacionais. Página 48.
9 TAYLOR, Roger L. Arte, inimiga do povo. Página 46/ 47.
11 SOUCY, Donald. Não existe expressão sem conteúdo. In: Arte educação contemporânea:
consonâncias
internacionais. Página 47

12 SOUCY, Donald. Não existe expressão sem conteúdo. In: Arte educação contemporânea:
consonâncias
internacionais. Página 47
13 T AYLOR, Roger L. Arte, inimiga do povo. Página 27/28.

Referências Bibliográficas:
TAYLOR, Roger. Arte, inimiga do povo. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2005.

BARBOSA, Ana Mae (org.). Inquietações e mudanças no ensino da Arte. São Paulo:
Cortez, 2008.

FOUCALT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola edições, 2008.

MAFFESOLI, Michel. A parte diabo. Rio de Janeiro: Record, 2004.

CORAZZA, Sandra Mara. Artistagens: Filosofia da diferença da educação. Belo


Horizonte: Auntentica, 2006.

CORAZZA, Sandra Mara. Para uma filosofia do inferno na educação: Nietzsche,


Deleuze e outros malditos afins. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

OLIVEIRA, Inês Barbosa de. Currículos praticados: entre a regulação e a


emancipação. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

Currículo resumido:
Pâmela Souza da Silva.

Formação: Bacharelado/ Licenciatura Plena em História da Arte - UERJ


(2005/2009)

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