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O FIM DA DITADURA CRISTÃ ESTÁ PRÓXIMO!

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PRÓXIMO!

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Sent: Friday, August 04, 2006 11:44 AM

Subject: O FIM DA DITADURA CRISTÃ ESTÁ


PRÓXIMO!

Mensagem:

Gostaria de parabenizá-lo pela sua intrepidez em


responder questões e expor inúmeras reflexões que
denunciam a putrefação do protestantismo.

Ensinaram-me muitas coisas erradas, e uma delas é


que, pra sermos salvos, precisaríamos, literalmente,
sacrificar a carne, alma e espírito a ponto de
vivermos uma vida subjugada a dogmas da instituição
determinados pelos devotos da instituição,
correligionários do engano, militantes da aparência,
carcereiros religiosos, conselheiros patronais e até o
“grupo societário” e os “coaches espirituais” que
desenvolvem técnicas para alavancar a vida espiritual
com métodos normativos e enumerados, que
supostamente possibilitam “resultados satisfatórios”.

Eu penso que salvação é ser salvo de si e doar-se ao


próximo. Cristianismo é geração de vida. É a extração
do casulo para a liberdade. É um pacto de
reciprocidade de interesse em encontrar humanidade
dentro do ser humano. Cristo é a emblemática-mor de
esvaziamento, renúncia, altruísmo e interpessoalidade
relacional. Os preceitos de Cristo são fundados com
absolutismo, porém, inclinados ao relacionamento
interpessoal, evidenciando uma reciprocidade de
relacionamento afetivo.

Em algumas ocasiões, Ele deixa de lado a Sua


autonomia para delegar junto ao Homem!
Ocasionando, por parte do Homem, decisões
espontâneas, reações desprovidas de manejamentos e
escolhas instintivas. Isto é sublime e demonstra a
enormidade desmedida de nosso Insigne Criador no
que diz respeito à Sua disposição de nos amar e Ser
amado livremente por nós.
“A contrapartida do poder é a obediência, enquanto a
contrapartida do amor é a liberdade” — Jung Mo
Sung.

Creio também que Deus é Onipotente, mas abre mão


do EXERCÍCIO da onipotência para se relacionar com
o Homem. A redenção de Deus não foi demonstração
faustosa e assustadora de seu poder, mas sim um ato
de amor e renúncia. Amor esse que se exprime com
esvaziamento de autonomia controladora a fim de
receber a voluntariedade do Homem.

“Deus e todas as criaturas é menos do que Deus


sozinho” — Simone Weil.

O tema “Pecado” é algo em que os religiosos se


perdem como um cego num tiroteio. Pecado é algo
inerente ao Homem. Penso também que todos nós
somos propensos a pecar, haja vista a normalidade de
termos a capacidade de escolha, tendenciosa ou não,
a respeito de qualquer coisa que pretendemos fazer
ou não fazer.
Encaro a fatalidade do pecado como algo que deva ser
"menorizado", pois o pecado é algo que Deus releva
quando há arrependimento ou tentativas de não
pecar.

Enfim, penso que Deus faz com o Homem um tratado


divino-social, uma aliança que se propõe a perscrutar
a inacessibilidade intrínseca e peculiar do ser humano
que, por sua vez, possui a capacidade natural e
intrínseca de pecar.

Os mistérios das coisas que não podemos


compreender da parte Deus são transbordamentos
ilimitados, mas muito bem controlados por Ele.

Ele não superabunda, simplesmente, no amor. Há um


perfeito alinhamento de amor, voluntariedade e
justiça.

Assim como Ele ama de uma forma ímpar um pecador


a ponto de não levar em conta a atrocidade humana,
Ele também é justíssimo em relação ao pecador não-
arrependido.
Essas coisas não se ensinam na igreja, só aprendemos
nas igrejas virtuais! Glória a Deus.

Que esse site possa alcançar a todos!

E que Deus possa continuar te encorajando a quebrar


barreiras, seculares e até milenares, de legalismo
exacerbado que deprecia o evangelho.

Conheço poucos pastores que "vestem a camisa" como


você, mas os poucos que existem são suficientes para
causar um grande Tsunami dentro cenário cristão!

Viva, saudavelmente e corajosamente, até os 120


anos! Esse é o meu pedido!

Moisés Lourenço Gomes


Resposta:

Amigo Moisés: Graça e Paz!

O fim da Ditadura Cristã já aconteceu, na Cruz; e


antes do “Cristianismo” iniciar historicamente!

O “Cristianismo”, antes mesmo de assim ser chamado


no 4º século, já existia. Sim, porque o que Paulo
enfrentou foi o “cristianismo” de seus dias; feito de
judeus-cristãos-legalistas, de falsos apóstolos
gnósticos e de propositores de uma fé sem
conseqüências em todas as dimensões da vida. E mais:
o “cristianismo” dos dias de Paulo era, sobretudo,
idêntico ao que hoje nos assusta; pois, de fato, tudo o
que Paulo disse em suas cartas tem significação e
pertinência negativa ainda maior em nossos dias.

O tema do “cristianismo” superabunda neste site.


Leia.
A questão é: O que será que Jesus tinha em mente
quando disse aos seus discípulos que permanecessem
em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de
poder?

Esperava Ele que após o derramar do Espírito eles


ficassem Jerusalém? Que ali fizessem uma base?
Que o lugar se tornasse um centro de decisões? Que
ficassem e tentassem converter o judaísmo à fé em
Jesus? Que buscassem tornar fariseus em discípulos
fariseus? E fazer sacerdotes saduceus (a classe
sacerdotal) tornarem-se discípulos sacerdotes? Será
que Ele desejava que dali para a frente o que quer
que acontecesse em qualquer lugar tivesse que ser
referendado pelo poder dos discípulos de Jerusalém?
E que toda e qualquer expressão dos novos discípulos,
de outros lugares, tivesse que ter o carimbo de
autenticação feito no cartório de Jerusalém?

Paulo vai até eles, “aos de Jerusalém”, apenas duas


vezes. A primeira vai constrangido pela bobagem dos
motivos da ida, mas vai assim mesmo, buscando paz e
a diminuição da opressão que ele mesmo sentia na
pele, sendo sempre perseguido ou por fariseus em
“missão” no estrangeiro ou por cristãos judaizantes.
Assim, em Jerusalém, Paulo consegue uma carta com
algumas concessões para os cristãos gentios. Para
Paulo era apenas uma tentativa de diminuir o conflito,
mas, certamente, era uma carta básica demais para
as alturas de entendimento pelo qual o espírito de
Paulo já planava ao sabor do vento da Graça. Na
segunda vez em que lá esteve, também fez de tudo
para acalmar os “líderes de Jerusalém”, e até se
submeteu a um “voto”, e raspou a cabeça, e foi fazer
orações no templo, até que foi apanhado pelas
autoridades judaicas que se deixaram levar pelas
provocações de judaizantes que encontraram Paulo na
cidade, e que já o perseguiam desde há muito; e,
assim, alegraram-se com a possibilidade de matar
aquele piolho contra as paredes pedradas de
Jerusalém.

Paulo acabou preso, tendo que se defender sozinho,


sem contar com uma única voz apostólica a seu favor,
e sem nenhuma aparente ação de Tiago —o líder de
Jerusalém— ou de seus seguidores; e foi deixado à
sorte e aos humores dos judeus.

Para mim, o desconforto de Paulo com a igreja de


Jerusalém —e a ação deles em relação a Paulo— bem
expressa o que ele cria que não deveria ter
acontecido jamais. Paulo queria ver seus compatriotas
convertidos e crendo em Jesus, mas não desejava que
a fé tivesse um centro físico de decisões, um
vaticano — que, efetivamente, foi aquilo no que a
incipiente igreja de Jerusalém desejou fazer de si
mesma: um centro de decisões para os demais
cristãos.

Ora, a ordem de Jesus era para que se pregasse


também em Jerusalém, mas que de lá se fosse pela
Judéia, pela Samaria, e até aos confins da terra. Eles,
todavia, ficaram, ficaram, e ficaram em Jerusalém. E
de lá só começaram a sair quando da perseguição de
Estêvão, tempos depois. E logo retornaram; e logo lá
se re-estabeleceram, a ponto de Tiago se orgulhar,
dizendo a Paulo: “Vê, irmão, quantos milhares de
milhares há entre nós que crêem, e são todos zelosos
da lei”. O que para Tiago era uma alegria e uma vitória
da fé, para Paulo, era, todavia, uma derrocada.

É insistente a rejeição de Paulo com relação ao papel


cartorial e papal que a igreja de Jerusalém evocava
para si mesma. O centro do poder!

Esta é uma demonstração simples de como o “poder


do Espírito” —“permanecei na cidade até que do alto
sejais revestidos de poder!”— pode, rapidamente, se
transformar em poder político-religioso, mesmo que o
argumento seja tão supostamente nobre quanto
dizer: “É para regular a fé”.

Eu comecei fazendo a seguinte pergunta: O que será


que Jesus tinha em mente quando disse aos seus
discípulos que permanecessem em Jerusalém até que
do alto fossem revestidos de poder?

Em minha opinião, Ele esperava que tudo quanto Ele


havia dito antes acerca de como se deveria proceder,
de cidade em cidade, fosse, agora, não mais
“treinado”, como antes Ele os fizera experimentar —
Mateus e Lucas narram esse eventos preparatórios—,
mas sim que agora tudo aquilo fosse vivido como uma
ação continua, num fluxo ininterrupto, num vai-e-vem
constante, e como um poder que nunca tivesse um
trono, nem uma cidade santa, nem um vaticano, nem
um centro de poder.

Tudo o que Jesus queria era que os discípulos


continuassem discípulos, e que os apóstolos fossem os
servos de todos, sem haver nem alguém maior, e,
muito menos, um lugar mais santo, ou um centro de
poder.
Eu vejo Paulo sendo acusado de ter criado o
cristianismo. Que terrível acusação!

Não, não acusem Paulo disso. Pode-se dizer que dele


vieram as elaborações e as conclusões “teológicas”
acerca do significado daquilo que entre eles havia
acontecido como fato histórico, mas que não tinha
ainda tido sua síntese reflexiva e aplicativa feita por
ninguém antes. Os apóstolos pregavam a salvação no
nome de Jesus, mas não sabiam das implicações mais
profundas da fé, e nem tampouco acerca da
desconstrução religiosa que tal fé, sendo discernida,
provocaria.

Acusem, sim, os “pais da igreja” e seus “mestres” de


haverem feito doutrinas sobre as afirmações de
Paulo, e de terem usado suas revelações acerca do
“mistério antes oculto, agora, porém, revelado de uma
vez por todas” em um pacote de doutrinas que vieram
a moldar o pensar do cristianismo, embora a prática
religiosa posterior dos cristãos seja tão-somente
filha do casamento da igreja de Jerusalém com as
autoridades do templo e com o legalismo dos fariseus
“convertidos à fé”. A isso, posteriormente, se fez
sincretismo, incorporando noções dos cultos de
mistério dos gregos, abrindo-se também para as
influências gnósticas e adotando o método grego —
mais precisamente o Aristotélico— a fim de ser o
“modo cientifico” da igreja pensar e fazer teologia e
suas filhas: as doutrinas.

Jesus havia dito "fiquem". Mas apenas "fiquem até


que sejais revestidos de poder".

Jesus esperava que o poder do Espírito os fizesse


sair em desassombro pelo mundo, pregando a Palavra
da Boa Nova, ensinando singelamente os discípulos a
serem de Jesus em suas próprias casas e culturas.
Desse modo, ter-se-ia sempre um movimento hebreu,
crescente, progressivo, livre, levado pelo vento,
guiado pelo Espírito e completamente semelhante ao
que eles haviam vivido com Jesus durante o Caminho,
naqueles três anos de estrada que construíram o
Evangelho ao ar livre, nas praias da Galiléia, nos
desertos da Judéia, nas passagens por Samaria, nas
terras de Decápolis e nas regiões onde os
cachorrinhos, debaixo da mesa, aguardavam as
migalhas que poderiam saciar a fome de toda a terra.

Alguém, com razão, diria que tal projeto não seria


possível, visto que ninguém consegue viver sem um
centro de poder. Entretanto, parece que ainda não se
discerniu que o convite de Jesus é contrário a toda
lógica de poder, e não propõe nada que não seja Hoje,
e não obriga ninguém a pavimentar o futuro de Deus
na Terra mediante a construção de algo duradouro.

Para Jesus, o algo duradouro era justamente aquilo


que não se poderia pegar, nem fixar, nem pontuar,
nem ser objeto de visitas turísticas, dada a sua
impermanência num chão marcado pelas urinas dos
mandões. Ele esperava que os discípulos fossem como
o Mestre, e que aqueles anos de Caminho não
ficassem cristalizados nas páginas dos registros dos
evangelhos, mas que se tornassem um modo de ser de
seus discípulos.

Jesus não era pragmático. Se o fosse, teria logo se


mudado para Roma, ou teria aceitado o convite dos
gregos, conforme João 12. Se Jesus fosse
pragmático, jamais teríamos o Evangelho. Isso porque
o Evangelho propõe o Caminho Inviável, que só se faz
possível quando os homens são capazes de esquecer
todas as suas formas de controle e poder.

O poder dos discípulos, paradoxalmente, está em não


ter poder. E o convite para que se morra a fim que se
tenha vida é também válido para a igreja, que, ao
contrário do discípulo, quer mandar na vida e
controlar os homens e o mundo. Assim, pretendendo
salvar a sua vida neste mundo, a igreja não só perde a
sua própria vida, mas deixa de ganhar o mundo.

O que Jesus queria era uma multidão de seres-sal-e-


luz se espalhando pela terra e se diluindo em sabores
e luzes que só seriam sentidas, mas não pontuadas,
jamais se tornando uma Salina ou uma Usina de luz
cristã a serem visitadas pelos curiosos.

O reino é como o fermento escondido... até que


pervade toda a massa da humanidade... sem ninguém
saber como... e sem que ninguém possa dar glória a
mais ninguém senão ao Pai que está nos céus.

Aliás, a proposta de Jesus é tão pouco pragmática


que a vontade de aparecer não pode resisti-la. O sal,
por exemplo, foi usado por Jesus como metáfora
desse desaparecimento da igreja na terra. Tudo ao
que Ele associa a metáfora do sal é ao sabor, e nada
mais. O sal tem que ter sabor, senão já não presta
para nada. E para que o sal salgue e dê sabor, de fato,
ele tem que se dissolver nos elementos que recebem o
seu benefício. O sal só salga quando morre como sal
visível e se torna apenas gosto, presença, realidade,
inescusável benefício, embora ninguém possa dizer
onde ele está, podendo apenas dizer: "Ele está na
panela. Mas onde?"

Já a Luz do mundo —vós sois!— deveria ser a ação


contínua da bondade e da misericórdia, de modo
completamente discreto, porém pleno de efetividade,
de tal modo que os “de fora” é que ao receberem os
benefícios da luz, discirnam-na como boas obras, e,
assim, eles mesmos agradeçam a Deus pelos filhos da
misericórdia que Ele espalhou pela terra.

O que Jesus propõe como simplicidade total,


entretanto, logo deu lugar às complexidades
regimentais e aos centros de poder. Mesmo dizendo
“tal não é entre vós” —referindo-se ao poder de
governar dos reis e autoridades—, o que se criou
desde bem logo foi aquilo que era comum, não o que
era completamente incomum.

“O meu reino, agora, não é deste mundo” os fez


pensar que aquele “agora” já havia passado, e que,
“agora”, eles estavam livres para facilitar as coisas,
ou seja: para complexificá-las conforme os governos
da terra, deixando de lado a leveza do caminho e o
verdadeiro espírito hebreu —andarilho, cruzador de
fronteiras— que havia sido também encarnado em
Jesus.

O que estou dizendo? Que nada valeu a pena? É claro


que não! O que estou dizendo é que o mundo ainda não
acabou, e que a cada nova geração os discípulos de
Jesus tem, outra vez, a chance de viver o Evangelho,
simples e puro, leve e livre, dissolvido em sabores
sentidos, mas sem sede física de poder, sem qualquer
mandão entre nós; e que a luz do mundo pode ainda
brilhar no mundo, não como uma ação da igreja, mas
como fruto da bondade justa e misericordiosa de
cada discípulo que não queira ser um agente da igreja,
mas apenas um filho do amor de Deus solto nesta
terra.

"E não nos reuniremos mais?" — é a pergunta


angustiada de alguns.

É claro que nos reuniremos sempre. Mas tais


encontros não visariam centralizar as forças e
organizar as ações de poder, mas apenas renovar as
alegrias da fé e da esperança, fortalecer o amor e
devolver as pessoas à vida com a simplicidade do sal e
da luz. Ou seja: com sabor e boas obras.

Eu sei que pareço louco para alguns. Não nasci ontem.


Conheço os mecanismos de poder dos quais a “igreja”
se alimenta. E também sei que apenas um punhado
mínimo de pessoas têm a coragem que o Evangelho do
reino demanda, que é a coragem para abrir mão do
poder, e para liderar pela simplicidade, sem trono a
nos acolher em honras.

Quem, no entanto, tiver tal coragem da simplicidade,


esse conhecerá o significado de ser discípulo de
Jesus no reino deste mundo, e que é o poder que
nasce da fraqueza — que, aliás, é o único poder que
Jesus quer ver sendo vivido pelos Seus discípulos.

Minha esperança é que pelo menos alguns poucos


entendam e creiam.

Assim, amigo Moisés, em síntese, é isto que penso.


Mas aqui no site você encontrará muito mais sobre o
tema.
Concluindo, eu diria que a Tirania já nasceu morta,
mas o “Cristianismo” se especializou em criação de
zumbis!

Receba meu abraço e carinho!

NEle, que é o Déspota do Amor, e que não era


“cristão”, mas sim o Filho do Homem-Filho de Deus,

Caio

03/08/06
http://www.caiofabio.com/novo/caiofabio/pagina_conteudo.asp?CodigoCanal=000040
2009

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