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OS BESTIALIZADOS
Em suma, eles teriam que cumprir seu papel pelo qual ocupavam, garantias
conforme o prometido. Assim, o governo compra e estoca caf, entretanto, com a
prspera produo, decidiuse que a melhor sada seria a queima do caf excedente.
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Ser que poderamos imputar esta anomalia, a corrupo, exclusivamente aquela forma
de governo? Seja como for, a conta teria de ser paga. Logo o obvio acontece, algo bem
conhecido por todos: A partilha dos lucros entre os cafeicultores, e a socializao das
perdas com o povo.
europeu. O sentimento se definia assim para Carvalho (1987, p. 39): [...] O brilho
republicano expressou-se em frmulas europeias, especialmente parisienses [...].
Assim, aos poucos a mistura e inverses de culturas foram sendo utilizadas como
fatores de equilbrio entre a populao, tanto das elites para proletariado, como tambm,
do proletariado para as elites.
Entretanto, o preconceito era geral, tanto dos que pensavam o Brasil como
ptria, como tambm, os estrangeiros que aqui estavam como observadores, pois
Carvalho (1987, p. 68) argumenta: A poltica era, na melhor das hipteses assunto dos
estados-maiores das classes dominantes. Na pior, produto das rivalidades de chefes
militares, entrando o povo apenas fortuitamente como massa de manobra.
A negao de identidade para o povo no estava s em como os encarava ou os
descrevia. Carvalho (1987, p. 72) relata: [...] escuma social, para os portugueses,
quando no eram simplesmente bandos de negros e mestios. [...].
Percebe-se, entretanto, que a questo est na definio segundo a viso europeia,
que a seu ver, deveria ser um povo revoltoso, questionadores habilidosos, intelectos
pensadores republicanos organizados. Ser que o povo estava de fato desinteressado?
Para Carvalho (1987, p. 70) A afirmao da inexistncia de povo poltico, de apatia
total da populao era claramente exagerada. Aps citar varias participaes da
populao conclui: [...] Com o governo de Campos Sales houve um ligeiro recuo nas
agitaes, mas no no seu total desaparecimento [...] (p.71).