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O Autor:

JOSÉ GAMEIRO
(José Rodrigues Gameiro)
Edição do Autor

http://www.historiadesalvaterra.blogs.sapo.pt
A ORIGEM DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS
DE SALVATERRA DE MAGOS,
E DA SUA BANDA DE MÚSICA
FICHA TECNICA:

Titulo:
OS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS
E DA SUA BANDA DE MÚSICA
* A Sua História *

Tipo de Livro: On-line

Autor: Gameiro, José

Editor:
Gameiro, José Rodrigues
Morada: B.º Pinhal da Vila – Rua Padre Cruz, Lote 49
Localidade: Salvaterra de Magos
Código Postal: 2120-059 SALVATERRA DE MAGOS

* Telem. 918 905 704


* Fax: 263 505 494

Data: Agosto 2010

http://www.historiadesalvaterra.blogs.sapo.pt
O MEU CONTRIBUTO !

Uma exposição documental e


fotográfica, sobre os Bombeiros
Voluntários de Salvaterra de
Magos, esteve patente na antiga
Capela Real, no ano de 2005,
durante o período das Festas do
Foral.
Colaborei em tal evento, disponibilizando o meu
arquivo documental e fotográfico, de muitos anos,
sobre a instituição e, sua Banda de Música.

A Oferta de um Original

Ciente das grandes dificuldades financeiras em


que vivia os Bombeiros de Salvaterra, para levar a
cabo a construção de um novo quartel, decidi
oferecer em 2007, um texto já preparado para uma
eventual publicação em livro, afim da instituição
obter alguns fundos. Tal trabalho foi entregue, mas
continua por publicar. A falta de uma publicação
sobre a história da Corporação dos Bombeiros
Voluntários, levou-me a, reunir os meus
documentos e, mesmo que modestamente, aqui
está o meu contributo público – um pequeno
historial, da Instituição.
Neste livro, lembro, dirigentes, bombeiros e
músicos, haverá lugar para os seus benfeitores,
sendo justo ficar registado a contribuição do
filantropo salvaterrense – Gaspar da Costa
Ramalho, pois merece uma referência especial, em
jeito de homenagem.
Os outros, aqui também lhes prestamos a mesma
lembrança, sem a divulgação dos seus nomes, pois
a memória dos homens, e a falta de documentos
provoca sempre injustiças.
Mais de três anos são passados, sobre a oferta
desse trabalho histórico, e para que não fiquei
esquecido em qualquer gaveta, decidi agora
publicá-lo em livro, com alguns ajustes, no sistema
on-line. Sendo este um trabalho de recolha, durante
anos, com uma outra finalidade, inseri-lo na minha
Colecção de Apontamentos “Recordar, Também é
Reconstruir”, qualquer interessado em aprofundar
os seus conhecimentos sobre esta Instituição, que é
a Associação Humanitária, com o seu corpo activo
de bombeiros voluntários, e da sua banda de
música, desde o já distante ano de 1935, encontrar
aqui alguma matéria de interesse.

Ano: 2010

José Gameiro
(José Rodrigues Gameiro)

BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS, A DIFERENÇA!


“Sem pretende fazer a função de bombeiro, atrevo-
me no entanto a dizer que a solidariedade destes
soldados da paz é de uma generosidade sem
limites. Torna-se bastante útil caracterizar o espírito
humanista destes homens e mulheres, que por
este pais fora, se encontram num ALERTA
permanente, na defesa e segurança de pessoas e
bens de que todos temos responsabilidades. No
entanto o conforto dos lares e o direito ao
descanso, são princípios que quase todos nós, não
abdicamos deles de forma nenhuma, mesmo
quando sabemos que eventualmente algum amigo
ou conhecido poderá estar em situação de aflição.
“……………………………………………......”
“O esforço despendido por estes valorosos
bombeiros, que numa grande maioria são
apanhados em horas de descanso, desconhecendo
em muitos casos o que é dormir o que é uma noite
normal, sem terem que se levantarem em
sobressalto, para atacar um incêndio, em defesa
das florestas, e dos bens das populações, ou ajudar
a salvar uma vida num acidente.
“………………………………………………………….”
Não é demais realçar o esforço e a dedicação dos
bombeiros de Portugal, muito em especial realçar
os serviços os serviços prestados pelos bombeiros
de Salvaterra, quase sempre sem remunerações.
Sem pretender, fazer da função de bombeiro, uma
classe especial, atrevo-me no entanto a dizer que a
solidariedade destes “soldados da paz” é de uma
generosidade sem limites. Quantas têm sido as
criticas muitas vezes feitas, quando a sirene toca e
aparecem poucos bombeiros, esquecendo que
sobre esses mesmos, tem havido ameaças contra o
seu posto de trabalho e algumas vezes
concretizam-se. A Juventude, tem um papel
fundamental na continuidade dos bombeiros
voluntários, além de ser um serviço de grande
nobreza, também nos bombeiros encontram uma
forma de ocupação saudável e sem vícios.
Bem Hajam Soldados da paz!! “

*******
Nota do Autor: Retirado do texto, de Joaquim Mário, antigo
dirigente dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos,
publicado no Jornal Vale do Tejo, em 15 de Setembro de 1999

I
A INSTITUIÇÃO!
Associação dos Bombeiros Voluntários de
Salvaterra de Magos, foi constituída para servir a
população de Salvaterra de Magos e seu concelho.

Já com uma existência de mais de setenta anos,


graves crises “passaram” pelo seu longo percurso
que, no entanto sempre foram ultrapassadas,
porque homens de boa vontade responderam a
esses momentos de grande aflição.

A sua história, mesmo que simples, está repleta


de situações que, valerá a pena contar, não só
pelos actos de grande humanismo, e heroísmo que,
fez escola no seu corpo activo, como na área
cultural, onde a sua banda, soube estar à altura.
Os seus executantes, ainda agora, vêem deliciando
o povo, transmitindo a arte da música, tocando
obras que, celebrizaram muitos compositores que
sendo do passado, são de todos os séculos.

II
CORPO ACTIVO
Naquele ano de 1935, da vizinha vila de
Benavente, chegaram os bombeiros para ajudar o
povo a combater um incêndio que se arrastava à
muitas horas numa arrecadação de palha, pois a
pequena carreta, posta ao serviço nesse ano, com
rodas de madeira, e com varal ao meio, que servia
para dois homens a puxarem, tinha em cima uma
bomba de água (tipo cilindro), e um motor, para
sugar água, e fazê-la sair em jacto.

Uns quantos metros de mangueira, material


muito antiquado, e um jogo de escadas de madeira,
era o único material de combate às chamas.
Sendo pertença do município, não chegavam para
vencer os fogos. Uma meia dúzia de homens,
estavam sempre prontos ao chamamento da
autarquia, para combater os incêndios na vila. Eram
estes, que compunham o corpo activo dos
bombeiros de Salvaterra de Magos.
. Em casos extremos, em Salvaterra de Magos,
ainda se usavam, as duas filas; do balde cheio,
balde vazio. Trabalho que mobilizava homens,
mulheres e jovens, em extensas filas até ao poço
mais próximo, chegando muitas vezes a ser usada
a água da vala real.

Na vila de Salvaterra, na sua urbanização


habitacional predominavam as construções com
telha de meia-cana, com infra-estruturas de
madeiramento que, estavam sujeitas ao
“aliciamento” das chamas, provocadas pelas
chaminés das habitações. Os incêndios, quando
aconteciam eram pavorosos, os grandes celeiros e
palheiros construídos juntos às habitações, davam
azo a isso, e assim nos dizem alguns relatos
deixados nas páginas destes ou daquele
documento que, nos vai servindo de descrição do
passado, avivando memórias, mesmo aqueles que
destruíram o palácio da vila.

Naquele incêndio, em que foi pedido o auxílio dos


bombeiros de Benavente, mesmo com a prontidão
da sua chegada, levou mais de hora e meia. A sua
acção ficou-se pelo rescaldo, ajudando os poucos
bombeiros da vila. O povo, socorreu-se mais uma
vez do balde. O armazém com palha, estavam
perdidos pela acção do fogo e da água, não sendo
a desgraça tão grande como se esperava, e ouvia
na gritaria, do povo que ajudava a combater as
chamas.

Perante aquele quadro impressionante, o Dr.


José António Vieira, secundado por José Sabino de
Assis e Justiniano Ferreira Estudante, tomaram a
iniciativa da criação de uma comissão para a

constituição de uma Corporação de Bombeiros


Voluntários. O povo aderiu à subscrição pública,
levada a cabo, tendo sido apurados, 17.133$50,
com a inclusão de uma verba da câmara municipal
do valor de 5.000$00.
Nasceu assim, a Associação Humanitária dos

Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos, e

muitos jovens passaram a pertencer ao seu corpo

activo. Um orçamento para a compra de material e

fardamento, dava conta que a despesa seria de

34.600$00, a comissão administrativa da

Associação, após vários tentativas para ultrapassar,

a falta da restante verba, foi com desgosto que pôs

o seu mandato à disposição das entidades oficiais

da terra.
Ultrapassado este percalço, pois a câmara
municipal, sob a presidência de José Luiz Ferreira
Roquette, em reunião, deliberou elevar a quantia do
município para mais 23.600$00.
O corpo activo dos bombeiros, depressa
encontrou espaço para o seu aquartelamento, num
edifício da família Monte Real, na nova Av. José
Luís Brito Seabra.

De noite, num trabalho árduo e incessante que,


durou alguns meses, os membros do corpo activo
construíam um pronto-socorro, fruto de um desenho
de um deles – António Henriques Alexandre, onde
foi aproveitada uma camioneta de carga, sendo
assim substituído a carreta.
No dia da sua apresentação
em cerimónia pública, foi
prestada homenagem ao Dr.
José Vieira, sendo madrinha da
viatura, sua filha, a menina,
Maria Alice Rocha Brito Vieira,
estando acompanhada das
Srªs. D. Ana Ferreira Gomes e
D. Maria Adelaide Madeira da Mata, colocou as fitas
comemorativas no estandarte da Corporação.

Alguns anos passaram, a presença dos


voluntários de Salvaterra quer, nos fogos, quer nos
serviços de socorro em ambulância, passaram a ser
cada vez mais solicitados.
Um novo quartel, era uma necessidade
premente, Gaspar da Costa Ramalho, no seu
espírito de grande benemerência, mandou construir,
em terrenos seus, um novo edifício, moderno para a
época, oferecendo-o à instituição, onde mais tarde
albergou também a Banda de Música, entretanto
criada.

Alguns comandantes e imediatos, tiveram a


generosidade de permanecer durante anos a fio, à
frente do corpo activo, como: José Pinto Oliveira e
António Narciso “O Toca e Baila”, formando gente
que devotada mente ali prestou, o seu voluntariado,

dando assim do melhor que tinha para com o seu


semelhante, num grande espírito de solidariedade,
como é timbre do bombeiro.

Amiúdas vezes ao longo dos anos a instituição,


passou por crises de administração – os seus
associados, nem sempre estavam disponíveis para
a servir, criando situações difíceis, que eram
ultrapassadas, por homens bons, detentores de
grande espírito de empenho, pondo assim muito
dos seus tempos livres, ao serviço da comunidade.

Com o decorrer dos tempos, novas exigências


foram criadas à Corporação, dos Bombeiros
Voluntários de Salvaterra de Magos, com a sua
inserção em associações regionais, e nacionais de
bombeiros, foram originando a constante renovação
de meios e aprendizagem de técnicas novas. Aos
seus homens, para combater fogos em plena época
estival e, nas calamidades invernosas, são
periodicamente ministrados cursos, estando na
mesma situação o socorrismo para ambulâncias.
A corporação mantinha um número de
voluntários, que se renovava constantemente, até
porque se compunha na maioria de pedreiros e
profissões afins. Ao toque de alarme, num
constante bater do sino, largava-se tudo – havia
fogo. Quanto ao chamamento da ambulância, o
toque era espaçado, até porque os acidentes de
trabalho ou de viação eram poucos.

Cinco dias para levar um doente de urgência!

“Um caso digno de registo, por volta de 1953,


andando um menino, na escola primária, foi ao
médico da vila, Dr. Joaquim Gomes de Carvalho,
pois seus pais foram alertados, pela professora, que
algo de saúde, não estava bem com a criança.
O médico, prescreveu-lhe um internamento de
urgência no hospital do Rego (Curry Cabral)., em
Lisboa. Era uma sexta-feira.
Contactado o bombeiro responsável pelas saídas
da única ambulância, dos voluntários de Salvaterra,
foi recomendada a espera até à próxima terça-feira,
dia em que a viatura se deslocava a Lisboa, com
outros doentes.

O doente, foi internado, esteve cerca de 15 dias


naquela unidade hospitalar. A criança doente, era o
autor destas linhas.”

******************
**************
**********
III
UM DIA DE FESTA, UM DIA DE LUTO!

Mais um aniversário da instituição se


comemorava naquele ano de 1968, o dia solarengo
de Verão, convidava a um passeio, e o acidente
aconteceu, conforme consta na notícia publicada
em vários jornais. Uma delas saiu no Século.:

BOMBEIROS DE SALVATERRA MORREM


EM ACIDENTE NA RECTA DO CABO

“Ontem, dia 25 de Agosto, dois bombeiros


voluntários de Salvaterra de Magos, morreram num
grave acidente na estrada recta do cabo. Era dia de
aniversário da corporação, e os voluntários após um
almoço de confraternização, pensaram dar um
passeio, visitando outras corporações; Almeirim,
Cartaxo, Azambuja e Benavente. Já de regresso a
casa, vindos da Azambuja, a tarde ia alta, na
estrada da recta do cabo, sofreram um grave
acidente.

Do embate, resultou a morte de dois bombeiros,


Ezequiel Jorge, o mais velho da corporação, e João
Luís Castanheira, natural de Benavente,
estabelecido na vila de Salvaterra, com um café
junto ao quartel, colaborando como motorista,
quando necessário. Muitos dos ocupantes da
viaturas ficaram gravemente feridos, e a viatura
ficou sem recuperação, segundo se pensa ! “

* In Jornal “ O século ” 26/8/1968 * O Correspondente –


José Gameiro

NOVA VIDA
Tendo os bombeiros, como dogma “VIDA POR
VIDA”, a crise instalada, começou a ser sanada,
após uma iniciativa, do então presidente da câmara
municipal, José Pinto de Figueiredo, que convidou
uma nova equipa de dirigentes. Segundo, relato de
um dos membros daquele grupo, Mário Silva Antão
- o autarca convidou o Eng.º Romeu Fortes Pina
que, tomasse conta da corporação dos bombeiros,
para isso foi formada uma “comissão administrativa”
com Mário Silva Antão e António Viegas, a que
mais tarde se juntaram outros.
A compra de uma viatura-cisterna, de grande
capacidade de armazenamento de água, para
incêndios foi encontrada em bom estado numa
outra congénere na zona de Lisboa.

Um carro para o transporte do corpo activo de


voluntários e, um com cisterna de água e uma
ambulância, passaram a ser as viaturas do parque
automóvel. Era seu comandante, João Roberto da
Fonseca.

O antigo e degradado material, especialmente o


de combate a incêndios, foi lentamente substituído -
escadas e mangueiras – a par do trabalho de
recuperação do edifício-sede da instituição que,
durou alguns meses.

Uma sirene de grande alcance sonoro, foi


instalada, no quartel, substituindo assim o velho
sinal de pedido de socorros aos bombeiros, dos
sinos da igreja matriz da vila, que vinham dando o
alarme desde 1935.

O corpo-activo, foi renovado, com a entrada de


pessoal, especialmente de jovens que aderiram à
iniciativa. Após este período doloroso, para a
história dos bombeiros voluntários de Salvaterra de
Magos, com muitas carências, e dificuldades
ultrapassadas, os cargos de directores, eleitos em
actos eleitorais, passou a ter o seu ciclo normal.

Uma placa em pedra, colocada no edifício do


quartel, recorda e agradece, ao Eng. Romeu Fortes
Pina, a sua colaboração.

As Assembleias-gerais

Na já longa vida, da Associação dos Bombeiros


Voluntários de Salvaterra de Magos, verifica-se uma
situação comum a muitas outras instituições.
Os associados desinteressam-se pela vida das
suas colectividades, não aparecendo, nos seus dias
mais nobres - as suas Assembleias-gerais.

Por vezes, com o calor e entusiasmo próprio


daqueles trabalhos associativos, em que a vida das
instituições está em causa, situações existem, em
que a intriga e maledicência, se “esforça” por
denegrir, o trabalho, de quem se devotou
afanosamente em servi-las, em contraste com
outras onde é “apetecível”, ouvir louvores pelo zelo
empenhado.

Veja-se uma Assembleia Geral, realizada em


Janeiro de 1960, na sua acta consta a presença, 32
sócios - incluindo os directores, e na sua ordem de
trabalhos, discutiu-se a “venda” do alvará da
exploração do cinema que era sua pertença.

Numa outra, em Dezembro de 1999, convocados


para se pronunciarem, quanto à actualização dos
seus Estatutos - para além dos membros da mesa
da Assembleia Geral, composta por: José Manuel
da Luz Ferreira, Manuel Luís de Oliveira e
Francisco Santos Travessa.,
estavam os membros da
Direcção e Conselho Fiscal, e
um punhado de outros sócios:

António Manuel Pires


Gomes, Vasco Manique,
Mário da Silva Antão, António
Carlos Costa Paiva, Carlos
Cantador Duarte, José
Porfírio Morais, Armando Oliveira, Joaquim Mário
Antão, José Rodrigues Gameiro, João Mendes da
Silva e Carlos Leonel Duarte.
Em duas outras, mais recentes, até porque se
realizavam eleições, por serem actos que, estavam
envoltos em polémica, e a coberto da comunicação
social, verificou-se a afluência de um número de
associados nunca antes registados.

No dia 4 de Janeiro de 2001, registou-se a


presença de 179 sócios, enquanto um ano depois
estiveram a votar cerca de meio milhar sócio.
Entre os 494 associados, muitos eram pela
primeira vez que estavam presentes num acto
eleitoral da instituição, mesmo sendo associados à
muitos anos.
A causa era motivada por uma grande polémica,
entre as duas listas que se apresentaram a
eleições.

OS FESTEJOS DE ANIVERSÁRIO

Mesmo que modestamente,


os responsáveis pela
associação, ao longo da sua
existência, não deixavam de
registar aquela data que
simboliza o “nascimento” da
corporação de bombeiros,
instituição muito acarinhada pelo povo do concelho.

IV

RECEBER PREMIO EM TEMPO DE ANIVERSÁRIO

No dia da comemoração dos seus 46 anos de


vida, muitos dos seus voluntários são galardoados
com a medalha de ouro, de duas estrelas, assim
nos dá conta a notícia seguinte:

“Com dois dias de antecedência, comemorou-se


no passado Domingo, o 46º aniversário da
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários
de Salvaterra de Magos. Passando a efeméride no
dia 25, a mesma foi antecipada, afim da solenidade
do acto se poder comemorar em dia de descanso.

Na oportunidade, toda a Direcção presente


recebeu um justo galardão que, foi atribuído à
corporação – A Medalha de Ouro de duas Estrelas.

Em formatura frente ao quartel, na rua 25 de Abril,


com o corpo activo, encontravam-se os voluntários
da secção de Muge, recentemente criada para
servir a população daquela vila e freguesia do
concelho.
Nestes festejos, honraram com a sua presença,
os bombeiros vizinhos de Benavente. Feita
continência aos visitantes: Presidente da Federação
Distrital de Santarém e conselheiro da Inspecção do
Serviço Nacional de Bombeiros e ao presidente da
Liga dos Bombeiros de Portugal.

O presidente da Direcção, Dr. José Gameiro dos


Santos, deu início às cerimónias, começando por
fazer um breve historial da associação, finalizando
dizendo que os actuais dirigentes, tiveram como
especial prioridade “arrumar a casa”, o que em
parte já estava conseguido.

Fez severas criticas aos CTT,


pois à muito estava requisitada
uma nova linha de telefone, e até
à data não tinham obtido
resposta daquela empresa.

O Comandante, Sr. Carlos Leonel Duarte,


informou que os bombeiros de Salvaterra, durante o
último ano, prestaram entre outros serviços, 7909
horas de ambulância, 93 assistências a acidente de
viação, acudiram a 33 acidentes de trabalho,
estiveram presentes em 8 fogos de habitação,
socorreram 71 parturientes, foram chamados a
combater 3 fogos em searas, tendo as viaturas
percorridos cerca de 10.110 km.

Usando de seguida a palavra, o presidente da


Federação Distrital dos Bombeiros de Santarém,
deu os parabéns à Associação Humanitária de
Salvaterra de Magos, através da sua direcção.
Com um contacto assíduo com estes, teve ensejo
de verificar o dinamismo e
carolice que, manifestavam nos
desejos de conseguirem mais e
melhor para os seus
bombeiros, assim era seu dever
registá-lo publicamente, disse.

Seguidamente, o presidente da Liga dos


Bombeiros de Portugal, depois de salientar o que
este ano se vem passando em todo o país, onde os
pinhais e florestas, estão em chamas, vitimas na
sua maior parte de mãos criminosas, segundo se
está a apurar, é de ver a presença dos bombeiros
que não regateando esforços e sacrifícios, ali
chegam a andar dias a fio.
Mais disse: A minha presença em Salvaterra de
Magos, deve-se ao facto da sua Corporação de
Bombeiros, ter sido galardoada com a “MEDALHA
DE OURO DE DUAS ESTRELAS” – prémio instituído a
nível nacional e, este ano ser a escolhida com tal
distinção honorífica que, certamente enriquecerá o
seu historial. De seguida com a ajuda do
comandante do corpo activo, colocou tão
significativo galardão, no estandarte da instituição.
O último orador da cerimónia, foi o Dr. Alexandre
António Monteiro, ali presente na qualidade de vice-
presidente da câmara municipal, destacando o
trabalho feito por esta direcção, especialmente com
a criação de uma secção de bombeiros voluntários,
na vila e freguesia de Muge. A finalizar a cerimónia,
foram distribuídos os diplomas atribuídos pela Cruz
Vermelha Portuguesa, aos bombeiros que dias
antes tinham terminado um curso de socorrismo,
ministrado naquela instituição de solidariedade.

Fechou a cerimónia, o Padre, José Diogo, pároco


da freguesia, benzendo duas viaturas; um Jeep e
uma ambulância com a matrícula, NO-74-61.
O primeiro veículo, recebeu o nome “Bombeiros
Fundadores”, estando presentes a representá-los e
foram padrinhos, os ex-voluntários, José Teodoro
Amaro, os irmãos; Sebastião e Augusto Cabaço,
João Feleciano Gil e João Miguel Oliveira (João
Capadão). A segunda viatura, recebeu o nome
“António Pedro Ferreira”, antigo comandante
estando presentes, sua viúva e filhos.

23/08/1981 * Reportagem de: José Gameiro

**********
V

UM NOVO TEMPO NA
ASSOCIAÇÃO DOS BOMBEIROS !

Os tempos eram outros!


A época da benemerência passou, até porque o
homem moderno, é diferente, está distanciado e
pouco afectivo na solidarização para com a
comunidade onde vive.
Passou a exigir dos poderes públicos a resolução
das suas necessidades básicas, deixou de praticar
a filantropia para com os seus semelhantes mais
necessitados.

UM SONHO, UM NOVO QUARTEL!

Construir, um novo edifício para quartel-sede,


foi o lema da direcção eleita para o mandato –
1999/2000

“As velhas instalações à muito se tornaram


insuficientes para a prestação dos socorros que a
população do concelho merece ”, Joaquim Mário
Antão, foi o porta-voz deste desejo, e com
empenho, deu inicio ao processo.
Logo um projecto deu entrada em muitas
secretarias oficiais, e a homologação da construção
foi concedida e comparticipada.

Entre as várias entidades, foi a câmara municipal


e a Associação dos Bombeiros, que mais se
responsabilizaram em suportar os custos da obra,
assim foi noticiado na comunicação social.

No ano de 2003,a direcção recem-eleita, tinha no


seu programa eleitoral, a promessa:

* RECUPERAR A BOA RELAÇÃO ENTRE A


DIRECÇÃO E OS BOMBEIROS - DIGNIFICAR A
INSTITUIÇÃO *.

A direcção não se ficou pelo apaziguamento do


mal estar que reinava no corpo activo, mobilizou –
se também para a construção de um novo
aquartelamento, visto o edifício que ocupavam já
não reunir as condições suficientes para o seu
trabalho – estar ao serviço da população do
concelho.
PROJECTO PARA UM NOVO EDIFICIO DOS BOMBEIROS

CONCURSO PÚBLICO:

Nos jornais foi publicada a notícia do acordo


que foi possível encontrar entre o executivo
camarário, e os membros da
direcção, a nível
institucional, já que o
relacionamento existente
tinha um clima de alguma
crispação, que a
comunicação social da
região, servia para
constantemente publicar, os
pontos de vista sobre vários
assuntos, em que a
discórdia era mais latente.

A DETENÇÃO POLICIAL DOS SEUS DIRIGENTES

Novas eleições, novos dirigentes eleitos, uma


queixa deu entrada em tribunal, contra os que
tinham deixado de gerir a Instituição, incluindo o
seu comandante, por suspeitas de irregularidades
praticadas. Um inquérito policial, foi aberto em
2002, por denúncia, o “peculato, apropriação
ilegítima, favorecimento pessoal e económico”
foram as causas apuradas.

Dia 23 de Maio de 2004, era dia de grande festa


na vila, os bombeiros que fazem parte da

FANFARRA, tinham convidado outras de todo o


país, que actuavam perante a população num
grande desfile pelas ruas de Salvaterra de Magos,
que duraria algumas horas

Manhã cedo, a polícia deteve o comandante dos


bombeiros, Carlos Leonel Duarte, à porta do
Quartel, e ao longo do dia mais dois antigos
dirigentes, foram alvo de um mandato de prisão.
A comunicação social escrita e televisiva, estava
em peso na vila de Salvaterra de Magos, para
registar o acontecimento que, foi alvo de noticiário
durante o dia, especialmente nos telejornais.

O jornal Correio da Manhã,


publicava no dia seguinte, uma foto do momento
exacto, da detenção de Carlos Leonel, junto ao
quartel dos bombeiros.

Momento da detenção policial, ao Comandante


dos Bombeiros, Carlos Leonel

– Foto publicada no Jornal “Correio da Manhã”

Meses mais tarde, o tribunal de Benavente, não


lhes imputou quaisquer responsabilidades no
processo de que eram acusados, pelo que o
mesmo foi arquivado.

ANÚNCIO DO CONCURSO:

VI

* Recortes de Jornais *
NOTICIAS DE SALVATERRA !

Acidente

Salvaterra de Magos, hoje, dia 4, pelas 9,30 horas,


na ocasião em que a Corporação dos Bombeiros
Voluntários desta vila se dirigia para o local onde
costuma fazer os seus exercícios, encontrava-se
parado, na avenida do Calvário; um carro de bois,
pertencente a Luiz Roquette (Herdeiros). Sobre o
carro encontrava-se uma criança de 7 anos. Os
bois assustaram-se por qualquer motivo e fugiram
em louca correria, levando atrelado o carro que
conduzia a pobre criança. Graças à rápida
intervenção de alguns bombeiros que seguiram
correndo atrás do carro e em especial ao voluntário,
Sebastião Augusto Cabaço, que conseguiu saltar,
para dentro do veiculo, a criança foi salva de um
desastre, pois já se preparava para saltar para a
estrada. Os bois só pararam a grande distância
desta vila. Era de maior justiça que o bombeiro,
Sebastião Cabaço fosse louvado, obtendo, assim o
prémio da sua nobre acção – C
Nota: Mais tarde, em 1990 – O autor destas
linhas, recebeu a informação, junto do Sr.
Gastão Caçador Aleluia, nascido em 1936 – era
ele a criança que em 1943, foi alvo da notícia
publicado no jornal “ O Século”
Ecos de Salvaterra !

Sob a direcção dos Bombeiros desta vila,


constituída actualmente pelos senhores; Carlos
Eugénio Machado das Neves, Presidente;
Evaristo Filipe Andrade, Vice-Presidente; José
Virgolino Torroais, 1º-secretário e Prof. Jorge
Assunção; Tesoureiro, reuniram-se na semana
anterior todos os corpos directivos desta
prestimosa Associação, tendo deliberado fazer a
aquisição de uma nova ambulância, a gasóleo.
Para este fim, vão contactar com determinadas
entidades oficiais e particulares e vão realizar
durante o ano várias competições desportivas,
em vista à angariação de fundos indispensáveis
para tão útil e importante melhoramento.

In –Jornal Aurora do Ribatejo * José Gameiro – 12.5.1973

PARA QUANDO UMA RUA PARA


GASPAR DA COSTA RAMALHO
“No passado dia 20 de Outubro, de 1998, mais
um aniversário passou da data do seu nascimento.
Quase sempre, nunca, ou tardiamente, as pessoas
sabem ser agradecidas porque os preconceitos
ultrapassam os desejos. Na população de
Salvaterra de Magos, ainda existe uma geração
que, conheceu e, beneficiou da benemerência de
Gaspar da Costa Ramalho, homem que soube
distribuir dos haveres que tinha, pelos pobres seus
concidadãos.
Depois de alguns anos a
“pesquisar” as várias formas da
sua benemerência, sobressaem,
as instituições da sua terra, as
mais contempladas.
“Gaspar Ramalho, nasceu em
Salvaterra de Magos no dia 20 de
Outubro de 1868, filho de José de Sousa Ramalho
e de Joaquina Victória. Ao longo de uma vida de 94
anos, foi um grande lavrador, com propriedades nos
concelhos de Azambuja, Vila Franca, Benavente e
Salvaterra, a sua imensa riqueza foi gerida com
benemerência humilde. Quando do terramoto de
1909, onde as populações de Samora Correia,
Benavente e Salvaterra de Magos sentiram os seus
efeitos devastadores mais de perto, logo a mão
amiga de Costa Ramalho se manifestou dizendo
presente. O seu grande “martírio” eram sempre os
necessitados, especialmente as crianças. Para
tornar realidade um sonho da população
Salvaterriana, em 1912 acompanhado de um outro
lavrador, Francisco Ferreira Lino, construiu o
edifício que viria a servir de hospital e, o ofertou à
Misericórdia local. No entanto, e porque os Invernos
eram rigorosos e devastadores, a classe rural sofria
na carne essa tremenda calamidade, no ano de
1900, construiu uma grande adega e armazéns,
aproveitando as ruínas do que foi o Palácio das
Damas, situado no actual Largo dos Combatentes.
Espaço, que para além do tempo da construção,
serviu durante muitos anos como local para muitos
postos de trabalho.
Quando da construção da Praça de Toiros em
1920, a “Comissão Construtora” se debatia com
dificuldades financeiras para concretizar o que
esperava ser uma realidade, logo um “anónimo”
suportou os valores, em falta, realizando assim os
desejos daqueles que estavam empenhados na
construção do belo edifício tauromáquico, que hoje
Salvaterra tem à entrada da vila.

Não ficou por aqui o seu apoio, pois quando do


ciclone de 15 de Fevereiro de 1941, logo construiu
bancadas em cimento, tendo o Conde de Monte
Real –Jorge de Melo e Faro - e sua esposa,
suportado a reconstrução das paredes da praça.
Com o seu coração sempre preocupado com o
bem estar dos desprotegidos da sorte, o campo
cultural foi enriquecido com a construção de um
cineteatro, nos anos 20, tendo para tal transformado
alguns dos seus celeiros que possuía na Rua
Machado Santos. Depois da obra concluída
ofertou-a aos Bombeiros Voluntários de Salvaterra,
situação mais tarde também acontecida, com a
construção do edifício do quartel.
Continuando a pugnar pelo bem-estar da
população, nunca esquecendo os mais
necessitados, em 1935 cria a “Casa do Povo de
Salvaterra de Magos”, onde tomou lugar de
Presidente da Comissão organizadora e, depois da
sua legalização foi Presidente da Assembleia-geral.
Para o efeito cedeu uma sua casa na Rua
Cândido Reis, junto ao solar da família Roquette e,
ofereceu à Instituição durante anos o valor de
renda, que na altura era de 600$00 anuais.
Como a sua maneira de estar na vida era de
grande descrição, teve sempre a humildade de
nunca estar presente aos festejos inaugurativos,
onde a sua mão bafejou os necessitados.
A presença da sua benemerência aparecia
quando se apercebia das dificuldades das
instituições da terra; que o diga a Santa Casa de
Misericórdia e, os Bombeiros, entre outras tantas,
sempre que nos fechos das contas as várias
gerências estavam em apuros com saldos
negativos, logo um “anónimo” repunha as
importâncias em falta. Aos cortejos de oferendas
promovidos pela Misericórdia, que na década de
1950 ainda se realizavam, Gaspar Ramalho,
assumia a sua responsabilidade de cidadão
salvaterrense, ofertando grandes quantidades de
produtos agrícolas para o respectivo leilão de
angariação de fundos. Faleceu a 13 de Junho de
1962, na terra que o viu nascer, Salvaterra de
Magos. Agora que se registam 130 anos do seu
nascimento, e 36 após o seu falecimento, parece-
me chegada a hora de deixar-mos de ser ingratos.
As instituições à muito já prestaram o seu
reconhecimento, as autarquias locais – câmara e
junta de freguesia, continuam a ignorá-lo!
Vamos colocar a sua identificação naquela rua
que, recebeu oficialmente o seu nome, pois. a
melhor forma de homenagear, é lembrá-lo
perpetuando o seu nome! (*)

In – Jornal Vale do Tejo * 1998 * José Gameiro

**********
(*) - Em 2005, finalmente foi atribuído o nome de Gaspar da Costa Ramalho, a uma
rua, que vai da Rua Padre Cruz e termina em frente às instalações da Misericórdia de
Salvaterra de Magos.

VII
A FANFARRA DOS BOMBEIROS

Desde o início da corporação, em 1935, um terno


de clarins ajustava-se
à representação da
instituição, com seu
estandarte, nos dias
festivos. Com o
decorrer dos anos,
por volta de 1948,
chegou a existir mais
de uma dúzia, que tocavam: clarins, tambores e
caixas. Uma ou outra vez, a crise era notória, por
falta de componentes, porque os ensaios requeriam
muitas horas de grande dedicação.
Em 1968, um jovem bombeiro, Vítor Soares
(Vítor Diogo), que no exército tinha pertencido a
uma das suas fanfarras, teimava em recrutar
camaradas para aquela prática e, à noite nos
treinos, era ele o fio de ligação com os ensaiados.
Em 2001, eram poucos, Joaquim Carvalho, José
Narciso, Vítor Diogo e Luís Silva, eram os seus
grandes entusiastas
Um ano houve, pela saída do 1º de Dezembro,
que o músico do bombo grande, depois de tantas
“marteladas”, o rebentou num dos lados, passando
a fazer o esforço de tocar no lado que estava
disponível. Este grupo, não parou, e em Setembro
de 2003, fizeram um grande ensaio pelas ruas de
Salvaterra de Magos, disso dei conta nas páginas
do jornal o Mirante.

A FANFARRA DOS BOMBEIROS,


ESTÁ DE VOLTA!

“No passado dia 13, a noite estava quente, mas


calma, os telejornais mostravam-nos medonhos
incêndios, que lavravam no país, especialmente em
Mafra – os bombeiro, esses soldados da paz,
andavam lá. Aqui, ao longe, sons de grandes
tambores, entrou-nos por casa dentro, o povo veio à
rua, era a Fanfarra dos Bombeiros da nossa terra,
que estava de volta. Depois da última vez, que
tocou num 1º de Dezembro, já lá vão uns meses,
voltava agora mais alegre, com mais energia, a
nova Fanfarra, composta por um grupo de cerca de
40 elementos, onde entre os jovens se viam
meninas e crianças, no seu primeiro ensaio,
animavam as ruas da vila de Salvaterra.
Os tambores, as caixas e os clarins, tocavam já em
grande harmonia, neste preparar para o dia da
apresentação pública, espero seja breve, e nos
“envaideça” deles, do muito brilho e enriquecimento,
que certamente vêm dar à sua “nossa” corporação
– os bombeiros voluntários de Salvaterra de Magos.
Porque a Fanfarra, está de volta, o povo da terra,
certamente os vai apoiar, e eles merecem-no
Aqui dou conta, da imensa alegria, que foi ver
aquela “rapaziada” que não desiste.”
Como eles marchavam, foi bom de ver !

In) – Jornal “O Mirante” * JOSE GAMEIRO

O PRIMEIRO DE DEZEMBRO DE 2006

Uma tradição comemorada nesta terra, conhecida


pelo menos desde o século XIX, o primeiro de
Dezembro era lembrado por uma banda de música
que, percorria as ruas da vila, tocando o “Hino da
Restauração” pela madrugada daquele dia, até o
sol nascer – Depois era dia de trabalho!

A Banda de Música dos Bombeiros, disso se


encarregou sozinha até ao aparecimento da
Fanfarra, que também começou a fazê-lo.
No ano que agora findou, serviu para que seis
meninas tocassem pela primeira vez em público,
pois marchavam garbosamente pelas ruas da vila,
fazendo parte dos 21 jovens elementos que,
engrossavam agora a Banda de Música. Como
sempre foi tocando o “Hino da Restauração”.
Um grande entusiasta, Diamantino Jacob,
dedicado dirigente, também os teve à sua porta e,
uma música especial, foi tocada para António
Armando Sousa Pinheiro, como retribuição do apoio
que presta, desde há anos, à banda,
especialmente, neste dia 1º de Dezembro. Foram
dois momentos muito bonitos!

Naquele grupo de jovens músicos, lá continuavam


a marchar e tocar, dois “sobreviventes” de uma
outra geração mais antiga; Manuel Sebastião
Catarino e Hernâni Arroz Damásio, sob a direcção
do maestro; Luís Silva. Umas horas antes, ainda
era noite, já a Fanfarra dos Bombeiros, alegrava as
ruas da vila, com um enorme cortejo de
participantes, onde se via a juventude, mesmo
crianças que tocavam os seus tambores.
Os clarins davam o mote !

VIII
COMO NASCEU A BANDA DE MÚSICA DOS
BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS
DE SALVATERRA DE MAGOS
Naquele ano de 1965, João Pereira (Jope),
estava mais uma vez, de visita a Salvaterra de
Magos e, como habitualmente procurou-me para
saber novidades da nossa terra !
Aproveitou, Fazendo-me a oferta das suas
memórias, um trabalho sobre a origem da Banda de
Música, solicitando-me com grande empenho que
as divulga-se, para conhecimento das gerações
vindouras. Tínhamos na altura, no já desaparecido
jornal “Aurora do Ribatejo”, semanário, um espaço
nas suas colunas, e dias depois o texto sobre a
origem da Banda de Música dos Bombeiros de
Salvaterra de Magos.

“Todas as bandas de música, por mais


modestas que sejam, têm a sua história; porém,
porque a Banda dos Bombeiros Voluntários de
Salvaterra de Magos se relaciona com uma das
mais interessantes passagens dos meus tempos
de rapaz, julgo conveniente e interessante esta
narrativa, para que os antigos não esqueçam e
os novos conheçam, como de um grupo de
modestos e simples rapazes, nasceu uma obra
digna da corporação e da terra a que pertence.

Nesse tempo ainda Salvaterra não gozava dos


benefícios da luz eléctrica, sendo os locais de
mais movimento iluminados por candeeiros a
gás calcário.

Numa noite de Agosto, à luz de um desses


velhos candeeiros colocado à esquina da rua
Direita, sentados num poial de uma das portas
do estabelecimento do Sr. Pedro dos Santos,
um grupo de rapazes discutia: não assuntos de
futebol, como certamente hoje fariam, mas a
forma de conseguir organizar algo de útil e
agradável, ao seu espírito e a terra que lhes
serviu de berço.

Pensavam uns em formar um grupo


folclórico; outros num grupo cénico; outros
ainda, alvitravam a formação de um grupo coral.
Todas estas ideias, eram discutidas sob
inúmeras hipóteses, arrastando-se até bastante
tarde. Já passava da meia-noite, quando me
assaltou o cérebro uma feliz ideia.
Haviam uns antigos executantes de bandas de
música outrora existentes na vila que
conservavam ainda em seu poder velhos
instrumentos, como relíquia do passado, alguns
dos quais eu conhecia, o que me levou a ter o
seguinte desabafo:

Éh, rapaziada, se fossemos pedir alguns desses


velhos instrumentos que se encontram em
poder dos músicos antigos para fazer a
surpresa de tocarmos o Hino da Restauração no
dia 1 de Dezembro ?
Todos concordaram com esta ideia, ficando
desde logo combinado ir no dia seguinte, falar
aos antigos músicos, expondo-lhes as nossas
intenções.
No outro dia, à hora do almoço, já se
encontravam na nossa posse alguns
instrumentos: o Cornetim do Manuel Doutor, o
Contrabaixo do João Borrego, o Barítono do
velho Sebastiana, o Saxofone, do Roberto Serra,
enfim tudo o que fora possível descobrir !

Começaram então a fervilhar os comentários,


como não podia deixar de ser; favoráveis uns,
desfavoráveis outros.

Havia quem nos


encorajasse a prosseguir,
indicando até alguns
benéficos pormenores e,
havia os que não
acreditavam em rapazes –
detractores sempre
existiram – dizendo a quem
lhes abordava o assunto: -
Vocês ainda acreditam em
qualquer coisa feita por rapazes?
Tenham mas é juízo, eles não conseguem nada
!...

Entretanto a notícia espalhava-se por toda a


localidade e, a rapaziada salvaterrense, tomando
conhecimento desta resolução, acorria ao nosso
encontro inscrevendo-se com entusiasmo numa
já então longa lista de candidatos a futuros
filarmónicos. No grupo existia um elemento que
já conhecia muito bem a música, era o “Zé
Carlos” - José Carlos Augusto Cabaço - foram
dele as primeiras lições de solfejo recebidas.

Embora a intenção inicial fosse resumida


apenas ao Hino tocado pelos seis ou sete
iniciadores de tão genial ideia, a verdade é que
em poucos dias já se encontravam inscritos uns
38 rapazes desejosos de tocarem quaisquer
instrumentos.
Começou então um verdadeiro assalto ao
velho instrumental, elucidados por alguns
velhotes, especialmente pelos que sempre
acreditaram no êxito do nosso empreendimento,
descobrimos: Bombardinos, Clarinetes,
Saxofones, Trombones, Trompas, etc.
Alguns deixaram de ver a luz do dia à dezenas
de anos, em consequência de que se
encontravam lindamente “ornamentados” com
enormes teias de aranha e bonitas manchas
verdes.
Um Contrabaixo, que me veio parar às mãos,
para limpar, tinha dentro um ninho com oito
inocentes ratinhos!
Para conseguir tirar dele algum som, tive de
o lavar com sete panelas de água quente e cerca
de dois quilos de potassa.
Isto prova bem o estado em que se
encontravam alguns desgraçados instrumentos,
cujo estado de conservação era igual ou
parecido, originando a todas tarefas idênticas
ao meu.

Depois de tudo isto à força de entusiásticas


canseiras, começaram as primeiras lições que,
como não podia deixar de ser, tiveram início nas
respectivas escalas, tiradas com muitos
assopros e algumas bochechas.

O solfejo ministrado a cada executante foi


apenas o indispensável para compreender o
Hino da Restauração, pois faltavam só 3 meses
e de qualquer maneira o grupo sairia a tocar.

Os que já conheciam algumas notinhas de


música ensinavam os outros, facilitando assim a
tarefa do incansável “Zé Carlos” que por ser o
mais habilitado, era na altura o nosso
“Maestro”.

Algumas semanas antes do ambicionado


dia, já todos – ou quase todos – sabiam tocar o
hino, embora a maioria o fizesse de ouvido,
porquanto o solfejo tornava-se difícil e
complicado em tão pouco tempo.
Já então alguns dos incrédulos, reparando na
azafama da rapaziada, começaram a acreditar na
possibilidade de se poder organizar qualquer
coisa de jeito, tal não era o louco entusiasmo
com que a mocidade se entregava ao seu
sonho!
Agora não era apenas o desejo de tocar o Hino
da Restauração, não senhor; havia já uma
ambição mais forte, a de poder formar uma
filarmónica, preenchendo uma falta existente há
dezenas de anos! Praticamente os dias de
descanso não existiam: o tempo passava-se
velozmente e era necessário que o grupo saísse
o melhor possível, ainda mesmo que a maioria
tocasse de ouvido.
Todos os dias se ensaiava e muitas vezes ouvi
ralhar minha mãe:

- Oh rapaz, tu não tens assento para nada; mal


chegas a casa, jantas à pressa e sais, parece
que andas maluco com o diabo da música, ora
esta!

E era verdade, ela tinha razão coitada, como


quase sempre a têm todas as mães que
advertem os filhos quando lhes notam
quaisquer anormalidade. Eu andava numa
autêntica loucura; quase que não comia e trazia
os lábios vermelhos e inchados devido ao bocal
do contrabaixo: era este o instrumento que eu
tocava.

O Jacinto Hipólito, o “Lagarto”,


comprometera-se a tocá-lo mas, ao ver o estado
como o pobre instrumento saíra do sótão da
casa do João Borrego, cheio de teias de aranha,
de manchas negras, e com um fofinho ninho de
ratitos dentro da campânula, não quis tocar
nele; foi então que o levei para casa e o lavei,
como já disse.

Para melhor poder afinar o conjunto,


começámos a compreender que seria
necessário o auxilio de alguém mais velho e de
mais competência, pois a boa vontade e os
conhecimentos do “Zé Carlos” não eram já
suficientes.

Conhecedor desta nossa intenção, o Sr.


Roberto Júnior, (vulgo Roberto da Ferradora),
músico competente e homem já de certa idade,
ofereceu os seus préstimos como orientador e
ensaiador, não desdenhando pôr a sua calva
rodeada de cabelos brancos ao serviço dum
grupo de irrequietos rapazes, cujas idades se
cifravam entre os quinze e os vinte e três anos.
Num amplo celeiro da Companhia das
Lezírias que, para o efeito nos emprestaram,
começaram os ensaios sobre a nova orientação.
Tocando e marchando horas sem fim, nunca
houve entre o numeroso grupo um queixume,
um desânimo, ou qualquer sinal de aversão.

Na noite que antecedeu o dia 1º de Dezembro


desse ano, nenhum de nós dormiu em casa.
O grande benemérito, Sr. Gaspar da Costa
Ramalho, pôs à nossa disposição uma casa,
nesse tempo ainda desabitada, para nela
passarmos essa noite e onde organizámos uma
ceia, finda a qual ninguém mais dormiu: as
horas pareciam ter o dobro dos minutos o que,
na ânsia de ver chegar a madrugada, dava a
todos a ilusão de horas mais compridas. Um
foguete, logo seguido de um morteiro, ambos
lançados pelo velho empregado da Câmara, Sr.
Vitorino (dos Candeeiros), deu a indicação de
que eram já cinco horas da manhã.

Faltava a penas uma hora para que o sonho de


toda a rapaziada se tornasse realidade!
Às cinco e meia, cada um com o seu
instrumento debaixo do braço, todo o grupo se
dirigiu para o Largo da Câmara Municipal, em
cuja frente se tocaria pela primeira vez.

Todos formados, a postos, esperámos que o


relógio da torre da Igreja Matriz, desse as seis
badaladas. Logo que a primeira ecoou, rompeu
o Hino da Restauração, tocado (?) por trinta e tal
rapazes cheios de alegria por verem enfim
satisfeita a sua ambição.

Muito povo se aglomerou também em frente


aos paços do concelho e, ao verificarem a
alegria, o entusiasmo, e até a comoção daqueles
endiabrados rapazes, não puderam conter-se e
em muitas faces se viram lágrimas de comovida
satisfação.
A todas a ruas, travessas e becos, foi levado
o “Hino da Restauração”, tocado repetidas
vezes, entre o estalejar dos foguetes, a vozearia
do rapazio, o ladrar dos cães e o cantar dos
galos que, habituadas habituados a serem só
deles os únicos sons ouvidos àquela hora,
pareciam cantar de maneira diferente,
certamente irritados por notarem que algo de
estranho tirava a primazia do despertar da
“Aurora” naquele dia.
À medida que o grupo avançava ia
engrossando a comitiva de admiradores, pois à
nossa passagem não havia quem resistisse ao
desejo de se levantar e seguir atrás da música.
Ao meio-dia, repetiu-se as voltas, o mesmo
sucedendo à noite: Salvaterra, encontrava-se
então entusiasmadíssima com a proeza dos
seus moços, cujo feito mais parecia um sonho
que uma realidade!

Terminada a tarefa daquele dia, alguém


lembrou a conveniência em continuarmos,
aproveitando o entusiasmo inicial para a
formação de uma filarmónica na terra,
preconizando até uma reunião para discutir o
assunto. Durante um jantar de homenagem
preparado para o efeito, ficou combinado a
formação do agrupamento que a partir daquele
momento passou a denominar-se GRUPO
MUSICAL SALVATERRENSE, ficando o Sr Roberto
Júnior, como director artístico.

Alugou-se um celeiro onde foram montadas


as respectivas instalações e, aproveitando a boa
vontade de muitos amigos, foi lançada uma
pequena cotização mensal que, juntamente com
o produto de algumas festas, nomeadamente
bailes, servia para suprir as despesas.
Embora o grupo musical, fosse formado com
grande entusiasmo e ficasse sob a orientação
de boas vontades, a sua existência foi curta
(cerca de um ano apenas), e pouco brilhante
porquanto não começou da melhor maneira.

Conforme já lhes contei, a grande maioria dos


componentes não sabia solfejar, pelo que não
haveria muito a esperar do seu valor como
filarmónicos: a prova é que durante um ano
conseguiram apenas ensaiar e tocar duas
marchas bastantes simples.

Começaram então a aparecer algumas


discordâncias, pela forma decorria a orientação
do agrupamento, pois alguns, com justificada
razão, insistiam para que fossem ministradas
lições de solfejo aos executantes antes de
serem postos à estante. O senhor Justiniano
Ferreira Estudante, saudoso comandante dos
bombeiros voluntários, notando talvez os
pontos de discórdia existentes na rapaziada,
pediu a comparência dos principais obreiros do
Musical no seu gabinete, a quem expôs, com
palavras bastante elucidativas, as vantagens
que adviriam da transferência do Grupo para
aquela Corporação.
Como nem todos concordassem com a
referida transferência, havendo até alguns que
afirmavam não querer entregar à Corporação
dos Bombeiros uma obra que tanto trabalho
dera, ficou deliberado efectuar-se uma reunião
entre todos, onde cada um, por escrutínio
secreto, se manifestaria consoante a sua
vontade, resolvendo assim o futuro da música
em Salvaterra.

Setenta por cento da rapaziada, mais ou


menos, se manifestou favorável à dissolução do
Grupo Musical, cuja resolução encheu de júbilo
o Sr. Justiniano, porque viu possível formar o
que tanto entusiasticamente idealizara – uma
banda de música dentro da corporação que
tanto adorava.

Se havia elementos orgulhosos da sua obra,


satisfeitos por pertencerem ao número dos que
tornaram possível a formação de um grupo
musical em Salvaterra, eu era dos mais
entusiastas, tanto mais que me pertencia, além
dos outros, a honra da iniciativa.
Todavia não concordava com a existência do
agrupamento dentro daquela orientação, por me
parecer impossível a sua manutenção sem
ordem e sem preparação artística, o que
equivaleria a um bom cavalo sem pernas, um
bom relógio sem ponteiros, etc..

Daquele dissolvido grupo nunca Salvaterra


poderia esperar quais quer acções que a
dignificassem. Os que me acompanharam
nestas passagens poderão justificar a minha
razão !

Que se poderia esperar de músicos (?) sem


saberem solfejar?
Alguns, quando se lhes dizia que os
instrumentos deveriam dar lugar ao solfejo por
uns tempos, respondiam de mau humor: Solfejo
para quê?
Isto a poder do tempo toca-se; vocês nunca
ouviram dizer que água mole em pedra dura
tanto bate até que fura?...

Por discordar destas disparatadas opiniões,


perdi a amizade de alguns amigos,
inclusivamente a do próprio Zé Carlos Cabaço
que até então fora um dos mais dedicados!
Como a consciência me diz ainda hoje que
procedi de forma a não ter de arrepender-me,
sinto satisfação por ter também contribuído
para a formação da Banda dos Bombeiros.

Não julguem, que foi fácil organizar


devidamente a banda dentro da Corporação dos
Bombeiros; algumas dificuldades surgiram de
princípio, pois lá também havia quem
pretendesse fazer caminhar o conjunto tal como
entrara, com músicos artificiais, levando ainda
mais um ano, talvez, a encontrar o verdadeiro
caminho.
Foi então que a respectiva direcção, dando
crédito às nossas insistências, o maestro e
compositor, António Paulo Cordeiro, para
formar a futura banda, o que todos encheu de
entusiasmo e esperança, dada a sua
reconhecida competência.
Este senhor, depois de observar
individualmente todo o conjunto, ordenou que
alguns colocassem os respectivos instrumentos
na prateleira, sendo durante algumas semanas
substituídos pelos livros de solfejo, passando
em seguida diversas lições, exercitando cada
um no seu instrumento.
O entusiasmo recrudesceu, registando-se a
entrada de um bom número de aprendizes, e
quando pela primeira vez, depois desta
orientação, os salvaterrenses viram e ouviram o
novo conjunto, já não lhe chamaram o “Grupo
dos Rapazes”, como anteriormente, mas sim a
nossa Banda dos Bombeiros!...
Embora sem grandes aspirações, a minha
Banda – como orgulhosamente lhe chamo – tem
vindo a caminhar através dos tempos, umas
vezes melhor outras pior, como sucede com
todas, até mesmo algumas com grandes
aspirações, mas sempre afinadinha e gritando
“presente” em todos os festejos que a sua terra
realize.”
“Esta é a verdadeira história, da banda de
Música dos Bombeiros Voluntários de
Salvaterra de Magos, contada por quem viveu as
suas primeiras alegrias e tristezas, sempre
animado do mais sincero desejo de contribuir
para algo de útil à sua terra. A vida, esse
“fantasma” que nos encaminha para onde quer,
obriga-me a viver longe de Salvaterra; porém
isso não obsta a que siga apaixonadamente o
seu rodar, interessando-me por tudo que lhe diz
respeito, e muito especialmente pela sua Banda,
de cujo caminhar me informo sempre que a
visite.”
O documento, tinha agora divulgação pública,
no entanto João Pereira, distribuiu alguns
exemplares por amigos de longa data.
Uns meses depois, o Henrique da Graça, que
foi durante muitos anos carteiro na vila, e
também um dos que iniciaram aquela aventura,
encontrou-me e disse-me: “ Olha, que naquela
história da Banda, do João Pereira, falta-lhe lá
uns permeares. Eu, um dia conto-te ! “
* Joaquim Conceição Damásio, também me deu
a conhecer: Na história da banda, existem umas
trocas de situações “
Os anos passaram, deles e de muitos mais,
nada veio a público, sobre outros pontos de
vista, quanto ao aparecimento, da que viria a ser
a Banda de Música dos bombeiros Voluntários
de Salvaterra de Magos (*)

O SEU PERCURSO!

Desde aquele já longínquo ano de 1938, esta


casa, por via da cultura musical, foi uma escola
de virtudes, não só pelo companheirismo ali
encontrado, como pelas dezenas de mestres
que, ali passaram e, souberem incutir nos
jovens alunos, o respeito por esta sublime arte
que é a música.
Envelheceu, teve uma vida com alguns
percalços, que muitas vezes foram de “agonia”,
mas sempre foram ultrapassados, apareciam
alguns carolas prontos a dirigi-la.

*****
(*) – José Henrique Serra da Graça, filho de Henrique da Graça, distribuiu
em Dezembro de 2004, uma brochura, onde contava a versão do pai,
sobre a origem da Banda de Música

A sua escola funcionava, a juventude aderia


e, todos os anos saia uma fornada de músicos,
uns ingressavam no agrupamento e aprendiam
a marchar, outros seguiam caminhos diferentes,
iam mais enriquecidos – a cultura musical – era
agora sua companheira.

Depois de muitos anos em que o entusiasmo era


tanto que, levou à constituição de grupo teatral,
a que foi dado o nome: GRUPO DRAMATICO DA BANDA
DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE SALVATERRA DE MAGOS.

Este agrupamento levou à cena, no então


teatro-cine, dos Bombeiros, uma peça em três
actos, da autoria Salvador Marques, cujo nome e
situação focava a vida dos CAMPINOS, ensaiada
por Ruy Andrade. (Parodiantes de Lisboa),
naturais desta terra. O êxito foi tal, que ouve
necessidade de o representar, pelo menos mais
uma vez, para a população de Salvaterra de
Magos, a par de outras em terras vizinhas.
A presença da Banda, era solicitada para estar
presente em tudo quanto eram festas populares
e cerimónias oficiais, os concertos proliferavam.
Inicia-se uma grave crise no meio da
filarmónica que, levou alguns anos a debelar, foi
por volta de 1976, a revolução dos cravos, ainda
ditava que, se fizessem alguns “retoques”no
antigo funcionamento das instituições.

Um grupo de 6 jovens dirigentes, com


alguns dos antigos músicos que regressaram,
muitos pertenceram à sua “raiz”, já tinham
deixado a estante – dando-lhe novo “folgo”
como dirigentes.

Do grupo mais antigo, persistiam em


continuar: António Travessa, Ezequiel Inácio,
Manuel Joaquim Travessa, José Luís Borrego,
Fernando Santos, Luís Gonçalves, Emílio
Coelho, Florentino Viana, Manuel Sebastião
Catarino, Fortunato Ferreira e, alguns mais que
a memória dos registos teimam em esconder.

No ano de 1970, a banda de música dos


bombeiros, tinha a dirigi-la o muito saudoso
mestre, Mendes Soldado, exímio sabedor da
arte, de Bethoven e Josephe Verdi. Um grupo de
jovens meninas, desejou aprender música, e o
mestre, após um acordo com elas disse:

Saberão música, e até tocar um instrumento !

Mas gostaria de vê-las, a tocar na banda de


música dos bombeiros voluntários de Salvaterra
de Magos.
Nesse mesmo ano, de
1970, em dia festivo, o
primeiro grupo de jovens
músicos sai, e o povo viu-
os marchar e tocar, pelas
ruas de Salvaterra de
Magos.

Em algumas faces,
correram lágrimas, a banda
dos bombeiros, era uma das iniciadoras deste
novo feito, em que as mulheres, passaram a
tocar nas bandas de Música de Bombeiros e
Filarmónicas de Portugal.

Pena nossa, não poder encontrar registos de


todos os directores que, se empenharam e
viveram a vida da Banda de Música dos
Bombeiros, ao longo da sua existência.

Mas dos primeiros, não deixamos de registar, o


de Pedro dos Santos, nome que ainda anda de
boca em boca !.

Notas de Reportagem, na Comunicação Social !

A BANDA DE MUSICA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS


DE SALVATERRA DE MAGOS
COMEMORA O SEU 43º ANIVERSÁRIO NA IGREJA MATRIZ

Na comemoração do seu 43º aniversário, a


banda de música dos bombeiros voluntários de
Salvaterra, deu no passado dia 6 de Novembro, um
concerto, na Igreja matriz, onde um vasto programa
foi atentamente apreciado por um público que, a
encheu por completo.

“Entre a assistência, notava-se a presença de


grande número de visitantes que, vieram
expressamente da Azambuja, afim de assistirem ao
espectáculo musical.
A

banda apresentou-se ao público, reforçada com


elementos da Filarmónica da vila da Azambuja
que, também trouxe para a actuarem a presença
simpática de um Coro de crianças (Infantil), num
total de 60 vozes.

Devido a ser inédito nesta vila, um concerto na


Igreja Matriz, o mesmo era aguardado com uma
certa expectativa, pois os sons ali produzidos
patentearam bem a presença dos 110 executantes
(Coro e Músicos), até porque as condições
acústicas, serviram os fins em vista.

A abrir a sessão, o director João António Hipólito,


em breves palavras, disse dos anseios e
potencialidades da banda de música dos bombeiros
e, num comovente apelo aos ex-executantes que,
por motivos diversos se tinham afastado que
regressassem, a banda precisava de todos.

Também dirigiu a palavra aos pais e


encarregados de algumas instituições, que
encaminhassem as crianças ao encontro da
música, pois a banda de música é uma escola de
arte e, os compensaria no enriquecimento da sua
cultura.

Incluídos no vasto programa, foram executadas


as peças: Dr. Vieira de Carvalho, Camélia, No
Jardim dum Templo Chinês, Canções e Cantigas,
Dallas, Coimbra, Baile dos Passarinhos, Hino da
Alegria, Aleluia e Coro dos Escravos “Nabucco”

Antes de finalizar o concerto, foi anunciado à


assistência que, mais um músico iria abandonar a
banda, o executante – José Luiz Serra Borrego,
após uma permanência de 43 anos, motivos de
saúde o impediam de continuar. A assistência, que
enchia por completo aquele templo religioso, de pé
atribuiu-lhe demorada salva de palmas.
O José Luís Borrego, levantando-se comovido, e
com as lágrimas nos olhos, agradeceu.!!!
Naquele momento, verificou-se que, valeu a
pena tantos anos de dedicação à “nossa” Banda
de Música. A terminar o espectáculo, o Coro e
Banda, cantaram e tocaram o “CORO DOS
ESCRAVOS”, com a assistência envolvida numa
prolongada ovação, pedindo uma repetição.
Este encontro, foi um reatar de tradições,
onde os povos de Salvaterra e Azambuja,
fizeram lembrar, outros encontros que,
aconteceram nos primeiros anos do século.

6/ Novembro/ 1982 * José Gameiro

************

ACTUAÇÃO NO ESTRANGEIRO E NA TV DO
LUXAMBURGO

Quando convidadas por um grupo de


emigrantes de Salvaterra, que trabalhavam
no Luxemburgo, foram até àquele país e
aturam num Jardim público e, num programa
de televisão dedicado aos portugueses
Também quando da geminação entre o
povo de Salvaterra de Magos e, de
Valkansuaard, actuaram na Holanda, pois foi
celebrado um acto de grande amizade, pois
já séc. XIII, vinham para Salvaterra de Magos,
como Falcoeiros. Houve festejos nas duas
localidades, pois mais tarde os holandeses
vieram retribuir a visita.

O MEIO SÉCULO DA BANDA

Estiveram presentes, naquele dia festivo do


ano de 1989, os poucos músicos fundadores da
banda de música, a receber as medalhas
comemorativas. Mário da Silva Antão, Joaquim
da Conceição Damásio e Carlos da Costa Paiva,
foram acompanhados por uns quantos, como:
António Travessa, Fernando Santos, Ezequiel
Inácio, executantes que já “marcavam
presença” há muitos anos na banda e,
receberam também tão merecida homenagem.
No local, em frente ao edifício-sede dos
bombeiros, muito público assistia aquele acto
comemorativo e, enquanto eu, tomava notas
para a notícia, vejo em sítio de grande
descrição, um homem já de idade avançada,
com o lenço limpando uma lágrima, o incomodo
era de certo grande, manifestava assim, a
grande alegria de todos, banda de música, já
tinha 50 anos,
Era o João Pereira !
OS DIRECTORES DA BANDA !

Pena nossa não poder, aqui fazer justa e


merecida identificação de todos os dirigentes,
que passaram pela banda de música., mas os
parcos registos disso nos impedem, mas não
ficará mal, em lembrar: Pedro dos Santos,
Eurico dos Santos Borrego, Alexandre Varanda
da Cunha, José Martins dos Santos, José
Manuel Cabaço, João Almeida da Silva, José
Teodoro Amaro, Manuel Santana Lobo, João
António Pinto Oliveira, Carlos Cantador Duarte,
João Hipólito Viegas e outros

AS CRISES!

Durante a sua existência, periodicamente, a


banda de música, tem sofrido algumas crises,
quer de dirigentes, quer de executantes.
Em 1970, inicia-se um novo e grave período de
vida naquela Banda de Música que, levou alguns
anos a debelar e, só em 1976, foi totalmente
sanada, após um grupo de 6 jovens dirigentes,
com alguns dos antigos músicos que
regressaram.
Muitos que pertenceram à sua “raiz”, já a
tinham deixado, a morte e a velhice, eram
algumas das causas de tão mau momento, que
agora passava a banda. Dos mais antigos,
persistiam em continuar: António Travessa,
Ezequiel Inácio, Manuel Joaquim

Travessa, Manuel Sebastião Catarino, Hernâni


Arroz Damásio, com mais um pequeno punhado
de novos executantes que entretanto se tinham
preparado na escola musical da instituição.
A finalizar este Apontamento, não seria justo
deixar de registar a dedicação e empenho, até
mesmo sacrifício, no sector da cultura musical,
em Salvaterra de Magos, Diamantino Jacob, que
nos últimos anos, desenvolveu, grandes
esforços, para manter bem alto o espírito de
cultura, da Banda de Música dos Bombeiros
Voluntários de Salvaterra de Magos, através dos
ensaios semanais e respectiva escola de
música.
IX

II
GRANDE CONCURSO NACIONAL
DE BANDAS MUSICAIS CIVIS

A FNAT – Fundação Nacional para a Alegria


no Trabalho, realizou entre 1968 e 1971, o II
concurso Nacional de Bandas Civis. Os
concertos decorreram em várias cidades do
país, sendo o seu apuramento sido feito por
categorias e eliminatórias.

A Bande dos Bombeiros de Salvaterra de


Magos, tendo participado, apresentou 33
executantes, e passando a 1ª eliminatória, em 4º
lugar, com 218 pontos, ficou-se na 2ª
eliminatória, com o 5º lugar, com 179 pontos.
LOUVORES

O músico, Luís António de Almeida, saxofone-


tenor, foi louvado, pelo seu espírito de
sacrifício, invulgar dedicação e alto sentido de
responsabilidade que revelou, apresentando-se
no Teatro Garcia de Rezende (Évora), em maca,
com uma perna engessada.
************
X

O TEATRO-CINE DOS BOMBEIROS

Na necessidade de uma sala própria, para teatro e


cinema, em Salvaterra de Magos, o benemérito,
Gaspar Costa Ramalho, por volta de 1925, mandou
construir num seu celeiro, na antiga rua de S. Paulo
(Rua Machado Santos), um edifício com todos os
requisitos da época, que se adapta-se à
representação teatral e à projecção de filmes,
oferecendo-o aos Bombeiros Voluntários da terra,
para fins de poder angariar mais receitas para a
Instituição.
Ali se representaram vários espectáculos de
teatro, que depois de saírem de cena em Lisboa,
começavam a percorrer o país.

Ao longo da sua existência, o Teatro-Cine, teve


vários interessados na sua exploração comercial,
para além dos seus proprietários, os bombeiros,
sendo mecânico da máquina de projectar os filmes,
o jovem Hélio Mendes da Silva.

Mais tarde, no dobrar do séc. XX, um empresário


de Marinhais, Joaquim Martins Madeira, já com um
cinema instalado naquela povoação, durante anos
explorou esta actividade, em Salvaterra de Magos,
sendo o maquinista Ezequiel Inácio. Nos dias
quentes de Verão, utilizava um largo espaço, numa
propriedade da família Henriques Lino, na rua João
Gomes, onde funcionava a “Esplanada do Cinema”.

Nos intervalos, o bar era no Café Progresso, com


acesso por uma pequena porta.
Foi num destes anos que, ali se construiu um
novo ecrã de grandes dimensões, numa parede de
tijolo e reboco de cimento, pintado a branco pois
tinha chegado o formato Cinemascópio, era uma
nova forma de visionar filmes, uma sociedade, entre
Anselmo Goulão e Horácio Costa, funcionários da
Raret, também explorou o Cine-Teatro, dos
bombeiros.

A firma Manuel Vieira Lopes & Filhos, Sucrs, por

volta de 1959, estando interessada neste campo

empresarial, inicia a construção de uma nova sala

de espectáculos, “Conde dos Arcos”, as

conversações com os bombeiros, para celebrar um

contrato de cedência anual de todo o material

existente no Cine – Teatro Salvaterrense, além do

respectivo alvará, pelo preço de quarenta mil

escudos, e o compromisso da receita anual de uma

sessão de cinema, em dia de comemoração de

anos. Estando a máquina de projectar e outros

acessórios do Cine-Teatro Salvaterrense, já


obsoletos, comprometeu-se a comprar novos

aparelhos para a projecção dos filmes.

A Direcção dos Bombeiros, reunida para

deliberar o aluguer das responsabilidades para os

novos interessados, veio a verificar que, não existia

nenhum Alvará de exploração em nome dos

Bombeiros, para exibição de filmes. Na

documentação existente, na Instituição, apenas um

licenciamento provisório, estava registado através

da autorização do Governo Civil de Santarém.

Verificou-se assim, que o seu cinema, nunca

possuiu a autorização definitiva por meio de um

Alvará, documento necessário à época para a

exploração daquele ramo de actividade.


Perante aquela situação, avançou a firma Vieira
Lopes, na legalização de uma sala de espectáculos,
em Salvaterra de Magos, na sua propriedade, na
rua Heróis de Chaves, e a população não ficou
privada da exibição de filmes, sendo inaugurada em
31 de Maio de 1959, com o filme “Os Miseráveis”,
com os actores principais: Jean Gabin e Daniele
Delome.

***************
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INDICE:

I - A INSTITUIÇÃO ………………………………. 5

Ii – CORPO ACTIVO ……………………………… 6

III – UM DIA DE FESTA, UM DIA DE LUTO! … 15

IV - RECEBER PREMIO EM TEMPO


DE ANIVERSÁRIO…………………………… 21

V – UM NOVO TEMPO NA ASSOCIAÇÃO


DOS BOMBEIROS ……………………………. 27

VI – RECORTES DE JORNAIS …………………. 33

VII – A FANFARRA DOS BOMBEIROS ………. 39

VIII – COMO NASCEU A BANDA DE MUSICA,


DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE
SALVATERRA DE MAGOS ……………….. 43

IX – II GRANDE CONCURSO NACIONAL DE


BANDAS MUSICAIS CIVIS ……………….. 71

X – TEATRO-CINE DOS BOMBEIROS ………… 74


BIBLIOGRAFIA USADA:

* Revista: A Hora – 1936


* Jornal Aurora do Ribatejo
*Jornal O Ribatejo
* Jornal Correio da Manhã
*Jornal Vale do Tejo
* História da Origem da Banda de Música, dos
Bombeiros de Salvaterra de Magos,
Autor; João Pereira – (Jope)
*A Origem da Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos
* Colecção Recordar, Também é Reconstruir –
Autor: José Gameiro
INDICE DAS FOTOS USADOS:

Fotos da Capa:
* Bombeiro, Silvério Damásio, apagando um
incêndio no Pinhal dos Mouros (Vale Queimado)
* Banda de Música dos Bombeiros Voluntários de
Salvaterra de Magos
* Pág. 6 – 1935, Carreta para Incêndios,
* Pág. 8 - 1935, Comissão Fundadora * Primeiro
corpo activo dos bombeiros
* Pág. 9 - 1935, 1º Corpo Activo de Bombeiros dos
Voluntários de Salvaterra de Magos (exercícios em
terreno onde mais tarde foi construído o Parque
Infantil)
* Pág. 10 – Justiniano Ferreira Estudante, um dos
fundadores e 1º comandante dos bombeiros.de
Salvaterra de Magos
* Pág.11 - Alguns bombeiros, que construírem a
viatura de pronto-socorro para incêndios., 1938
* Pág. 12 - Em 1936, o quartel dos bombeiros em
construção, oferta do benemérito Gaspar da Costa
Ramalho
* Pág. 13 - 1ª Viatura – Ambulância dos Bombeiros
– 1950
* Pág. 16 -1938, A velha viatura, construída pelos
bombeiros, em frente à Garagem (Avª José Luís
Brito Seabra), em 1964, envolvida no acidente na
Recta do Cabo.
* Pág. 19 – Primeiros Estatutos da Associação
dos Bombeiro S. Magos, Novembro de 1937
* Pág. 23 – Comandante, Carlos Leonel Duarte
* Pág. 26 – Edifício, Quartel-Garagem 1938, Foto
de 1980
* Pág. 26 - 1951, Frente à Câmara, inauguração do
Abastecimento de Água
* Pág. 26 - Desfile na Av. Dr. Roberto, Festas dos
Toiros e dos Campinos, 1966
* Pág. 29 2003, Assinatura Protocolo, construção
novo Quartel Bombeiros
* Pág. 30 – Projecto-Alçados principais do novo
Quartel de Bombeiros
* Pág. 35 -Gaspar da Costa Ramalho, Benemérito
* Pág. 42 - Fanfarra, Dezembro de 2006
* Pág. 44 1951, A Banda de Música, nas Festas de
São Brás (Barrosa-Benavente) * 1ª Fila: Pedro dos
Santos (Director), Sr. Silva (Maestro da Banda),
Porfírio Monteiro e Arsénio Lamarosa (Músicos-
Aprendizes) * 1º Plano: Carlos da Costa Paiva, Luís
António Almeida, Manuel Alberto Ferreira Júlio,
Francisco Mendes, João Felgueiras Tomaz, António
Francisco Cantador, António Neves Travessa e
João Inácio * 2º Plano: Luís Cantador
(Acompanhante, pai de António Cantador),
Fernando dos Santos, José Maria Neves Faro,
António Germano, Músico da PSP, Fernando Luís
das Neves e Músico da PSP * 3º Plano: Joaquim
Viegas, Músico da PSP, Carlos Nunes Cardoso,
Eurico Santos Borrego, Manuel da Graça, Carlos
dos Santos Borrego, Manuel Felgueiras Tomaz e
Francisco Henriques da Fonseca.
* Pág. 45 - Nas Festas da Glória do Ribatejo, na
Frente: Maestro, Luís Almeida, José Neves Faro e
Luís Gonçalves – s/d
*Pág. 47- 1972, Banda de Música: 1º Plano:
Mendes Soldado (Maestro), João Ferreira Inácio,
Manuela Faz-Cordas, Vitória do Peso, Adelaide
Ventura, Florência Aleluia e o menino Rui Manuel 2º
Plano: João Almeida da Silva (Director), José Luís
Borrego, Manuel Travessa, Odília Paiva, Conceição
Soares, Conceição Paiva, Luís Almeida, Luís F.
Gonçalves, José Martins dos Santos (Director) 3º
Plano: Eurico Borrego (Director), Luis Palma, José
Joaquim Freitas, Ana Maria Viana, António
Francisco Cantador (de Bigode) 4º Plano:
Ezequiel Jorge, Henrique da Graça, José Maria
Neves Faro (Baguinho), Ezequiel Inácio, Carlos
Costa Paiva, João Maquilão, Carlos Borrego,
Manuel da Graça, Fernando dos Santos, António
Neves Travessa, Florentino Caniço e Fernando Luís
das Neves (Ciranda).
* Pág. 55 – Emílio e o seu Conjunto (Grupo de músicos:
Emílio Coelho, Raul Marques Damásio, Porfírio
Monteiro, Eugénio ...., e Ernesto ......
* Pag. 58 Na escadaria da frente da Igreja Matriz, no 1º
de Maio de 1981
*Pág. 60 - 1985, Janeiro * 1º Plano: João Maquilão,
Ana Maria Viana, Florência Aleluia, Adelaide
Ventura da Silva, Manuela Faz-Cordas e João
Inácio * 2º Plano: Odília Paiva, Conceição Paiva,
Cecília Soares, Mendes Soldado (Maestro) e Luísa
Almeida * Nota: Os músicos em 1º plano,
apresentaram-se em público, ano 1972, e os no 2º
Plano apresentaram-se em 1970. No Publico
presente na retaguarda, João Oliveira (João da
Companhia) Luís Cantador (Pai do músico António
Francisco Cantador) e António Lagarto
*Pág. 64 – A Banda, com o Maestro João Teófilo,
tocando na Igreja Matriz, acompanhada do Coro
Infantil da Banda de Música da Azambuja * Neste
dia o músico José Luís Borrego, anunciou a sua
saída da banda depois de muitos anos pertencer à
mesma.
*Pág. 68 - 1985, Um grupo de novos músicos,
saídos da escola da banda dos bombeiros
*Pág. 69 A Bande Música, renovada, que participou
no Festival da EDP * Estiveram presentes:
Sociedade Filarmónica Instrução Recreativa
Carregueira” Vitória”, Sociedade Filarmónica União
Samorense, Bombeiros Voluntários de Salvaterra
de Magos e Banda Marcial de Almeirim.
* Pág. 71- 1996, O jovem músico Luís Travessa, na
homenagem a D. Dinis, com descerramento do busto
* Pág. 75 - Edifício do Teatro-Cine dos Bombeiros de
Salvaterra de Magos, Rua Machado Santos.

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Dedico este livro: Aos meus netos:

Catarina Sofia, e
Tiago José

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