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POR QUE? QUEM? COMO? O QUE? Peye My Eretelir Merle) ao Abuso oi Exploragao . = Sexual de Mitos e Realidade girs Adolescentes Programa CRIANGAS CRIATIVAS Editora Autores & Agentes & Associados ‘Abuso Sexual contra Criancas 6 Adolescentes, Mitos © Realidades Teste ABRAMIA. Ascocachn Brac Migration Bahan i Gian Cad de Prato ira Ase Fao Atacne: Lear Montini Fibo Commoeranier 2 ok ana to 90 Aap pio, rect farsi wcana,exguiauia na riba Vince “vtataretay Cort Qnangan ¢ Aizeeietes Aasararon enerce Gere Gara Oe Pret (33 ABBABA. Aen camo mecca Canta do Mode «Wesco de Caf da Pio ‘Jane Epitope Seca Se Eacagio w Side do Mirscpse do Reade Jaen Ne vecno de pena bs Howl Marca oun Agua au # cana # pare cen ‘ati de sown Moree Combe Dahan dos Drea a Cranga a 2 Acard, ‘ea laa raps lacaralt cha es Paco pala PAFLRE-UF Pu t972. ptt gratin ato iva oe Papas, rir nd Guncvian- Sareea (7H) Paria 6x Chana fs Akieoanieoemass pets Socata Pucanalca ta Ric a Janae fi rtertonal Payetoanattes Araceae (10) Lae Ros Vite: ntsc, sot graguncs em Valin wet corte carga @ miscetie pa ACR GS8cSE momnsra odes Ox ABABA (Anuocagie Baers Muzyrofannral do Fright «Adena Coppi do tc: ABR Copy git as acne Sacto grit: Olan Catt Dructo Esto Luca Marts (tcenpo.Ewtnica «Ate Fnazagie: Equpe 09 Estilo CRIANGAS CRIATVAS CIP-Brasil. Cataiogagio-na-fonte Sindicato Nacional dos Esitores de Livros, RJ «BRASIL A ‘Abuso sexual contra crianpas a adolescents (ABRAPIA: 3% 8d. revatio @ aluaizago Lauro Montaira Filho, projato gritico @ lystrogben Gian Calvi 3 ed = Petropolis, Ru: Esitora Autores & Agentan & Associados, 2002 0p. 214.21 cm (Colegio Crianga Carinho) Babliogratia. ISBN 86-7210-067-0 1. Geiangas « Abuso seiiual. 2 Adoiescentes - Abus sonia 3. Dots das clangan 4 Pedotia. | Aswocioebo fissional Ge Proteio h inincia & Aavencinela 1, The Ml. Série con 362.7084 sapicage Ga ua anorcica ‘Aprimeic eipio fi fia ce comnda ct Miniabsio ds Pasig, Secretaria de Estado don Deseo Mutation, Departamento da Craanca ede Adotexcenie Colabore na Defesa dos Direitos da Crianga e do Adolescente 1 ecco, 2002, cpa ABAAMA.Crinanade Berea, ‘ABALA: Acros & Aquies Bi Assen [F eio, 1998 cna ABR. (AMAA Keres Apis Aascicon ‘iho, 1997, co aceo ABRAPA, FA Metin. be aca, MAMA fates Apargn Aasacadon Tos. Seen Geum pea ete resaradon. eh ae rprsao ial parca 1b quater oma medarie Introdugao =| ste guia se propde a abordar algumas das principais questées que envolvem o abuso sexual de criangas ¢ adolescentes, Busca incentivar as pessoas ‘a conversar abertamente sobre este assunto ¢ por fim ao siléncio que protege aqueles que cometem este crime; criar um clima propicio em que criangas € adolescentes, vitimas de abuso sexual, s¢ sintam mais seguros, a fim de que possam buscar ajuda sem serem considerados cullpados ou sentirem que no so acreditados © forecer informagées para os adultos que lidam com eles para que possam eriar um ambiente favordvel de conversa sobre o abuso sexual, objetivando também. sua prevengao. Os individuos que abusam sexualmente de criangas e adolescentes, na sua maioria, séo familiares, amigos intimos da familia, ou pessoas conhecidas em quem as criangas confiam. Esta posigio de confianga na qual os agressores se encontram, assim como a posi¢do indefesa da crianga na familia, torna mais ficil encobrir ocrime ¢ persuadir ou assustar a crianga para que esta se mantenha calada. O fato de a maioria das pessoas se mostrar relutante em falar sobre a vitimizagdo sexual da crianga e do adolescente, quando envolve familiares ou amigos de confianga, s6 contribui para o medo, para 0 isolamento e para a formagio de individuos infelizes e desadaptados socialmente, O abuso sexual é um assunto delicado ¢ perturbador, pois implica na violagio de tabus sociais como o incesto, passando a causar desconforto na familia ¢ entre ‘os profissionais envolvidos. Como a natureza do abuso sexual infantil é complexa, é necessério que médicos, psicdlogos, outros profissionais de sadde, da area juridica, assistentes sociais, professores ¢ a sociedade em geral traballem para facilitar a descoberta ¢ a revelagio dessa pnitica, para que solugdes de fato possam ser viabilizadas, Por outro lado, a pedofilia ¢ a exploraco sexual comercial de criangas e€adolescentes sio temas, atualmente, de grande visibilidade e que mobilizam as sociedades de todos os povos do mundo, No entanto, no Brasil, eles sio ainda assuntos pouco estudados, Esta cartilha pretende informar, sensibilizar ¢ mobilizar a sociedade brasileira para romper 0 siléncio, saindo de uma fase de negagio da realidade para uma fase de agGes efetivas. A literatura médico-cientifica sobre abuso sexual, como também estatisticas € pesquisas a respeito, é reduzida no Brasil e tanto sua incidéncia quanto prevaléncia sio desconhecidos no nosso meio. Porém, alguns niimeros apresentados em estudos indicam que sua ocoréncia & algo que niio pode mais ser ignorado: dados do CRAMI — Centro Regional de Atengao aos Maus-Tratos na Infancia de Campinas, SP — estimam que, em 1251 criangas C banho me jaz Sentir mais aliviada, tenho najo toda vez que me lembro do que aconteceu. (A. 17 ances) Por que foi comigo que aconteceu isso? Minha mde sabia endo fez nada para me proteger, chegou até ame bater quando eu disse o que ele fazia comigo. Me sinto muito Sozinha. (A s7.an0s) atendidas no Instituto Médico Legal de Campinas, foram vitimas de abuso sexual 67,3% entre 7 ¢ 14 anos; 31,7% entre 2 ¢ 7 anos ¢ 1% abaixo de 2 anos de idade (1982-1985); 14.4% dos adolescentes atendidos no Servigo de As ia Integral & Adolescéncia (SAIA) de Sao Paulo demonstraram ter sido alvo de vitimizagao sexual, estudo no ABC paulista registrou que 90% das gestagdes em jovens com até 14 anos foram fruto de incesto, sendo 0 autor, na sua maioria, 0 pai, o tio au o padrasto. Em cada 100 dentincias de maus-tratos contra a crianga e 0 adolescente feitas A ABRAPIA, 9 sao de abuso sexual, A vitima € do sexo feminino em 80% dos casos, sendo que 49% tém entre 2¢5 anos e 33% entre 6 10 anos. Pesquisas nos Estados Unidos indicam que: * I crianga é sexualmente abusada a cada 4 segundos. * Lem cada 3 garotas ¢ | em cada 4 garotos so abusados sexualmente antes dos 18 anos, * 90% das vitimas so abusadas por pessoas que elas conhecem, confiam e amam. © Somente | em 4 garotas ¢ | emcada 100 garotos tém 0 abuso sexual sofride denunciado, * 50% das vitimas se tormam abusadores, * Durante uma vida, um pedéfilo ativo em média abusa de 260 criangas ou adolescentes. Apesar das diferengas sociais ¢ econimicas, da maior ou menor sensibilizagao, informagio ¢ mobilizagio da sociedade: para o tema (c para denunciar), da maior ou menor eficiéncia e eficdcia das agdes governamentais ¢ niio governamentais, visando a protegdo das vitimas e a punigao dos agressores, € possfvel afirmar que a situagdo no Brasil nio difere das outras sociedades ocidentais. ‘Qutras pesquisas feitas nos EUA demonstram que 1% da populagao infanto-juvenil americana é vitima de violéncia doméstica tados os anos ¢ que cerca de 10% das dentincias correspondem a ubuso sexual. Por analogia, podemos afirmar que: ‘No Brasil, 165 criancas ou adolescentes sofrem abuso sexual por dia ou 7 a cada hora. Mamée, eu tenho wna coisa nojenta para te falar. O papai mandow eu pegar no piru dele. (©. 4 anas) Meu pai é um doente. E. como O que 6 Abuso Sexual? para gratificagio sexual de um adulto ou mesmo de um adolescente mais velho, baseado em uma relagio de poder que pode incluir desde caricias, manipulagao da genitilia, mama ou Anus, exploragao sexual, “voyeurismo", pomografia ¢ exibicionisme, até o ato sexual com ou sem penetracdo, cam ou sem violéncia fisica. A etiologia e os fatores determinantes do abuso sexual contra a crianga e o adolescente t¢m implicagdes diversas. Envolvem questies culturais (coma € 0 caso do incesto) e de relacionamento (dependéncia social e afetiva entre os membros da familia), 0 que dificulta a notificagao ¢ perpetua o “muro do- siléncio”, Envolvem questées de sexualidade, seja da crianga, do adolescente ou dos pais, e da complexa dinfimica familiar. O abuso sexual é uma situagio em que uma crianga ou adolescente é usado Na maioria dos casos, o abusador é uma pessoa que a crianga conhece, confia e, freqientemente, ama. Pode ocorrer com uso da forca ¢ da violéncia mas, na maioria das vezes, estas niio estio presentes, O agressor é quase sempre um membro da familia ou responsive! pela crianga, que abusa de uma situagio de dependéncia afetiva e/ou econdmica da crianga ou adolescente, E importante destacar que, por vezes, oO abusador é um adolescente. O uso do poder pela assimetria entre abusador ¢ abusado ¢ ingrediente por exceléncia de toda situagdo de abuso, O abusador se aproveita do fato da crianga ter sua sexualidade despertada para consolidar a situagdo de acobertamento. A crianga se sente culpada por sentir prazer ¢ isso € usado pelo abusador para conseguir seu consentimento. Formas de Abuso Sexual © “voyeurismo”, a manipulagdo da genitdlia, a pomografia, co exibicionismo, o assédio sexual, o estupro, 0 incesto € a prostituigao infantil, dividindo-se em dois tips basicos: abuso sexual sem contato fisico ¢ abuso sexual com contato fisico, O abuso sexual compreende uma série de situagdes como Abuso sexual sem contato fisico 1. Abuso sexual verbal Conversas abertas sobre atividades sexuais destinadas a despertar o interesse da crianga ou do adolescente ou a chocd-los. 2. Telefonemas obscenos A muaioria ¢ feita por adultos, especialmente do sexo masculino, podendo gerar ansiedade na crianga, no adolescente e na familia. 3. Exibicionismo A intengio, neste caso, ¢ chocar a vitima, O exibicionista é, em parte, motivado por esta reagho. A experiéncia pode ser assustadora para as vitimas. 4. Voyeurismo ‘O voyeur obtém sua gratificagdo através da observagio de atos ou Grgdos sexuais de outras pessoas, estando normalmente em local onde nio seja percebido pelos demais. A cxperiéncia pode perturbar e assustar a crianga ou o adolescente. A Internet ¢ hoje a grande vitrine para o voyeur. 5. Outros Mostrar para criangas fotos ou videos pomogriificas. Fotografar criangas nuas ou em posigdes sedutoras com objetivos sexuais. contato fisico 1. Atos fisico-genitais Incluem relagdes sexuais com penetragao vaginal, tentativa de relagdes sexuais, caricias hos Grgios genitais, masturbacao, sexo oral e penetragdo anal, 2. Pornografia ¢ prostituigao de criangas ¢ adolescentes Sao essencialmente casos de exploragao sexual visando fins econémicos. Conceituando Formas de Abuso Sexual Pornografia E uma forma de abuso sexual da crianga ou do adolescente cujo objetivo, muitas vezes, é a obtencao de lucro financeiro. Criangas ou adolescentes de 3 a 17 anos siio utilizados no papel de atores/atrizes ou modelos em videos, fotografias, gravagdes ou filmes obscenos, simulando ou executando atos sexuais com adultos, outras criangas ¢ até animais. Prostituigao infantil! E definida como a utilizagao ou a participagao de criangas ou adolescentes em alos sexuais com adultos ou outros menores, onde nao necessariamente est presente a utilizagao da forga fisica, mas pode estar presente outro tipo de forga como a coagio. Constata-se atualmente o envolvimento nesta atividade de criangas de até wes anos de idade. Ocasionalmente, pais que viver em situago miserivel vendem seus préprios filhos. A questio da prostitui¢do infantil envolve, no Brasil, milhares de criangas ¢ adolescentes vitimas de uma situagao sécioeconémica extremamente injusta e desigual. Freqiientemente, a primeira relago sexual de uma adolescente prostituida foi com o proprio pai aos 10, 11 ou 12 anos. Estupro Do ponto de vista legal, estupro é a situago em que ocorre penetragdo vaginal com uso de violéncia au grave ameaga, sendo que, em criangas e adolescentes de até 14 anos, a violéncia é presumida, "A terminologia prosituirSo infant 6 considorada inadoquada, jd que criongas niko we prosttuem aim sda prostiiaas. ‘O term eaploragdo semua! comercial enaive no apenas a venda do corpo de uma crianea (prostlugso) mas também outras formas de violincia sarual mediante pagimwnts. Assim 28nd, ‘apenas pare fsoiitar 0 antandimerio, decisimos menter6 tio prostitl;éo infant, mas cam ressaivas. W Conceituando Formas de Abuso Sexual Atentado violento ao pudor E constranger alguém a praticar atas libidinosos, sem penetragio vaginal, utilizando violéncia ou grave ameaga, sendo que, em criangas e adolescentes de até 14 anos, a violéncia ¢ presumida, como no estupro, Incesto EB qualquer relagio de cariter sexual entre um adulto ¢ uma crianga ‘ou adolescente, entre um adolescente uma crianga, ou ainda entre adolescentes, quando existe um lago familiar, direto ou nao, ‘ou mesmo uma mera relagdo de responsabilidade. Assédio sexual Caracterizado por propostas de contato sexual, quando é utilizada, na maioria das vezes, a posigdo de poder do agente sobre a vitima, que é chamtageada e ameagada pelo agressor, Ainda Conceituando Formas de Abuso Sexual abuso sexual ocome em todos os pafses, independente da situago social e econdmica, da religide ou credo dos abusadores ou das suas vitimas. ‘A desinformacdo, a promiscuidade, 0 abuso de dloool e drogas € sobretudo uma relagdio de poder, com dominagao econdmica ¢ afetiva do abusador sobre sua vitima, sio condigdes que favorecem ou determinam o abuso sexual. Abuso sexual intrafamiliar A relagdio incestuosa representa a maioria des casos de abuso sexual, Os principais responsaveis siio 0 pai, o padrasto, os tios ¢ os avds da crianga. Abuso sexual extrafamiliar ‘Também aqui o abusador na maioria das vezes é alguém que a crianga conhece e-confia: médicas, educadores, padres ¢ pastores, responsiiveis por atividades de lazer, entre outros. Exploragdo sexual comercial No abuso sexual inexiste uma relagiio comercial ¢ envolve dois protagonistas: accrianga e o seu abusador, muitas vezes um peddfilo. Mas na exploragio sexual comercial existe uma importante relago comercial envolvendo trés protagonistas: a erianga (sempre uma vitima), seu abusador e um intermediirio, o aliciador, A tradico cultural de aceitaeiio do sexo de adultos com eriangas, como corre especialmente em varios paises asiiticos, a miséria ¢ a desigualdade social e econdmica, a mundializagSo do consumismo, a trivializagio do sexo a crotizacdo precoce de criangas so alguns dos fatores que favorecem a exploragiio sexual comercial das criangas. ‘© uso comercial de-criangas com objetivos sexuais envolve um mercado que movimenta bilhdes de délares por ano, onde criangas ¢ adolescentes sho mercadorias de grande valor, Ainda Conceituando Formas de Abuso Sexual Desde fevereiro de 1997 a ABRAPIA, em parceira com © Departamento da Crianga ¢ do Adolescente do Ministério da Justica ¢ Embratur, desenvolveu e operacionalizou o Sistema Nacional de Dentincias’ , através do telefone 0800 990 500. As principais formas de exploragéio sexual comercial de criangas e adolescentes adotadas pelo Sistema siio: - Priticas sexuais com criangas e adolescentes. mediante alguma forma de pagamento. + Turismo sexual por estrangeiros ou brasileiro. = Trifico com objetivo sexual. ~ Pomografia e em especial a pomografia através da Internet. Os dados obtidos através do Sistema Nacional de Dentincias estio disponfveis nosite: www.abrapia.org.br E importante aqui destacar um fato: a maior sensibilizagao da populagao brasileira quanto ao tema, vern se refletindo no aumento do mimero de telefonemas. ede demtincias, como é demonstrado no quadro abaixo, |G aeiace Neal Ge Goble & Eso Seu Cora «wo Aso Ss) cna Ceca @ Adolescentes uae vertontos: 0 Sistema de Denincias e a Rede Nacional, Gnitea Orpice de Sepuranya aus wicsono Pooks soto Posen Coveates Tunes © _ Consaitos de Direitas da Cranga & do Adolescente em todos as esiadas brasifeiros. profissional de satide, assim como outros profissionais ¢ pessoas envolvidas com criangas ¢ adolescentes, devem estar atentos para identificar os casos de abuso sexual em que hi evidéncia de violéncia fisica, como também aqueles em que no ha marcas, pois em apenas cerca de 40% dos casos hd evidéncias fisicas de abuso, O envolvimento de membros da familia no abuso sexual pode dificultar a identificagio do mesmo. A ameaga de um processo criminal envolvendo a familia ¢ 0 profissional como testemunha pode contribuir para que o abuso sexual ndo seja revelado, Outras dificuldades também podem surgir dos tabus sociais manifestados pelos profissionais, assim como pela populagao em geral. O abuso sexual pode ser identificado por lesdes fisicas: hematomas, ruptura do himen, equimoses, marcas de mordidas, laceragdes anais ¢ outras. Abuso Sexual ValNog protege; Nosgas criangas Como Identificar o A magnitude das lesdes esta associada & gravidade do ato sexual e, geralmente, esto presentes em pequeno niimero, pois a maioria das casos de abuso sexual no deixa vestigios fisicos. Como Identificar o Abuso Sexual corrimento vaginal, relaxamento do esfincter anal, dores abdominais, sangramento vaginal ¢ gravidez podem ser conseqiléncias do abuso sexual, Em criangas menores, podem ocorrer enurese notumna, encoprese, distirbios do sono ¢ de alimentagio. D oengas sexualmente transmissiveis ¢ AIDS, hepatite B, ‘O.uso de téenicas bem elaboradas ¢ até sofisticadas, por parte de jonais da ABRAPIA (capacitados para a utilizagaio de bonecos mente cormetos durante as entrey criangas), associadas a muita sensibilidade e lato, faz parte da abordagem para a identificagiio do abuso sexual, Outras técnicas de revelagao de abuso sexual podem ser usadas assim como as indispensiveis entrevistas por técnicas especializados. A dificuldade em diagnosticar 0 abuso sexual niio deve, no entanto, desanimar os Tesponsiiveis pela protegiio da crianga e puni¢io do agressor. De um lado o “muro do silencio” erguido ¢ mantido pelas pessoas que convivem com a situagdo de abuso, de outro, a nega¢io completa do abusador, de outro ainda a culpa da crianga ou adolescente por estar sabendo e sentindo o abuso, fazenda com que o sentimento profissional deslize do ddio ¢ do nojo, para o distanciamento ea negacio. E preciso considerar que para diagnosticar um ‘abuso sexual o profissional vai estar sozinho: o abusador iri negar perempt6riamente, e a crianga também negard, por medo do abusador ou porque nfo acredita mais que vai ser ouvida e levada io. Assim, quando levantada a suspeita, € necessirio que se procure ouvira comunicagao subjacente, a manifestagio dos sinais que estiio sempre sendo comunicados tanto pela crianga quanto pelo abusador. Muitas vezes a diivida vai aparecer objetivamente, mas a impressio diagndstica clinica seri, assustadoramente, convincente do abuso. E neste caso, » momento, quando a confianga da crianga ou do adolescente itidez, afastando a diivida. passado o primei se estabelecer, a situagao do abuso surgind com Quanto ao tratamento, é importante dizer que o acompanhamento psicolégico de uma crianga ou adolescente abusado é indispensavel. E preciso restaurar o mundo interno destrogado pelo abuso, incluindo a restauragio da vivéncia de respeito a lei, destruido pela aversio essencial da situagdo abusiva: o adulto é que propée a mentira, o errado, Acrescente-se que também o abusador deve ser trata fastado do convivio familiar e social enquanto durar seu tratamento mental, (O tratamento psicoldgico deve ser entendido como especifico deste traumatismo, Ou seja, no basta enviar a crianga ou adolescente a qualquer psicdlago ou psiquiatra, E necessério que a familia procure um profissional especializado em abuso sexual contra criangas ¢ adolescentes. Mesmo criangas que aparentam fe pelo abuso devem ser avaliadas por um especialista. nio terem sido a 7 Por Que Ocorre o Abuso Sexual biblicos apantam que a exploragao sexual ¢ 0 incesto, praticados pelos prdprios pais ou parentes, estavam presentes desde épocas remotas. Os principes Incas, por exemplo, mantiveram sua linhagem pura por 14 geragées com casamentos entre irmios. O que € novo desde o inicio dos anos 60 € 0 fato de este fenémeno ter sido formalmente identificado e de suas formas patolégicas mais complexas terem sido objeto de estude. Por volta dos anas 70, por exemplo, a pomografia infantil nos Estados Unidos. aumentou em virtude do néimero crescente de pessoas que praticavam a pedofilia (perversdo sexual onde eriangas so 0 objeto sexual preferido). Este grupo organizou-se a ponto de produzir farto material informativo com o intuito de alterar a legislagdo vigente dos Estados Unidos, com base na afirmagiio de que suas atividades calcavam-se em sentimentos naturais ¢ inofensivos. Com o advento da Intemet, esses grupos internacionais de pedéfilos se organizaram e seguem divulgando com mais vigor que o relacionamento sexual de homens com criancas e adolescemtes (geralmente do sexo masculino) é uma opgao sexual e um direito, O abuso sexual de criangas nio é um fendmeno do século XX. Relatos A pomografia ¢ a prostituigio de criangas ¢ adolescentes estiio intimamente ligadas 4 pedofilia, Sabe-se que os pedGfilos organizam-se em associagGes, criando redes nas quais informagées so veiculadas indicando como ¢ onde podem ser encontrados criangas ¢ adolescentes, com fins de satisfazer suas necessidades sexuais. O turismo sexual no Brasil tem confirmado este vinculo com a pedofilia, o qual pode ser evidenciado na prostituigdo de cnangas ¢ adolescentes de 10a 15 anos nao s6 nas cidades litordineas mais tradicionais, como Rio de Janeiro, Salvador, Maceid, Recife, Natal, Fortaleza ¢ Sio Luis, como através das 10 fronteiras do Brasil com a Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colombia, Peru, Bolivia, Paraguai, Uruguai e Argentina, As situagdes de abuso sexual intrafamiliar muitas yezes encontram-se relacionadas a violéncia doméstica ea crises no meio familiar. O agressor é, com freqiiéncia, um membro da famflia, podendo ser, em geral, os proprios pais, parentes ou responsdveis. O abusador é uma pessoa que exerce autoridade sobre a crianga ou adolescente, estabelecenda, deste modo, uma relagdo de abuso do seu poder visando satisfazer suas necessidades pessoais. agressor é uma pessoa comum da sociedade — contrariando a erenga de se tratar de um individuo psicopata e/ou com passado criminoso — de inteligéncia média,ou acima da média, o que facilita ‘0 encobrimento da abuso, ds vezes com pniticas sofisticadas, podendo ter sido, ds vezes, ele proprio vitima de abuso na sua infancia. O abuso sexual encontrado nos meios mais carentes é favorecido pela promiscuidade e pode estar associado ao abuso de alcool ¢ drogas. Pais e mies que tabalham fora, ausentando-se durante 0 dia, podem contribuir também para a jacdo do abuso sexual, 20 Sobre a Pedofilia compulsivo e obsessivo, em que adultos apresentam uma atragdo sexual, A pedofilia é uma psicopatologia, uma perversio sexual com cariter exclusiva ou ndo, por criangas ¢ adolescentes impiiberes. Alguns consideram a pedofilia uma sindrome (conjunto de sinais ¢ sintomas) que ocorre em diversas psicopatologias. O peddfilo é um individuo aparentemente ‘normal, inscrido na sociedade. Costumam ser “pessoas acima de qualquer suspeita” aos olhos da sociedade, o que facilita a sua atuagiio, Geralmente ele ndo pratica atos de violéncia fisica contra a crianga, Age de forma sedutora, conquistando a confianga da crianga, mas pode se tornar violento e até chegar a matar suas vitimas. Recentemente, nos anos de 2001 ¢ 2002, algumas situagdes, divulgadas na midia nacional e intemacional, envolveram padres nos EUA, Reino Unido, Franca, Polénia, Alemanha, Austria, Austrilia, educadores no Reino Unido ¢ Franga ¢ individuos de classe média de 10 pafses, denunciados ¢ punidos por pornografia infantil na Internet, gragas & operagdo Catedral. Na Bélgica o divulgado caso de Mare Dutroux, pedéfilo que assassinou 4 adolescentes mobilizou toda a populagdo. Recentemente funciondrios de organizagdes intemacionais ligados i ONU foram acusados de praticar abusos sexuais com criangas africanas. Nos EUA, o assassinato de uma crianga, Megan Kanka, por um pedéfilo, levou a instituigdo da “Megan Law", que obriga o registro fotogrifico de todos os pedéfilos e viabiliza 0 acesso A populagio, No Reino Unido © assassinate da menina Sarah Payne, também por um pedéfilo, tem mobilizado a populagio para a aprovagio, por analogia com a Ici americana, da “Sarah Law”, No Brasil situagdes de abuso sexual contra criangas envolvendo médicos, padres, educadores, sindicos ¢ empregados de condominios, entre outros profissionais, também tém sido denunciadas. O uso da Internet para divulgagio da pornografia com criangas ¢ adolescentes por pessoas da classe média tem sido denunciado em varios estados brasileiros. O combate ’ pedofilia é um desafio para todos os pafses. Nos EUA, além do registro obrigatério, tem sido proposta a castragdo quimica, através da aplicagio de horménio feminino, ¢ até mesmo fisica do pedéfilo. Além do tratamento hormonal, a psicoterapia tem sido aplicada.O pedéfilo, pelo seu carter compulsive e obsessivo, tende a continuar a sua atuagdo quando libertado, apés cumprir penas que geralmente variam entre 4.e 10 anos de reclusio, devendo assim continuara serem monitorados apés o cumprimento de suas pens. Além destas medidas citadas, a melhor maneira de evitar que criangas continuem a ser abusadas por pedéfilos é estarem todos bem informados para prevenir a situacdo € proteger seus filhos. S6 a aplicagao da lei nao € suficiente, Por fim, é importante lembrar que 0 pedfilo geralmente procurard atuar onde hd concentragio de criangas ou adolescentes: creches, escolas, educandirios ¢ reas de lazer, entre outros, 2 Sobre a Pedofilia O Perfil Psicolégica do Abusador O abusador é uma pessoa comum que mantém preservadas as demais dreas de sua personalidade, ou seja, alguém que pode ter uma profissio e até se destacar nela; pode ter uma familia ¢ até ser repressor e moralista; pode possuir um bom acervo intelectual, enfim, aos olhos sociais e familiares pode ser considerado “um individuo normal”. Ele é um perverso ¢ faz parte de sua perversio enganar a todos sobre sua parte doente. Para ele, enganar ¢ tao excitante quanto a pritica do abuso. Pode esconder-se vestindo uma pele de cordeiro, ou uma pele de autoritério, ou uma pele de moralista, mas isto nao passa de um artificio a servigo da sua perversio, Este é 0 ponto central da sua personalidade, a perversio, Imaturo, sua sexualidade & infantil, e por isso pratica jogos sexuais infantis, sendo pouco freqiiente o ato sexual com penetracio. Ele necessita da fantasia de poder sobre sua vitima, usa das sensagées despertadas no corpo da crianga ou adalescente para subjugé- la, incentivando a decorrente que surge na vitima, O abusador pode ser agressivo, mas, na maioria das yezes, ele usa da violéncia silenciosa da ameaga verbal ou apenas velada. Covarde, ele tem muito medo e sempre vai negar 0 abuso quando for denunciado ou descoberto. O pedéfilo procura, freqiientemente, uma posigZio em que possa exercer a fungao de substituto parental para ter condigao de praticar sua perversio. Seu distirbio mental é compulsivo: cle vai repetir seu comportamento abusive, como o mais forte dos vicios, Nenhuma promessa de mudanga de seu comportamente pode ser cumprida por ele, pois ele ¢ dependente do abuso. Ele tem consciéncia do que pratica, portanto deve ser responsabilizado criminalmente, sem atenuantes. O maior dano que ele causa ¢ 2 mente da crianca que é invadida por uma coneretizagio das fantasias sexuais prdprias da infaincia, que deveriam permanecer em seu imagindrio. A concretizagao precoce destas fantasias pode explicar a evolugio de abusado para abusador; a crianga fica aprisionada a esta pratica infantil do sexo € suas numerosas implicagdes psicaldgicas adoecedoras, ¢ apenas muda de lado quando sé torna adulto, permanecendo assim na cena sexual infantil traumdtica, Me ajuda por favor B Mitos O abusador sexual é wn psicopata, um tarado que todos reconhecem na rua, O estranho representa 0 perige maior ds criangas eadalescentes. Na maioria das vezes, sto pessoas aparentemente normais ¢ que so queridas pelas criangas e pelos adolescentes. Os estranhos sido responsdveis por um pequeno percentual dos casos registrados, ‘Na maioria das vezes, as criangas e adolescentes sdo sexualmente abtusados or pessous que. ‘jd conhecem, como pai/mae, madrasta/padrasto, namorado da mie, parentes, vizinhos, amigos da familia, colegas de escola, babé, professor(a) ou médicofa). © abuso sexual exté associado a lesées corporais. Mitos e Realidades A violéncia fisiea contra criangas & adolescentes abusados sexualmente ndio éo mais comunt, mas sim o uso de ameacas e/ou a conquista da confianca ¢ do afeto da crianga, As criangas e as adolescenies sito, em geral, prejudicados pelas conseqiténcias Ppsicalégicas do abuso sexual. A crianga mente ¢ inventa que éabusada sexualmente, sobre o Abuso Sexual E feicil idemtificar 0 abuso sexual em razdo das evidencias fisicas encontradas nas vitimas. Raramente a crianga mente. Apenas 6% dos casos sao fictivios e, nestes casos, em geral tratam-se de criangas maiores que jd objetivam alguna vantagem. Em apenas 30% dos casos hd evidéncias fisicas, As autoridades devem estar teinadas para as diversas técnicas de identificagiato de abuso sexual, Mitos e Realidades sobre o Abuso Sexual Mitos A maioria das pais € professores estdo informados sobre abuso semual de criancas, sua Jfreqiiéncia ¢ como lidar. A divulgagdo de textos sobre pedofilia e foros de criangas ¢ adolescentes em posi sedutoras on prawn lo sexo com outras criancas, adultos ¢ até animais, ndo causam maleficios, uma vez que ndo hd contato e tudo ocorre virtealmente na tela do computador, O abuso sexual é uma sit rara que ndo merece uma prioridade por parte dox overnas. O abuso sexual, na maieria dos casos, acarre longe da casa da erianga au do adolescente. A maioria, no Brasil, desconkece a realidade sobre abuso sexteal de criancas. Pais ¢ professores desinformados nito podem ajudar wna crianga, O maleficio é enorme para as criangax fotografadas ou filmadas, O uso dessas imagens ‘e textos estimula a aceitapdo do sexo de adultos com criancas, situagdo criminosa ¢ inaceitdvel, Sabe-se que freqiientemente 0 coniato do pedéfilo inicia-se de forma virtual através da’Internet, mas loge poste passar para a Conquista fisiea, levando inclusive ao assassinate de criangas, O abuso sexual € extremamente fregitente em toda mundo, Suet prevengde deve ser prioridade aid por qitestdes econdmicas: ‘um estudo realizado, nas EUA, por exemplo, Fevelou que os gastos com atendimento a dois mithdes de sobreviventes de abuso sexual infantil chegou a 12,400 milhdes de délares por ano. abusa ocorre, com freqiiéncia. dentra ou perte da casa da crianga ou do abusador. Ax vitimas ¢ os abusadores sdo, muitas vezes, do mesmo grupo étnico € nivel sécivecondmico. 25 Mitos e Realidades sobre o Abuso Sexual Mitos O abuso sexual xe limita ao estupro. A maioria dos casos édenunciada, As vitimas do abuso sexual sito oriundas de familias de nivel sdcivecondmico baixa, E impossivel prevenir 0 abuso sexual de criangas. O pedéfilo tem caracteristicas préprias que o identificam. Além do- ata sexnal com penetracdr vaginal (estupro) ow anal, outros atox do considerados ubuso sexual, come @ “vayeurismo”, a manipulagdo de drgios sexuais, a pornografia € 0 exibicionismo. Extima-se que pouces casos, na verdade, sdo denunciadas. Quando ha o envolvimento de familiares, existem poucas probabilidades de que a vitima faca a denincia, seja por mofivos afetives ou por medo do abusadar: mede de perder ax pais; de ser exputsota): de que outros membros da familia ndo acreditem em sua histéria; ou de ser ofa) causador{a) da discérdia familiar. Niveis de renda familiar e de educagdo ndo sdo indicadores do abuso. Familias das classes média e alta podem ter condicdes melhores para encobrir 0 abuso ¢ manter o “muro do silencio”. Hd maneiras pritticas e objetivas de proteger as criangas de abuso sexual. O peidifilo € qualquer pessor, Do ponto de vista legal Conhecimento? ha pratica, nem todos os jo existir uma estrutura Sta da investigagdo, O Estatuto 69° de 13/07/1990), a Constituigdo Federal re a protecdo da crianga e do adolescente contra de abuso sexual ¢ determinam penalidades, nao apenas para os O Que Fazer Ao Tomar cam © ato, mas, também, para aqueles que se omitem, Nas paginas seguintes estio alguns dos artigos que tratam deste assunto, Art, 59 — Nenhuma crianga ou adolescente serd objeto de qualquer forma de negligéncia, discriminagdo, exploragdo, violéncia, crueldade e opressdo, punido na forma da lei qualquer atentado, por agéo ou omissdo, aos seus direitos fundamentais. Att. 13 — Os casos de suspeita ou confirmagdo de maus-fratos contra a crianga ow 0 adolescente serdo obrigatoriamente comunicados ao Conselha Tutelar da respectiva localidade, sem prejutzo de outras providéncias legais, Art. 130 — Verificada a hipdtese de maus-tratos, opressdo ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsdveis, a auioridade judicidria poderd determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum. Art, 240 — Produzir ou dirigir representacdo teatral, televisiva ou pelicula cinematogrdfica, utilizando-se de criangas ou adolescentes em cenas de sexo explicito ow pornografia. Pena: reclusio de 1 a4 anos e multa. Pardgrafo Unico: Incorre na mesma pena quem, nas condigées referidas neste artigo, contracene com criancas e adolescentes. Ant. 24] — Fotografar ou publicar cena de sexo explicito ou pornografia envolvendo crianga ou adolescente. Pena: reclusdo de | a4 anos. Art. 244-4 — Este artiga e seus pardgrafos foram acrescentados ao Esiatuto, pela Lei n° 9.975, de 23 de junho de 2000. Submeter crianca ou adolescente, como tais definides no caput do artigo 2° desta lei, & prostitui¢do ou exploragdo sexual. Pena: reclusdo de 4 a [0 anos e mutlta. Pardgrafo 1°— Incorrem nas mesmas penas 0 proprietdrio, o gerente ou responsdvel pelo local onde se verifique a submissdo de crianga ou adolescente as prdticas referidas no caput deste artigo. Pardgrafo 2° - Constitui efeita obrigatério da condenagao a cassagdo da licenga de localizacdo e funcionamento do estabelecimento. Art. 245 — Deixar o médico, professor ou responsdvel por estabelecimento de atencao a sauide ¢ de ensino fundamental, pré- escola ou creche, de comunicar @ autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ot confirmagiio de maus-tratos contra crianga ow adolescente. Pena: multa de trés a > vinte saldrios de referéncia, aplicando-se dobro em caso de reincidéncia, Ant. 227 - E dever da familia, da sociedade e do Estado assegurar a crianca e ao adolescente, com absoluta priovidade, wo direito'd vida, & satide, é alimentagdo, a educagdo, ao lazer, 4 profissionalizagao, & cultura, & dignidade, ao respeito, 4 liberdade e @ convivéncia familiar ¢ comunitdria, além de colocd-los a salvo de toda forma de negligéncia, discriminacdo, exploragdo, violéneia, crueldade e opressaio. Pardgrafo 42-A lei punird severamente 0 abuso, a violéncia ¢ a exploragao sex S Art. 213 — Estupro: constranger mulher & conjuncdo carnal, mediante violéncia ou grave ameaca, Pena: Reclusdo de 6a 10 anos. E.um crime hediondo de acorde com a Lei 8.072. No art. 9 dessa lei é prevista uma causa de aumento da pena, isto é, aumenta-se mais a metade quando praticado © crite contra a pessoa que se encontra nas condigdes do art. 224 (violéncia presumida — menor de 14 anos). Neste crime 0 sujeito passivo (vitima) sé pode ser mulher. Art, 214 -Atentado violento ao pudor: constranger alguém, mediante I] violéncia ou grave ameaca, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinose diverse da conjuncdo carnal. Pena: Reclusdo de 6 a 10 anos. E considerado também um crime hediondo, implicando aumento de pena conforme descrito no artigo anterior, Neste crime 0 i] sujeito passivo (vitina) pode ser homem au mulher. J Ari. 217 - Seducdo: Seduzir mulher virgem, menor de 18 anos ¢ maior / de 14, e ter com ela conjungao carnal, aproveitando-sé de sua inexperiéncia au justifiedvel confianca. Pena: Reclusdo de 2 a4 anos. Art. 218 - Corrupedo de menores: Corromper ou facilitar a corrupgdo de pessoa maior de 14 anos e menor de 18 anos, com ela praticande ato de libidinagem, ou induzindo-a a praticd-lo ou presencit-lo. Pena: Reclusdo de 1 a 4 anos. O sujeito passive desse crime é qualquer pessoa maior de 14 e menor de 18 anos, independentemente de sexo, Condutas tipicas desse crime: Pradtica de ato de libidinagem com menor de 18 e maior de 14 anes, Induzimento a tal conduta, para que o ato seja realizado pelo menor, ou assisténcia de ato libidinoso, por parte do menor. As duas ltimas modalidades dizem respeito a facilitagdo de corrupedo (corrupede acesséria), enquanto a primeira se refere & corrupgdo propriamente dita. Ant. 224 — Presume-se a violéncia se a vitima: a) ndo & maior de 14 (quatorze) anos; b) é alienada ou débil mental, ¢ 0 agente conhecia esta circunstdncia; ¢) ndo pode, por qualquer outra causa, oferecer resistencia. Como comunicar ‘os casos de abuso sexual de criangas ¢ adolescentes, especialmente quando no ha evidéncia fisica do abuso, é necessdria a utilizago de entrevistas por pessoal treinado, j4 que a nica fonte de informagio, na maioria das vezes, € 0 relato da crianga ou do adolescente, que precisa ser ouvido ¢ acreditado. Face a suspeita ou confirmagao de abuso sexual, deve-se comunicar imediatamente ao Conselho Tutelar de seu municipio ou, em sua falta, ao Juizado da Infiincia ¢ da Juventude, ‘Vale ressaltar que a omisso, além de ser a maior aliada 4 perpetuacao do abuso, é também punida na forma da Lei. A comunicagao pode ser feita por telefene ou por escrito, podendo ser utilizados os seguintes modelos, tendo o cuidado de enderegar conretamente como descrito abaixo, | —Para hospitais, escolas (na falta do Conselho Tutelar, 0 cabegalho deverd ser substituido por: Exmo. Sr. Juiz da Inffincia e da Juventude da Comarca .... ). Consetho Tutelar do Municipio de . vem, através do presente oficio, com fundamento no Antigo 245 . de maus-tratos contra.a erianga/adolescente aguardando as providéncias desse Conselho. +» Em caso de estahelecimento de satide: + Em caso de estabelecimente de ensino: Em anexo 0 relatério psicoxsocial ¢ 0 laude médico. Em anexo relatério sobre 0 caso. Gostariamos de informar que a crianga ter alla 6m ooo. dias, Atenciosamente, 1 — Para qualquer cidadao procedimento ser’ o mesmo (na falta do Conselho Tutelar, ° mee tt também deverd ser substitufdo por; Exmo, Sr. Juiz da Infiincia ¢ da Juventude da Comarca... ~). ‘Conselho Tutelar do Municfpio de ..... Pelo exposto, solicita que as providéncias legais sejam tomadas. Atenciosamente, 32 Do Ponto de Vista das | Equipes de Saude ‘Todo hospital com atendimento pedidtrico deverd constituir um Comité de Defesa dios Direitos da Crianga edo Adolescente — formado por assistentes psicdlogos e médicos — para lidar com cada caso de maus-tralos contra criangas € adolescentes de forma interprofissional, A rotina de atendimento dos casos de maus-tratos deveri ser empregada em todos os hospitais de I- Na Emergéncia 1. Anamnese detalhada do caso, 2, Exame fisico COMPLETO, com descrigio detalhada das leses, inclusive da genitalia ¢ anus. 3, Avaliaglio da necessidade de exams Se RX de criinio, tdmx € ossos longos, * Tomografia computadorizada do crinio (nos cases de comprometimento neuroligico). + Ultra-sonografia ¢ ressoniincia magnética (se necessirio). + Exame de direa especifica por especialista, 4. Notificagiio obrigatéria de todos os casos suspeitos ‘ou confirmados ao Policial de plantiio, Delegacias, ‘Conselhos Tutelares. ou a0 Juizado da Infancia e da Juventude, de acordo com os Artigos 13 ¢ 245 do Estatuto da Crianga ¢ do Adolescente. S. Acionamento do Comité de Defesu da Crianga edo Adolescente do seu hospital, para dar continuidade ao caso. G. Imermagio obrigatéria de todos os casos suspeitas ‘ou confirmados de abuso sexual. Este procedimento visa ndo s6 no tratamento das lesies, como também i avaliagdo psicoldgica ¢ social do caso e posterior encaminhamento quando necessirio. 7. Notificagao obrigatéria is Secretarias de Satide Municipais ¢ Estaduais. Fi Il - Na Enfermaria |. Anamnese detalhada do caso, junto i crianga ¢ 4 familia, por equipe multiprofissional (médicos, psicdlogos, assistentes: sociais), visando esclarecer a histéria da melhor forma possivel. 2. Acompanhamento psicossocial pela Equipe Multiprofissional do Comité de Defesa da Crianga ¢ do Adolescente, 3. Notificagio obrigatéria ao Juizado da Infiincia ¢ da Juventude, através de Oficio da Diregio do Hospital. 4. Discussdo dos casos na Reunido do Comité para avaliagao das medidas a serem tomadas: + Exame de corpo de delito (IML), providenciado pelas autoridades competentes, + Contato com outros diferentes recursos da comunidade conforme necessidade de cada caso. 5. Destino do Paciente Nos casos confirmados ou suspeitos, a alta hospitalar fica condicionada a uma inieragdo entre o médico responsive! pelo paciente ¢ os membros do Comité de Defesa da Crianga edo Adolescente, 6. Deverdio ser anexadas a0 prontuirio do paciente cdpias do dossié do Comité de Defesa da Crianga edo Adolescente. Elas serio enviadas para: Gabinete do Diretor, Servigo Social, Pediatria e para ultras entidades quando necessdrio ¢ solicitado, Quando o hospital for solicitado a prestar informagdes ou quaisquer esclarecimentos sobre pacientes atendidos, vitimas de maus-trates, o Comité de Defesa da Crianga e do Adolescente deverd ser previamente comunicado para se fazer representar. 4“ Il - No Ambulatério* Acolher a crianga ¢ sua familia, buscando oestabelecimento do-vinculo que seri essencial na condugio do'caso. Realizar anamnese completa ¢ detalhada, com énfase niio apenas nos aspectos relatives ao abuso sexual, mas também nas relagbes familiares. Avaliar a indicagdo ¢ a pertinéncia de entrevistar a crianca. Realizar exame fisico completo. Solicitar exames complementares para investigar doengas sexualmente transmissiveis, sempre que houver suspeita ou confirmagiio de contatos sexuais com risco de contigio, . Instituir tratamento das condigées clinicas eventualmente identificadas. . Orientar o responsivel sobre a obrigatoriedade da notificago, seus objetives e sua importiincia para a protegao da crianga, ¢ os possiveis desdobramentos desta medida. . Encaminhar a notificagdo & autoridade competente (Conselho Tutelar ou outra instincia) através da Dirego da instituigao. |. Avaliar os riscos envolvidos na situagio apresentada, a fim de verificar a necessidade de intemagio ou de contato com o Conselho Tutelar para estabelecimento de medidas protetivas imediatas, Em Termos Gerais Providéncias poderio ser tomadas junto aos Conselhos Tutelares, autoridades judiciais, autoridades policiais, promotorias de justiga, Centros de Defesa da Crianga e do Adolescente ¢ Programas SOS- Crianga. Para que se garanta que 0. abuso sexual cesse ¢.que a crianga ¢ 0 adolescente estejam realmente protegidos de novas agressdes, algumas medidas devem ser tomadas. Através da via judicial ou através dos Conselhos Tutelares, uma equipe interdisciplinar do Juizado, composta por psicdlogos, assistentes sociais.¢ médicos legistas, fard um estudo do caso apontando solugdes para que o juiz tome as medidas legais cabiveis, Nos Centros de Defesa ou programas SOS-Crianga, uma equipe interdisciplinar atuard no recebimento da notificagdo, que pode ser de forma andnima, desde que sejam dadas informagdes sobre onde encontrar a erianga e sua situagao, além de identifica com o nome, idade etc.; na realizagdio de visitas domiciliares; entrevistas, quando necessarias, com a crianga ou adolescente, sua familia © 0 agressor; na avaliago e discussio do caso no comité formado por uma equipe multiprofissional e no encaminhamento através dos diversos setores (Servigo Social, Juridico, Psicologia ou Médico), dependendo da especificidade de cada caso. Existem, também, grupos de auto-ajuda e mittua-ajuda com o objetivo de trabalhar a recuperagdo ¢ a readaptacdo de vitimas de abuso sexual, como o SIA — Sobreviventes ! de Incesto Andnimos— que pode ser contactado pela Caixa Postal 11.766 - CEP: 22022- 970, Rio de Janeiro, RU. Além do trabalho voltado para as conseqiiéncias orginicas do abuso sexual, a crianga ‘ou o adolescente ¢ sua familia poderdo necessi acompanhamento de profissionais visando a abordagem ¢ o tratamento das conseqiiéncias psicolégicas ¢ sociais. Todas as medidas tomadas nos casos de violéncia sexual contra criancas e adolescentes devem buscar atingir trés objetivos: Proteger acrianga ou Avaliar, assistir adolescente. ¢acompanhar médica, Cumprir a lei para ® psicoligica e socialmente responsabilizar @ acrianga ¢ sua familia, oaliciador @ coabusador sexual, Protocolo para Casos Suspeitos de Abuso Sexual Ki 1 HESTORICO /A~ Aesentago na Sal de Emergéncia 1 Data do coves = Hora do Bxame: A cass oe ital: Policia Seni ei _SPamila Owes ElAmigoe Abuse ‘C—Mora do. Abuse: — ‘D-—Circunstfiocias em que ocorveu 0 ahavo sexual attudes posteriores da vita -EXAME FisiCo AS Meese el ed cecil BW Tempers... _ancormtalidiadics: E= Bua pélvico iginccologisis) UL-TESTES PARA TRIAGEM DE. DOEN(AS SEXUALMENTE TRANSMISS1VEIS (DST) ‘QUANDO HA SUSPEITA DE ABUSO SEXUAL EN CRIANCAS E ADOLESCENTES. Onganismo/Sindrome Amostras Neisseria gonorrhoeae (Cutturas retal, de garganta uretral elou vaginal (Chlamydia trachoaris (Culuras retale uretal ‘Virus da immunodeficitocia humana ‘Teste sorolgico do abusadoe (ve ponsivel); teste sorclgico da erlanga na hora do aba ©6, 126 24 semanas apes, ‘Virus herpes sinrples Cultura dx lexi ‘Waginose bacteriana (Cultura de cocrimento vayical Papilomavirus ‘Bidpsia da tex Trichneonas vaginalis Cultura do contimento vaginal Pedicalosis capitis: Identificago dos ovos, nian © pith sz olbo mu ou isano-se lettes de aumento ara aer oes sexualmante adquiem uma tete Em raziio disso, a aplicario de testes de trlagem nioé uma soilent lateral 06 testes $30 farmalmente indicados, ideal er ease vera pos tees Maan em da ager de OST ‘Abuso sexual Agio superida Diagndstica ‘Notificar Sililis” Diagnéstico Notificar Virus da imunodeficidncia humana’ Diagndstico Notificar Chdamytia srachomaris™* Diagnéstico Notificar Trichowtoras vaginalie ‘Alamente suspeito Notificar Conulytomata trachomatis" Suspeito Notifiear (verrugas abogenitnis) Herpes tlocalizagiea genital) Suspeito Notificar ‘Vaginose hcteriana Inconclusive Acompanhamenio Médica "Se nflo.adquiridos por via perinatal - Se no adquirido por via perinatal ov por translusdo, Profilaxia apds a vitimizagao sexual A maioria dos peritos no reeomenda a profilaxia antimicrobiana a criangas abusadas na pré-puberdade porque sua incidéncia de DSTs é baixa e 0 risco de disseminagdo para o trato genital superior em uma crianga pré-piibere € baixo. ‘O acompanhamento normalmente deve ser assegurado, Se um teste para DST for positivo, o tratamento pode, entio, ser dado, Muitos periios acreditam que a profilaxia é indicada em pacientes pos-puberdade: que procuram tratamento dentro de 72 horas apés o episédio de vitimagao sexual, por causa da alta prevaléncia de infecgdo assintomatica preexistente € do risco substancial de doenca inflamatéria pélvica nesse grupo. Todos os pacientes que recebem profilaxia devem ser triados para as DSTs relevantes (ver tabela acima) antes do tratamento ser dado. Pacientes pés-menarca devem ser testadas para gravidez antes do tratamento antibiético ou da contracepgio de emergéncia ser dada. wg Os regimes para profilaxia sdo apresentados nas Tabelas A (criangas) eB (adolescentes), Por causa da eficiéncia demonstrada da profilaxia para prevenir infecgio por HIV apés exposigies perinatal e ocupacional, a questdio aparece também aqui, na profilaxia para HIV para criangas ¢ adolescentes aps violéncia sexual. Contudo nio existem dados sobre eficdcia ou seguranga da profilaxia do HIV para esta indicagao, O risco de transmissio do HIV de uma violencia sexual tinica que envolva transferéncia de secregdes c/ou sangue é baixo, mas niio zero. Tabela A - Profilaxia vitimagiio Ta Oc canted ant eameicrate Peso < 45 kg Para cobertura de ganorréia, Ja. Cefiximn 8 mg/kg (méxitno 400 mg) oral com dose dinica 1b. Ceftriaxona 125 mg IM em dose dnica mais Para cobertura de Chlamydia trachomatis 2a, Avitromicina 20 mg/kg (mésimo Ig) oral com dose snica ou 2p. Eritromicina 50 mg/ke por dia divididas em doses por 10-14 dias mais Para cobertura de ialeegie por virus da hepatite B 3. Comegar ou completar a imuaizagio contra virus da hepatite B, se nic completamente imunizada, mais: ‘Tricomoniase © vaginose bacteriana 4, Considera-se adiciooas a profilaxia para tricomoniase ¢ vigtitiose bactcriana (metronidazol 15 mg/kg por dia, por via oral, ‘cin 3 doses dividids por 7 dias), ‘Todas as tabelas foram adaptadas do Red Book 2000 Vol. 4 - 25" digo, Proflaia anode ¢recemendada par Icalr um rege tmpirco para cobrie Chlamyd trachomatt, onareéia, Para gosarréia -¢ vaginose bacteriana, (Cofiximia 400 oral dose tinea ww (Ceftriaxone 125 mg intramuncular dose tinica (Cipeoflacina $00 mig oral dose ica ‘Minicina 40 ng ene ken mais Ariconicins 1g ont dane ica ou ‘Damicetina 100 mpg oral 2 veaes a dia por Tins mals ‘Mettidarol 2 poral don daca mais Irmo vi bp 8 Se Tce immunitada, Domes de nate eae eT ere 41.6 meses apse a primein dows * Apacienie dave tor um testo de gravidar negativa antes Infecc ‘Reiata do Comitt de Doengas Infeecioras. i : - ‘American Academy of Pediatrics. A uencias Conseq do Abuso Sexual a pai, tio, irmao, avé ou algum amigo ou conhecido de confianga da familia poderio ter uma visdo muito diferente do mundo e dos relacionamentos interpessoais em relaglo Aqueles que cresceram em um ambiente familiar amoroso, protetor e com fronteiras familiares bem definidas. Meninas que so sexualmente abusadas por seus parentes siio levadas, muitas vezes, a sentir que a culpa foi delas ou que foram elas que “provocaram a situagio". Pode Lhes ser dito que “todos os pais fazem isso”, ou que “estou somente Ihe educando sexualmente”, Em virtude de ouvirem essas mensagens, freqientemente crescem sentindo que nao tém valor. Aceitam, portanto, o ponto de vista do agressor, que afirma que sfio Uiteis somente desempenhando papéis que sejam de pouca importincia ow que sejam predominantemente sexuais. C riangas ou adolescentes que foram sexualmente abusados por seu Algumas vezes nada ¢ dito; a atividade sexual comega simplesmente quando a crianga é muito pequena, podendo se estender ao periodo da adolescéncia e, em alguns casos, ter ainda uma continuidade. Existem barreiras ébvias para meninos ¢ adolescentes do sexo masculino relatarem © abuso sexual praticado contra eles por homens mais velhos. Em primeiro lugar, hd o “tabu duplo”: incesto ¢ homossexualidade. Em segundo, pode ser dificil para individuos do sexo masculino aceitar que nio so capazes de se protegerem (que no so “machos" © suficiente). Em terceiro, espera-se que os homens sejam autoconfiantes ¢ que no digam para 08 outros se esto magoados, E, por fim, hd uma caréncia de cobertura da midia em relagdo a meninos enquanto vitimas; eles sio, na maioria das vezes, retratados como os agressores. O abuso sexual infantil fornece a ambos, meninas ¢ meninos, informagoes errdneas sobre relacionamentos entre adultos e criangas. Uma relagio envolvendo abuso sexual entre um adulto e uma crianga — ou adolescente - € baseada em um poder ¢ conhecimento desiguais. A medida que estas criangas crescem, percebem qué Sta-confianga ¢ seu amor foram traidos. Conseqiientemente, pode ser dificil, para elas voltar a confiar em alguém, ¢ isso pode gerar problemas graves em seus relacionamentos sociais ¢ sexuais na vida adults. Consegiiéncias do Abuse Sexual para a Crianca + Sentimento de culpa e vergonha. * Sentimento de ser ma, suja ¢ de pouco valor. + Perda da confianga em outras pessoas. * Medo constante de sofrer novo abuso. * Somatizagoes freqiientes. * Depressao. * Na vida adulta: dificuldades de relacionamento social e de conquistas profissionais, impoténcia sexual e frigidez, depressao, si uéncias aA Conseq do Abuso Sexual

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