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Cronologia les-Louis de Secondat, barlo de Montes- fo castelo de La Bréde, peno de Bordéus. Ra- ther. 1690. Locke: Doistatados sobre o govern ete 1694. Nasce Voltaire, moere Pufendort. 1695. Moree La Fontaine 03 estudos no Colégio de Juilly. licagao da Optica de Newton; morrem John Locke 1705 Ingresta na Universidade de Bordéus, onde estuda Di reve sua primeira obra, Historia romana, Mor- Montesquieu parte para pletar sua instrugio jut Conversa entre um fildsofo ers 1712, Nasce Jean-Jacques Rousseau, 1713. Com a moite de seu pai, Montesquieu retoma a La Bréde, Nasce Denis Dider 1714, 4 monadologia, de Leibniz; nasce Conklillac. 1715. Casamento de Montesq) Jeanne de Lartigue, ‘Morte de Luis XIV, de Malebranche e de Fenelon; nas ce Helvétius. 1716, Montesquieu toma-se presidente do Parlamer Bordkéus, More Leibniz, x © BsPIRETO Das Les ‘U publica as Cartas persas e parte para Paris, onde passa a residir até 1728, 1728. Ingressa Francesa; comega a sua grande Viagem pela Europa, que vai durar tes anos. 1729. Montesquieu visita a Inglaterra, onde permanecers ale YB 1730, Mativaux: 0 jogo do amar e do acaso. 1731. Retonna a La Bréde, onde passa a reunie observacdes € pensamentos 1783. Retomna a Paris; publica as Consideragbes sobre as cate sas da grandeaa dos romanios @ de sua decadéncia, ta- ha oito horas por dia na'preparagto do que seri o Eypirto das les. 1734, Voltaire: Cartas ilossficas 1738, Nasce Cesare Beocaria, 1744, Morre Giambatists Vico, publicagto da edicio definti- va de seu livio 4 eléncta nova. 1746, Condillae: Ensato sobre a origem dos combecimentos bu- ‘manos. icia a publicaglo da Historia na~ do espirito das lets, onde se de- \cusasio de irreligiosidade, das leis no fndex; € publicado o primeira volume da Enciclopédia, 1753. Tor tor da Academia Francesa. i confiss4o que most tes de sua fe", Montesa “a exten- tea 10de DO ESP{RITO DAS LEIS OU DA RELACAO QUE AS LEIS DEVEM TER ‘COM A CONSTITUIGAO DE CADA GOVERNO. ‘COM OS COSTUMES, © CLIMA, A RELIGIAQ, © COMERCIO, BTC. A QUE O AUTOR ACRESCENTOU PESQUISAS RECENTES SOBRE ‘AS LEIS ROMANAS NO QUE TOCA AS SUCESSOES, SOBRE AS LEIS FRANCESAS SOBRE AS LEIS FEUDAIS Prolem sine matre croatam, Ovio10 Adverténcia do Autor Para a inteligéncia dos quatro primeiros livros desta obra, devese observar que o que chamo de virtude na.repo- biica é o amor & patria, ou seja, 0 amor 2 igualdade. Nao é uma virtude moral, nem uma vistude criti, € a virtude polit. ca, ¢ este & © motor que mave o governo re a bonra & 0 moror que monarquia, Logo, chamei de vintude politica 0 amor & patria e A igualdade. Tive i novas; logo, foi preciso encontrar palavras fiovas, ou dar as antigas novas acepgbes. Aqueles que nfo entenderam isto zeram-me dizer coisas absurdas, que seriam revoltantes em todos os paises do mundo porque em todos 0s paises do mundo se quer a moral. 2 £ preciso prestar atengio a diferenga muito grande que existe entre dizer que uma certa qualidade, modificagao da alma, ou vittade, ndo & o motor que faz agir um govemno dlzer que ela no se encontra neste governo. Se eu disses- se: tal roda, tal pino nio sio o motor deste rel6gio, se con- ‘luiria que eles nao estio no relogio? Da mesma forma, 2s irtudes morais ¢ cristas esto tanto menos exclufdas da m0- narquia quanto a propria vide politica nao o esta, Em uma palavra, a honra esté na repAblica, ainda que a vitude pol {4 Seja sev motor, a vide politica estd na monarquia, ainda ‘que a honra seja sen motor. hhomem de bem do qual se tata no livro Ut, io € 0 homem de OESPIRITO Das 1218 ama as leis de seu pais ¢ age por amor as leis de Dei uma nova luz a todas estas coisas nesta edicao, las: e, na maior parte dos lugares onde usara a palavea virtude, cologuel virtude politica, Prefacio Sc, na quantidade infinta de coisas que estdo neste i- vro, houvesse alguma que, contrariamente 20 que esperava, pudesse ofender, pelo menos no hé nenhuma que tenha sido colocada com mé intenglo, Nao tenho naturalmente urn espitito desaprovadior. Platao agradecia 20 cé sido no tempo de Sécrates; ¢ cu lhe agradeco ter me feito nascer no govemo onde vivo e ter quetido que eu obedecesse 2queles que me fez amar. Peco uma graca que temo niio me ser concedida: é de nto jolgarer, pela letra de um momento, um trabalho de vinte ‘nos; de'aprovarem ou condenarem um live inte, ¢ no al- ‘gumas frases. Se quiserem procurar 0 objetivo do autor, 6 po~ «dem bem descobr-lo no objetivo da obra Examinel primelro os homens, ¢ achei que nesta infinita iversidade de leis © de costumes eles nao eram conduzidos somente por suas fantasia. ‘Coloquel os principios ¢ vi os casos particulares dobra- rem-se diante deles como que por si mesmos, as 5 nagdes nfo serem mais do que suas conse particular estar ligada a outra lei ow dey eral. ‘Quando fui levado & Antiguidade, procurci captar seu , para no ver como semelhantes casos realmente cife- 6 oesrigrro Das Las “ Aqui, muitas verdades s6 se mostrario depois que se tver visto a cadela que as liga 2 outras. Quanto mais se pensar so- bre os pormenores, mais se sentist a ceneza dos Estes préprios pormienores, néo os citei todos, pois quem po deta dizer todo sem causa um mortal aborrecimente? io se encontrario aqui estes tragos salientes qu: em caracterizat as obras de hoje. Por pouco que se ve colsas com ceria amplitu saliéncias se desvat elas 56 nascem, normalmente, porque o espirito se langa do para um lado e abandora todos os outros Nao estou escrevendo para censurar 0 que esta estabel ido em qualquer pais que seja. Cada ragio encontrach a 38 rades de suas méximas; e disto se Uraré naturalmente a seqbéncia de que 56 cabe propor mudancas aqueles que tiveram um nascimento bastante feliz para penetrarem com tnagistrados comegaram por ser 0s precor tos da naglo, Numa época de ignorancta, nao existem davi- das, mesmo quando se fazem os maiores males; numa 6poca de lus, treme-se ainda quando se fizem os maiores bens Sentem-se 0s antigos abusos, vé-se a sua correc; mas vem. se também os abusos da prpria cortesto. Debxt-se quando se teme 0 ixase 0 bom, quando se es Gaivida sobre © me ¢ olham as paftes para jul todo em conjunto; examinamese todas as causas para Ver 10 dos os resultados. Se cu pudesse fazer com que todos tivessem novas ra- 270es pata amarem seus deveres, seu principe, sua pai, suas leis, com que pudessem sentir pals, em cada govemno, em cada tassem seus conhecim se aqueles que obede Considerar-me-ia 0 mais feliz. dos montis se eu pudesse fazer com que os homens conseguissem curar-se de seus pre- conceitos. Chamo aqui de preconceitos nfo o que faz com PREPACIO. 7 que se ignorem certas coisas, ¢ sim o que faz com que se ig- sore meso procurando instuir os homens que se pode praticar esta Virtude conipreende 0 amor de todos, O ha: sentia todos os dias as mos paternas objeto sem formar objetivo; ndo conhe as excegies; 56 encontrava a verdade para perdé-la. Mas quando descobri meus principios tudo © que procurava veio ‘a mim; ¢, durante vinte anos, vi minha obra comecar, crescer, avangar e te PRIMEIRA PARTE LIVRO PRIMEIRO. Das leis em geral CAPITULO T Das leis em sua relagdo com os diversos seres ido proferiram um ‘grande absurdo: pois o que poderia ser mais absurco do que uma fatalidade cega que teria produzidlo seres inteligentes? Existe, portanto, uma ra relagdes que se encontram entre ela ¢ os diferent as relagoes destes diferentes seres entre si ‘Deus possui uma relacto com 0 universo, como criador € como conservador: as leis segundo a5 quais riot sto aquelas segundo as quais conserva, Ele age segundo estas regras por- que as conhece; conhece-as porque as fer, e as fez porque 12 (0 nsplRrrO DAs LEIS 6 segundo as relagdes da massa e da velocidade que todos os, movimentos sio recebidos, aumentados, diminuidos, perdi- dos; cada diversidade € uniformidade, cada mudanca & cons- rtancta ‘Qs setes patti proptios elaboraram, boraram, Antes de existizem seres inteligen ‘nam ou proibem é dizer que antes de se tragar o cftculo to- dos os raios nfo sto iguais Devemsse entio reconhecer relagies de eqitdade ante- siores A lei-posiva que as estabelece: como, por exemple, ‘supondo que existissem sociedades de homens, q) se houvesse seres it riam ser reconhecidos para com ele; que, se um s te tivesse crlado outro ser inteligent,o ser criado deversa man- terse na dependéncia em que esteve desde sua ori tum ser inteligente que fez ‘merece padecer do mesmo também possua leis que, por sua natureza, so invarigve go obedece a elas com a. mesma constincia com, fisico cbedece 4s suas, A razdo disto € qué of igentes sA0 limitados por sua natureza e, por- ‘ero; &, por outro lado, & de sua natureza a n por si mesmos. Eles ndo obedecem, portanto, conslantemente is suas Jeis primitivas; ¢ aquelas mestnas leis que do a si mesmos, nfo obedecem a clas sempre, podem ter iia. sies - PRIMEIRA PARTE B ras do movimento ou por u quer forma, eles nao possuem «i seres particulares, ou consigo mesmos, Pela atrago do prazer, conservam seu ser part por intermédio da mesma’stragio, conservam stia Possuetn leis naturais, porque estdo unidos pelo ser nao possuem leis posit conhecimento. No enta suas leis naturais: as plantas, nas quais nao observamos nem conhecimento nem sentimento, obedecem melhor a elas Gn ssinals slo pease vartgens rupremas que do que nds, mau uso de suas paixde: ‘© homem, enquanto ser fisico, é assim como os outros compos, governado por leis invariavels. Como ser inteligente, ‘viola incessantemente as leis que Deus estabeleceu.¢ trans: caPrTULO, Das lols da nanureza Antes de sodas estas els, esto as leis da natureza, assim ‘charnachis porque derivanit unicamente da constituigao de nos. a OasPinrro Das Las 0 ser. Para hein conhect-as, deve-se considerat von homem, antes do extabelecimento das sociedades, As leis da natureza iprimindo em nés a idéia de um criador, 620, 6 a primetea das leis naturais pot ro na ordem desta leis. © homem no faa conservagto de seu ser, ‘Tal homem sentiria no idez. seria extrema: e, se alguma experitncia, foram homens seivagens'; tudo os faz tre- sua fraqueza; su sobre este néontrados na ‘mer, tudo os faz Fug. Neste estado, todos se sentem inferiores; no limite, cada um se sente {gual aos outros. Nao se procuraria, entio, ata seria a primeira let natural jo que Hobbes atribul em primeiro lugar aos ho~ mens de subjugarei-se ums aos outros nfo ¢ razodvel. A idléia de império e de dominagio € lo composta, ¢ depende de o seria ela qué o homem teria em Hobbes pergunta: “por que, se nfo se encontram natu- ralmente em estado de guerma, os homens ancam sempre armados? F por que tém chaves para fechar suas casas?" Mas rio percebe que est atribuindo aos homens, antes do esta- belecimento das sociedades, aquilo que s6 pode acontecer pds este estabelecimento, que fart com que encontrem mo- tivos para atacarem-se e defenderem-se, temor reciproco encorajariam-nos a is, cles setiam levados a isto pelo prazer 4 aproximagio de 1, © encanto que os PRDALIRA PARTE 1s ‘mentaria este prazer; ¢ 0 apelo natural que sempre fazer um jue os homens tém em pri ‘gar, ainda conseguem possui suem um segundo elo que os. ‘ém um novo motivo para se sociedade € uma quatta lei natural ‘Assim que o3 homens estdo em sociedade, perdem.o sen timento de sua fraqueza; @ igualdade que_existia entre cles finda, e-0 esiadaze pier comega. “Cada sociedade particular comega a senti sua forga; 0 que produz um estado de guetra de nagio a nagio. Os parti- clares, em cada saciedade, comegaim a sentir sia Forea; pro curam ‘colocar a seu favor as principals vantagens desta sociedade; o que cria entre eles um estado de gue Estes dois tipos de estado de guerra fazem estabelegam leis entre os homens. Considerados Jantes de um planeta tlo grande, a ponto de ser necesséria a existencia de diferentes povos, existem leis na:relacao que estes povos possuem entre si; é 0 DIREITO DAS GENTES. Considerados como membros de uma soc ser mantic, existem leis na relagao entre aqueles que gover- ram e aqueles que sto govemnados; € o DIREITO POI Blas existem ainda na relagao que todos os cidadios pos- ‘suem entre si; ¢ € 0 DIREITO CIVIL. ‘© diteito das gentes esti naturalmente baseado neste principio: que as diversas nagbes dever maior bem e, na ger, 0 PCR CENTRAL 16 0 EsPIRITO DAS Lit ‘um. Enviam e recebem embaixadas; conhecem direltos da guerra e da paz: 0 mal consiste em que este direto das gen- tes ndo est baseado nos principios verdadciros. ‘Aléra do diteto das gentes, que diz respeito a todas as socledades, existe um digeto politico para cada uma delas ‘Uma socledade nao poderia subsistr sem um govemo. A rew- ldo de todas ax forgas pariculares, como diz muito bem GRA: ‘VINA, forina aguifo que chamamos de BSTADO POLITICO, A forca geral pode ser depositada entre as mios de 1m +6, ou nas mos de warios. Alguns pensaram que, sendo que 1 natureza havia estabvelecido o poder paterno, o governo de ‘um s6 era mais conforme a natureza. Mas © exemplo do direito patemo nto prova nada. Pois, se 0 poder ¢ relagio. com 0 governo de um 56, ap6s a morte foder dos aos ou, ap0s 2 moms doe Indes, o poder doe primos irmios tem relagio com 0 poder de varios. © poder polit necessariamente a unilo de varias familias. “Mais vale dizer que 0 governo mais conforme 2 natureza aquele cuja disposicdo particular se reliciona inelhot coin’ Aisposigio do povo para o qual estabelecido, ‘As forcas pariculares nlo podem reunirse sem que todas as vontades se retinam, A reumido destas vontades, co- mo diz mais uma vex. muito bem GRAVINA, 6¢ que chama- sos de ESTADO CIVIL. A lel, em geral, € a razio huaiana, enquanto.governa todos os povos da terra; € a8 le ‘slo devem ser apenas casos particulares onde se aplica esta, Fazio humana, Devem ser to proprias a0 povo para o qual foram feitas que seria um acaso muito. grande se as leis de. uma naglo pudessem servir para Devem estar em relagio com a natureza € com o princi- pio do governo que foi estabelecido, ou gue sc protende es- tabelecer, quer se elas 0 formam, como € 6 caso das leis poll- ticas, quer se 0 mantém, como é 0 caso das escaldante ou temperado; & qualidade do tern gio e grandeza; ao género de vida dos povos, lavrack Eagadores ou pastores, devem estar em relaglo com © gral PRIMEIRA PARTE v de liberdace que sua consituig2o pode suportar; com reli gito de seus habitantes, com suas inclinagdes, Com suas ti- quezas, com seu niimero, com seu comércia, com seus cos ‘com seus modos. Enfim, elas possuem relagbe ibém relagdes com sua origem, com de todos estes pontos de vist clever oer consierads, tento fazer nesta obra, Examinarei todas estas Nao sepatei as leis politicas das leis eivis, pois, como nto. estou tratando das leis, mas do espirite e este espirito consiste nas diversas relagées que as leis podem possuir com diversas coiszs, tive de acompanhar menos a orcem natural das leis do que a ordem destas relagdes e destas coisas. Examinarel inicialmente as relagdes que as leis possuem ‘com a nanureza e com 0 principio de cada governo: e, como LIVRO SEGUNDO Das leis que derivam diretamente da natureza do governo caPFTULO T Da natureza dos trés diversas governos Jalstem us expécies dle govemo: 0 REPUBLICANO, 0 MO descobrir sua nauurera, bas- uando 0 poder os de uma parte do pove, chama-se © povo, na democracia, é, sob certos aspectos, 0 monar- ‘a sob outros, 2» © RSPhRTO Das 1418 86 pode ser monarca sufrigios, que sto suas -Avvontade do soberano & o proprio soberano. Logo, que estabelecem o direito de suffigio sto fundamen. is neste govemo, Com efeito, neste caso, € tio importante COMO, Por quem, pars quem, sobre 0 que os jos devem ser dados, quanto € numa monarquia saber mmaneira deve governat Atenas, tim estrangoiro que se ine tna as assembléias; sem isto, poderiamos nao saber se 0 vo falou, ou somente uma parte do povo, Na lacedeménia, ceram necessérios dez mil cidadaos. Em Roma, nascida na pe. dquene para chegar 2 grandeza; em Roma, fel todas as vicissitudes da fortuna; em Roma, qu se todos os seus cidadios fora de seus mutos, ora © uma parte da terra dentro de seus muros, no se tinha fixa- do este néimero’, ¢ esta foi uma das grandes causas de sua rota, © povo que possul o poder soberano deve fazer por st mesmo tudo 0 que pode fazer bem; ¢ © que nao puder fazer bem, dew ‘Tem necessidade, como 68 monarcas, e até mais do que cles, de ser conduzido por um conselho ou senado, Mas, para + que nele tenha confianga, deve eleger seus membros, quer 0s escolhendo por st mesmo, como em Atenas, quer por al gum magisvado que estabeleceu para elege praticava em Roma em algumas oportu © povo admirivel quando escolhe terminado apenas por colsas que ndo pode ignorar e tos que se encontram a vista, Sabe muito bem que vn mem foi logo, € mm assiduo, que w. de eleger um general. Sabe que 0 xente sai de seu tribunal satsfeita com PROMEIRA PARTE. a natca em seu pal rieg6cio, conhccer os higaes, as oporunidades, os momen tos, €aproveitarse disto? Nao, no seria capar Se pudéssemos davidar da eapacidade natural que o po- vo tem de perceber 0 merit, er 86 darmos una olkada 13. 1a série continua de escolhas surpreendentes que os atenien 10s Fler; coisas que, sem diva, ito pode- 20 aca80, Sabe-se que em Koma, ainda que 0 povo tvesse outor gado asl mesmo o direto de dar cargos aos plebe Seguin decidirse a clegélos; e, ainda que em Atenas fosse vel, pela lel de Aristides, escolhertnagisados enue to. das as classes, munca acontecen, dia Xenofonte que a arais ida pedisse aquelas que pudessem ser do interese da sua salvagao ou da sv Asim como a maioria dos eidados, que ttm pretensio bastante para eleger, mas nao para serem eleitos 0 povo, {que tem capacidade suficiente para fazer com que se prestem Contas da gestio dos outros, nfo est capacitado para geri. E preciso que os negicios funcionem, e que funcionem ‘com Um Certo movimento que no seja nem muito lento, nem ‘uilo ripdo, Mas 0 povo sempre tem agao ou de mais ou de 'No Bxado popular, 0 povo et ses. pela maneim de fazer esta div os grandes lgiiadores,« € dito que a durageo da democr Cine sua prosperiace sempre dependeram, eu, na composite da arizocracia, Podemios Ver, em Dionisio de Halican to de sufrégio nas n © povo de Roma em mavam seis classes, E, colocando os ricos, 2 (0 BSPIRITO DAS LEIS quatro dasses. Levado elocen par far 2que- les que deviam eleges, mas aqueles que podiam ser cleitos: ¢, eixando para cada cidadto © direto de eleiglo, quis? que em cada tuma destas quatio classes pudessem ser cites juizes; mas foi apenas nas tés primeiras, onde se encontravam os cidadaos abastados, que se puderam escolher os magistrados. ‘Como & divisto daqueles que t&m direito 20 sufrigio & numa repablica, uma a maneira de di-lo € coutraJei fundamental. © guftigio pelo sorteio & da natureza da, democracia; © sufrigio pela escolha € da natureza da arisiqtracia, ‘© soneio € uma maneira de eleger que nao aflige nin- deixa a cada cidadio uma esperanga razodvel de ser petaa ‘Mas, como é dlefeituoso por si, fol em sua regulamentagio ‘© em sua corregio que os grandes legisladores se superaram. is que se dessem por escolha as magistraturas civis que exigissem grandes clespesas € que as outras fossem dadas , para comigir 0 sorteio, estabeleceu que % poderiam aqueles que se apresentasserm: que aquele que tivesse ‘ido eleto seria examinado por jufzes* e que qualquer umn pode ria acusi-o de ser indjgno’; iso tinha 20 mesmo tempo algo de csculha ¢ de sorteio, Quando se tivesse acabado 0 perfodo de. rmagistratura, era preciso sofrer outro julgamento sobre a ma- neira como se tinha comportado. As pessoas incapazes rio deviamn gostar muito de dar sex nome para o sore. ‘A lei que fixa a mancira de dar os bilhetes de suftigio & também uma let fundamental questto saber se 0 sufrégios PRIMSIRA PARTE: B Cleero" escreve que at leis! que_os tomaram secretos nos dit romana forain-Uiiil'Gis grandes cau- corpo de nobres: no © € no povo, cuja natureza € agir por paixio, Nos Estados onde no tem nenhuma participagio no governo, ele se inflamar por um at 0 0 tera Felto por lade de uma repiblica € quando nao ha da democracia € aqueta que somente o povo elabora as leis. Existemt, no entanto, pela vontade do povo, ‘CAPITULO TIL Das leis relativas & natureza da aristocracia yerano esti nas mios de certo Gmero de_ pessoas. Sa Je elaboram as Tels ¢ que 4 © aspierro nas res mandam executé-las; ¢ 0 resto, wo estd para elas, no ‘maximo, como.os siditos-éstio par 0 Romance _ la, no se deve dar 0 sufrigio por sorteio; 6 se teria 5 seus inconvenientes, Com efeito, num governo que ji es. tabeleceu as mais tristes distingdes, ainda que os cargos fos- sem escolhidos por sortcio, isso nao seria menos odioso: & do nobre que se tem inveja, nto do magistrado, ‘Quando ha nobres em grande némero, precisa-se de um senado que regulamente as questoes sobre as quais 0 corpo. dos nobres nao seria capaz de decidir e prepare as questOes sobre as quais clc decide, Neste caso, podemos dizer que a arjstocracia est, por assim dizer, no senado, a democracia 10 corpo de nobres, ¢ 0 povo nao é nada Seria uma cofsa muito boa na aristocracia se, por alguma vin indireta, se tase 0 povo de seu nada: assim, em Geno. va, 0 bando de Sto Jorge, que & administrado em grande par- te pelos principais do povo%, di a este certa influéncia no ‘ovemo, que faz toda a sua prosperidade. Os senadores nao devern ter 0 direto de substiuit os que faltam no senado; nada seria mais capaz de perpetuar o$ abu- 508. Em Roma, que foi nos primeiros tempos uma espécie de sanstocraca, o senado no escolhia os substiutos de seus mem bros, 0s novos senadores eram romeados" pelos censores, ‘Uma autoridade exorbitante, outorgada de repente a um cidadio numa repsblica, forma Uma monarquia, ov mais do que uma monarquia, Nesta, as leis sustentam 0 regime ou ipio do governo freia o monarca; nstituigao recisa de uma magistratura que te- Assim era Roma com seus ditado- -magistraturas terives, volta a liberdade. Mas i sejam tho eferentes nestas duas replica’ £ que Roma de- fendia os restos de sua aristocracia contra 0 pov, a0 passo ‘PROMEIRA PARTE 5 que Veneza usa seus inguisidores de Estado para manter sua atistocracia contra os por isso que em Roma a dita. dura deveria durar pouco tempo, ovo age movido pelo entusiasmo, © ndo pelos seus planos. Era preciso que esta ‘maghstratura se exercesse com estrpito, pois tratava-se de int- rmidar 0 povo, ¢ nio de punio, ¢ que 0 citador fosse apenas para uma questio determinada e s5 tivesse autoridade ssem limite em fungdo desta questo, porque era sempre criaco para um caso imprevisto, Fm Veneza, pelo conteirio, precisa-se de uma magistratura penanente: é nela que os planos podem set iniciados, acompanhados, suspensos, retomados, que @ ambigao de um individvo toma-se a ambicio de uma familia, ¢.a ambigio de uma familia a de Precisa-se de uma magistranura oculta porque os crimes que ela pune, sempre profundos, fonmam-se no segredo no silénci is tura deve possuir uma inguisigdo geral, por acabar com os males que se conhec ‘mesmo aqueles que n40 se conhecem. Por fim, esta dltima ara vingar crimes dos quais desconfia; © a mira utiizava mais ameacas do que punigbes para os crimes, ainda que confessados por seus autores. war a grandeza de n0 0 ioria dos legisladores fi igoso, um tempo mais za da coisa, Quem gost negocios domésticos? Em Ragusa", o chefe da replica mu- dda todos 0s meses; os outros oficiais, todes a8 semanas; 0 govemador do cast ode acontecer ‘2 parte do povo ‘que nio tem participagio no poder € téo pequena ¢ to po- Dre, que a parte dominante nao tem nenhum interesse em do direito 20 sufragio, formou porque esta xa era tio baixa que exclufa pouca gente, sguém que gozasse de alguma consideragio na cidade. 26 © EspIRuO Das Les As Familias aristocriticas devem, entto, ser to populares quanto possivel. Quanto mais proxima uma aristocracta esti- ver da democracia, mais perfeita seri, e o ser menos A medi- dda que se aproximar da mona ‘A mais imperfeita de todas € aquela na qual a parte do Povo que obedece se encontra na escravidio civil daquela ue manda, como € o caso da aristocracia da Pol6nia, na qual 0 camporteses so escravos da nobreza CAPFTULO IV Das leis em sua relagiio com a natureza do governo mondrquico Os poderes intemediirios, subordinados e dependen- tes, constituem natureza do govern montinquico, isto €, da quele onde um s6 governa com leis fundamentas, Eu lel dos poderes intermediirios subordinados ¢ dependentes: de fato, na, monarquia, 0 principe é a fonte de todo poder polit- 99 ¢ cll. Estas leis findamentais supdem necessarlamente & cexistficla de canals médios por onde flui 0 poder: pois, se existe num Estado apenas 2 vontede momentinea e capri: ‘chosa.de um 56, nada pode ser fixo €, conseqientemente, ‘nenhuina lel pode ser Fundamental © poder intermediirio subordinado mais natural € 0 da nobteza. De alguma maneira ele entra na esséncia da monar- uia, caja maxima funcamental &: sem monarca, ndo bd robre- 24; sem nobreza, néo bd Existem pessoas Europa, que seria pos a res. Ndo perceberam que queriam fazer 0 que o parlamento dda Inglaterra fez, Acabern, em uma monarquia, com as pres rogntivas dos senhores, do clero, da nobreza ¢ das eldades; terio em breve um Estado popular, ou um Estado despético. 3s tribunais de um geande sem cessar, ja virios séeulos, & senhores e @ eclesiéstic. NZo qu ‘magistridos; mas deixamos ainda para ser decidido até que Ponto sua constituigdo pode ser mudada, Se eee ene PRIMEIRA PARTE. n Nao motto de amores pelos’ prvi ‘mas gostaria que uma vez se fixasse bem se trata de saber se houve razdo em est estabelecida, se fiz parte das leis do pais, se € ‘em toda parte; se, entre dois poderes que se como independentes, as condigies ndo devem ser reciprocas; © se nfo & indiferente a uim bom stidito defer principe ou 0s limites que ‘Assim como o pode «a, ele € conveniente uelas que tendem para 0 despotismo. Que seria da © de Portugal, desde a perca de suas k sozinho freia’o poder arbitréio? Baree lo no existe outta, teza humana males smita € um bem Assim como 0 mat, que parece querer cobrit toda a ter- 1a, € detido pelas ervas os menores pedregulhos encontram na orla, assim também os patece sem limites, s4o detidos pcios subinetem seu orgulho natural as quel “Os ingleses, para favorecer a liberdade, retiraram todos 6s poderes intermedidrios que formavam sua monarquia. “Tem razio em conservar esta liberdade; se por acaso a per. sdessem, seriam um Taw, por uma igual ignorincia da consttuigio repuiblica- na e da monarquia, foi um dos maiores promotores do despo- tismo que jé se virim na Europa, Além das mudangzs que efe ‘wou, tho bruscas, tio inusitadas, Ho incriveis, ele queria su Init 0s grupos intermedtirios e acabar com os compos politicos dissolvia a monarquia” com seus reembolsos quiméricos e pit cesgatar a propria constituic2o. , ums monarquia, que existam grupos Intexmedistios; precisa-se ainda deposito 36 pode estar nas coxpos lels quando elas sio elaboradas e as lembram qui quecidas. A ignorincia natural da nobreza, sua seu desprezo pelo govemo civil exigem que exista um corpo que retire incessantemente as lels da pocira onde ficariam istadores, até mesmo © mal que eng, 28 ‘ONSPIRITO DAS LEIS soterradas, O Conselho do principe nao & um depésito con- veniente. 8, por sua natureza, o depésito da vontade momen- tinea do principe que executa, no o depésito das leis fun- damentais. Além do mais, o Conselho do monarca muda sem parar; no € permanente; nfo poderia ser numeroso; néo. tem, em um grau suficiente, a confianga do povo: logo, nto Ue esctarect-to nos tempos dif. els, nem de fazé-lo voltar a obedi Nos lstados despéticos, onde nao hf leis fundamentas, também no hé depésito das lis we, nestes paises, 2 religiZo tenha, normalmente, tanta forga; € porque cla forma ima espécie de depisito e de permanéncla: ¢, eno for a re 10 08 costumes que sa venerados, neste caso, 10 hue caPfruLo v ‘Das les reotivas d natureza do Fstado despético Resulta da natureza do poder despético que o tinico ho- mem que o exerce fagi-o da mesma forma ser exercido por ‘um s6. Um homem para 0 qual seus cinco sentidos dizem. incessantemente que ele € tudo e que os outras nao s80 92- da € naturalmente preguicoso, ignorante, voluptuoso. Logo, cle abandona os negécios. Mas, s¢ as conflasse 2 vérios ou- tros, haveria brigas entre eles; haveria intsigas para ser © pri- meito escravo; 0 principe seria obrigado a volar part a adiministracio, f mais simples ento que ele a deixe para um vizie%, que teria, inicilmente, o mesmo poder que 0 princi pe. O estabelecimento dle um Vizi 6, neste Esado, uma lei fun- damental jue certo papa, quando de sua eleigo, cons: \capacidade, criow no Idades infi- nitis. Aceitou enfim e delegou a seu 5.08 nego- Ficou admirado, e dizia: “Nunca pensei que fosse tio F- mo ocorre com os principes do Oriente, Quai PRIMEIRA PARTE. » clo surpresos: mas, quando proclamam um vizit ese deixam les TIVRO TERCEIRO Dos principios dos trés governos capiruto1 Diferenca entre a natureza do governo e seu principio Apés havermos examinado quais a5 leis relativas 2 natu reza de cada govero, devemos ver aquel vas a seu principio. Existe a difesenca! soguinte entre a natureza do governo seu principio: sua natu faz cer.como £,€ Se principio o que fiz agit, Uma € sua estrutura particular; 0 ixdes humanas que o fazem movers. leis ndo dever ser menos relativas 20 principio de cada goveno do que & sua natureza, Logo, deve-se bus: ‘car qual este principio. £ 0 que vou fazer neste vt. CAPITULO II Do principio dos diversos governos Eu disse que a natureza do govemo republicano € que, rele, © povo em conjunto, ou certas familias, possuem 0 po- oberano; a do govern monfrquico, que o principe mais nada para encontrar seus rnaturalmente. Comecarei pelo governo republicano, € larei de inicio do governo democratico. 32 (0 BSPIRITO DAS 14S CAPITULO IIL Do principio da democracia scessaria multa probidade para que um governo m govemo despético se mantenham ou se sustentern, A forga das lels no primeiro, o brago sempre ergui- do do principe no segundo regram e contém tudo, Mas num Estado popular se precisa de um motor a mais, que € a VIR ‘TUDE, que estou dizendo € confirmado por todo 0 co 18 coisas. Pois tar as lels julga estar acima das tude do que num governo. popular, onde aquele que fez executar as leis sente que esté a clas submetido e que supor- tard seu peso claro tambéin que o monarca que, por mau conselho cu por negligéncia,cessa de fazer execut pode facil mente consertar 0 ov corgi festa mesma nepligéncia, Mas quando num governo popular 1s leis tiverem cessado de ser executadas, como isto s6 pode vir da conrupcio da reptblica, 0 Estado jé estard perdido, oi umn espeticulo deveras interessante, no século pas- do pelo espitito de outra, 0 governo mudava sem cessar; 0 ovo espantado procurava a democracia e nio a encontrava em lugat algum, Enfim, apés muitos movimentos, choques ¢ sacolejos, fol necessério voltar para aquele governo que tk ‘aha sido prosctito. ‘Quando Sila quis devolver a Roma sua liberdade, esta nto pode mais recebé s6 possufa um pequeno resto de virtude e, como continuou a ter cada vez menos virtude, a0 invés de despertar depois de César, Tibér sudio, Neto, Domiciano, tornau-se cada vez mais escrava; todos os PRIMEIRA PARTE B golpes foram desfechados contra os tiranos, nenhum contra atirania, (0s politicos gregos, que viviam no gov nao reconheciam outra forga que pudesse sust da vittude, Os de hoje 56-1 comércio, de finangas, de riquezas © até de 1ux¢ ‘Quando cessa esta virtude, a a {gdes que estio prontos para recebé-la, e a avareza entra em todas. Os desejos mudam de objeto; o que se amava no se ama mais; era-se livre com as leis, quer-se ser livre cf elas; cada cidadao é como um escravo fugido da casa ssenlior, o que era mdxima é chamado rigor; 0 que ¢ra regra 1© fnedmodo, 0 que era ctuldado chamar-no (e- "to no tesouro piblico; mas agora 0 m@nio de particulares. A repiblica & um desp rng consiste em nada além do poder de alguns cidadaos € na Jicenclosidade de todos. “Atenas teve em seu seio as mesmas forgas quando dlomi- ha e quando serviu com tanta vergonha, tando defendeu os gregos con- ta os persas, quando disputou o império com a Lacedeménia e quando atacou a Sicilia. Possuia vinte mil deles quando De- tiétrio de Faleros os contout como so contados, nium merca- se Filipe, no enquanto inimigo da liber dlade, e sim dos prazeres?. Bsta cidade, que havia resistido a tantas demrotas, que fora vista renascendo apés suas ds ‘goes, fot vencida em Querontia, e para sempre. Qu Tancla tem que Filipe tenbia devolvido todos rempre foi 4 (0 ESPIRITO DAS LEIS receber suas riquezas da mio de seus destruldores! Logo Ro- 5 peda como reféns trezentos de seus principaiscida- aos, fez com que the entregasscin as armas © as naves € jes declarou guerra. Pelas coisas que realizou © de- seapero de Cartago desarmada’, pode-se julgar 0 quc ela te va'podivo fazer com sua vitude, quando era senhora de suas Forgas capfTuLO Iv Do principio da aristocracia ‘Assim como a virude & necessiria no governo populat, cla também € necessiria no aristoctitice, f verdade que neste timo ela ndo 6 tio abs: eos vitude do que o povo da clemocracia, Mas de que modo os nobres serio contidos Aqueles que devem fazer tra seus colegas sentirlo no inicio que ‘eles mesmos. Logo,'precisa-se de viet natureza da constitulglo. ‘ell para este compo teprimir 08 6x tile repdima a si mesmo? A natureze deste parece que ela coloca as pessoas sob © pO Tadao leis, ¢ ela mesma as subir a este poder. ‘Ora, tl coxpo 56 reptmnido de dias mz com uma grande vi 1¢ faz com que os nobres or nem de agus fo ‘seu povo, o que pork vit a For ae cena prance repablica; ou com uma vitwde menor, QUE ceatte si, 0 que PI ‘a modenagao. a ai ae PRIMTIRA PARTE % capiruLo¥ “Avirtude nao & 0 principio do governo monarguico grandes coisas as mais belas ites, 10 poucas Nas monarquins, com a menor virtude posst maquinas, a arte usa to poucos m forgas € ilo poucas rodas quanto posst do subsiste independentemente do amor a patria, ‘gloria, da rendincia de si mesmo, do ous Inferesses mais caros e de todas virtudes hrevoicas que encontramos nos antigos € das quais s6 owl: mos falar. ‘as eis ocupam af o hagar de tcas esas vires, das als nao se precisa; 0 Estado nos dispensa dels: uma acdo que 5 ond sem alarde & nele como que sem consequéncia. ainda que todos os crimes sejam pablicos por naturezay se precisa de tantos cuidadlos, 15 podem acontecer num pequeno Estado, oncle ra educago geral e educar todo um povo como se pode dar se fosse vena fa PRIMERA Pe 9 [As leis de Minos, de Licurgo e de Plato sapdem ut tengio singular de todos os cidadifos uns para com 0s tros, Nio se pode prometer tl colsa na confosio, nas neal dénclas, ra extensio dos negocios de um grande povo. Deverse, como foi dif, banit o 6 des sociedades a quantida importancia dos negécios, a oes. para defendé-lo em 1, deve-se possuir aquilo que os homens ligaram, lugar, a0 pode CAPFTULO VOL Explicagio de um paradoxo dos antigos acerca dos costumes Polibio, o judicioso Polibio, conta-nos que a miisica era fos costumes dos Arcades, que ravam num pas onde 0 ar € triste € frio, que os cinétios, re deixaram a mésica de lado, superaram em crucldade idade onde se tenam visio tantos dizer que nfo se pode fazer uma fmudanga na ritsica sem que se provoque um mudana na Constituigao do Estado. Aristoteles, que parece ter esc cus sentimentes aos de os 08 andigos pensaram assim. faventada sem reflexos: é um dos principios de sus politica” fE assim que eles criavam as leis; € assim que queriam que as cidades fossern governadas, ‘Acho que eu poderia explicar isto. Deverse que, nas cidades gregas, principalmente naquelas Gham como principal objeto a guerra, todos of trabalh Jes. que pod 50 (0 BSPiRITO DAS LEIS PRIAEEIIRA PARTE 5 i costumes. Bn! ‘um género de pa- rods, as exercems obrigam-no-asentarse na sombra, 4 peo do fo- Aiferengas em seus modes © em sen se tem Tempo pars os amigos nem para & epic.” Be reeente na corrupgio de algumas democracias que OS wriesios conseguiram ser cidadios. B.o que ArisGieles? nos aims, e cle afirma que wna boa repsillea nunca thes dar Siecito de cidadania" i agrteultusa era também wna pofisso serv @ normal mente eft algum povo vencido que # exerd no cries lacerlemBnios; 0s periecos, no caso dos eretenses, Se penestes, no caso dos tess; Ontos” povos esctavos, fem outras repablicas. Tnalmente, todo balxo comércio™ era infame para o8 gregos, Par fate-lo, ela nccessrio que wm cidaddo pres Breet rigs a um escravo, a um locatiro, a um estrangel- for esa idela chocava 0 espsito de Mberdade grees. Asstt dee etarea? que os tebanos, para amenizar os costumes de Thailo® pretende, em suas Lels, que se castigue um cidalto Sais jowens estabeleceram or suas leis um amor que deve- que pratique 0 comércio. fin set proserito por (odas a6 nagbes do ruundo Perrnnin, pois, mulco embaracados nas repdblicas Bre- gas, NAO querlam que os cidadios tabalhassem 10 comet aes agteututa, ou nas artes; tampouco quesiam que Tima ocupagdo nos exerci- indatica e nos que se rclacionavarn cs germ A educagao mio peri outros. Assim, de~ can Beis gregos como uma sociedade de atletas € de vers centes, Ora, estes exercicios tao aproptiados para for- cormescoas das ¢ selvagens™ precisavam ser temperacios for outros que puslessem amenizar 0s costumes. A wisi, Mie ee liga ao espirito pelos Orgios do corpo, im, umm meio-termo entre os exerciclos ‘os homens duos, € a8 ciéncias da es- wn selvagens, Nao se pode dizer qve tide; isto seria inconcebivel: mas cla aac a ferocidade do aprendirado e fazia com que 2 arecrijoase, na educasto, una parte que, de outa forma, no rudeza, a Ira & pode fazer com que a alma sinta a dogursy & fitho, o doce prazer. Nossos autores de moral, que soserevem com tanta forga 0 teatro, fazem-nos sentir © ‘que a masica tem sobre nossas alma Se para 2 sociedade da qual falei s6 dessem wambores ¢ nelodliae de trompete, nfo € verdade que se alingiria menos Tropjetivo do que se Ihe dessem wma mesica suave? Logo, OS Garigos Unham razto quando, em certs circunstancias, Pre fexiam, pata 03 costumes, lm modo musical a Cutt ‘jn, por que escolner de preferéncia @ msi! & aque, ene todos os prazeres dos sentides, no hi nerinan, he! comtompa menos a alma, Ficamos envergonhados de ft Suponho que hija eae n6s uma sociedade de pestoas ins pela caca que 96 fizessem isto; € caro que smas pessoas desenvol- in misica, encontrarianios logo

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