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‘TRANSFORMADORES. 545 ©. a energia fornecida total durante um periodo de 24 horas é tabulada também ENERGIA % Perlopo De | pwTREGUE CARGA oe Woo noma. | cos @ | kVA cos @ | kW h kwh 20 07 0,2 x $00 x 0,7 140 4 560 40 0,8 0,4 x 500 x 0,8 160, 4 640 80 09 0,8 x 500 x 0,9 360 6 2.160 100 1,0 500 x 1 500 6 3.000 125 085 | 1,25 x $00 x og5| 531 2 1.062 Energia total requerida pela carga em 24h = 7422 (excluindo 2h a vazio) d. rendimento diario perdas oi) 7 7.422 kWh ~TA22 + 43,2 + 112,88 kWh 7422 kWh ~ 7578.1 kWh 98% (13-36) Note-se que, apesar das condigdes de fator de poténcia e de variagdo de carga, © rendimento energético total de um transformador de distribuigdo, durante um periodo de 24 horas, é relativamente alto. Isto pode ser antecipado se se observam as curvas da Fig. 13-12, que mostram um rendimento relativamente alto para uma ampla variagdo da carga a fatores de poténcia relativamente elevados. Somente a falta completa de uso, ou a operagio a fatores de poténcia extremamente baixos resultaria num baixo rendimento didrio para transformadores reais de distribui 13-10. IDENTIFICACAO DAS FASES E POLARIDADE DOS ENROLAMENTOS DO TRANSFORMADOR Além dos ensaios a vazio e de curto-circuito, usados na determinagao da regu- lagdo do rendimento e do rendimento diario de transformadores comerciais, é usual executarem-se outros ensaios antes de colocé-los em servigo. Dois destes ensaios referem-se a identificagéo das fases e A polaridade, respectivamente, do transformador em questdo. A identificagdo das fases ¢ 0 processo pelo qual os terminais individuais dos diferentes enrolamentos de um transformador sao iden- tificados e corrigidos. O ensaio de polaridade é realizado de modo que os terminais individuais, das diferentes bobinas do transformador, sejam marcados ou codi- ficados, de modo que os terminais que tém a mesma polaridade instantanea sejam identificados. Consideremos, inicialmente, a polaridade e, apés, a técnica de iden- tificago de fases. 546 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES EE ~ge=phe ott ox, 4 Xe P . Tox, PP PPPS tm i ie Fig. 1313 — Determinagio da polaridade instantinea de transformadores utilizando-se a convengéo do ponto. A Fig. 13-13 mostra um transformador com dois enrolamentos de alta tensio ¢ dois enrolamentos de baixa tensdo. As bobinas de alta tensio (as que tém muitas espiras) so codificadas, usando-se a letra “H” para designar os seus terminais. Os terminais de baixa tensio conforme mostra a Fig. 13-13, so designados pela letra “xX”. Conforme mostra a Fig. 13-13, a polaridade instanténea é codificada através do subindice. O cédigo usado na figura em questio adota numeros impares como subindices na designacdo das polaridades positivas de cada enrolamento. Note-se que os subindices impares também correspondem aos terminais pontuados que representam a fem induzida positiva em cada enrolamento mostrado na Fig. 13-13. Assim, se ocorre que as bobinas devam ser ligadas seja em série seja em paralelo, para se obtefemi Vatlas relagdes de tensio, a ligagdopade ser-executada correta- mente com a devida atencdo a polaridade instantanea. O préprio leitor deve veri- ficar a maneira pela qual o ponto (ou o subindice impar) é utilizado para assinalar os enrolamentos da Fig. 13-13. Imaginemos que o primario, H,-H,, ¢ energizado que H, é instantaneaménte ligado ao terminal positivo da fonte. O fluxo mituo, 4,» estabelece-se instantaneamente no niicleo no sentido dos ponteiros do relégio, conforme assinalado. De acordo com a lei de Lenz, as fem induzidas estabelecem-se nos demais enrolamentos no sentido mostrado. Um método alternativo, para verificar a convengao dos pontos na Fig. 13-13, é comparar-se a maneira pela qual as bobinas so enroladas no mesmo niicleo. As bobinas H,-H,, ¢ X,-X,, so enro- ladas na mesma direcdo, portanto o ponto situa-se no terminal da esquerda. As bobinas X,-X,, ¢ H,-H, so enroladas no mesmo sentido um em relagdo ao outro, mas em oposiga’o a H,-H,. Estas bobinas devem ter o ponto ro terminal direito, para significar polaridade positiva e, também, polaridade oposta a H,-H. Infelizmente, € impossivel examinar-se um transformador comercial para se deduzir 0 sentido de enrolamento das bobinas,e dai determinar-se a identificagdo das fases e a polaridade relativa dos terminais. Um transformador de miltiplos enrolamentos pode tanto ter apenas 5 bornes como 50 na sua placa de terminais Se for possivel examinar os condutores de cada bobina, 0 didmetro dos fios pode fornecer alguma pista com o que bornes ou terminais so associados as bobinas ‘TRANSFORMADORES 547 de alta tensio ou de baixa tenso. As bobinas de baixa tensio terio condutores de maior segdo transversal que as de alta tensio. Por outro lado, as bobinas de alta tensio terdo enrolamento mais pesado que os de baixa. De qualquer forma, © exame fisico ndo fornece nenhuma indicagdo no que diz respeito a polaridade ou indicagao de taps ou fins de bobina associados as bobinas individuais que estejam isoladas umas das outras. 13-10.1 IDENTIFICACAO DAS FASES. A Fig. 13-14 mostra um transformador cujos terminais de bobina foram trazidos a uma placa terminal, mas nao foram (ainda) identificados no que diz respeito as fases ou polaridade. Um método simples para a identificagao das fases dos enrolamentos do transformador é 0 usado na Fig. 13-14. Uma lampada de ‘Transformador Placa de terminsis —Ponteira exploradora Fig. 13-14 — Ensaio para determinar os terminais das bobinas do transformador e 05 respectivos taps usando uma lampada como elemento para o teste de continuidade. (Pode-se usar um voltimetro CA em lugar da impada.) 115 V, ligada em série a uma fonte de 115 V-CA, fornece um meio de se proceder a identificagdo das bobinas. Se o terminal de carga da lmpada é ligado ao terminal H,, como mostra a Fig. 13-14, e o terminal explorador é ligado ao X,, a lmpada nao se acende. Movendo-se o terminal livre da direita para a esquerda através da placa de terminais, a limpada no indicara nada até ser encontrado o terminal H,. A lampada acender-se-a nos terminais H,, H, ¢ H,, indicando que apenas os quatro terminais da esquerda so parte de uma nica bobina. O brilho relativo da lampada pode também fornecer indicagdes no que diz respeito aos taps. (A limpada brilha mais quando ligada a H,-H, € menos quando ligada a H,-H,). Uma forma mais sensivel de se identificarem as fases e os taps seria utilizar-se um voltimetro CA 548 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES (1.000 Q/V), em lugar da lampada, ligado na escala de 150 V. O voltimetro lera a tensio da fonte para cada tap de uma bobina comum, uma vez que a sua resis- téncia interna (150 kQ) é muito maior que a resisténcia do enrolamento do trans- formador. Um ohmémetro a pilha ou eletrénico pode entdo ser usado para iden- tificar os taps através da medigio da resisténcia e também para verificar os enro- lamentos da bobina pelo teste de continuidade. 13-10.2 POLARIDADE DE TRANSFORMADORES Tendo identificado os terminais das bobinas pelos ensaios acima descritos, a polaridade instantanea relativa é determinada através do método mostrado na Fig. 13-15, usando-se um voltimetro CA e uma fonte CA adequada (quer da tensdo nominal quer de uma tensio menor). O ensaio de polaridade consiste dos passos seguintes: 5VCA SVCA Xo Xs XX 7 me] ee 2 A 11BV CA SV. CA nBV.CA (a) Teste de polaridade. (b) Polaridade aditiva. (c) Polaridade subtrativa, (Vp > Ved (Vr Vel Fig. 13-15 — Teste de polaridade dos enrolamentos de um transformador, mostrando a polaridade aditiva, subtrativa e a designacdo dos terminais. 1, Escolhe-se qualquer enrolamento de alta tenso para servit como bobina de referéncia, 2. Liga-se um dos terminais da bobina de referéncia a um terminal de qualquer outro enrolamento de polaridade desconhecida. 3. Atribui-se ao outro terminal do enrolamento de referéncia a polaridade assinalada pelo Ponto (instantaneamente positiva). 4. Liga-se o voltimetro (CA) na sua maior escala entre o terminal identificado da bobina de referéncia e 0 outro terminal da bobina, de polaridade instantanea desconhecida. 5. Aplica-se a tensio nominal (ou menor) A bobina de referencia. 6. Lé-se a tensio sobre a bobina de referéncia V, ¢ a tensio de ensaio entre as bobinas, V, 7. Se a tensio de ensaio, V, € maior que ¥,, a polaridade é aditiva, e 0 ponto é aplicado 4 bobina em teste como mostra a Fig. 13-15b. 8. Sea tensio de ensaio, V,, é menor que V,, a polaridade & subtrativa, e o ponto ¢ aplicado @ bobina em teste como mostra a Fig. 13-15c. 9. Identifica-se o terminal pontuado da bobina de referéncia como H,, € 0 terminal pon- tuado da bobina em teste como X, (ou qualquer outra designagdo impar conveniente). 10. Repetem-se os passos de 2 a 9 acima para os demais enrolamentos do transformador.. TRANSFORMADORES 549 13-11, LIGACAO DOS ENROLAMENTOS DE UM. TRANSFORMADOR EM SERIE E EM PARALELO Os testes de identificagao das fases e da polaridade, descritos na Seg. 13-10, so fundamentais quando se considera a maneira pela qual os enrolamentos mil- tiplos de um mesmo transformador ou varios transformadores individuais podem ser ligados em série ov em paralelo, para se obterem diferentes tensdes. Consi- deremos, primeiro, o transformador de miltiplos enrolamentos, mostrado na Fig. 13-13, tendo uma tensdo nominal de 115 V para cada enrolamento de alta tensio ¢ 10 V para cada enrolamento de baixa tensio. Sao obtidas quatro combinagdes Possiveis de relagdes de tensdo usando-se o transformador de acordo com a Fig. 13-16. Estas combinagées séo: Lr T m5 10V tov Me Xe He — 230V 20V 230V : Hse ois 6} oe sv fl Gov | | wsug [eer Ha Xe Ha Xq (a) Bobinas de alta tensio em série bobinas de (b) Bobinas de alta tensio em série, ixa tensfo em série, bobinas de baixa tensSo em paralelo. TT ah Tate eT i "sv sv oy SV 10v Wy He Lm Xe i Boy FY el Xs "By iv tov Hg He Xe (©) Bobinas de alta tena em parateto, (2) Bobinas de alta tensfo em parleto, bobinas de baixa tensio em série, bobinas de baixa tensio em paralelo, Fig. 13:16 — Ligacdo de enrolamentos de igual tensio de um transformador, ‘em série e em paralelo, a. Bobinas de alta tensdo em série; bobinas de baixa tensio em série (Fig. 13-16a). . Bobinas de alta tenséo em série; bobinas de baixa tensio em paralelo (Fig. 13-16b) ¢. Bobinas de alta tensdo em paralelo; bobinas de baixa tensio em série (Fig. 13-16c) 4d. Bobinas de alta tenso em paralelo; bobinas de baixa tensdo em paralelo (Fig. 13-164) Note-se que, quando as bobinas so ligadas em paralelo, as bobinas que tem a MESMA tensdo e polaridade instantanea sio postas em paralelo (terminais que tém nimeros impares so ligados a um lado da linha ¢ os de nimeros pares a0 outro). 550 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES Quando se ligam bobinas em série, as bobinas de polaridade instantanea oposta sao ligadas juntas (um terminal impar é ligado a um terminal par), de modo que as tensdes somam-se em série. As tensdes induzidas opor-se-iam (dando tensio de saida nula) se fossem ligadas em oposigao. (Este ultimo ponto pode, entre- tanto, ser desconsiderado, quando se ligam bobinas de diferentes tenses nominais, como se descrevera abaixo, Fig. 13-17.) . x 50V X2 120 V/115, 110, 95. 90, 75, 65, 60, 9% 55, 50, 45, 40, 25, 20,5 volts Hy (©) Diferentes tensdes produzidas por transformagdo direta ou 40V —_combinagées utilizando polaridade aditiva 120V a +_9%s 120 V/150, 85, 70, 35, 30, 15, 10 volts Zov (©) Outras diferentes tensdes produzidas por ligagdes utilizando polaridades subtrativas He Xe + 9%) 5v Xe (@) Transformador original 13-17 ~ Ligagdo de enrolamentos de tensdes desiguais de um transformador emi ‘combinagdes série aditiva e série subtrativa, Note-se que as combinagdes de tenso produzidas pelas quatro ligagdes das Fig. 13-16a até d sdo, respectivamente: 230/20 V; 230/10 V; 1 15/20 V e 115/10 V. (Conquanto sejam conseguidas quatro combinagées de tens&o e corrente através destas ligagdes, apenas 3 relagdes da transformag&o sio conseguidas, ou seja: core seeee tse cases __ Apenas bobinas com idénticas tensdes nominais podem ser ligadas em para- Jelo. A razao para isto, como mostra a Fig. 13-16d, é que, quando as bobinas sio ligadas em paralelo, as fem induzidas opdem-se instantaneamente umas as outras. Assim, se duas bobinas de difererites tenses nominais fossem ligadas em para- lelo, circulariam elevadas correntes em ambos os enrolamentos, uma vez que as suas impedancias internas equivalentes sio relativamente pequenas, enquanto que a diferenga liquida entre as fem induzidas é relativamente grande, como mostra” o Exemplo 13-17. EXEMPLO Um transformador para filamento, de 10 VA, tensao primaria 115 V, tem dois 13-17; enrolamentos secundarios de 6,3 V ¢ 5 V, com impedancias de 02 Qe 0,15 2 respectivamente. Calcule a. a corrente secundaria nominal quando os secundirios de baixa tensio so ligados em série, com as tensdes se somando b. a corrente circulante quando os enrolamentos sao ligados em paralelo e a percentagem de sobrecarga produzida. ‘TRANSFORMADORES 551 Solugéo a, ambos os enrolamentos devem ser ligados em série e utilizados para se obterem os VA nominais do transformador. Assim VA 10 VA lov V,~6345V 113V corrente nominal nos enrolamentos de 6,3 Ve 5 V. . quando ligados em paralelo, a corrente circulante liquida sera dada pela dife- renga das tensdes, aplicada 4 impedancia interna total dos enrolamentos, ou seja 63-SV 13 V - oz a+0isa~o3sa~ 714 A sobrecarga percentual € (3,71 A/0,885 A) x 100 = 419% L = 085 A Note-se que 0 Exemplo 13-17 mostra que, mesmo quando a tensio nominal parece ser quise a mesma, os enrolamentos ndo podem ser ligados em paralelo. Somente enrolaméntos que tenham idéntica (a mesma) tensio nominal podem ser ligados em paralelo, devendo ser dada a devida atencaq 4 polaridade instanténea. Se a polaridade instantdnea é desobedecida, o resultado é um curto-circuito, como mostra 0 Exemplo 13-18. EXEMPLO 13-18: Solugdo: (Os dados do ensaio de curto-circuito, para o lado de alta tensdio do transformador de 20 KVA mostrado na Fig. 13-16a, sio 4,5 V, 87 A, 250 W. Calcule: a. a impedancia equivalente referida ao lado de alta; obinas ligadas em série b. a impedancia equivalente referida ao lado de baixa;, bobinas ligadas em série ¢. a corrente secundaria nominal; bobinas ligadas em série d.a corrente secundaria se as bobinas da Fig. 13-16a séo curto-circuitadas, com a tensio nominal aplicada ao lado de alta tensdo, € a sobrecarga per- centual produzida. Zaz SEY = oosts a b. Zu = Za X () = 005175 0 (®) 391 x 10-* 2 ¢. I, nominal = .000 A=1 x 10° A 4. I, curto-circuito =a at 5 x 10* A= 51x 10° A A percentagem de sobrecarga & Hae x 100 = 5.100% Bobinas com diferentes tensGes nominais podem, entretanto, ser ligadas em série, quer com tensdes se somando quer se opondo. Isto dé lugar a um nimero interessante de relagdes de transformagdo possi- veis em transformadores‘de multiplos enrolamentos, conforme mostra a Fig. 13-17. 552 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES Um total de 21 diferentes combinagdes de tensdes, capazes de entregar corrente secundaria nominal, é possivel com o transformador mostrado na Fig. 13-17a (excluidas as ligagdes como autotransformador), usando-se um primario de 115 V. Um total de 14 tensdes provém da transformacao direta ou das combinagGes série aditivas, mostradas na Fig. 13-17b. Além disto, outras 7 tensées provém das co- nexdes que usam as combinagées subtrativas, mostradas na Fig. 13-17c. (As va- rias maneiras de ligar-se o transformador, para produzir as combinagées acima, deixamos a cargo do leitor, como exercicio.) Nao é preciso dizer que, se 0 enrolamento H,-H, de 120 V da Fig. 13-17 nao € usado como primério, so possiveis outras combinagées, tais como usar-se 0 enrolamento de 50 V (ou o de 40 V, etc.) como primario. Nestas aplicagdes, 0 transformador pode ser usado como elevador ou como abaixador, com enrola- mentos ligados em série tanto adicionando quanto se opondo. Assim, so possi- veis muitas outras combinacdes de transformagées de tensdes, além das mostradas como possibilidades nas Figs. 13-17b ec. Ainda outras podem existit se 0 enro- lamento H ,-H,, for ligado em série-aditiva ao enrolamento X,-X, (H, ligado a ¥,) € obtém-se um primario de 125 V. Semelhantemente, ligando o enrolamento de alta tensio a outro enrolamento de baixa, ser-nos-iam possiveis tensdes prima- rias to altas quanto 230 V/S V, e assim por diante. As possibilidades de trans- formacdo da Fig. 13-17a s4o, portanto, indmeras. E outras mais serao disponiveis se 0 transformador for ligado como autotransformador, segundo se descreve na secdo seguinte. Deve-se notar, entretanto, que, apenas quando todos os enrolamentos sio utilizados em combinacdes aditivas, é que a capacidade nominal em kVA do trans- formador é atingida, conforme se indica na solugio do Exemplo 13-I7a. Trans- formadores especiais, entretanto, sio algumas vezes construidos para fornecer os kVA nominais totais para qualquer enrolamento ¢/ou combinagdo de relacdes, mas tais transformadores sio normalmente maiores, porque se requer mais ferro © condutores mais pesados para a sua construgdo. Ao se usarem transformadores em varias combinacdes em série, aditivamente ou em oposigio, deve-se considerar a possivel reducdo na capacidade em kVA com o uso de enrolamentos isolados, isto é, sem acoplamento condutivo entre os mesmos. 13-12. O AUTOTRANSFORMADOR Todas as combinagées discutidas para o transformador da Fig. 13-17a, na Seg. 13-11, pressupéem isolacdo entre primario e secundario. Transformacées com maior rendimento ¢ sem grande reducdo (na verdade com aumento) da capa- cidade em kVA s&o possiveis num autotransformador, desde que estejamos dis- Postos a sacrificar a isolacdo do circuito secundario em relagio ao primario. Teoricamente, um autotransformador & definido como um transformador que sé tem wm enrolamento. Assim, um transformador de enrolamentos mil- tiplos pode ser considerado um autotransformador, se todos os seus enrolamentos so ligados em série, em adi¢o (ou oposicao), para formar um tinico enrolamento. Tais ligagSes do autotransformador sdo mostradas nas Figs. 13-18a e b. A pri- ‘TRANSFORMADORES 553 {a) Abaixador. (b) Elevador. Fig. 13-18 — Ligacdes de um transformador nas configuragBes abaixador ¢ elevador. ira vista, pode parecer que o transformador abaixador da Fig. 13-18a nada mais seja do que um divisor de tensdo. Mas um exame no sentido da corrente, naquela porgao do autotransformador comum aos circuitos primério e secundario, 7,, mostra que 0 sentido de sua corrente ¢ inverso em relagdo a um divisor de tensio usual. Mais ainda, num divisor de tensdo usual, /, € maior que /,. Mas no auto- transformador nés temos que obedecer 4 Eq. (13-9), onde VI, — Vl. Portanto, se V, €menor que V,, 1, deve exceder /,. Assim, para o circuito mostrado na Fig. 13-18a, como transformador abaixador, eves (13-37) A Fig. 13-18b também prova, sem diividas, que o autotransformador, quando usado como elevador, nao pode ser um divisor de tensio. Aqui, novamente, desde que VJ, = V,I, ¢ V, > V,, entéo 1, > 1,. Assim, para o circuito mostrado na Fig. 13-18b, como autotransformador elevador, I,+1, (13-38) Note-se ‘sentido de /, nas Figs. 13-182 e b. © autotransformador pode também ser feito variével, entretanto, da mesma maneira que 0 potencidmetro é um divisor de tensao ajustavel. Autotransformadores varidveis consistem num simples enrolamento, praticado num nicleo de ferro toroidal, como mostra a Fig. 13-19a. Um tal autotransformador variavel, cha- mado variac, tem uma escova de carvao solidaria a um eixo rotativo, que faz contato com as espiras expostas do enrolamento do transformador. Apesar da construgio da Fig. 13-19a permitir seu uso apenas como transformador abaixador, 0 circuito da Fig. 13-19b mostra a possibilidade de ambas as ligacdes, elevador ou abaixador (impossivel num potenciémetro). Note-se que, em ambos os casos, entretanto, € empregado um enrolamento inico. Autotransformadores variaveis sio extre- mamente uteis em laboratorios ou em situagdes experimentais, que requerem uma larga faixa de ajuste de tensio com pequena perda de poténcia. A aplicagio deste autotransformador varidvel, como dispositivo para controle de velocidade de motores monofasicos, € descrita na Seg. 10-7. A aplicagdo de um autotrans- 554 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMAPORES formador com taps, como dispositivo de transferéncia de impedancia, é discutida na Seg. 10-8, oo 7 " Tensto. ‘Se(de e entrada| ion a oe lvl Vp ve {2) Autotransformador variével. {b) Autotransformador variével com possibitidades de elevador @ abaixador. Fig. 13:19 — Autotransformador variavel. Deve-se notar que a corrente instantanea na parte comum do autotransfor- mador, /,, mostrada nas Figs. 13-18a e b, pode circular em qualquer sentido, para cima (para fora) ou para baixo (para dentro) em relacdo a conexao comum, depen- dendo do transformador ser usado como dispositive abaixador ou elevador. Ve- remos também que a diregdo da corrente instantdnea é fungio do fato do enrola- mento comum ser usado com polaridade aditiva ou subtrativa em relagao a parte do enrolamento nao-comum aos dois circuitos (primério ¢ secundério). Assim, a Unica maneira de determinar-se o sentido da corrente no enrolamento comum é se desenharem as direcdes instantdneas da corrente priméria, /, ¢ secundaria, [,. A diferenca €, e deve ser, suprida por I. Qualquer transformador comum, de dois enrolamentos isolados, pode ser convertido num autotransformador como mostra a Fig. 13-20. A isolagao original do transformador, com as marcas de polaridade, é mostrada na Fig. 13-20a. O 10 kVA He x, reoov SIIB ov nae Ho’ Xe {a) Transformador original isolado, _(b) Ligago como autotransformador elevador, de 10kVA, usando polaridade aditiva. (c) Tenses produzidas {d) Figura redesenhada com ponto comum inferior, or polaridade aditiva. ‘mostrando as relages de corrente. Fig. 13-20 — Transformador isolado ligado como autotransformador, usando polaridade aditiva, ar TT ‘fs TRANSFORMADORES 555 transformador selecionado ¢ um de 10 kVA, 1.200/120 V. Deseja-se converté-lo num autotransformador, preservando a polaridade aditiva entre os enrolamentos de alta e baixa tensfio. A ligagio para a polaridade aditiva é mostrada na Fig. 13-20b. Este circuito ¢ redesenhado na Fig. 13-20c, com o terminal comum na parte inferior. Desde que a polaridade é aditiva (conforme mostra a Fig. 13-20d) a tensio secundaria passa a V, = 1.320 V, enquanto a primaria V, — 1.200 V. -z Embora a capacidade original do transformador isolado fosse 10 kVA, a disposi- cdo mostrada na Fig. 13-20d resulta num considerdvel acréscimo nos KVA como mostra 0 Exemplo 13-18. Também se nota, pela Fig. 13-20d, que o lado de baixa tensdo tem corrente maior (I, > 1,) e que I, deve circular para dentro do terminal comum, de acordo com a Eq. (13-28). EXEMPLO Para o transformadot isolado de 10 kVA, 1.200/120 V, mostrado na Fig. 13-20a, 13-19; ligado como autotransformador com polaridade aditiva, como mostra a Fig 13-20, calcule a. a capacidade original do enrolamento de 120 V em amperes b. a capacidade original do enrolamento de 1.200 V em ampéres ©. a capacidade do autotransformador da Fig. 13-20d, usando a capacidade do enrolamento de 120 V calculada em (a) acima, d. acréscimo percentual da capacidade do autotransformador em relagéo ao transformador isolado €. 1, € I, na Fig. 13-204, a partir do valor de I, usado na parte (c) acima f. sobrecarga percentual do enrolamento de 1.200 V, quando usado como auto- transformador &. interprete ¢ tire conclusdes do cAlculo acima. Solugdo a 1. a OKVA x 1.000_~ oa 120V 3,3 A (13-9) 10 KVA x 1.000 ie = 1.200 V = 833 A (13-9) ©. Desde que o enrolamento de 120 V é capaz de carregar 83,3 A, a nova capa- cidade em kVA do autotransformador & 320 x 83,3 A = 110 kVA (13-9) 4. O acréscimo percentual em kVA, ao se utilizar como autotransformador 0 transformador isolado é VA auto _ 110 kVA e KVA isolado ~ 10 EVA * 100 = 14100% 110kVA x 1.000 e 1, = KYA «1000 _ HO Seeman ots A : 4 I, = 1, ~ 1, (da Fig. 13-20d) (13-28) = 91,75 — 83,3 = 842 A 556 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES £. Percentagem de carga no enrolamento de 1.200 V = 842 I. me 833 * | g. Como autotransformador, os kVA aumentaram de 1.100% em relagdo ao valor original, com o enrolamento de baixa tensSo no seu valor nominal de corrente, e o de alta com uma sobrecarga desprezavel (1,01 x nominal). 100 =.101% 7 O aumento dramético na capacidade em kVA, produzida pela ligaco de um transformador isolado como autotransformador, tem como motivo o tamanho menor de um autotransformador da mesma capacidade em comparago a um transformador isolado comum. Deve-se levar em conta, entretanto, que, apenas quando a relac&o das tensdes primaria e secundaria se aproxima da unidade, ocorre este marcante aumento de capacidade. Se hd uma grande relagdo entre as tensdes primaria e secundaria, a capacidade em kVA tem um acréscimo, mas no tio mar- cante. (Para a > 10, 0 acréscimo em kVA é menor que 10%.) . © mesmo transformador isolado, usando polaridade subtrativa ¢ ligado como transformador abaixador, é mostrado na Fig. 13-21. A fim de produzir um sé enrolamento, usando polaridade subtrativa, € necessario ligar-se X, a H,, conforme mostra a Fig. 13-2la, As tensdes produzidas por esta combinago sao mostradas na Fig. 13-21b, onde também se pode ver que o transformador (apesar de sua aparéncia) trabalha como abaixador. Este circuito é novamente desenhado na Fig. 13-2lc, ¢ as correntes instantneas esto representadas. Note-se que a corrente J, afasta-se do ponto comum, neste caso, principalmente porque 0 auto- transformador é abaixador ¢ /, > I,. A corrente J, deve aumentar de I, até /,, como se nota na Eq. (13-37). Satda Hy JX, Entrade : Hed |X (2) Ligaco como transformador —(b) Tenses produzidas (c) Figura redetenhade com abaixador usando pela polaridade Ponto comum inferior Polaridade subtrativa, subtrativa. ‘mostrando as relagdes de corrente. Fig. 13-21 — Transformador isolado ligado como autotransformador abaixador usando polaridade subtrativa, Como no caso anterior da polaridade aditiva, a ligagdo do transformador isolado de 10 kVA como autotransformador abaixador, com polaridade subtrativa, resulta num acréscimo da capacidade em kVA, como mostra o Exemplo 13-19. EXEMPLO Repita 0 Exemplo 13-19 para o transformador isolado de 10 kVA, 1.200/120 V, 13-20: ligado como autotransformador abaixador, com polaridade subtrativa, como mostra a Fig. 13-21%e ‘TRANSFORMADORES 557 Solugao a. Do Exemplo 13-19, fy. b. Do Exemplo 13-19b, 1, . A nova capacidade em KVA do autotranstormador é Valy _ 1.080 V x 833 A 1x0 py RVA (13-9) 4, O acréscimo percentual em kVA, ao utilizar-se transformador isolado como autotransformador, & KVA (auto) _ 90N kVA KVA (isol) ~ TOR KVA KVA x 1.000 _ 90 kVA x 1.000 1.200 V 833 A (13-38) x 100 = 900% A (13-9) 83,3 — 75 f. Percentagem de carga no enrolamento de 1.200 V = I, _ 833 x 100 = 100% g, Como autotransformmador com polaridade subtrativa, a capacidade em kVA aumentou de 900% em relagdo ao seu valor original no transformador isolado, com ambos os enrolamentos funcionando em suas capacidades nominais. Os Exemplos 13-19 e 13-20 provam que a ligacdo de um transformador isolado como autotransformador resulta num aumento da capacidade em kVA. O aumento da capacidade varia com a ligaco (aditiva ou subtrativa) e com a relacao de trans- formagio produzida. ~» A questio, que agora pode ser considerada, é “por que os kVA de um trans- ‘formador isolado aumentam quando ele é ligado como autotransformador?” Os transtormadores, como se viu, so dispositivos de rendimentos elevados. Pra ticamente, toda a energia recebida pelo primario transferida ao secundario num transformador isolado. Além disto, ndo se cria nem se destréi energia. Entdo, por que poderia o autotransformador ser capaz de transferir mais energia (que o transformador isolado) do primdrio ao secundario! = O mistério da resposta reside no fato de que ndo ha ligagdo condutiva entre 08 circuitos primarios e secundarios num transformador isolado. No caso, toda a energia recebida pelo primario deve ser transformada para atingir o secundario. Num autotransformador, parte da energia pode ser transferida condutivamente do primario ao secundario, e o restante da energia seria transferida por acio de transformacdo, Esta diferenca é a responsavel pelo acréscimo da capacidade em KVA do autotransformador. O autotransformador, como se vera, tem a vantagem de transferir energia condutivamente, bem como por agao de transformagio, do primirio ao secundario Os circuitos da Fig. 13-18 sio mostrados na Fig. 13-22, com algumas anota- ges a mais. O circuito da Fig. 13-22a mostra um autotransformador abaixader, 558 AQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES Vp 1; transformados Vs Ip transformados Vz 1, transferidos condutivamente V, I; transteridos condutivamente h, oy vy Vs 3) pe wy Ve + iE f tel 3 ie 4d i =H 7 y Tt {a) Correntes e tens6es no abaixador. (b) Correntes e tensdes no elevador. Fig. 13-22 — Representagdo do autotransformador nas configuragées de abainador Jevador mostrando 0s volt-ampéres transferidos condutivamente por ago transformadora, Desde que /, = I, +1, neste circuito, toda a corrente I, € conduzida a I,, Os volt-ampéres transferidos condutivamente, do primario a0 secundério, para um autotransformador abaixador, sio volt-ampéres condutivos = Vy, (13-39) (transferidos do primario ao secundario) Uma vez que V; + V, = Vj, a diferenca entre V, e"V, (ou ¥,) é a medida da energia transformada. Assim, os volt-ampéres transferidos do primério ao se- cundario, por ago de transformador, para um autotransformador abaixador, sio volt-ampéres transformados =Vyl, (13-40) (transferidos do primario ao secundario) Para um autotransformador elevador prevalece a mesma logica. Como mos- ira a Fig. 13-22b, 1, a parte de /, que é transferida condutivamente, Desta ma- neira, os volt-ampéres transferidos condutivamente do primario ao secundario, para um transformador elevador, sao volt-ampéres condutivos =V,l, (13-41) (transferidos do primario ao secundario) Desde que V, = V, + V,, a diferenca entre V, ¢ V, (ou V,) é uma medida da energia transformada. Assim, os volt-ampéres transferidos do primario ao secundario, por agio de transformador, para um transformador elevador, sto volt-ampéres transformados = (transferidos do primario ao secundario) VI, (13-42) Para ambos os autotransformadores, elevador ¢ abaixador, a quantidade total de energia transferida do primario ao secundario, medida em kVA é ‘TRANSFORMADORES 359 kVA (total) = kVA transferidos condutivamente + kVA transformados (13-43) Assim, para um autotransformador abaixador _ Vly. Vly KVAvoai = 7900 * 7.000 (13-44) Enquanto que, para um autotransformador elevador, VA, z 13-45) 1.000 (13-45) EXEMPLO Para o autotransformador do Exemplo 13-19 e Fig. 13-20d, calcule 13-21; a. Os kVA transferidos condutivamente do primario ao secundario. b. Os kVA transformados. c. Os kVA totais. d. Compare a resposta (c) acima com a (c) do Exemplo 13-19. Solugao: Vil, _ 1.200 V x 833 A a. KVA condutivamente transferidos = 1000 ~ 1.000 ‘, = 100 kVA (13-41) Wily _ 120 x 833 m1 = 2 - = 2) b. KVA transformados 7000 7000 10 kVA (13-42) c. kVA totais = 100 kVA + 10 kVA = 110 kVA (13-43) A resposta (c) € idéntica & obtida para a parte (c) do Exemplo 13-19. Note-se que o transformador original do Exemplo 13-19 tinha uma capaci- dade de 10 kVA como transformador isolado. No Exemplo 13-21, ligado como autotransformador elevador, 100 kVA sdo transferidos adicionalmente de forma condutiva, mas 10 kVA sao ainda transformados. O aumento da capacidade em » kVA do autotransformador é devido a transferéncia de energia condutiva (e nao & transformada). EXEMPLO Para o autotransformador abaixador do Exemplo 13-20 e Fig. 13-21d (usando 13-22: polaridade subtrativa), calcule a, Os kVA transferidos condutivamente do primario ao secundirio, b. Os kVA transformados. ©. Os KVA totais. d. Compare a resposta (c) acima com a (c) do Exemplo 13-20. Solugao. Val, _ 1.080 V x 75 A 1.000 1.000 Pp . KVA transferidos condutivamente = = 81 kVA 560 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES b. KVA transformados = c. KVA totais = 81 kVA +9 kVA =90 kVA. de A resposta (c) acima € idéntica a obtida na parte (c) do Exemplo 13-20, Note-se mais uma vez, no Exemplo 13-22, que os 10 kVA do transformador isolado, religado como autotransformador abaixador usando polaridade subtra- tiva, atingem um valor muito maior devido aos kVA condutivamente transferidos, Os kVA transformados estio ainda dentro da capacidade do transformador original isolado, Novamente, o acréscimo na capacidade em kVA do autotransformador € devido a energia transferida condutivamente (¢ no 4 ago de transformador). 13-13. RENDIMENTO DO AUTOTRANSFORMADOR O rendimento de um transformador real isolado, conforme mostra a Fig. 13-12, € razoavelmente elevado, desde cargas relativamente pequenas até a plena carga. Conforme descrito na Sec. 13-8, apenas duas classes de perdas podem ser encontradas num transformador convencional: uma perda fixa no nucleo e uma perda variével no cobre dos enrolamentos primario e secundario. Esta ultima perda aumenta com 0 quadrado da corrente de carga. Assim, a perda variavel no cobre, a 5/4 da carga nominal, € 25/16 (aproximadamente 156°) da perda a plena carga. Mostrou-se também, na Seg, 13-12, que o autotransformador transfere parte dos seus KVA por conducao. Conseqiientemente, para os mesmos kVA de saida. um autotransformador é algo menor (menos ferro usado) que um transformador convencional isolado. Assim, as perdas no miicleo sao significativamente menores para a mesma poténcia de saida num autotransformador, © autotransformador possui apenas um enrolamento, por definigio, em comparagao aos dois do transformador convencional isolado. Além disto, como mostra a Fig. 13-23, a corrente que circula em parte daquele enrolamento € a dife- renga entre as correntes primdria e secundaria. Estes dois fatores (um so enro- lamento € a menor corrente) tendem a reduzir também as perdas variaveis. 12,58 W258 | B00V | | B00V | 180) (a) Relaco 1:1, (b) Rela 5:4. (c) Relago 2:1, Fig. 13-23 — Efeito da relagdo de transformagio no rendimento do autotransformador. ‘TRANSFORMADORES 561 © efeito disto € que o autotransformador possui rendimentos excepcional- mente altos, (99% ¢ maiores) prdximos dos 100%. Este rendimento, entretanto, varia com a relagdo de transformacdo, como mostra a Fig. 13-23. Ele sera mais alto quando a relagdo de transformagio se aproxima da unidade, pela razio mos- trada na Fig. 13-23a. Nela, toda a energia é transferida condutivamente ¢ a cor- rente no transformador é extremamente pequena (quase zero, & excegio da corrente de excitacdio, que ¢ muito baixa). As perdas varidveis no cobre do enrolamento do transformador, na Fig. 13-23a, sio praticamente nulas, devido a resisténcia relativamente baixa do enrolamento e 4 pequena corrente de excitacio Quando a relagéo de transformagao é a= */,, como mostra a Fig. 13-23b, apenas '/, do enrolamento total do transformador conduz a corrente primaria (nao a secundaria) de 10 A, enquanto */, do enrolamento conduzem uma corrente de 2,5A. Novamente, isto tem 0 efeito de reduzir as perdas variaveis no cobre € manter elevado o rendimento, enquanto se entregam A carga os mesmo’ kVA. io 2 =7/,, mostrada na Fig. 13-23c, apenas metade da cor- rentg secundaria de carga aparece no enrolamento do transformador, reduzindo as perdas variaveis no cobre consideravelmente em comparagio a um transfor- mador isolado que entrega os mesmos kVA a carga. Assim, concluimos (1) que os autotransformadores sdo geralmente menores e de maior rendimento que os transformadores convencionais, isolados, da mesma capacidade e (2) que o rendi- mento dos autotransformadores aumenta a medida que a relagdo de transfor- magdo se aproxima da unidade O leitor poderia perguntar: “Se os autotransformadores sio tao superiores, em relagao aos transformadores convencionais isolados, por que nao se utilizim apenas autotransformadores?” Foi ja mostrado que os transformadores convencionais isolados, tendo enro- lamentos separados, podem ser usados para prover uma variedade de relagdes de transformacao, inclusive com possibilidade de conexdo como autotransformador. Isto nao é possivel a um transformador em taps fixos. Mas 0 leitor pode perguntar “Nas transformagdes de poténcia, para transmissio ¢ distribuigdo, as tensdes so fixas. Por que ndo se usam autotransformadores, no caso?” Um transformador de distribuicdo tipico, isolado, de 23 kVA, € mostrado na Fig. 13-24a, com um autotransformador projetado para a mesma finalidade mostrada na Fig. 13-24b. A fungao de um transformador de distribuigao é reduzir a tenso de transmisso a um valor comercialmente seguro (230 V no caso). Ima- ginemos que um problema (no caso, um circuito aberto) ocorra ou no primario ou no secundario do transformador isolado da Fig. 13-24a. Em qualquer caso, nao aparecera tensio nos terminais da carga, ¢ o transformador de 23 kVA sera substituido logo que possivel, apés ser constatada a falta de tensiio. © autotransformador equivalente € mostrado na Fig. 13-24b. Observe-se que as jungdes (a) ¢ (b) carregam as correntes mais altas (100 A neste caso). Estas jungées, portanto, desenvolvem pontos aquecidos, que podem resultar em cir- cuitos abertos. Uma abertura no enrolamento nos pontos (a) ou (b), como mostra a Fig. 13-24c, imediatamente aplica 23.000 V A carga! Evidentemente, se os dispo- sitivos de protecdo contra sobrecorrente (situados junto ao transformador de 562 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES A T y 23KVA | «100A 23.0004 23,000V | Bo care =23000V ‘ x7 | (a) Transformador isolado. (4) Autotransformador equivalente. _(c) Defeito no transformador produzindo choque. Fig. 13-24 — Possibilidade de chogue se 0 autotransformador é utilizado para distribuigdo de poténcia, distribuigdo ou junto a carga que ele serve) so corretamente acionados, a carga ser imediatamente desligada, Nao obstante, durante 0 curto periodo transcorrido antes do acionamento dos dispositivos de protecio, algum dano pode ocorrer. Mas, mesmo imaginando que a carga é removida, 0 autotransformador & agora mostrado na Fig. 13-24c com um circuito aberto em 5. O perigo, para pessoas, é imediatamente evidente desde que todo o enrolamento do transformador esté com 23.000 V em relagio a terra, E exatamente por esta razdo que os autotrans- formadores so confinados a aplicagdes a tensdes relativamente baixas, e restritos a aplicagdes a maquinas como as discutidas nas Segs. 9-15, 10-7 ¢ 10-8. Aqui, as suas vantagens de menor peso ¢ tamanho, baixo custo e alto rendimento impdem seu uso com um minimo de desvantagens. 13-14. TRANSFORMACAO TRIFASICA Para transformar-se a tensao de uma fonte trifasica, se requer ou uma bancada de transformadores monofasicos, como mostra a Fig. 13-25, ou, alternativamente, um ‘ico transformador trifésico com seis enrolamentos num miicleo comum de ferro® (como mostra a Fig. 13-25). (Usaremos em toda esta explanagdo trans- formadores monofasicos individuais, mas as mesmas ligacdes € resultados advém do uso de enrolamentos idénticos num transformador polifasico.) Note-se que 0s transformadores individuais da Fig. 13-25 tem a mesma capacidade em kVA Hog He hog He hog He eAaannnee/ — 1330/230V Lesanee] 1330/230V cLesaasaa] TT 10 kVA 10 kVA 7 © x Xe x Xe x x Fig. 13-25 — Trés transformadores monofisicos idénticos (a, 6 e ) aparecendo suas marcas de polaridade sendo cada um 10kVA, 1.330/230 V. *Mostrar-se-A na Ses. 13-17 que o uso de transformadores individuais preferivel a uma unidade polifésica, quando se requer continuidade no servigo. Uma bancada A-A pode ser operada em V-V com um transformador removido. £ TRANSFORMADORES 563 © a mesma relacdo da alta para a baixa tensdo. Note-se também que os transfor- madores tém as fases indicadas e apropriadamente marcadas, de maneira que 0 subindice impar mostra polaridade instantdnea positiva (Seg. 13-10) em ambos os lados de alta e baixa tensio. Imaginemos que a tensdo trifasica de linha disponivel, para a excitagio dos transformadores € 2.300 V, 60 Hz, como mostra a Fig. 13-26a. As trés tensdes de linha esto defasadas de 120°, como mostra a Fig. 13-26a, e esta relacdo repre- senta as tensdes entre as trés linhas ¢ a fonte de energia: Vy, Vy ¢ V4, respecti- vamente, onde cada uma tem o valor de 2.300 V, alguma coisa acima da tensdo nominal do lado de alta dos transformadores individuais. Isto, evidentemente, dita 0 tipo de ligagdo dos transformadores individuais que deve ser Y, como mostra a Fig. 13-26b. Note-se que, ao fazer isto, deve-se tomar cuidado para assegurar que os terminais H,, de polaridade instantanea positiva, sejam ligados a rede, enquanto os terminais 11, de cada transformador sdo ligados num ponto comum (N). Note-se ainda que as bobinas de alta tens&o sio designadas por 4, Be C na Fig. 13-26b, enquanto que as de baixa tensiio (ainda nao ligadas) so designadas por a, be c, respectivamente. X A relacdo entre as tensdes de linha aplicadas pela forite ¢ as tensdes de fase, que aparecem nos terminais de alta tensao das bobinas dos transformadores indi- viduais, € mostrada na Fig. 13-26c. (Esta figura é muito importante ¢ deve ser estudada cuidadosamente.) A tensdo (de fase) aplicada ao primario do transfor- mador A é 1.330 2 30° V. A tensio de fase entre os terminais Be N, aplicada a Bé 1.330 £ 150° V. A tensio de fase entre os terminais Ce N, aplicada a C € 1.330 L - 90° v. De acordo com a teoria convencional dos circuitos trifasicos'®, a tensio de fase, V,, € is “FR = 0,577 V, (13-46) onde V, é a tensdo de linha Assim, as tenses de fase mostradas na Fig. 13-26c no sdo apenas menores, mas também deslocadas de 30° em relaco as tensdes de linha. Note-se, entretanto, que as tenses de fase aplicadas aos trés transformadores, apesar do deslocamento angular de 30°, estfio ainda deslocadas de 120°, uma em relagdo a outra, de acordo com a teoria convencional dos cireuitos trifasicos.'! Conseqiientemente, a soma Jasorial de quaisquer duas tensbes de fase é a tensdo de linha, como mostra a Fi 13.26c, Assim, a tensio de linha V,, € a soma fasorial das tensdes entre H,-H, da bobina A H,-H, da bobina B (o inverso do fasor B), como mostram as Figs. 13-26b € ¢. ‘Para uma discussio completa dos sistemas trifésicos, veja-se JACKSON, H. W., Introduction to Electric Circuits. 3, ed. Englewood Cliffs, Prentice-Hall, 1970, Cap. 23. “Ibidem, nota 10. 564 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES 23002-120°V Vea (a) Tensdes 34 de linha disponivei (b) Tensées de linha aplicadas nos terminais, para excitaco dos transformadores. de alta tensio dos transformadores A, 8, C, ligados em Y. 2300£:120°V Eoricon 230230°V NAT 23002 -120°y is A z300zov 2302-90°V (c) Tenses de fase @ linha apiicadas nos (a) Tensdes de fase inck primérios dos transformadores A, 8, C ligados'em Y. Fig. 13:26 — Tensdes de linha e fase 3 4 aplicadas no lado de alta tensio dos transformadores ligados em Y e tensdes de fase induzidas no lado de baixa tensio, Como resultado da aco de transformacao, as fem induzidas nas bobinas de baixa tensio a, b e c, respectivamente guardam, umas em relagdo as outras, a mesma relacio que a das tensdes de fase aplicadas ao primario, como mostra a Fig. 13-26d. E obvio que os primarios de 1.330 V devem estar ligados em Y para que 0s 2.300 V da fonte ndo excedam a tensio nominal do enrolamento de alta tensio do transformador. Isto, por outro lado, dita a relagdo das tensdes de fase primérias, mostradas na Fig. 13-26c, ¢ também as relagdes de fase dos secundarios desligados, mostrados na Fig. 13-26d. A relagdo desenvolvida na Fig. 13-26d, entao, é usada como referéncia para as diferentes maneiras pelas quais os secun trios podem ser ligados. A Fig, 13-27a mostra os secundarios em Y, de modo que os terminais ¥, sio trazidos a um ponto comum, n, € os terminais instantaneos positives (pontuados) ¥, sdo levados as linhas a, b e c, respectivamente. Usando as relagdes fasoriais da Fig. 13-26d, as tensdes de fase e linha dos secundarios ligados em Y sfio mostradas no diagrama fasorial da Fig, 13-27b. Note-se, a partir da Fig 13-27b, que, de acordo com a teoria convencional do circuito trifésico!?, a soma "bidem, nota 10, TRANSFORMADORES 565 in He Xe X 40020° (2) Ligacdes com Xz comum. (b) Diagrama fasorial. Fig. 13.27 — Secundérios ligados em Y (terminais X,) e diagramas fasoriais mostrando as tensdes de fase e linha, fasorial de quaisquer duas tensdes de fase produz uma tensio de linha. Assim, a tensio de linha entre a eb, V,,, € a soma fasorial das tensdes entre X,-X, da bo- bina ae X, — X, da bobina b. Assim, V,,, como mostra a Fig. 13-27b, é 3 vezes a tenso de fase ¢ esta deslocada dela de 30°. E muito importante comparar-se a Fig. 13-27b com a Fig. 13-26c e notar-se que, para as ligagdes particularmente feitas na Fig. 13-27a, nao ha deslocamento entre as tensdes de linha do secundario e as do primario. Semelhantemente, nao ha deslocamento (rotacio de fase) entre as tensdes de fase primirias e secundarias. As diferengas entre os dois diagramas fasoriais residem apenas no valor absoluto das tensdes devidas a relagdo de transformagdo, Assim, a tensdo primaria de linha € V,_ = 2.300 Z 0° V, enquanto a tensio secundaria de linha é V,, = 400 £ 0° V. Semelhantemente, a tensio de fase primaria € V,y ~ 1.330 2 “30° V, enquanto a secundaria é V,, = 230 L 30° V, A importancia de, ao se fazerem as ligagdes, prestar-se a devida atencdo a polaridade instanténea nio pode ser desprezada, quer ao se ligarem secundarios em paralelo, quer ao se acertarem as tensdes secundarias ¢ sua relago de fase. Considere-se que, em vez de ligar os terminais X,, simplesmente se liga ¥, ao terminal comum n, como mostra a Fig. 13-28. Uma vez que a polaridade instantanea dos trés secundarios'é a mesma, o leitor pode raciocinar (como o fez b 4002 180° 4002-60" ‘4002 +60" c ¢ HH (2) Ligardes com x, comum. (b) Diagrama fasorial. Fig. 13:28 — Secundatios ligados em Y (terminais X,) ¢ diagramas fasoriais mostrando as tenses de fase ¢ linha. (Note que as tensdes de fase ¢ linha sio fasores invertidos se comparados aos da Fig. 13-276) 566 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES © estudante no laboratério) que os trés secundarios da Fig. 13-28 podem ser col cados em paralelo com os secundarios da Fig. 13-27. Esta simples justaposigo de ligagdes produz um curto-circuito, quando postas em paralelo, pela mesma razAo que obriga 4 preservaco da polaridade nas unidades monofasicas simples. Note-se que, ao se ligarem a n, em vez de a linha, os terminais instantaneamente Positivos (pontuados), produz-se um deslocamento de 180° nas tensdes de linha € de fase, como mostra o diagrama fasorial da Fig. 13-28b. Assim, embora os valores absolutos de todas as tensdes de linha e de fase sejam os mesmos nas Figs. 13-28b € 13-27b, eles esto defasados de 180° um em relacdo ao outro, e nunca poderdo ser ligados em paralelo. Qualquer tentativa de fazer isto resultaré num imediato curto-circuito. Assim, os secundarios das Figs. 13-28a e 13-27a ndo podem ser ligados em paralelo. Um curto-circuito imediato também resultard da ligago em paralelo, se um dos enrolamentos secundarios tem sua polaridade acidentalmente invertida du- rante a ligacdo em Y. Isto € mostrado na Fig. 13-29a, quando a bobina b tem seu terminal pontuado ¥,, ligado a jungdo comum n, em vez de ao terminal X,. Embora as tensOes de fase estejam ainda defasadas de 120° uma em relagdo a outra, como mostra a Fig. 13-29b, a inversdo da polaridade de & produz uma reducdo nas ten- ses de linha e uma alteragio na sua posigdo de fase (V,, = 230 2 90° Ve V,. = = 230 £ 30° V) e ainda em V,, = 400 £'~ 120° que se torna maior que as outras duas. Note-se que as 3 tensdes de linha ndo so mais iguais, em valor absoluto, nem estdo mais defasadas de 120° umas em relagio as outras e, mais ainda, nio esto mais em fase com as tensdes de linha Primarias da Fig. 13-27b. Assim, inver- tendo-se acidentalmente a polaridade de um enrolamento, ndo mais sera possivel aos secundarios em Y da Fig. 13-29a serem ligados em paralelo aos secundarios em Y da Fig. 13-27a. | 2302300.“ A “Fs * / }2302-90° 09, / ‘ He ie : Pyke. 8 Mov! & Joe ‘ 230290" eo 0 a a ie c 1 S-230230° co——7599I € a Hy He (0) Um enrolamento acidentalmente invertido. (b) Diagram fasorial. Fig. 13-29 — Efeito da inversio acidental de um enrolamento de fase (bobina B dos Secundérios ligados em Y) e tensdes de fase e linha desbalanceadas produzidas, Semelhantemente, com todos os primarios ligados em Y, fiunca seré possivel ligar em paralelo secundarios em Ya secundarios em A. As bobinas de baixa tensao dos transformadores da Fig, 13-25 so mostrados na Fig. 13-30a em sua ligagio em delta, Note-se que a ligagdo em matha do delta requer que terminais de bobinas de polaridades instantdneas opostas sejam ligados através da malha para formar — TRANSFORMADORES 567 oA 1995 Hr He SN Ne #2302150" rele e Veo b el ¢ pues 2302-90" oo SVon +230230° Hy He V_? 0 (a) Lignco em delta, (b) Diagrame fasorial. Fig. 13-30 — Secundirios ligados em delta e diagrama fasorial um caminho fechado. E usual, como mostra a Fig. 13-30a, usar um voltimetro Para medir a tensdo resultante, V,, antes de fechar o delta, entre os terminais X, -da bobina ce X, da bobina a. Somente quando a leitura do voltimetro for zero, remover-se-4 0 instrumento ¢ fechar-se-4 o delta, Usando-se as mesmas tensdes para o primario ligado em Y, as tensdes de fase das bobinas secundarias a, b e ¢ so, respectivamente, as mesmas na Fig. 13-30b e na Fig. 13-26d. Quando ligados em lago, entretanto, a soma fasorial das tensdes de fase secundarias seria zero. Note-se que as tensdes de fase ¢ de linha so as mesmas para secundérios ligados em delta, de acordo com a teoria dos circuitos trifasicos, uma vez que os terminais de linha correspondem a cada fase do enrolamento ligado em malha. A importancia de uma leitura no voltimetro, antes da ligacio de qualquer circuito em malha fechada, de forma genérica, e especificamente de secundarios de transformadores ligados em delta, é mostrada na Fig. 13-31. Um enrolamento LigarSo errada Xe a Xy a : Vea*2302+90°V Xb Xy E 8 D V_s460z90% © Ng vecrzs0cisory > ¢ Aw 230230°V ° (8) Ligagdo A com um enrolamento (b) Diegrama fasorial. acidentalmente invertido. Fig. 13-31 — Efeito da inversio acidental de um enrolamento de fase (bobina ) dos secugdarios ligados em delta, do transformador (bobifa c) é acidentalmente invertido na malha. A polaridade instantanea da bobina c é 230 L + 90° V em vez de 230 Z — 90° V, como repre- senta a Fig. 13-26d. O diagrama fasorial da Fig. 13-31b mostra que a tensfio medida pelo voltimetro V, nao @ mais zero, mas, efetivamente, 460 Z 90° V (duas vezes 568 MAQUINAS ELETRICAS E TRANSFORMADORES a tenso de fase). Se 0 delta é fechado sem o uso de um voltimetro, 0 curto-circuito formado faz com que circulem altas correntes (de malha) nos transformadores. Foi dito acima, mas convém repetir, que secundarios ligados em A nao podem ser colocados em paralelo com secundarios ligados em Y. Como mostra a Fig, 13-27b, ndo ha deslocamento de fase entre as tenis6es primarias de linha e as tens6es secundérias de linha na transformacdo Y-¥, Fig. 13-26a. Mas uma transformacio Y-A produz um defasamento de 30° (e menores tensdes de linha), como mostra a Fig. 13-30b. Mesmo se a relacdo de transformacao dos transformadores ligados em Y-A for determinada de modo que as mesmas tensdes de linha sejam obtidas, a rotacdo de fase inerente A ligagdo Y-A proibe a operagio em paralelo Podemos entao concluir que, considerando tensdes de linha primérias e secun- darias, relagdes de transformagio, polaridade instanténea e conveniente ligacio das bobinas, so possiveis as seguintes combinagdes para ligagdo em paralelo, com as ligagdes até aqui discutidas:'? a. %-Y para ¥-¥: nao ha deslocamento de fase entre as tensdes de linha pri- marias e secundarias b. Y-A para ¥-A: mesma rotagio de fase de 30° entre primario e secundario em todos os transformadores c. AY para 4-¥: mesma rotacdo de fase de 30° entre primario e secundario em todos os transformadores d. A-A para A-A: nao ha rotagdo de fase entre primério e secundario e. A-A para ¥-¥: nio ha rotacdo de fase entre primario ¢ secundério, mas. so necessirias diferentes relagdes de transformagdo em tensdes f. YY para A-A: nio ha rotagdo de fase entre primario e secundario mas so necessdrias diferentes relagdes de transformagao em tensdes 8. ¥-A para A-Y: mesma rotagdo de 30° entre tensdes de linha primarias secundarias. As relagdes entre as tensdes de linha devem, entretanto, ser as mesmas. As combinagdes em paralelo que so impossiveis, a despeito de tensdes de linha primérias ¢ secundarias idénticas, slo as que envolvem tipos de ligacdes tais que, para um deles, ha rotacdo de fase e, para o outro, nao, Assim, um trans- formador Y-A nao pode ser ligado em paralelo a um A-A. (A relagdo das combi- nagdes impossiveis € deixada a cargo do leitor, como exercicio, na questo 13-37.) EXEMPLO Uma fabrica drena 100 A com cos @ = 0,7 em atraso, do secundario de uma 13-23; bancada transformadora de distribuiggo de 60 kVA, 2:300/230 V. ligada em ¥-A. Caleule: a. a poténcia real consumida em kW e a aparente em kVA b. as correntes securidarias nominais de fase e de linha da bancada ©. 0 percentual de carga para cada transformador 4. as correntes primarias de fase e de linha de cada transformador e. a capacidade em kVA de cada transformador. “Esta lista std incompleta, porque no contém transformadores T-T ¢ ¥-V. (Vide ‘Tabela 3A, Seg. 13-18.) TRANSFORMADORES 569 Solugéo | ae vi Mi oo 8 nx 20 100 07 «ag pw | oo eva, = Pe, 2 EW aw iva ¥ © Te sominnt = a - SUVA x 1000 =87A j 12 sominat = V3 Tez 0m 1,732 x 87 A = 150 A ¢, Coftente de carga por linha _ 100 A corrente nominal por linha ~ 150A KVA x 1.000 _ 40 kVA x 1.000 Vay, + 3° 2.300 KVAy _ 60 kVA . A 3 = 0,67 x 100 = 67% diy y= =10A [ fo €. kVA/transformador = = 20 kVA EXEMPLO Repitao Exemplo 13-23, usando uma transformagao A-A¢ compare as correntes. 413-24; de linha primarias com as da transformagio Y-A. + Soluedo. | P, = 28 kW c kVA, = 40 KVA, do Exemplo 13-23a, i Ta nominat = 87 As 112 sominat = 150 A, do Exemplo 13-236. carga percentual de cada transformador = 67% do Exemplo 13-23c. Ty, = 10 A, do Exemplo 13-234, mas 1,, 28 1,, = 1,73 x 10A=17,3 A A corrente de linha primaria drenada por uma bancada A-A é J3 vezes a corrente primaria de linha drenada por uma bahcada ¥-A. 60 KVA aoge ©. kVA/transformador = 20 kVA, 0 mesmo que no Exemplo 13-23e. 3 Deve-se notar nos Exemplos 13-23 ¢ 13-24 que a iinica diferenca entre a dis- tribuigdo nas bancadas Y-A e A-A é que a corrente drenada da fonte priméria é 1,73 vezes maior na ultima. Isto mostra claramente a vantagem de se usarem trans- formadores Y-A quando é requerido um abaixamento de tensdo de distribuicao. 13-15. AS HARMONICAS NOS TRANSFORMADORES Muito freqiientemente, em ensaios de campo ou no laboratério, ao se usar um voltimetro como medida de precaugao antes de fechar o delta, como mostra a Fig. 13-30, o instrumento nao indica zero nem lé uma tensdo da ordem de duas vezes a tensiio de fase, como indica a Fig. 13-31b. Assim, haveria uma certa relu- tancia ao fechar-se o delta na presenca de uma tensio que chegaria mesmo aos 50 V."particularmente se 0 voltimetro CA usado fosse um instrumento do tipo

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