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= PAULO ‘FREIRE A PROPOSITO DE UMA: ADMINISTRAGCAO | "8 «JMPRENSA UNIVERSITARIA : : _ REGIFE + 1961 [ = ——E PAULO FREIRE A PROPOSITO DE UMA ADMINISTRAGAO ,IMPRENSA UNIVERSITARIA RECIFE — 196) f . A PROPOSITO DE UMA ADMINISTRACGAO PAULO FREIRE As circunstancias especiais em que se processou a nossa formagao histérica nos doaram uma posigio alienada, caracterizada pela importacio de solugée: Pelo gdsto inconsciente dos empréstimos. Pelo oti- mismo ingénuo e acritico em face de nossos destinos, logo depois, numa mesma geragéo, transformado em pessimismo, em descrenga de nés préprios . Na verdade, nas sociedades alienadas, as geracdes oscilam entre 0 otimismo acritico e a desesperanga. Incapazes de projetos auténomos de vida, bus- cam nos transplantes inadequados, a solugdo para os problemas de seu contexto. Sao assim utdpicamente idealistas, para depois se fazerem pessimistas e deses- perangosas. O fracasso de seus empréstimos — que est4 na sua inorganicidade — confunde suas elites di rigentes e as conserva numa posig’o ingénua diante de seus problemas. A sua grande preocupagio no ¢, em verdade, ver criticamente 0 seu contexto. Inte- grar-se com éle e néle. Daf se superporem a éle, com receitas tomadas de empréstimo. E como sio receitas transplantadas, que ndo nascem da anélise objetiva e critica do prdprio contexto, resultam inoperantes. Nao frutificam. Deformam-se na retificagéo que lhes faz a realidade a exigir solugdes organicas, nascidas que deviam ser de projetos auténomos. De tanto insisti- tem essas sociedades nas solugdes transplantadas, sem a devida “redugio”, que as adequaria as condicgoes do meio, terminam as suas geragées mais velhas por se entregarem ao desinimo e a atitudes de inferioridade. E que sfo solugées, as suas, para problemas do povo, da nagdo, a que faltam porém as marcas que as autenticariam — aquelas resultantes de experiéncias que envolvem 0 povo. Em que 0 povo patticipa. Um dia, no processo histérico dessas sociedades, fatos novos sucedem e provocam as primeiras tenta tivas de uma volta sdbre si mesmas. Um novo clima cultural comega a se formar. As elites dirigentes, até entio inauténticas, por isso “superpostas” a seu mun- do, comecam a com éle se integrar. Um mundo novo se levanta diante delas, com matizes até entdo des- percebidos. Ganham a pouco e pouco a consciéncia de suas limitagdes. De suas possibilidades, como re- sultado imediato de sua inser¢io no seu mundo. Co- mecam a fazer-se criticas e, por isso, renunciam tanto ao otimismo ingénuo ¢ aos idealismos utépicos, quan- to ao pessimismo e 4 desesperanga € se tornam criti- camente otimistas. Agora, os empréstimos tomam feicdo diferente — “reduzem-se” as verdadeiras condigées da socie- dade. Sao préviamente “tratados” para que, s6 assim, tenham instrumentalidade. A desesperanca das sociedades alienadas passa a ser substituida, nas sociedades desalienandas, por pro- gressivo senso de responsabilidade das elites dirigen- tes, na medida em que se véem com seus proprios olhos e se tornam capazes de projetar. Na medida em que vio interpretando os verdadeiros anseios do povo. Em que vao se integrando com o seu tempo e © seu espago. Realmente, nio ha como se desesperar se se tem a consciéncia exata, critica, dos problemas, das difi- culdades, e até dos perigos que se tenham a frente Ai é que a posigéo anterior de autodesvalia, de inferioridade, caracteristica da alienagéo, que amor- tece o 4nimo criador dessas sociedades e as impulsiona sempre as imitagdes, comega a ser substituida por uma outra de auto-confianga. E os esquemas e as receitas antes simplesmente importados, passam a ser substi- tuidos por projetos, por planos, resultantes de estudos sérios e profundos da realidade. E isso, em cardter sistemdtico. E isso, em tédas as dimensdes da vida da sociedade. E a sociedade passa aos poucos a se conhecer a si mesma. Renuncia a velha postura de objeto e assume a de sujeito. Dai que a desespe- ranga e 0 pessimismo anteriores, em térno de seu pre- sente e de seu futuro, como também aquéle otimismo ingénuo se substituam por otimismo critico. E bem verdade que ésse otimismo, por isto mesmo que é cri- tico, nfo levaré a sociedade a posigdes quietistas: Pelo contrério, ésse otimismo nasce e se desenvolve ao lado de um forte senso de responsabilidade clas elites, que vao se fazendo cada vez mais auténticas, na me- dida em que essa responsabilidade cresce. Seria uma contradigéo se 0 otimismo critico dessas sociedades significasse um deixar correrem as coisas, irrespon- savelmente. Esse senso de responsabilidade das elites diri- gentes, a comunicar-se ao povo pelo seu testemunho e pela agio educativa ajudara a sociedade a evitar possiveis distorgdes a que esta sujeita na marcha de seu desenvolvimento. assim, Vivendo um tempo novo em que 0 povo aban- dona aceleradamente a espectagao e se faz cada vez mais participante, tem a sociedade brasileira atual, através de suas elites dirigentes, de se lancar, como nunca lhe féra exigido, num vasto trabalho de edu- cacdo. De reformulagao de seu agir educativo, ajus- 5 tando-o as verdadeiras condiges de seu tempo e até as diversificagées de tempo e de espaco culturais em _ que se subdivide. Esférgo educativo que, em conso- nancia com o clima de democratizagio ou de apren- dizado da democracia, que vive o pais, se preocupe es para o desenvolvimento de sua capacidade deciséria. Nao se compreende, numa sociedade que se desaliena e se insere no processo que Mannheim chama de “de- mocratizagéo fundamental”, uma educacg&o domesti- cadora do homem. insistentemente com oferecer ao povo condi Dai, ao lado da erradicagéo do analfabetismo, de resto fortemente ligado 4s economias subdesenvol- vidas, ter a sociedade brasileira atual de responder a outro desafio fundamental de seu tempo — o da su- peracao, o da erradicagao também de nossa inexperi- éncia democratica, enraizada em nossas matrizes cul- turais. Erradicagao esta que néo sera feita com a simples erradicacéo do analfabetismo. Nao podem as universidades brasileiras furtar-se a discussio dos problemas ligados diretamente A edu- cagdo popular, justamente numa fase da vida nacional em que 0 povo emerge e, ganhando a consciéncia, mesmo ingénua, de sua presenga no processo histé- rico, renuncia, como jé se disse, as suas velhas posi- gées de espectador e ensaia novas posigdes de parti- cipante. Tera sido a partir dos anos 30, e mais fortemen- te dos anos 40, que o Brasil iniciou esta volta sobre si mesmo, vez ou outra anteriormente ensaiada por estudiosos de nossos problemas. Por estadistas ante- cipados. Por homens altamente criticos, preocupados em seus estudos do homem e da sociedade brasileira em descobrir caminhos nossos sem que nos esquecés- de nossas ligagdes com a cultura ocidental de somos um alongamento (*). Entre nés, a desalienagéo vem se processando ao do da “abertura” da sociedade brasileira. Ao lado um intenso surto de democratizagao cultural e po- a do pais. Da emersio das massas_brasileiras. De uma forte dose de “apeténcia educativa” dessas massas nos centros urbanos do pais. De uma corrida do povo em busca da educagao formal. Da escola imaria. Da escola média. Da universidade mesma. Da deflagragao de uma consciéncia do desenvolvi | mento nacional que deve atingir a tédas as camadas E processo do desenvolvimento. Estas dimensées da vida atual do pais constituem /desafios dos mais sérios e importantes as elites diri *) Em 1926, no Manifesto Regionalista, apresentado ao Congresso que pioneiramente o Movimento Regiona- lista levou a efeito no Recife — Movimento de que muitas de suas sugestées vém sendo realizadas e de que alguns movimentos atuais, em nao pouco de. seus fundamentais aspectos s4o alongamentos daquele, dizia Mestre Gilberto Freyre: “Nosso movimento néo_pre- tende sendo inspirar uma nova organizagio do Brasil. Uma nova organizacio em que as vestes em que anda metida a Republica — roupas feitas, roupagens exé- ticas, veludos para frios, peles para gélos que nao existem aqui — sejam substituidas nao por outras rou- pas feitas por modista estrangeira mas por vestido ou simplesmente tiinica costurada_pachorrentamente em casa: aos poucos e t6da sob medida”. E logo depois:....“o caminho indicado pelo bom senso para a reorganizagio nacional parece ser o de dar-se, antes de tudo, atengdo ao corpo do Brasil, vitima, desde que € nagéo, das estrangeirices que Ihe tém sido impostas, sem nenhum respeito pelas peculiaridades e desigualdades da sua configuracao fisica e social; ....” gentes. Desafios a que tém de dar respostas a se har- monizarem com éles. Estar4 na adequacidade ou nao dessas respostas, o éxito ou ndo das solugdes aos pro- blemas mais urgentes da atualidade nacional . A sociedade brasileira vem despertando rapida- mente para seus problemas. Vem tomando consci- éncia de suas dificuldades. Vem convencendo-se, dia a dia, através de seus lideres e do préprio povo, da necessidade vital de se incorporarem ao circuito eco- némico as grandes massas brasileiras ainda situadas fora déle. E para isso é imperioso que seja acelerado o seu desenvolvimento econdmico, 4 base de bem oti- entada industrializacio, ao lado de forte agricultura. E imperioso, por outro lado, que se diminuam as dis- tancias faseolégicas entre as varias regides do pais, incorporando-se as mais, as menos desenvolvidas. Sé- mente como poderemos obter a nossa integrago eco- némica, sem a qual dificultaremos a integragéo na- cional . As universidades brasileiras, tardiamente surgi das, vém faltando, de modo geral, uma armadura e um contetido programatico adequados ao clima novo em que nasceram e a que, porém, nao correspondem . Nascidas nesse clima, sao mais filhas, porém, de outra época. Perdem-se quase sempre, num saber inau- téntico, discursivo, palavresco e sem instrumentali- dade. Nao sio humanisticas. Nao séo tecnolégicas . Funcionam ainda através de faculdades isolada: compostas de cétedras também isoladas. Falta-Thes organicidade. Nao se vinculam estreita e sistemética mente com a realidade local, regional e nacional (*). (*) E de justica ressaltarmos, nestas consideragdes — para ficar apenas entre as universidades do nordeste — o Nao estdo respondendo ainda, na generalidade, ao desafio que a era tecnolégica Ihes faz. Falta-lhes, por outro lado, 0 que se nos afigura profundamente pe- tigoso, a harmonia entre uma posigao verdadeiramente humanistica, mais e mais necessdria a0 homem de sociedades em trinsito como a nossa e a tecnologia. Harmonia que implique, quando da preparacao de técnicos para atender ao nosso desenvolvimento — sem o qual feneceremos — em que nao sejam éles deixados, em sua formagao, ingénua e acriticamente postos diante de problemas outros que nao os de sua especialidade.. Uma das fundamentais tarefas da Universidade moderna, sobretudo em sociedades como a nossa, so- frendo 0 forte impacto das mudangas sociais e eco- némicas, é, realmente, preparar 0 homem para, en- yolvido no transito como esté, integrar-se néle, sem perder o espirito e a fé, sem 0 que se artisca o homem a perder a paz e a mergulhar na agonia. A cair “do- mesticado”, no anonimato nivelador da massificagdo Bste é, na verdade, um dos aspectos mais gra ves do mundo de hoje. Em nosso caso, assim como nao podemos perder a batalha do desenvolvimento, a exigir rapidamente esférgo que vem desenvolvendo a universidade do Cea- 14, no sentido de se fazer orginica. Temos recebido suas publicagées oficiais e estamos a par de como vem se empenhando para, nao apenas se corthecer critica: mente nas suas limitagdes e possibilidades, mas também a sua 4rea local e regional, ssmente como poderd servir a ambas. Chamariamos a atengio, aqui, para os resultados do “I Semindrio de Professdres’, de que resultou o inicio de sua organicidade com o seu meio. a ampliago de nossos quadros técnicos de todos os niveis e de mao de obra qualificada (a mao de obra qualificada do pais é de apenas 20%), nao podere- mos perder a batalha da humanizagéo do homem brasileiro. Este foi o clima que o professor Joao Alfredo, Magnifico Reitor da Universidade do Recife, encon- frou ao assumir a Diregao desta Universidade. Clima de despertar, que envolveu pela primeira vez mais nitidamente a regiéo do Nordeste brasileiro e particularmente Pernambuco e o Recife, onde se acha a Universidade, ha treze anos criada. No seu discurso de posse, j4 chamava a atengio para éstes aspectos fundamentais da atualidade na- cional e referia-se 4 necessidade de maiotes e mais fortes preocupagdes da Universidade com a pesquisa cientifica e o aparelhamento de suas unidades para a formagio de técnicos de alto nivel. Em suas decla- Tagdes constantes 4 imprensa, em que informa ao pi- blico a vida de sua Universidade, — insiste sempre na necessidade, até, da reformulagao das universidades brasileiras de que resultasse organicidade de seu fun- cionamento. De que resultasse a superagao do sis- tema de Faculdades isoladas, unidades estanques e sem contactos entre si e entre suas proprias cétedras, 10 quase fechadas em si mesmas, por permeével e plas tico sistema de institutos, com que a universidade se | faz organica. “Quando o homem se enaltece preferentemente pelo trabalho técnico e pela investigagio que realiza, escreveu o Reitor Jodo Alfredo, as nossas Univer- sidades, sem esquecer o sentido universal que devem ter, ndo podem continuar organizadas como centros de ensino livresco e verbalistico em que os eruditos e os de boa memoria, citando autores e valendo-se da iltima leitura, falam com brilho, mas nao contribuem para o conhecimento de problemas cujo esclareci- mento possa beneficiar 0 homem brasileiro ¢ a hu- manidade”. E continua: “Se a indagacao cientffica é que dé cardter de autenticidade ao ensino, ressalta éste conceito, quando se equacionam os problemas brasileiros e de modo particular os problemas déste nordeste onde vivemos nés, compartes da responsa- bilidade de vitalizar universidades, em fase de cresci- mento, expurgandoas da sujeigio da rotina e da sobrevivéncia de valéres passados, desprovidos de significagao atual, a fim de torné-las aptas ao atendi- mento objetivo dos interésses da sociedade em que se incluem e que exige 0 preparo adequado dos jo- vens para 0 fortalecimento do progresso econdmico necessario 4 derribada da barreira do subdesenvolvi- mento em que nos inferiorizamos e de onde temos de emergir a fim de ingressar no “tempo novo”, tem- po em que a ciéncia a técnica estio mudando até © comportamento politico das nagdes” . Nao lhe escapou, muito tempo antes mesmo de assumir a alta diregio da Universidade, a anilise sé- tia da sociedade brasileira em transito. Vice-Reitor a partir do quinto ano de existéncia da Universidade, solidificou suas convicgdes no trato de seus problemas. Assumindo a Reitoria ha 18 meses, sua princi- pal preocupagdo haveria de ser harmonizar uma es- at 12 trutura existente, em grande parte fundamentalmen- te tradicional, com algo de novo, que respondesse mais proximamente aos anseios do novo clima cultu- ral do pais. Harmonia nem sempre encontrada, em face de dificuldades ,euja temogio independe da universi dade mesma ¢ se encontra na prépria estrutura legal do Pais. Uma das possiveis harmonias estd precisamente, numa vinculaggo com povo. Com aspectos da cul. tura popular. “Interessada no contacto direto com o povo, afir- ma o Reitor, em uma de suas entrevistas, para quem deve contribuir no sentido realmente educativo, a Universidade vem se esforcando em alargar a sua atuagdo através de certas formas de atividade mais accessiveis ao povo, tais como 0 teatro e 0 radio”, Dai todo um programa, nesta linha, em estudo, a ser realizado através da emisséra da Universidade, quando de sua inauguracao ainda éste ano. Programa de aco educativa com que a Univer- sidade, por outro lado, manterA telagdes cada vez mais estreitas com instituigdes de sua érbita de influéncia, num trabalho de aglutinagao de esforgos, no campo da divulgagao da ciéncia. Da educagio popular. Da interpretagao da cultura. Um trabalho désses consti- tuiré um dos meios de que a Reitoria langard mao para maior identificagéo da universidade com seu contexto Por outro lado ¢ ainda com éste objetivo, pre- tende o Reitor, numa tentativa pioneira entre nés, aproveitar a férca da televisio para ampliar a agdo formadora e informadora da Universidade. Assim, pelo radio e pela televisio, poder a Uni- versidade exercitar um profundo esfdrgo de conscien cializagéo da sociedade em térno dos problemas da regido e dos problemas nacionais. Muitos dos aspectos da prépria reforma univer- sitéria, que exige uma tomada de posi¢éo prévia concomitante A reforma mesma, serio aclarados pelos debates. Ainda nesta linha de relagdes intimas da univer- sidade com 0 povo, trabalho na verdade mais e mais indispensdvel ao pais que desperta € assiste, as vézes assustado, 4 emersio popular, tem pensado o Reitor num plano cultural e educativo, que atingisse aos bairros do Recife e até as cidades do interior do Es tado, por meio do teatro e da musica. Seriam levados & populagdo o bom teatro e a boa musica, através de corais, instrumentos altamente educativos. Ha, neste sentido, planos, elaborados uns, em elaboragdo outros, dependendo de pequenos acértos para a sua execugao. Acrescente-se, alias, que neste sentido j4 houve no Recife experiéncia positiva hé alguns anos feita por Hermilo Borba Filho, & frente do Teatro dos Estudantes, mais tarde, em certos aspectos, retomada por Ariano Suassuna, com grupos teatrais operirios. Ao mesmo tempo em que est4 o Reitor conven- cido da necessidade de melhorar ¢ ampliar as possi- bilidades de sua universidade, no que diz respeito 4 formacio de técnicos e de outros profissionais de nf- vel superior, — eletricistas — mecdnicos — quimicos — gedlogos — economistas — etc., sbmente como po- der4 a Universidade do Recife contribuir positiva- mente para o desenvolvimento urgente da regio, sabe também 0 quanto temos de lutar contra a “inér- cia” e a “demora” culturais, que retardam 0 processo 13 14 do desenvolvimento. Sabe quanto precisamos nos es- forgar num trabalho de educacéo, de conscienciali. zagao, para ajudarmos o préprio desenvolvimento, estimulando-se a vocagdo da pesquisa. O gdsto do trato dos fatos concretos. A inclinagdo pelos estudos técnicos. O uso das maos e das profissées técnica: de que o nosso recente passado escravocrata nos afas- ta. Daf a necessidade imperiosa, pensa o Reitor, de um trabalho profundo e sistematico da Universidade junto as geracdes jovens, através de tantos meios de informag4o quantos possa a Universidade usar, no sentido de interpretar a essas geracdes aspectos fun- damentais de nossa atualidade. Falar-thes, com dados estatisticos, em térno da urgéncia da ampliagio de nossos quadros técnicos. Do ntimero de engenheiros, civis e especializados, de quimicos, de gedlogos, de que o pais necessita para atender ao ritmo de seu de- senvolvimento. Dai também a urgéncia, pensa o Reitor, de se melhorarem ¢ ampliarem as instalagées das unidades universitarias responsdveis pela formacao désses téc- nicos, como de cientistas. De se multiplicarem as turmas de formados por essas unidades. Por isso todo 0 esférco que vem despendendo para o aparelhamen- to do centro eletromecanico da Escola de Engenharia. A procura de professéres de alto padrio técnico e cien- tifico para as tarefas de formacio de nossos jovens. Dai, igualmente, todo 0 apoio que vem dando a cadeira de Geografia da Faculdade de Filosofia, atendendo as solicitagdes de seu catedrdtico, para equipé-la modernamente, fazendo-a capaz, de no ape- nas formar professdres de geografia, mas homens aptos a ajudar o desenvolvimento da regido com a anilise cientifica dos seus aspectos geogréficos. Outras nao tém sido igualmente as razées do apoio decisivo do Reitor a institutos da Universidade, mundialmente conhecidos, como o de Antibisticos, cujas contribuigdes ao desenvolvimento econémico da regido — para falar s6 neste aspecto — sao ja de valor inestimavel. Pense-se, por exemplo, no que vem fa- zendo o cientista brasileiro Osvaldo Lima, Diretor deste Instituto, no aproveitamento das caldas das usi- nas, como fonte de protefnas, e no significado de tal esférco para o desenvolvimento do Nordeste. Do mesmo modo, quanto aos demais Institutos da Universidade a que o Reitor ndo vem faltando com sua ajuda e o seu estimulo. O de Micologia é um désses institutos, da mesma forma conhecido mundialmente, com largo acétvo de contribuigées & cigncia, impressionando a quantos o visitam ou com éle travam relagées de carter cientifico. Da mesma forma, o de Biologia Maritima e Oceanografia, cuja repercussio para o desenvolvi- mento do Nordeste é inestimavel. Cénscio, igualmente, do alto interésse cientifico e da repercussdo na prépria vida da regiao e do pats, de servigos ou de institutos anexos a Cadeiras, como os de Cardiologia, Fisiologia e Nutricggo e 0 de Bio- quimica, néo vem medindo esforgos, dentro das pos- sibilidades da Universidade, para o atendimento de sugestdes de seus diretores. O Instituto de Fisica e Matematica, que ocu- pava uma sala da Escola de Engenharia foi instalado em prédio isolado, dispondo agora de salas de aula, gabinete de trabalho para professéres, biblioteca com mais de 2.000 volumes, sala de leitura, gabinete do Diretor e secretaria. Melhor instalado, oferece o Ins- tituto cursos e realiza pesquisas no campo da mate- 15 16 matica, a cargo de professéres brasileiros e estrangei- ros, que esto a éle ligados. Seminario ssbre Teoria dos Modélos e um curso de dois meses sobre Teoria dos Grupos Abelinos foram ministrados pelo prof Hugo Ribeiro, da Universidade de Nebraska. Por outro lado, e com a preocupagio constante de adequar a sna Universidade as condigdes atuais do pats e, particularmente, as da regio, empenhada na luta de seu desenvolvimento econdmico, provi denciou a instalagéo do Instituto de Geologia, que funcionava precariamente ao lado do Curso de Geo- logia, em prédio proprio, equidistante de unidades . Este Instituto deverS concentrat o ensino de Geologia das diversas universitérias a cujos alunos servi unidades universitarias e desenvolver os estudos de Geologia da regiao. Aliés, dentro das normas que notteiam a acto do Reitor, hé uma forte preocupacéo de, nas relagées da Universidade com a regiao, travar fntimos encon- tros, através de unidades universitarias mais indica- das, com tédas as instituigdes que operam na drea nordestina. Nao se compreende realmente uma uni- versidade desvinculada das condigdes existenciais de sua regio. Assim é que jé houve convénios entre a Sudene ea Universidade. Convénios que se fardo com outras instituigdes empenhadas no desenvolvimento do Nor deste e cujos contactos com a Universidade se fazem indispensdveis e altamente importantes. Da mesma forma vem se preocupando o Reitor com o preparo de pesquisadores no campo da Qui mica, fundamentalmente importante ao desenvolvi- mento do pafs. Assim, o Instituto de Quimica, des- tinado a coordenar e estimular o ensino e a pesquisa da Quimica, no ambito da Universidade, j4 dispée de oito amplos laboratérios destinados ao ensino e 4 pesquisa no campo da Quimica Organica e da Qui- mica Analitica, assim como das instalagdes para o setor da Quimica Fisica, que reune as cadeiras déste titulo da Escola de Engenharia e da Escola Superior de Quimica. Todos éstes laboratérios esto sendo providos de material e, no equipamento préprio, de- vera incluir-se um espectrofotémetro de infra-verme- Tho, necessdrio as pesquisas que se realizam em labo- ratorios das demais faculdades e escolas. Instalado na cidade universitdria, nas suas atividades se inclue a realizagio de cursos especializados por professdres da Universidade e professores visitantes, assim como concessio de bélsas de pesquisas a professéres e a auxiliares . As preocupagées do Reitor, 4 frente de sua Uni- versidade, nao se restringem — como jé foi dito — ao setor de certas especialidades técnicas e de pesqui cientifica, em certas dreas. Na verdade as suas preo- cupagées vém se alongando a todos os setores da vida da Universidade, a cujos problemas e dificuldades vem dando sempre solucées dentro das possibilidades existentes . Assim é que reequipou e, em certo sentido, equi- pou as faculdades de Farmécia e de Odontologia. Ampliou-lhes as dependéncias, oferecendo-lhes novas salas de aula e de laboratério, indispensdveis ao seu funcionamento. : A situagdo destas Faculdades hoje, se bem que tenham muito a desejar ainda, é bem superior Aquela que viviam hé trés anos passados. Entre empreendimentos outros de protessbres da Universidade, vale a pena salientar, aqui, um de 17 18 real importncia, considerando-se as nossas condigées de pais subdesenvolvido, a que o Reitor nao faltou com o seu aplauso. Tratase da realizagio do pro- fessor e cientista Ernesto Silva, instalando laborato- rio completo, na Faculdade de Farmécia, para 0 en- sino da Quimica, em inteira correspondéncia com as nossas condicées econdmicas de pais pobre. Reali zagoes desta ordem estio a exigir sua multiplicagéo pelo que representam de testemunho do que se pode fazer sem grandes gastos e, 0 que é mais importante. sem comprometer a eficiéncia dos trabalhos. A Faculdade de Arquitetura, que vive hoje o seu terceiro ano de existéncia auténoma entre as de- mais unidades universitarias e, cujo esférgo na for- magio de arquitetos e urbanistas voltados para as condigées especiais do Nordeste é de real importancia para o nosso desenvolvimento, foi depois de seu pri- meiro ano de funcionamento, no velho Seminario de Olinda, instalada em antiga casa do Recife, em cuja 4rea disponivel foram construidas modernas instala- g6es para o seu funcionamento. Nao houve, nestes dezoito meses de seu go- vérno, uma s6 das unidades universitarias que nao tivesse sido tocada, desta ou daquela forma, pela sua agio administrativa . O Gindsio de Aplicacao, da Faculdade de Filo- sofia, ter resolvidas, parcialmente, pelo menos, as suas dificuldades de espago, com as novas constru- goes j4 em fase de acabamento. Nesta Faculdade, empenha-se ainda o Reitor em instalar um laboratério de Fonética, atendendo as sugestdes que lhe foram feitas pelo professor da Ca- deita de Lingua e Literatura Inglesa . Como elemento cultural da mais alta expressio vale a pena lembrar a instalago em 1960 do Curso de Musica, integrado na Escola de Belas Artes e que comegou a orientar a formagao de jovens que se de- dicam 4 misica, em ambiente que orienta o preparo técnico e se esmera no desenvolvimento cultural . Instalado em prédio préprio, esté o Curso for- mando 0 seu corpo docente com figuras de real ex- pressio musical e capacidade didatica, quer daqui, quer de fora. Desta forma, est4 éste Curso cooperan- do valiosamente para o desenvolvimento do gésto artistico e atendendo a muitas vocagées que amanhé contribuiréo para o progresso do Estado através da Arte, que é, em téda universidade, uma atividade do mais alto valor. Nesta mesma Escola, continua funcionando com éxito, 0 curso de teatro, nascido quando estéve a frente da sua direcao. Uma iniciativa de real importancia para a vida cultural da Universidade e da regiéo, que nao pode ser esquecida, foi o Congresso de Histéria e Critica Literéria, promovido pela Universidade em agésto de 1960. Congresso de que participaram grandes no- mes da Critica e das Letras locais, nacionais e estran- geiras A tealizaggo de um Congresso dessa natureza poderia parecer uma contradigo na filosofia de agio do Reitor, de tal forma preocupado com o ensino técnico, com a pesquisa cientifica, exigidos pelo ritmo do desenvolvimento econémico do pais e da regiao. 19 20 Seria uma contradigio se sua vi das tarefas da Universidade fésse “desenvolvimentista”. Se nio ti- vesse éle aquelas preocupagdes j4 anotadas, da har- monia entre a técnica, a ciéncia e uma verdadeira posigéo humanista . Quando se condena uma educagio florida e “maciamente” literéria em detrimento do preparo técnico das geracdes jovens nas sociedades subdesen- volvidas nao est4 implicita — nem assim poderia ser — a condenagio de um sério estudo das atividades literdrias e artisticas dessas sociedades. Nem, por outro lado, a do estimulo ao desenvolvimento dessas atividades. O Congresso realizado na Faculdade de Filoso fia, hoje em franco desenvolvimento de sua atuagdo como centro de real importancia na vida da Univer- sidade, foi um magnifico encontro de homens alta: mente categorizados de nosso meio e de outros meios (*). Foi sobretudo, como salientou jovem criti- co pernambucano, (**) um encontro da velha com a nova geracéo, em que esta, menos comprometida, na visio mesma do Congresso e de suas consequéncias, com as marcas de uma sociedade alienada, respon- deu a éle mais adequadamente. No seu discurso de abertura, considerando as razées que o levaram A realizagéo do Congresso, disse o Reitor: (*) Ainda em continuidade ao “I Congresso de Histéria e Critica Literdria” foram realizadas, por inspiragio da Reitoria, a “If Exposicio de Arte Sacra” sob a orien- tagéo do escritor Peas Pio e a exposigéo de “Pin- tores pernambucanos contempordneos” sob cuidados do teatrélogo Ariano Suassuna. (**) Luiz de F. Costa Lima Filho “Embora a sedugao crescente da ciéncia e da técnica, necessarias ao desenvolvimento, nao se pode extinguir a Ansia do espfrito que necessita do colo- rido das telas, do fascinio da misica, do ritmo do verso, da magia da frase. Assim entendendo, € que a Universidade do Recife tomou a iniciativa de ensejar uma ampla e cordial aproximacéo a homens que cuidam das le” tras, para uma intercomunicagao estimulante das ati- vidades intelectuais”. E logo depois: “Em tempo de tantas distorgdes, impde-se exaltar as conquistas espi- rituais, reagir contra a animalizagéo e o embruteci- mento que, transbordando do individuo, influem na ivilizagio, pondo em perigo o primado do E interessante salientar duas mensagens envia. das simultaneamente 4 mesa Diretora dos trabalhos do Congresso, referindo-se ambas 4 criagio de um Ministério da Cultura. Uma, do entdo candidato & Presidéncia da Republica, o excelentissimo sr. Janio Quadros, hoje na Presidéncia do Pafs. A outra, do entdo Ministro da Educagio e Cultura, 0 excelentissi- mo sr. prof. Pedro Paulo Penido. Aspecto igualmente importante na linha de agao do Reitor, em relagéo sempre orginica com 0 novo clima cultural do pais — repita-se, o da democratiza Gao, a exigir das elites dirigentes 0 propiciamento as geragdes jovens de oportunidades em que desenvolva sua capacidade diciséria, vem sendo o das relagGes sistematicas entre o Reitor e Ifderes estudantis. Re- laces que nao se encerram em encontros formais, porque séo um verdadeiro didlogo da autoridade mé- 21 22 xima da universidade com a juventude a ser com- preendida nas suas inquietagdes. A ser informada das dificuldades de sua Universidade. A ser enri- quecida com uma visdo global da Universidade, de que resulta a. criagdo do indispensdvel espirito uni- versitério, que a juventude hé de aprender existindo e sentindo a sua existéncia nos que comandam a Universidade. Juventude que ha de ser compreen- dida nos seus movimentos, por vézes justos, outras vézes fundados em motivos distorcidos, exigindo-se a eficiéncia de uma autoridade, que nao apenas seja, mas tenha autoridade e que, para ser legitima, tem de ser justa. Que nao se faga inimiga dos que erram e que aplique penalidades em busca de recuperagdo. Estas convicgdes, trouxe-as o Reitor de sua ex periéncia de Diretor da Escola de Belas Artes onde, confraternizando com seus estudantes, sem “amaci: -los”, 0 que seria deseducé-los, obteve sempre um clima de real entendimento e disciplina. As sociedades subdesenvolvidas, na verdade, pa- gam tributos muito pesados — um déles é 0 de sua juventude se ver convocada constantemente para areas de ago que, nas sociedades desenvolvidas, nao The so préprias. Convocada para areas de discussio, e de agao a que acorre com o fmpeto natural da idade, estimulado pelo clima cultural de rebeldia que vive © pais, deixando ao lado as tarefas do estudo. Esta € uma das raz6es de descompassos entre a geracio mais velha de educadores e os jovens de hoje. E que esta geragéo mais velha tem suas raizes numa socie- dade preponderantemente estatica e “fechada”, que foi a sociedade brasileira, e nao pode, facilmente, com- preender as exigéncias de uma outra sociedade em evolugio, cheia de contradigdes e de desafios a que 6s jovens, imbuidos de seus anseios, nfo podem fal- tar. Deté-los ou simplesmente sensuré-los por suas arrancadas, parece ao Reitor ndo sé improdutivo, mas inconveniente . A tarefa da elite diretora ha de ser outra — a do aclaramento da consciéncia dos jovens com rela- Gao a ésses problemas todos. A discussio corajosa da problemética do pats. O reconhecimento da legiti- midade da participagao dos jovens na discussio dos angustiantes problemas nacionais. A sua colaboragao até, para a solugao de alguns déstes problemas — o da educagao do povo, por exemplo E por tais razdes que o Reitor, além de suas reunides com Ifderes estudantis a que pretende dar mais impulso éste ano, pensa criar um grupo de es- tudos, compostos de professéres da Universidade, de varias especialidades, incumbido de analisar a pro- blematica nacional, para, em seguida, langarse & sua discusséo nas varias unidades universitdrias. Hé na vida da Universidade, uma outra dimen- sio a preocupar intensamente o Reitor — a pro- mogio das graficas em imprensa universitéria, que divulgue trabalhos de seus professéres, como de in: telectuais e cientistas que, nao fazendo parte de seu corpo de professéres, esto, pelas suas atividades, li- gados 4 Universidade. Sdmente as dificuldades or gamentérias explicam a nao realizado ainda déste intdito, com que a Universidade cumpriré uma das suas precipuas tarefas — estimular a produgdo cul- tural e cientifica na sua rea de influéncia. De qualquer forma, porém, em que pesem as dificuldades atuais, tem a Universidade realizado ini- 23 24 meras publicagées de real valor. ‘Teses, discursos, re vistas de Faculdades, como de diretérios académicos, anudrios e, no momento, um livro do socidlogo Gil- berto Freyre que, possivelmente, marcaré 0 inicio da nova fase de vida de nossa grafica . Outra realizagao de real importancia e, como as demais, dentro da mesma linha de princfpios.que nor- teiam a acdo administrativa atual foi a criagio de uma Caixa de Crédito na Universidade, para os funcio- narios, dirigida por éles, servindo a éles.. Ao em vez da assisténcia prestada pela Univer sidade, quase sempre paternalistamente, a seus servido- res, sobretudo aos mais humildes, seria de sentido altamente educativo féssem éles motivados a asso- ciar-se, criando a sua Caixa, que passaria a atendé-los, dentro de normas estabelecidas pelos préprios asso- ciados, sem nenhum cardter paternalista. Além das vantagens assistenciais, que oferece a Caixa — em- préstimos regulares e de emergéncia, atendimentos mortudrios, atendimentos de farmécia, seguro-fami- lia — etc., ressalte-se 0 aprendizado demcor cido da experiéncia de auto-govérno, de fiscalizacao e de solidariedade que advém de iniciativas desta na- tureza . Téda acao, realmente, que leve 0 homem bra- sileiro a despertar em si e a desenvolver 0 senso da solidariedade e da responsabilidade, estar respon- dendo ao clima cultural que vivemos e tao insisten- temente referido neste trabalho. ico nas- Na verdade, nada mais contraditério com éste clima do que as solugées paternalistas, que domesti- cam o homem e nao Ihe desenvolvem a capacidade ftica, de que tanto necessita o pais no seu apren- pllizado democritico . Com cinco meses apenas de atuagdo, ja conta ‘a Caixa com aproximadamente duzentos e cinquenta associados, de quem um quinto jd se serviu de seus beneficios . Salientem-se, por fim, reformas, introduzindo-se -umas, j4 em vigor outras, no mecanismo burocratico da Universidade, que facilitaréo o melhor andamento dos processos e evitaréo o retardamento de suas so- lugdes. Pontos de estrangulamento ao préprio processo de desenvolvimento do pais vém sendo a sua estru tura burocrdtica, a inexisténcia de técnicos em admi- nistrago, o centralismo asfixiante. Muitos aspectos déste centralismo nao poderao ser superados pelo Reitor, pois se encontram estabe- lecidos em determinagdes de competéncia superior a sua. Alguns outros, porém, contidos na esfera pré- pria da Universidade, foram e estéo sendo removidos, de forma que se diminuam aquéles ébices referidos, na solugao dos problemas. Para uma melhor distribuigio de tarefas e de tesponsabilidades urgia a ampliagdo das instalagdes da Reitoria, 0 que foi feito com a construgéo de um duplex que aumentou consideravelmente a érea de circulaggo da mesma. E verdade haver ainda e por bastante tempo, muito que fazer para melhoria da Universidade, em todos os aspectos de sua atuagao. O importante é que existe a consciéncia da ne- cessidade desta melhoria . E esta consciéncia estamos. tendo todos os que 25 fazemos a Universidade, desta ou daquela forma — © que nos situa naquela posigéo referida de comégo — a do otimismo critico, que repele os otimismos in- génuos e as desesperangas . ANEXO OBRAS REALIZADAS OU EM ANDAMENTO CIDADE UNIVERSITARIA a) ESCOLA DE ENGENHARIA Concluséo das obras em estacas mixtas, tipo Franki, las fundagies, ¢ inicio da estrutura em concreto armado dos blocos de ensino e Administragio. b) INSTITUTO DE QUIMICA 1 ~ Instalagio de agua, esgdto © gis propano, como também de cubas de ago, nos laboratérios; 2— Montagem de CAmaras Frigorificas, para labo: ratori 3 Ligagdes de luz e forga, em cabo armado, & sub- -estagio do Instituto de Antibisticos ©) FACULDADE DE FILOSOFIA 1 — Continuagdo da construgio da cstrutura em con creto armado, bem como das instala de luz Lorca; : 2 — Iniciados os tabalhos de vedago em alvenaria de tijolos. dj) RESTAURANTE UNIVERSITARIO 1 — Continuagdo dos trabalhos de acabamento do prédio; 2 — Fornecimento © montagem das esquadrias em nua- deira, e respectivas feragens. e) BIOTERIO GERAL | = Conclusio dos trabalhos de acabamento do prédio; Jo de fossa para esgito, bem como das suas canalizagdes; 3 — Montagem de aparclhos de iluminagio. f) OFICINAS GERAIS Construgio do Pavilhio n.? 1, constante das insta Jagies para Administragdo e Oficinas propriamente ditas g) FACULDADE DE ODONTOLOGIA Caleulo do projeto em conereto acmado. bh) HOSPITAL DAS CLINICAS : 1 — Continuagio dos trabalhos de acabamento do Blo- i co As 2 Forecimento ¢ montagem de vidros ¢ ferragens para as esquadrias; 3 — Continuagdo da estrutura em conereto armado: 4 — Iniciados os trabalhos de vedagio em alvenaria de tijolos, dos varios blocos; iciados os trabalhos das Instalagées Hidréuli- /Sanitarias dos Blocos B ¢ © — Clinicas —; “CANICO (DO CENTRO MEDICO) i) PAVILHAO & Iniciada a estrutura em concrete armado. }) SERVIGO DE CAMPO 1 — Continuagio de varios trechos de pavimentagdes de ruas, = Regularizagdo do trecho do riacho do Cavdco, cons preendido entre as pontes da rua Ge a da Ave nida Central; Construgio de um buciro duplo capeado, no trecho $3, da Sub-perimetral; — Ajardinamento de dreas em volta do Institute de Quimica; 5 = Servigos gerais de manutengio das pavimentagies os de Aguas pli 2 + de ruas © respectivas canalizag ale ne EE EEE viais, bem como das areas ajardinadas do Insti- tuto de Antibidticos e Faculdade de Medicina k) INSTITUTO DE ANTIBIOTICOS Construgéo de uma dependéncia para almoxarifado e garage. UNIDADES DA UNIVERSIDADE a) FACULDADE DE FILOSOFIA DE PERNAMBUCO 1 — Pavimentagio do péteo interno; 2 — Iniciada a construgio de ampliagdes da Faculdade, constante de um bloco para salas de aula, no ter- reno da antiga casa n.° 643, & rua do Principe. b) FACULDADE DE MEDICINA 1 — Instalagéo de um incinerador de lixo; 2 — Instalagéo de um sistema de pararaios; 3 — Instalag’o de um pogo, para captacdo de gua para irrigagso dos jardins; 4 — Adaptagies nas instalagées do Diretério Acadé- mico; 5 — Varios servigos de adaptacies, € instalagdes nas Cadeiras de Medicina Legal, Parasitologia, Bio- quimica, Técnica Operatéria, Anatomia ¢ Farma cologia. ©) FACULDADE DE ARQUITETURA Construcio de pavilhées, como também adaptagdes & reformas nos blocos j4 existentes, para instalagio da Facul- dade, na rua Conde da Boa Vista, n.° 1424. d) FACULDADE DE DIREITO 1 — Instalagéo de um elevador de passageiros; 2 — Execugio de servigos de impermeabilizagses das cupulas; 30 3 — Diversos servigos nos estuques dos tetos de vérias salas. ) FACULDADE DE ODONTOLOGIA ExInstituto Oz6rio de Almeida) 1 — Construgio de Dependéncia para o Diretério Aca’ démico e Associagao Atlética; 2 — Melhoramentos e adaptagdes de alguns cOmodos, para salas de aula. £) ESCOLA SUPERIOR DE QUIMICA 1 — Adaptagées ¢ melhoramentos na coberta do prédio principal; 2 — Construgéo de uma garage para onibus; 3 — Consertos das instalagées de agua e esgdtos de varios laboratérios; 4 — Pintura geral de todo 0 prédio g) ESCOLA DE ENGENHARIA 1 — Instalagées elétricas e hidréulicas, para alimenta- rem aparelho de Raio X para minérios; 2 — Bancadas para 0 Niicleo Eletro-Mecénico; 3 — Pintura geral do prédio. h) HOSPITAL UNIVERSITARIO 1 — Instalagéo elétrica, para alimentar isvladamente, a Bomba de Cobalto; 2 = Reformas e adaptagdes em varios trechos da co- berta; 3 — Reforma e adaptagées de cémodos, para instalar a administragdo, biblioteca e servico social. i) INSTITUTO DE GEOLOGIA Tniciadas as reformas e adaptagées, bem como a constru- go de novo bloco, no prédio da rua Corredor do Bispo, n° 155, para instalar o Instituto. j) INSTITUTO DE BIOLOGIA MARITIMA E OCEANOGRAFIA Iniciadas as reformas ¢ adaptagoes em alguns cémodos, para instalar novos laboratérios. k) ESCOLA DE BELAS ARTES Elaboradas reformas e adaptagdes em varias salas de aulas para 0 Curso de Musica, como também nas instala- ges do Diretério Académico. 1) INSTITUTO DE HIGIENE Elaboradas reformas e adaptagées no prédio da Av. Rosa ¢ Silva, n.° 574, para instalar o Instituto. m) INSTITUTO DE FISICA-MATEMATICA Elaboradas reformas e adaptagées no prédio da Rua do Progresso, n.° 465, para instalar o Instituto. n) REITORIA 1 — Elaboradas reformas e instalages no bloco princi- cipal do prédio da Reitoria, contantes da constru- go de um duplex. em madeira, de adaptagdes para o gabinete do Reitor, sala de espera, sala para o Chefe de Gabinete do Reitor, Salao para o Conselho de Curadores; 2 — Pintura de todo o bloco principal e depenidéncias. 31 CIDADE UNIVERSITARIA — Escola de Engenharia — Fundacées @ injclo da estrutura em concreto armado — 19! 33 = CIDADE UNIVERSITARIA — Hospital Universitario — 1960 CIDADE UNIVERSITARIA — Trecho da pavimentagio — 1960 37 CIDADE UNIVERSITARIA — Trecho ajardinado da Faculdade de Medicina, vendo-se o Biotério Central. o Instituto de Antibiéticos e o Instituto de Quimica CIDADE UNIVERSITARIA — Regularizacio do Riacho do Cavoco — 1980 41 CIDADE UNIVERSITARIA — Instituto de Antibiéticos — Acréscimo construido em 1960 43 CIDADE UNIVERSITARIA — Restaurante Central — Construcéo em prosseguimento CIDADE UNIVERSITARIA — Restaurante Central — Estado atual 47 CIDADE UNIVERSITARIA — Faculdade de CIDADE UNIVERSITARIA — Faculdade de Filosofia — 1958 CIDADE UNIVERSITARIA — Instituto de Quimica — Construgio terminada em 1960 53 CIDADE UNIVERSITARIA — Oficinas gerais — Em construgéo — 1960 SEDE DA REITORIA — Aspecto do duplex construide om 1960 SEDE DA REITORIA — Ouro aspecto do duplex, parte superior ESCOLA DE ENGENHARIA — Miicleo oletro-mecanico em instalacéo 1 = ESCOLA DE ENGENHARIA — Nicleo eletro-mecénico em instalacio 63 ESCOLA DE ENGENHARIA — Sede do niicleo eletro-mecinica, terminado em 1960, quando foi iniciada a montagem do equipamenio ESCOLA DE ENGENHARIA — Niicloo Eletro-mecinico — Inicio da instalacao FACULDADE DE FILOSOFIA — Oito novas salas de aulas construidas em 1960 69 FACULDADE DE FILOSOFIA — Outro aspecto das novas salas de aulas 71 FACULDADE DE ARQUITETURA — Novas salas de aulas FACULDADE DE ARQUITETURA — Atelier construido e instalado em 1960 75 os a FACULDADE DE ODONTOLOGIGA — Sede do Diretério Académico — 1960 x xq FACULDADE DE FARMACIA — Biblioteca — Construcéo e instalacéo 1960 79 FACULDADE DE FARMACIA — Novo pavilhéo construido om 1960 waes _ lial EE ESCOLA DE BELAS ARTES — Prédio em que foi er 83 INSTITUTO DE GEOLOGIA — Obras de ampliacdo e adaptacdo do prédio adquirido em 1960 85 Sa as ic Rl ik ih i a 87 construidos e instalados em 1960 INSTITUTO DE BIOLOGIA MARITIMA E OCEANOGRAFIA — Novos laboratori INSTITUTO DE HIGIENE — Edificio onde foi instalado em 1980 89 Freire, Paulo, 1921- A propésito de uma administracéo. Recife, Imprensa Universitaria, 1961. @ p. lust. 24 em. Dezoito méses de administracdo do professor Joo Alfredo, a frente da Reitoria da Universidade do Recife 1, Recife. Universidade — AdministracSo, jul. 1959ez, 1960. 2 Univer- sidades — Brasil — Recife. I. Alfredo, JoSo, 1898- TL. Titulo, [Nome completo: Paulo Reglus Neves Freire } 378.81 (C.D. 16. ed.) Univ. do Recife 378.4 (813.4): 35 (C.D.U.) S.C.B. 61-1337

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